Congressistas com a pulga atrás da orelha

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Crise entre os Poderes, Eleições, Eleições 2026, GOVERNO LULA, Lula, MDB, Política, PSDB, Segurança Pública, Senado, STF

Coluna Brasília-DF publicada na terça-feira, 2 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg 

Crédito: Caio Gomez

Os parlamentares do centrão logo associaram ao bordão da esquerda e de muitos sindicatos, “Congresso inimigo do povo” , o fato de o presidente Lula usar a expressão “governo ao lado do povo” em seu pronunciamento do último domingo, sobre a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. Ainda que Lula tenha se referido à aprovação da proposta por unanimidade no Parlamento, não houve, no pronunciamento, um agradecimento especial aos relatores Arthur Lira e Renan Calheiros e tampouco aos presidentes das duas Casas, Hugo Motta e Davi Alcolumbre.

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O que vem por aí/ Os reflexos desse pronunciamento, visto como um estímulo à luta de classes e de “ricos contra pobres ou nós contra eles” em pleno domingo, serão muitos. A desconfiança está instalada no centrão, grupamento do qual Lula precisa para aprovar as propostas que faltam até a eleição. O presidente, porém, sabe que esses partidos do centro não têm preferência pelo PT, seja com ou sem Lula. Por isso, o seu governo fará o que considera mais produtivo: Colocar-se ao lado do povo. Foi isso que lhe garantiu a reeleição e a vitória de Dilma Rousseff em eleições passadas. E, como os presidentes das duas Casas não estão no rol de legendas que pretendem seguir com Lula, entraram, na visão do Planalto, no rol dos “amigos, amigos, eleição à parte” .

Primeiro de muitos

A briga pública dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro com a ex-primeira-dama Michelle, por causa das alianças estaduais e federal, está apenas começando. Com Jair Bolsonaro fora do jogo e impedido de conversar a qualquer momento com toda a família, que se acha a solução para o país, os entreveros tendem a se repetir.

Chapa forte

Fora da família, muita gente defende que a composição mais promissora para 2026 sería uma chapa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o de Minas Gerais, Romeu Zema, de vice. É mais ou menos o que fez Lula, em 2002, quanto foi candidato a presidente com José Alencar na vice. A dupla venceu o PSDB, que passava por um desgaste de material depois dos oito anos do governo FHC.

A segurança e o PT

O Partido dos Trabalhadores vai comprar a briga contra aqueles que colocam a operação do Rio de Janeiro como “um sucesso” . É o que mostra o discurso do presidente do partido no seminário que debate a segurança pública. “121 corpos negros espalhados no chão mostram que o Estado falhou. Devemos ter vergonha e não fazer como a sociedade” , disse Edinho Silva. O partido quer políticas públicas que ganhem os jovens cooptados pelo crime organizado.

Por falar em segurança…

Muita gente no próprio PT considera que Lula errou ao não recriar o Ministério da Segurança Pública. Porém, diante do crescimento dos tentáculos do crime organizado no país, há quem diga que o desgaste seria maior.

CURTIDAS

Crédito: Vinicius Bessa

A agenda esperada/ A expectativa da semana está em torno de um possível encontro entre Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Há quem diga que a relação só distensiona depois dessa conversa. Sem Lula e Alcolumbre acertarem os ponteiros, a caminhada do Advogado Geral da União, Jorge Messias, rumo ao STF ficará muito mais difícil.

Presente brasileiro/ O Presidente da França, Emmanuel Macron, recebeu no Palácio Eliseu, em Paris, uma escultura da artista plástica Bia Doria, durante visita de empresários à sede do governo francês, organizada pelo ex-governador João Doria, esta semana. (foto) Mayara no jogo/ A primeira-dama do Distrito Federal, Mayara Noronha Rocha, tem participado ativamente da vida política da base do governador Ibaneis Rocha. Ontem mesmo esteve em um almoço da secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, com a cúpula do Podemos. Ana Paula está em busca de um partido para concorrer no ano que vem.

Aliás…/ Até aqui, o MDB conta com o apoio de todos os partidos da base aliada à candidatura de Ibaneis Rocha ao Senado. A avaliação de muitos é a de que quem terá a palavra final sobre isso é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Apesar da briga com os filhos por causa das candidaturas estaduais, o Distrito Federal é considerado terra dela.

“Hoje, o melhor candidato é Tarcísio”, afirma Ibaneis Rocha sobre 2026

Publicado em Anistia 8 de janeiro, Bolsonaro na mira, Câmara dos Deputados, Congresso, Eleições, MDB, Política, Senado, STF

Por Denise Rothenburg* com Eduarda Esposito — O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, afirmou que seu candidato em 2026 para a presidência da República é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. “Vou acompanhar um dos candidatos de centro-direita, na minha visão, hoje o melhor candidato é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Porque carrega duas coisas importantes: primeiro, ele é um grande administrador e gestor público, foi ministro, tem vida pública, sabe dos grandes projetos nacionais, conhece o que precisa ser feito no Brasil. E, segundo, é uma pessoa que, mesmo tendo o apoio de parte da família dos Bolsonaro — que já vem se revelando aos poucos —, tem toda a condição de conduzir o país a uma pacificação”, afirmou após participar hoje (8/9) do evento LIDE Brazil Development Fórum, em Washington DC, nos Estados Unidos.

Rocha defendeu que se identifica como centro-direita e não segue ideologias ou radicalismo, e acredita que Tarcísio é um nome adequado, ao ser questionado sobre uma possível guinada à extrema direita por parte do governador de São Paulo. “Vi algumas matérias falando sobre o discurso de Tarcísio no 7 de Setembro, ele revela um sentimento que é de quase toda a nação brasileira, inclusive já testado em pesquisa, de que o Supremo está avançando sobre prerrogativas de outros poderes e que vem interferindo na administração nacional. Mas vocês podem ter certeza, pelo que conheço do Tarcísio, e o conheço há muitos anos por conta do nosso convívio na capital, sempre foi uma pessoa extremamente ponderada e que na hora certa ele vai fazer o diálogo com todas as instituições”, garantiu o governador.

Ainda sobre 2026, Ibaneis afirmou que o MDB deve disputar o governo de SP com Ricardo Nunes, caso Tarcísio dispute o Planalto, e que já começou sua pré-candidatura ao Senado no DF. “Eu sou candidato ao Senado, saio do governo no início de abril e já estou em pré-campanha, tenho visitado as minhas bases, os meus apoiadores. A gente vem fazendo um trabalho realmente de aproximação com a população para que essa eleição para o Senado dê certo e que eu possa ser instrumento também de pacificação. Eu acho que eu tenho capacidade jurídica, tenho capacidade de interlocução, mesmo agindo mais nos bastidores, mas eu tenho condições de ajudar nessa interlocução”, contou a jornalistas.

Crédito: Will Volcov e Vanessa Carvalho/LIDE

Bolsonaro e anistia

Questionado se apoia o projeto de anistia, Ibaneis disse que não defende a pauta e que ela deve ser tratada no Congresso Nacional. Inclusive, ressaltou que o texto já deveria ter sido colocado em pauta pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). “Eu nunca defendi a anistia. Agora, o que eu entendo? As penas que estão sendo aplicadas pelo STF são muito exacerbadas em relação àquilo que nós temos no país. Você pegar uma pessoa que quebrou um vidro do Supremo, não estou dizendo que isso está correto, e condenar a 17 anos de prisão? Tem muito estuprador e homicida que não pega uma pena dessa. As penas foram colocadas de forma exagerada, gerando esse sentimento a favor da anistia, que eu entendo inclusive que o presidente da Câmara já deveria ter pautado. Quem tiver voto, aprova. Quem tiver voto, tira a aprovação”, justificou.

Para o governador, o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser anistiado pelo projeto ou por Tarcísio, e ele não vê nada de errado nesse processo. “Na minha visão como advogado, a anistia é totalmente possível e não teria nada de ilegal. Como político, defendo a pacificação desse país. Do jeito que nós estamos, acho que passa a anistia a todos esses que estão condenados. Se for para ter anistia, é a que está proposta na Câmara, geral e restrita e que atinge o presidente Bolsonaro. E se não tiver, é aquilo que o Tarcísio disse, que se eleito presidente da República, e tenho confiança de que será, no dia seguinte promove a liberdade do presidente Bolsonaro, que também é possível”, disse.

Perguntado qual projeto ele defende que seja colocado a votos na Casa, Ibaneis respondeu que deveria ser o projeto já existente e apresentado. “O projeto que existe é a anistia geral. Se não tem outro, tem que pautar esse. É isso que os líderes estão pedindo. E também uma alternativa que pode ser proposta pelo presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP), com toda a legitimidade que ele tem como presidente do Congresso Nacional e como senador eleito, e aí vamos ver qual deles vai ser aprovado”, comentou.

Mas, para o governador, deveria ser aprovado logo o projeto, buscando a pacificação do Brasil. “Olha, nós já tivemos no Brasil uma anistia nesse sentido, que foi em 1979, que trouxe a pacificação do Brasil. Então isso não é uma coisa que não existiu no nosso país e não deixou de ser aceito. Então eu acho o seguinte, em relação à ditadura, eu tenho certeza de que abriu as portas para que a gente tivesse a redemocratização, uma nova constituição e tivéssemos agora, e está comprovado, o maior período de estabilidade democrática da história brasileira. Basta que vocês analisem o seguinte: nós já tivemos dois impeachments de presidente da República. Nós temos atualmente dois ex-presidentes presos e o país continua sobrevivendo”, destacou.

Contudo, na visão de Ibaneis Rocha, anistiar Bolsonaro não significa torná-lo elegível novamente, são duas coisas distintas. “Nós temos duas situações. Primeiro, estamos tratando dos processos criminais e a anistia está tratando desses processos. O presidente Bolsonaro continuaria inelegível por causa da decisão do Tribunal Superior Eleitoral, da qual nós não vemos nenhuma perspectiva de que seja mudada. Nesse caso da justiça eleitoral, eu tenho convicção de que a anistia não seria válida, seria inconstitucional porque ofende outras legislações, como é o caso da lei da ficha limpa”, argumentou. E que, na sua visão, o projeto em si da anistia não é ilegal. “Anistia, nós temos o exemplo claro do que aconteceu na redemocratização de 1979. Basta olhar o texto que está escrito lá. É porque o brasileiro tem memória curta. Mas se você pegar o texto da anistia, ela foi ampla, geral e irrestrita, inclusive para quem não tinha sequer processo”, finalizou.

Sobre o julgamento desta semana do ex-presidente no STF, Ibaneis garantiu a segurança do DF e deu exemplo das diversas manifestações que ocorreram durante o 7 de Setembro. O esquema de segurança tem contado com o monitoramento de todas as redes sociais e externo pela Polícia Militar com a inteligência da Polícia Civil. “Estamos bastante tranquilos do ponto de vista da segurança. Haja vista que nós tivemos ontem, no 7 de setembro, diversas manifestações, inclusive na nossa capital, e nós tivemos toda a paz e toda tranquilidade, sem nenhum tipo, e ontem era o dia mais crítico para isso tudo. Nós não tivemos um incidente que tenha ocorrido nessas manifestações. Notamos sinalizações de manifestações, mas nada de violento, pelo menos o que tem sido acompanhado pela inteligência não tem nenhum fato mais grave que possa atingir essa questão da segurança”, disse.

*Enviada especial

BRB não desistiu de comprar o Master

Publicado em Banco Central, Economia, MDB

Por Denise Rothenburg* com Eduarda Esposito, Washington — O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, declarou hoje (8/9), após sua participação no evento LIDE Brazil Development Fórum, em Washington DC, nos Estados Unidos, que o Banco Regional de Brasília (BRB) não desistiu de comprar o Banco Master. E ainda fez um alerta: Uma demora em resolver a situação do Master, “pode trazer um grande risco para o sistema financeiro como um todo”. Eis a declaração do governador: “A dilapidação do Master, que está se mostrando, pode trazer um grande risco para o sistema financeiro como um todo. Quanto antes o Banco Central soltar isso, até para dar oportunidade para o BRB avaliar se vai avançar no negócio ou se vai desistir. E desistindo, se outra instituição, seja privada ou pública, tem interesse em comprar esse capital”, argumentou.

Crédito: Will Volcov e Vanessa Carvalho/LIDE

Ibaneis explicou que, quanto mais demorar, mais problemática se tornará a questão do Master para o sistema financeiro como um todo. “O prazo para o Banco Central é mais alongado, mas a gente espera pelo fato de se tornar uma decisão delicada, principalmente para os investidores do Master, porque deixariam de ter cobertos os seus investimentos”. E foi neste contexto que ele completou: “Vi muitas matérias falando sobre os CDBs e alguns fundos que ele tem, e a dilapidação do Master, que está se mostrando, pode trazer um grande risco para o sistema financeiro como um todo. Quanto antes o Banco Central soltar isso, até para dar oportunidade para o BRB avaliar se vai avançar no negócio ou se vai desistir. E desistindo, se outra instituição, seja privada ou pública, tem interesse em comprar esse capital”, argumentou.

A operação de compra do Master pelo BRB foi rejeitada pelo Banco Central. Ibaneis garante que o BRB espera a divulgação da fundamentação do veto para decidir qual saída seguir em relação a esse negócio. “É um momento difícil para a gente comentar porque ainda não foram expostas pelo Banco Central as razões do veto. Então, a gente só vai poder nos aprofundar um pouco mais na resposta quando tiver acesso aos documentos do BC: Aí, vamos saber se vamos corrigir a operação para continuar acolhendo aquilo que o Banco Central indicar ou se a operação realmente é totalmente inviável. Se for inviável, nós vamos parar e vamos realmente trabalhar outras oportunidades para que o BRB possa avançar e continue crescendo”, afirmou.

O governador garantiu ainda que a notícia publicada em São Paulo há alguns dias, sobre a desistência de entrada de recurso contra a decisão que suspendeu a compra do Master, é falsa e que o empreendimento seria extremamente vantajoso para o BRB. “Nós não podemos falar de desistir porque nós nem conhecemos a fundamentação. Eu só posso tratar um problema se vai ser administrativamente, judicialmente, de que maneira vai ser, a partir do momento que eu conhecer os fundamentos. A notícia foi falsa, que haveria essa deliberação de desistir. Depois, o pessoal do BRB, a comunicação, entrou em contato, houve a correção da matéria. Agora qualquer deliberação só vai ser tomada após o estudo dos fundamentos do Banco Central”, garantiu Rocha.

Bomba-relógio

Sobre a situação do Master, Ibaneis ressaltou que essa demora pode onerar os cofres públicos em torno de R$ 5 bilhões. “Essa deterioração já vem acontecendo. Isso aí coloca em risco, na minha visão, mesmo sem ter grande conhecimento, todo o sistema financeiro nacional, porque nós estamos falando do fundo garantidor das contas que paga até R$ 250 mil nos investimentos. Está se falando em torno de R$ 5 bilhões que o governo (federal) vai ter que colocar para garantir esses investimentos que foram feitos no Master. Ao passo que, se isso avançar, pode ser que se diminua isso e diminua o risco para o mercado, não só com BRB, mas como outras opções, seja do mercado privado, seja do mercado público”, destacou o governador.

Perguntado diretamente se, diante da situação do Master, o BRB estaria “comprando um risco”, Ibaneis foi incisivo ao dizer que o BRB não corre risco algum com a compra do banco devido aos termos do acordo. “Estamos comprando uma oportunidade. A questão do risco para o sistema financeiro é que, com a negativa da compra e com a demora na resolução em relação ao Master, esses ativos vão se deteriorar e as pessoas começam, porque estão em risco, a tirar seus investimentos, o que vai descapitalizar certamente o banco, gerando essa situação. Isso aconteceu no passado com diversos bancos aqui no Brasil, na época em que o presidente Fernando Henrique reorganizou o mercado financeiro brasileiro e nós sabemos que vários desses bancos quebraram e que houve muito prejuízo para a população. O risco, por exemplo, dos investimentos em precatórios, que nós separamos desde o início, é um risco alto, mas também que pode dar uma grande rentabilidade conforme a análise que tem sido feita”, destacou.

Desejo nacional

O emedebista explicou que o grande objetivo da compra do Master pelo BRB é se tornar um banco nacional, que isso faz parte do seu projeto para o seu mandato desde que assumiu. “Quando assumimos em 2019, o BRB tinha pouco menos de 700 mil contas. Hoje, estamos nos aproximando de 10 milhões de contas no Brasil. E o banco, que era só de servidor público do Distrito Federal, se tornou uma potência nacional com investimentos em todas as áreas, tanto que chegamos agora ao segundo lugar no mercado imobiliário, perdendo somente para a Caixa Econômica Federal. Então, o banco precisa se expandir, porque nós fizemos uma grande capitalização do BRB e uma grande captação de recursos também de tribunais de justiça através do meu trabalho como advogado e conhecimento que eu tenho na área jurídica. Assim como a compra de diversas folhas de pagamento, desde municípios a estados. Isso deu uma força muito grande, mas essa captação precisa ser investida no mercado para que possa dar bons frutos. Por isso a negociação e a escolha do Banco Master, porque ele é muito forte nessa área, através das carteiras de financiamentos. Na visão do BRB, seria um negócio vantajoso, mesmo sabendo que existem algumas carteiras que estavam sendo separadas”, explicou Ibaneis.

O governador mencionou ainda a importância de nacionalizar o BRB. De acordo com Rocha, quanto maior o banco for, mais recursos chegarão para o DF. “Para nós é bastante interessante, porque como banco público a gente tem acesso a uma captação de recursos com algumas dispensas de licitação, então é fácil captar no mercado. O BRB se tornou um grande prestador de serviço para o próprio GDF, com experiências como a bilhetagem e distribuição de programas sociais, como o cartão Prato Cheio. Todos esses pagamentos são feitos e controlados via BRB, inclusive, essas iniciativas já estão sendo colocadas em outros estados e prefeituras pelo êxito dessas iniciativas. Então, o banco, ao se tornar um banco nacional, e eu tenho trabalhado nisso desde que assumi em 2019, aumenta a quantidade de negócio do banco e lucratividade. O último resultado, agora do primeiro semestre, foi de R$ 456 milhões de lucro, isso gera recursos para o DF. A expectativa é que, ao longo desses anos, até eu terminar o meu mandato ano que vem, o BRB vai ter distribuído perto de R$ 2 bilhões de dividendos para o GDF”, pontuou Ibaneis.

De acordo com Rocha, atualmente o BRB tem as folhas de pagamento do Tocantins, Maceió e João Pessoa. Além disso, realiza empréstimos consignados e, expandindo pelo Brasil, vai ser capaz de atrair mais investimentos. O governador explicou ainda que o BRB acaba tendo a garantia do estado no pagamento e que essas parcerias envolvem construções de pontes e estradas Brasil afora. “Hoje, somos o segundo maior banco em financiamento imobiliário no Brasil, perdendo só para a Caixa, somos o primeiro em Brasília. Então, apoiamos o empresariado local, não tem um empresário em Brasília que não esteja satisfeito com o BRB, e agora levando isso para o âmbito nacional. Então, para nós, a compra do Master faz todo sentido. O que não faz sentido é você não expandir o banco, porque aí é melhor você tomar a opção de fazer uma licitação e vender o patrimônio, que hoje, graças a Deus, cresceu muito. O que era avaliado antes em R$ 800 milhões, se formos vender hoje, a gente calcula o valor de mercado em torno de R$ 20 bilhões”, concluiu Ibaneis.

*Enviada especial

Preservem o setor produtivo e o diálogo

Publicado em coluna Brasília-DF
Crédito: Caio Gomez

Coluna Brasília/DF, publicada em 13 de março de 2025, por Denise Rothenbug, com Eduarda Esposito

Todo o esforço dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, junto aos líderes será no sentido de preservar um espaço à margem da polarização para fazer caminhar a agenda econômica no Legislativo e garantir a estabilidade fiscal. A contar pela exposição do próprio Hugo Motta e do líder do PSD, deputado Antonio Brito, no evento Brasil Summit Lide-Correio Braziliense, tudo será feito para assegurar uma melhor distribuição da carga tributária com a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, projeto que deve chegar ao Congresso já na próxima semana. Porém não será aceito nada que represente aumento da carga de impostos ou maior desequilíbrio fiscal.

Ela topa/ O IR será o grande teste da capacidade de articulação da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. No jantar com os líderes de centro na última terça-feira, com a presença de Hugo Motta, Gleisi deixou claro que concorda com a avaliação dos líderes e demonstrou todo o interesse num trabalho conjunto em prol das medidas econômicas. E com a blindagem da agenda econômica contra a polarização. Pelo menos até o fim deste ano, a ordem é tentar deixar os anseios eleitorais de lado e jogar a energia para baixar o preço dos alimentos e afrouxar o aperto tributário sobre os mais pobres. Se o governo conseguir esses feitos, alguns ministros apostam que a popularidade será retomada em breve.

E a Previdência, hein?

Ex-presidente do Banco Central, ex-ministro da Fazenda e secretário da Fazenda de São Paulo no governo João Doria, Henrique Meirelles disse à coluna que, diante do aumento da expectativa de vida da população, chegou a hora de uma nova reforma da Previdência. Falta combinar com o Congresso, que está mais dedicado à tributária e começa a falar da administrativa.

Gestos & desafios

A presença de Hugo Motta na festa de aniversário de 79 anos de José Dirceu foi vista como mais um sinal de diálogo com o PT por parte do presidente da Câmara. Hugo saiu de lá direto para o jantar com Gleisi Hoffmann. Ou seja, ele segue surfando entre o PT e o bolsonarismo. Até aqui, conseguiu se livrar dos icebergs. O grande teste será a definição da presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

Não se enganem!

O fato de Hugo Motta e outros representantes do centro marcarem presença no aniversário de Dirceu não tirou o ímpeto do aniversariante em deixar muito claro que o governo está “sitiado” pela direita, que cresce no mundo, e que a esquerda é minoria no Parlamento brasileiro. O principal conselho dele, neste início de ano, para seus companheiros de governo é “para vencer, temos que governar agora” e não perder de vista a conjuntura internacional.

Por falar em governar…

A tônica política do Brasil Summit Lide-Correio Braziliense foi dada logo na fala de boas-vindas do ex-governador de São Paulo João Doria, fundador do Lide. Foi incisivo ao defender o apoio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que “leva tiro internamente”, e ao destacar a necessidade de quem governa conversar com todos os setores. O governador Ibaneis Rocha concordou: “Divisão política atrapalha e muito”.

CURTIDAS

Todos de volta/ Os eventos da semana na política marcaram o retorno de vários personagens do escândalo do petrolão ao cenário nacional. Na posse de Gleisi, compareceu, por exemplo, André Vargas (PT-PR). Na festa de Dirceu, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares contou à coluna que deseja concorrer a um mandato de deputado federal por Goiás, terra de um dos pré-candidatos à Presidência da República e um dos maiores opositores de Lula, o atual governador Ronaldo Caiado.

Enquanto isso, em Cannes…/ O Hotel Maricá, o complexo de resorts Samba, Futebol e Caipirinha, e o programa Mumbuca Verde — mercado de créditos ambientais que funciona com a comercialização de Unidades de Crédito de Sustentabilidade — são apostas de Maricá para atrair investidores internacionais. A cidade de 200 mil habitantes, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, é a única do continente americano com stand no Mipim 2025, maior feira de investidores do ramo imobiliário do mundo, realizada em Cannes, na França.

… é hora de apresentar o Brasil/ O prefeito Washington Quaquá (PT) e o ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), receberam convidados e visitantes, destacando o potencial turístico da cidade. “Quaquá quer transformar Maricá num destino turístico mundial e, com isso, trazer oportunidades e o pleno emprego às pessoas para ajudar a cidade a continuar no caminho do desenvolvimento”, definiu o ministro. “Viemos buscar investimentos e transformar Maricá numa indústria do turismo mundial, com as famílias empregadas e empreendendo”, ressaltou Quaquá.

Vai ter fila para um café/ A posse da presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, foi de longe a mais concorrida do STM. Alguns deputados não conseguiram lugar para se sentar na Sala Martins Pena, com 480 cadeiras. E olha que foram colocados mais 200 lugares no foyer, quase uma centena no palco e ainda ficou muita gente de pé. Na saída, disseram à coluna que vão marcar uma visita de cortesia nos próximos dias.

Oposição de Ibaneis cobra criação de conselho para fiscalizar aplicação do Fundo Constitucional

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso

Por Denise Rothenburg — A lua de mel durou pouco. Preservado o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), a unidade entre os atores políticos terminou. A oposição ao governador Ibaneis Rocha (MDB) no Distrito Federal passa a cobrar a formação de um conselho com vários representantes da sociedade para fiscalizar a aplicação dos recursos. “A cidade sabe que, agora, existe um fundo constitucional, e o momento agora é dar transparência. O dinheiro vem do governo federal e é extremamente importante acompanhar de perto a sua utilização”, cobra o ex-deputado do PT Geraldo Magela.

Do alto de quem fez parte da coordenação da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Magela lembra que a votação da terça-feira deixou claro que o FCDF passou, mas a questão não está totalmente pacificada. Daí, a necessidade da fiscalização. O GDF ainda não recebeu a proposta de criação do conselho proposto por Magela e vai aguardar a sugestão oficial.

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Eles têm dinheiro, mas…

O ingresso dos Emirados Árabes, Arábia Saudita e Irã nos Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) preocupa ambientalistas. Essa turma integra a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e tem muita gente com receio de que leve o bloco a pisar no freio no quesito energia renovável, a pauta do Brasil.

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Intimidação?

Esta é a desconfiança de parlamentares da CPMI de 8 de janeiro que acompanham a movimentação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por exemplo, fez questão de se sentar bem na frente do sargento Luís Reis, ouvido ontem. O olhar do parlamentar para o militar, comentaram alguns senadores, falava por si.

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Não colou

A fala do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, na abertura da CPI da Câmara Legislativa, foi bastante incisiva ao listar as ações da função de ajudante de ordens, e o cumprimento de determinações do presidente da República. Só tem um probleminha: aquiescer com ordem ilegal não faz parte do escopo de atuação.

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Na roda da CEF

Sem alarde, a secretária de Planejamento do Rio Grande do Sul, Daniela Calazans, entrou na lista de possíveis presidentes da Caixa Econômica Federal. É que se o perfil político de Margarete Coelho não emplacar, a ideia é buscar uma mulher mais técnica.

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Curtidas

PAC em debate/ O primeiro debate do Fórum Esfera 2023, hoje, às 15h, reunirá um time de peso para discutir os desafios da área de infraestrutura dentro do novo Programa de Aceleração do Crescimento. A mesa será composta pelos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Dario Durigan (em exercício da Fazenda, foto); pelos presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizo Mercadante, e do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas; e por André Esteves, sênior partner do BTG Pactual.

E as oportunidades do Brasil também/ Serão dois dias em que vão passar pelo Guarujá (SP), cidade que sedia o Fórum Esfera, líderes partidários, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), empresários, juristas e especialistas em vários temas. O último debate, amanhã, terá a participação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Luiz Felipe Salomão, do empresário Abílio Diniz e do economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.

 

A pressão na Câmara por uma reforma ministerial está cada vez maior

Publicado em coluna Brasília-DF

Ao escolher seus ministros às vésperas da posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acabou dando mais peso ao Senado do que à Câmara dos Deputados. Agora, a conta desse “pecado original” chegou e a pressão por uma reforma ministerial está cada vez maior. Os números que a coluna mostrou ontem sobre os cálculos do Centrão e do Planalto sobre o potencial de votos nos partidos mais conservadores só irão se confirmar se houver compensações à Câmara pelo sobrepeso do Senado nos cargos de primeiro escalão.

Dos ministros do MDB, por exemplo, todos, sem exceção têm mais afinidade com senadores do que com os deputados: Simone Tebet (Planejamento) foi senadora, Renan Filho (Transportes) é senador e primogênito de Renan Calheiros; e Jader Filho (Cidades), filho do senador Jader Barbalho. No PSB, Flávio Dino (Justiça) é senador. No PT, Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Camilo Santana (Educação) são senadores; no União Brasil, Waldez Goes (PDT) chegou ao governo pelas mãos do senador Davi Alcolumbre. Esse descompasso, avisam os líderes, terá que ser resolvido ou os problemas continuarão.

Ibaneis, o retorno

O parecer favorável da Procuradoria-Geral da República é o primeiro passo para que Ibaneis Rocha (MDB-DF) passe a Páscoa como governador em pleno exercício do cargo. “Temos que aguardar. Não vejo o governador como partícipe ativo ou envolvido nesse plano malévolo (a tentativa de golpe em 8 de janeiro). Mostrou, talvez, excesso de confiança pelas mensagens que recebeu de seus auxiliares, de que estava tudo bem e, na verdade, não estava”, disse o ministro Gilmar Mendes, em entrevista ao programa Frente a Frente, da Rede Vida.

Por falar em 8 de janeiro…
Aos poucos, o relator do inquérito dos atos antidemocráticos, ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solta os civis envolvidos com menor gravidade na invasão dos prédios públicos em 8 de janeiro. Mas isso não significa que o caso será esquecido. Falta concluir a investigação sobre militares e financiadores.

Piso em debate…
As entidades privadas de saúde preparam um estudo para levar ao Supremo e tentar mostrar que o piso da enfermagem é inviável da forma que se apresenta. O documento aponta que existem no país 1.408.584 profissionais da área. Desse total, 55,2% (778.233) estão abaixo do piso e seriam beneficiados. O impacto nas contas seria de R$ 12,45 bilhões por ano, a preços de outubro de 2022. Os valores estimados da implantação do piso seriam divididos em R$ 7,88 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS); e R$ 4,57 bilhões para o setor privado.

… e sob pressão
Até agora, não se sabe como essa conta será paga. O piso foi sancionado pelo então presidente Jair Bolsonaro em agosto do ano passado, no início da campanha eleitoral, sem definição da fonte de custeio. Sem isso, o piso acabou suspenso pelo STF e virou uma novela. Em 14 de fevereiro, o presidente Lula apoiou o piso e disse que “ia resolver”. O governo federal quer sair desse impasse sem faltar com a palavra junto à categoria e nem explodir as contas públicas. À Fiesp, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, prometeu que sairá “em breve”.

Gilmar sem meias-palavras/ Em entrevista à Rede Vida semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes foi incisivo ao fazer uma reflexão sobe os movimentos eu levaram ao 8 de janeiro: “Os militares deixaram correr solto. Não tem sentido fazer manifestação em frente a um quartel. Se o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) resolvesse ficar em frente ao Forte Apache (QG do Exército) seria tolerado? Se tolerou algo ilícito. O erro inicial foi tolerar essas pessoas em frente aos quartéis”

Anderson, “o elo”/ Perguntado sobre Anderson Torres e o tempo que o ex-ministro da Justiça continuará preso, Gilmar disse ser impossível prever. “(Ele) é um elo de vários episódios”, disse, referindo-se, inclusive, a atuação da Polícia Rodoviária Federal no dia da eleição de 2018, quando as pessoas foram impedidas de chegar aos postos de votação, especialmente, no Nordeste.

Imagem do STF/ Gilmar avalia ainda que o STF exerce seu papel: “Na pandemia, fomos definitivos. O Brasil teria virado uma grande Manaus sob a gestão de (Eduardo) Pazuello na Saúde e a diretiva de Bolsonaro. Qual era o plano de ação dele? Encher os cemitérios?”, pergunta. Para quem não se lembra, a capital amazonense sofreu com a ausência de oxigênio em plena pandemia.

Recursos & apoios/ Os prefeitos começam a chegar hoje para a 84ª Reunião da Frente Nacional dos Prefeitos, a partir de amanhã, no Royal Tulip, em Brasília. O governo vai em peso para o encontro, de olho em apoios para a reforma tributária. O presidente Lula encerrará o evento na terça-feira.

Anderson Torres não sai tão cedo da prisão

Publicado em coluna Brasília-DF

A contar pelas conversas de advogados e assessores jurídicos, e a última decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, Anderson Torres pode se preparar para uma boa temporada preso. Moraes está convencido, pelos documentos que já avaliou, de que o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública tem muito a esclarecer — e enquanto as interrogações não forem sanadas, ficará difícil soltá-lo. Um desses documentos indica que Anderson sabia da chegada de 130 ônibus ao DF e, mesmo assim, viajou.

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Quanto a Ibaneis Rocha, a contar pelo que se ouve nos bastidores, terá que cumprir os 90 dias de afastamento por, conforme escreveu Moraes, “conduta dolosamente omissiva”. Embora o ministro do STF considere que houve desleixo do governador do DF, a preços de hoje não há maioria no Supremo para mantê-lo afastado por muito mais tempo.

Os termos da federação

PP e União Brasil fecharam, em Las Vegas, os termos que devem nortear a federação entre os dois partidos, e ainda atrair o Avante. Onde o PP for maior, os pepistas controlam a federação. Onde for o União, a turma de ACM Neto assume o controle.

Quem parte e reparte…
… fica com a melhor parte. Na Bahia, o maior é o União Brasil, de ACM Neto e Elmar Nascimento. Em Alagoas, o PP. No DF, a federação tem tudo para ficar sob o comando da governadora em exercício Celina Leão.

Trégua
Os novos “federados” não vão entrar com tudo este ano para a distribuição das comissões técnicas da Câmara ou do Senado. Mas, em 2024, a coisa mudará de figura.

A briga pelos prefeitos
PL, PSD e Republicanos disputam os prefeitos do PSDB do estado de São Paulo. O PL oferece estrutura para a campanha de 2024. O PSD e o Republicanos, espaço no governo de Tarcísio Gomes de Freitas.

Uma proposta que une
Até aqui, se tem uma ideia da área econômica que tem respaldo em partidos governistas e oposicionistas é a da taxação das apostas on-line. No início do governo Bolsonaro, houve quem tentasse seguir nessa direção. Agora, com as restrições orçamentárias e a necessidade de atendimento às emendas parlamentares, a arrecadação nesse segmento será muito bem-vinda.

Ia para o PT/ Ao decidir receber os recursos do Fundo Partidário a que tem direito, o Partido Novo adota a lógica de não fortalecer os adversários. Se recusassem os recursos, os mais abastados terminaram abocanhando os R$ 2,3 milhões que seriam redistribuídos.

Executiva I/ A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, se esbaldou na Feira Internacional de Turismo de Lisboa. Não se fez de rogada e comeu e bebeu tudo o que lhe foi dado. Ela foi ciceroneada pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que a levou de braços dados para conhecer estande por estande.

Executiva II/ Para não fazer feio, Daniela provava tudo. O que não gostava, disfarçava, embrulhava num guardanapo e repassava para uma assessora que não desgrudava dela.

Colaborou Vicente Nunes

A busca por herdeiros políticos de Bolsonaro

Publicado em coluna Brasília-DF

Com o cerco se fechando sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, os políticos com perfil conservador começam a se posicionar no sentido de buscar os eleitores à direita. Estão nesse movimento, por exemplo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o de Minas Gerais, Romeu Zema, que tem planos de concorrer ao Planalto no futuro. Zema, porém, avalia alguns, começa a tropeçar nessa caminhada. Ao dizer à Rádio Gaúcha que o governo fez “vista grossa para sair de vítima” dos ataques de 8 de janeiro, feriu os brios dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Zema tentou jogar a demora na ação nas costas do PT, mas, diante de atos tão violentos aos Poderes como um todo, as declarações do governador não agradaram ao STF, a instituição mais atingida pelos vândalos e/ou terroristas. Foi graças à Corte, leia-se o ministro Kássio Nunes Marques, que Zema conseguiu uma liminar no ano passado para aderir ao regime de recuperação fiscal, mesmo sem autorização da Assembleia Legislativa. A liminar ainda precisa passar pelo plenário do Supremo. Há quem diga que o governador pode até querer ser o herdeiro do bolsonarismo, mas não dá para repetir o erro de atacar as instituições.

O abandonado

A demora para ouvir o ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça Anderson Torres faz parte da estratégia. A ideia é ver se ele se convence de que está isolado e conta tudo o que sabe sobre o documento de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral e os ataques de 8 de janeiro.

Sem marolas, por favor
No Planalto e fora dele, a expectativa é de retorno de Ibaneis Rocha ao cargo de governador do Distrito Federal. Há quem diga que é melhor Ibaneis retornar, ainda que mais enfraquecido, do que jogar mais lenha na fogueira da instabilidade, que ainda tem brasas incandescentes por aí.

Primeiro, tem que baixar a poeira
O resultado de 47 votos contra e apenas um a favor da permanência de Josué Gomes no comando da Fiesp praticamente fechou as portas para que ele, no futuro, ingresse no governo Lula 3. É que qualquer cargo ao empresário neste momento seria briga certa com o clube de poderosos empresários paulistas.

Prioridade de Valdemar
Na Câmara, o PL reforçará o bloco de Arthur Lira para presidente da Câmara e só quer “uma coisinha” em troca, conforme comentam seus deputados: a relatoria do Orçamento da União para 2023. No pacote, está ainda o apoio a Rogério Marinho, pré-candidato a presidente do Senado.

Sinal verde/ O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, autorizou o senador eleito Rogério Marinho a seguir com a campanha para presidente do Senado. A avaliação é de que há espaço para uma candidatura alternativa.

Avenida/ A aposta do PL é de que Marinho tem espaço entre o grupo conservador que se viu abandonado pelo presidente Rodrigo Pacheco e não se sentiu defendido, por exemplo, quando houve a defesa dos políticos que tiveram redes sociais suspensas.

Orai e vigiai/ Embora Marinho tenha recebido sinal verde para continuar na campanha, o partido olhará também a pré-candidatura de Eduardo Girão (Podemos-CE). Se saírem os dois, o campo pode se dividir demais. Nas internas do PL, há quem diga que, se for para perder por muito, é melhor fechar logo um acordo com Rodrigo Pacheco em torno de comissões importantes e assento à Mesa Diretora.

Apoio geral e irrestrito/ A ida do presidente da Câmara, Arthur Lira, ao Batalhão da PM na Praça dos Três Poderes foi uma demonstração de sustentação à governadora em exercício, Celina Leão. Ibaneis deve voltar, mas Celina ocupou um espaço que ninguém imaginava. E, até aqui, todos os espaços que ela ocupou, soube manter. Se será a sucessora natural, o tempo dirá.

Até aqui../ A contar pela pesquisa do Ipec, o governo Lula 3 começa com uma lua de mel, apesar das tensões. Resta saber se essa “janela” permanecerá na hora de promover as reformas necessárias, como a tributária, que Fernando Haddad prometeu aos investidores lá em Davos.

 

Lula vai bancar a permanência de José Múcio no governo

Publicado em coluna Brasília-DF

A pressão de setores do PT para que o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro seja apeado do Ministério da Defesa foi jogada para escanteio por Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente da República sabe que foi eleito não somente graças ao seu CPF, mas ao conjunto de forças que reuniu em torno de sua candidatura. Múcio, um aliado de 20 anos, com o qual Lula estabeleceu uma relação de confiança absoluta, estava na primeira leva de ministros nomeados e ajudou os governos anteriores do PT em todos os momentos difíceis. Conforme o presidente disse, ontem, a alguns petistas, o momento é de acalmar a parte das tropas que ainda estão sob tensão, e uma troca de ministro arriscaria criar mais instabilidade.

Os mais ponderados que estão ao lado de Lula entendem que o PT tem razão em estar irritado com o ocorrido em 8 de janeiro, quando as autoridades estiveram sob risco. Afinal, os acampamentos tinham o objetivo de evitar a posse de Lula e, depois que a subida da rampa ocorreu, perderam a razão de ser e deveriam ter sido desfeitos. Agora, diante dos ataques aos Poderes, foram desfeitos na marra. Então, é bola para frente. O que Lula quer, segundo alguns de seus aliados, é que Múcio fique e aproxime as Forças Armadas do governo. Cabe ao PT recolher os flaps. O momento delicado não passou, e é preciso cautela.

A trégua de Renan

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) avisou aos integrantes do partido que não fará pré-julgamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, afastado do cargo por 90 dias pelo Supremo Tribunal Federal. Se Ibaneis convencer o STF de que não houve uma ação deliberada de sua parte, estará salvo do pedido de expulsão do partido.

O périplo de Izalci…
O líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), conversou com líderes do governo Lula para explicar a importância da autonomia do DF. Há o receio de que os ataques às instituições da República e a demora da PM em proteger os edifícios resultem na federalização das forças de segurança do Distrito Federal.

…e a defesa de Ibaneis
“Não acredito que Ibaneis tenha feito qualquer coisa de forma proposital. Faltou a ele apenas humildade para não nomear Anderson Torres”, disse o senador tucano, que, aliás, foi adversário do emedebista na última eleição.

Bolsonaristas também querem CPI
Se até aqui eram os petistas e o governo que defendiam uma investigação parlamentar dos ataques de 8 de janeiro, agora, quem deseja a apuração são os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A deputada Bia Kicis (PL-DF), por exemplo, quer fazer parte do colegiado. Ela acredita que havia infiltrados para fazer baderna.

PL manterá unidade/ O PL, partido de Bolsonaro, não vai rachar, garante Kicis. “Qualquer partido com mais de 10 pessoas tem visões diferentes, é normal. Permaneceremos unidos, afinal, essa é a nossa força. Não haverá a repetição do que ocorreu com o PSL”, afirma a parlamentar.

Pulou o “corguinho”…/ É bom o deputado André Janones (Avante-MG), que pretende ocupar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), parar de acreditar em tudo o que escuta do PT. Dizer no Twitter que José Múcio iria sair do governo foi um gol contra sua indicação.

… e perdeu/ Alguns petistas ouvidos pela coluna foram unânimes em afirmar que Janones não é o nome para essa comissão. A CCJ não é para incendiários, avisam alguns do próprio PT.

Orai e vigiai/ Se o distanciamento social no auge da pandemia foi o novo normal, a Esplanada seguirá carregada de policiais enquanto o governo e os serviços de inteligência detectarem qualquer distúrbio capaz de ameaçar a segurança das autoridades. Hoje, aliás, completa um mês que tivemos carros e ônibus incendiados em Brasília. A cidade de asas e eixos precisa recuperar a sua paz.

STF concordou com intervenção no DF

Publicado em coluna Brasília-DF

Antes de decretar a intervenção federal no DF, o presidente Lula cogitou uma ação via Parlamento, mas, consultados por Lula, ministros do Supremo Tribunal Federal consideraram que o mais rápido para garantir a proteção do patrimônio e a apuração dos atos terroristas de Domingo (9/1) era a intervenção. Afinal, os petistas pediram ao governador Ibaneis Rocha, em dezembro, que desistisse da nomeação de Anderson Torres para a Secretaria de Segurança Pública. Ibaneis considerou uma interferência indevida na sua gestão. Agora, diante da depredação geral dos principais prédios da Esplanada, e do blecaute nas forças de segurança em todos os níveis, a confiança entre Lula e Ibaneis está quebrada e difícil de ser reconstruída.

Em tempo: Embora Ibaneis tenha sido afastado pelo ministro Alexandre de Moraes e ainda tenha pela frente um processo de impeachment, Lula não se envolverá nesse assunto. Depois do pedido público de desculpas, Lula, em princípio, prefere restabelecer a relação com quem estiver no comando do DF.

Acabou a paciência
Os atos terroristas de domingo fizeram com que os defensores da retirada imediata dos bolsonaristas das portas dos quartéis ganhassem a batalha dentro do governo e no Congresso. José Múcio, agora, tem menos de uma semana para esvaziar tudo. “Se o Exército não retirar da sua porta as pessoas que incitam ou participam desses atos terroristas, passará a ideia de conivência com a baderna”, diz o presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB).

Deixe seu recado após o sinal
Veneziano contou à coluna que, por volta de 8h da manhã de ontem, recebeu um telefonema da segurança do Senado preocupado com a possível invasão do Congresso. “Liguei para o Ibaneis e não consegui falar. Quem me atendeu foi Gustavo Rocha, que me disse que eu não precisava me preocupar, porque seria uma manifestação pacífica, de pequeno porte, no máximo, 400 pessoas”, afirma.

Controle de quem?
O presidente em exercício do Senado ainda argumentou: “Mas, estão falando em 100 ônibus. E Gustavo Rocha, então, me disse. Não se preocupe que está tudo sob controle”. Agora, depois do terror nos palácios, Veneziano, que é do mesmo partido de Ibaneis, não tem dúvidas: “Houve uma omissão sem precedentes. Não tem cabimento. É imperdoável”.

E o Planalto, hein?
O Gabinete de Segurança Institucional, que deveria proteger o Planalto, vai passar por um pente fino. Todo serviço de inteligência falhou e nada explica o fato de manifestantes depredarem o prédio e a segurança deixar correr solto, sem sequer um tiro de advertência. Até armas foram roubadas.

Joio & trigo
A PM do DF também vai passar por uma investigação para saber quem foi conivente. Mas nem todos os policiais de serviço no fim de semana podem ser acusados. Muitos saíram feridos, tentando proteger o patrimônio público.

Tchau, férias!/No início da noite de ontem, Ibaneis Rocha já havia decidido a cancelar o período de descanso. Agora, afastado pelo ministro Alexandre de Moraes, vai se dedicar a tentar salvar o próprio mandato.

Frágil Brasil/ Não foi apenas Santos Cruz que se manifestou sobre a tolerância com o extremismo. Em seu Twitter, o ex-governador de São Paulo João Doria foi direto: “Inaceitáveis os atos terroristas em Brasília(…) Ruptura patrocinada e financiada por extremistas bolsonaristas. São criminosos. A desordem expõe o Brasil e sua fragilidade institucional”.

Enquanto isso, no Itamaraty…/O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, passou a tarde ao telefone, em contato com chanceleres de vários países mundo afora. O terror será pauta, inclusive, da reunião da Comunidade dos Estados Latino Americanos e Caribenhos (Celac), no fim do mês, na Argentina. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também está se mobilizando.