Direita em disputa

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Economia, Eleições, Eleições 2026, GOVERNO LULA, Lula, Orçamento, Política, PSD, Senado, STF

Coluna Brasília-DF publicada no domingo, 7 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Crédito: Caio Gomez

O anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Palácio do Planalto ocorreu por dois motivos. O primeiro é que os Bolsonaro perceberam que estavam perdendo o controle do processo. Circularam conversas a respeito de uma ida dos presidentes de partido de centro ao Palácio dos Bandeirantes, convidando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a concorrer ao Planalto. Esse movimento deixaria Tarcísio como um nome de centro. E não do bolsonarismo. Os demais governadores pré-candidatos já são todos do centro — Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Ratinho Júnior (PR). Agora, o bolsonarismo volta ao ringue. E o bordão do momento no grupo familiar é “melhor perder liderando do que vencer liderado” .

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Em segundo lugar, diz-se entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava reinando sozinho, sem que houvesse um adversário mais solto para fazer o contraponto. Afinal, os governadores estão ocupados. Se descuidarem-se de seus respectivos estados, fica ruim. Agora, tem um senador pré-candidato. Se será apenas esse o papel de Flávio Bolsonaro, o tempo dirá (leia as notas ao lado).

A outra disputa

O Progressistas, de Ciro Nogueira, já percebeu um movimento do PSD, de Gilberto Kassab, para tomar seu espaço e seus filiados na janela de 2026. É a vontade de controlar o centro.

O tempo do PL

Muita gente do partido diz que Flávio Bolsonaro tem até março para levantar voo. Se não conseguir, os Bolsonaro oferecerão o nome para uma vice, com o compromisso de indulto a Jair Bolsonaro e anistia.

Ou vai ou racha

Dentro da família, o que se comenta é que, com a candidatura de Flávio, chegou a hora de saber quem na política está com Jair Bolsonaro e quem apenas finge que apoia o ex-presidente.

À la PT

Até março, a briga na direita será semelhante àquela que dominou a esquerda quando Lula estava preso: um grupo queria a candidatura de um nome fora do PT e outro defendia que o partido não poderia ceder espaço. O PT não cedeu e lançou Fernando Haddad. Mesmo que fosse para perder — e foi —, os petistas manteriam seu patrimônio político.

CURTIDAS

Crédito: Divulgação

Tem jogo em solo gaúcho/ Os petistas consideram que nem tudo está perdido no Sul do país. Afinal, Lula obteve 43,6% dos votos no Rio Grande do Sul em 2022. Agora, depois das ações de governo, a avaliação é de que será possível ampliar esse percentual num segundo turno.

Boca de siri/ Mesmo convocado para prestar depoimento no STF, o que se diz no mundo jurídico é que Daniel Vorcaro (foto), o ex-controlador do Master, não pretende comparecer. Ninguém gosta de produzir provas contra si mesmo ou contra quem pode ajudar. Se for, será para ficar calado.

É Orçamento e tchau/ Com o ano eleitoral logo ali, os parlamentares planejam votar a Lei Orçamentária Anual (LOA) para sair de recesso. A tensão chegou ao ponto que não dá para votar mais nada.

Hora de leveza/ A jornalista Maria Lúcia Sigmaringa Seixas abre, nesta segunda-feira, a exposição de artes plásticas, no espaço Ivandro Cunha Lima, no Senado, às 19h. Malu Sig apresentará seus trabalhos Olhares desde o Cerrado.

O que interessa à direita para 2026

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, publicada em 1º de maio de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Em suas reuniões mais reservadas, o PL definiu seu objetivo central para 2026: tirar a esquerda do poder e garantir maioria no Senado. No caso do Senado, o ex-presidente Jair Bolsonaro indicará um nome em cada unidade da Federação, uma vez que são duas vagas em disputa nos estados e no Distrito Federal. Porém, para a Presidência da República, só a indicação dele não adiantará. A avaliação é que será preciso ter uma candidatura forte, na ala conversadora, e outra, mais ao centro, que possa, num segundo turno, ser apoiada ou apoiar um nome contra o PT de Luiz Inácio Lula da Silva. Tal como Simone Tebet (MDB) apoiou o presidente, no segundo turno de 2022 — fazendo a diferença em favor do petista —, os conservadores acreditam que podem repetir esse feito contra a esquerda. Quem serão esses candidatos, as pesquisas dirão. A ideia é manter uma boa parceria agora e, lá na frente, falar em nomes. E foi justamente com esse espírito de união conservadora que o PL compareceu em peso — inclusive o presidente Valdemar Costa Neto — à concretização da federação União Progressista, do PP com o União Brasil.

Fulanizar, só depois

Sempre que trabalhava acordos em situações difíceis, o então vice-presidente Marco Maciel, do antigo PFL, primeiro tratava do problema em si, sem levar em conta os nomes. Depois, quando estava tudo mais ou menos acertado, buscavase a pessoa com o perfil mais adequado. O mesmo se dará, agora, no caso da candidatura presidencial para concorrer com Lula.

Fulanizando…

Estão no páreo, pelo bolsonarismo, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e a senadora Tereza Cristina (PP-MS). Mais ao centro, os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite — se sair do PSDB e seguir para o PSD.

Doeu nos votos

Um argumento que pesará fortemente para a abertura da CPI do INSS — e será usado pelos líderes da oposição — é o fato de o estado da Paraíba liderar o ranking do número de aposentados que sofreram descontos em seus benefícios, conforme reportagem do G1. A Paraíba é a terra de Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara. E os deputados de lá estão pedindo uma resposta para dar aos eleitores.

Por falar em CPI…

O escândalo do INSS suplantou a briga pela anistia dentro dos partidos aliados do governo. Esse é o foco daqui para frente, com muito barulho no plenário. A CPI do “roubo dos aposentados” é considerada a maior chance de bater em Lula neste ano pré-eleitoral. Anistia não afeta o governo eleitoralmente.

… nem todas saem

No Senado, o escândalo dos descontos não autorizados nas aposentadorias de milhares de brasileiros serviu para jogar na penumbra o pedido de CPI do Banco Master, apresentado pelo senador Izalci Lucas (PL-DF). Está uma corrida para a retirada de assinaturas.

Ponto sensível

A Associação Brasileira de Bancos Comerciais alerta para o risco de falta de oferta de crédito consignado. De acordo com a ABBC, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) não pautou o tema de revisão do teto de juros da linha de crédito, na reunião desta semana. A associação ressalta que essa demora na mudança da taxa de juros resultou em “forte queda nas concessões líquidas do INSS em todo o segundo Semestre de 2024, reduzindo-se de R$ 12,3 bilhões, em julho de 2024, para R$ 7,7 bilhões em dezembro”.

CURTIDAS

De saída/ Selado o casamento entre PP e União Brasil, o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) avalia mudança de partido. Ainda não definiu para onde ir. Sairá na próxima janela para o Novo, o PSD ou o MDB.

Por falar em casamento…/ Se tem um estado onde está difícil PP e União Brasil se entenderem é a Paraíba. O líder do União no Senado, Efraim Filho, é pré-candidato ao governo estadual. Porém, o vice-governador Lucas Ribeiro, do PP, filho da senadora Daniela Ribeiro, é considerado o candidato natural da federação.

“Quintou” na quarta/ Em plena quarta-feira, considerado o dia mais movimentado do Congresso, a maioria dos deputados saiu bem mais cedo do que de costume. Na parte da tarde, só o deputado Diego Garcia (RepublicanosPR) passeava pelo salão verde com o filho Pedro, de oito anos, que aproveita o feriado para acompanhar o pai no trabalho.

Dia do Trabalho/ Com Lula distante das festas das centrais sindicais, em São Paulo, os eventos tendem a ficar ainda menos atraentes ao público. Há a avaliação no PT de que o sindicalismo escuta mais a massa daqueles que preferem o empreendedorismo à carteira assinada ou tende a perder a influência. Bom feriado a todos.

Bolsonaristas pretendem politizar queimadas na disputa presidencial de 2026

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, publicada em 17 de setembro de 2024, por Denise Rothenburg, 

Enquanto Pablo Marçal se dedica a replicar a imagem da “cadeirada” em suas redes e medir o humor do eleitorado depois da agressão do debate de domingo, os bolsonaristas preferem colecionar as imagens exibidas na TV aberta sobre as queimadas em todo o país. A ideia é catalogar tudo para usar lá na frente, em 2026. O objetivo é usar esse material para dizer que o PT reclamou tanto das queimadas nos tempos de Jair Bolsonaro, mas está vendo a floresta queimando tal e qual ocorreu no passado. No Distrito Federal, por exemplo, a situação nunca foi tão crítica.

Veja bem

O governo age para tentar marcar a diferença de tratamento nesse campo, sobrevoando as áreas atingidas, fazendo reuniões de emergência e mobilizando recursos. Lula fez várias reuniões sobre esse tema, levará o assunto ao discurso nas Nações Unidas semana que vem e pretende lançar um pacote de medidas.

Objeto do desejo

Com o PL mais próximo do líder do Republicanos, Hugo Motta, o PT está tentado a aceitar a proposta dos líderes do PSD, Antonio Brito, e Elmar Nascimento, e ocupar a vice-presidência da Câmara. Porém, nada será definido em meio à corrida eleitoral. O partido de Lula não vai precipitar nada.

Quem avisa…

O governo quer aprovar, pelo menos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 ainda em outubro, tão logo seja conhecido o resultado do primeiro turno das eleições municipais. A avaliação de muitos políticos, porém, é a de que a turma do Planalto pode esperar sentada. A perspectiva é ficar para mais à frente um pouquinho.

… amigo é

Antes de qualquer deliberação sobre a lei que vai nortear a análise do Orçamento de 2025, será preciso que o governo aceite a reforma que os deputados e senadores planejam promover para continuar no comando das emendas. Essa, aliás, será a primeira briga da temporada pós-eleitoral.

Longe de Gilson

Com o prefeito de Recife, João Campos, apontado como vitorioso já no primeiro turno, o ex-presidente Jair Bolsonaro não pretende passar por lá nesta reta final da eleição. Vai priorizar onde as chances de vitória são mais palpáveis e, obviamente, no Rio de Janeiro, base eleitoral dos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro.

Sumiram

Os candidatos Guilherme Boulos, do PSol, e Ricardo Nunes, do MDB, queriam aproveitar o debate de domingo para reforçar a polarização entre eles, mas, depois da “cadeirada”, ficaram em segundo plano. Agora, é tentar recuperar terreno no debate do UOL, hoje.

Exagerou, perdeu

O candidato Pablo Marçal valorizou tanto a cadeirada que levou de Luiz Datena (PSDB). Seus assessores falavam em “costela quebrada”, porém, o boletim médico menciona “traumatismo no tórax”, “sem complicações associadas”.

Por falar em cadeirada

Quando você pensa que o fundo chegou, os políticos cavam mais
um pouquinho. Agora, com as cadeiras parafusadas, vejamos o que eles vão inventar, se a temperatura continuar subindo nos debates paulistanos.

Enquanto a turma aposta na campanha municipal…

O Lide, do ex-governador João Doria, debate nesta quarta-feira, 18 de setembro, a conjuntura atual, o cenário global e o Brasil nesse contexto. À mesa de debates, na Casa Lide, em São Paulo, nomes como o de Ilan Goldfajn, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, e de dois ex-ministros da Fazenda, Henrique Meirelles e Joaquim Levy.

2026 em 2024: senadores querem fortalecer campanha para governador

Ilustração de olho em 2026
Publicado em Política

Pelo menos dois senadores se afastaram do mandato, neste mês, a fim de aproveitar a campanha municipal para fortalecer a posição rumo a uma candidatura de governador daqui a dois anos. Rogério Marinho, do PL, no Rio Grande do Norte; e Efraim Filho, do União Brasil, na Paraíba. A presença ao longo das campanhas municipais, percorrendo dezenas de cidades diariamente, é a forma de ampliar a visibilidade, e é isso que será trabalhado agora. E, de quebra, fazer um afago àqueles que ajudaram na caminhada. Os suplentes que ocuparam as vagas de Marinho e Efraim Filho, respectivamente, Flávio Azevedo e André Amaral, são empresários com atuação no setor da construção civil, tecnologia e agro.

Vale lembrar: com essas posses, sobe para 13 o número de suplentes no exercício do mandato. Há muito tempo não se vê uma bancada tão grande de quem praticamente não apareceu na campanha de 2022.

Daqui para frente…

Se, em 2023, o presidente Lula deixou correr frouxo a eleição para presidentes da Câmara e do Senado, agora, o governo vai prestar mais atenção nos movimentos. Há quem diga que não dá para ficar refém, por exemplo, de atrasos deliberados na análise de medidas provisórias, que sequer têm as comissões instaladas.

… tudo vai ser diferente

Isso não significa que o governo apoiará abertamente candidatos ao comando do Parlamento, mas quer, pelo menos, o cumprimento do devido processo legislativo.

Segurança de olho

O governo federal vai acompanhar de perto as mudanças no Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB), aprovado na última quarta-feira. Afinal, o setor de clubes, por exemplo, especialmente nas proximidades dos Palácios da Alvorada e do Jaburu, residências oficiais do presidente da República e do vice, tem uma extensa área de segurança, que não pode sofrer alterações sem passar por um olhar criterioso de quem trabalha nesse setor.

Estado de atenção

O mesmo vale para o Setor de Embaixadas. A segurança das autoridades estrangeiras não pode ser afetada por mudanças na destinação de áreas que hoje abrigam escritórios e residências de embaixadores. Brasília é uma cidade tombada e não é possível jogar fora o projeto de Lucio Costa. No governo, há quem diga que a legislação aprovada precisará de um olhar criterioso do governo federal para ver o que está ferindo esse projeto.

Lula vai a Sarney/ O presidente Lula aproveitou a passagem por São Luís para fazer uma visita ao ex-presidente José Sarney (foto) e conversar sobre o cenário político e a saúde. Lula e Sarney não dispensam os gestos mútuos de amizade e respeito. Quando Lula deixou o cargo, em 1º de janeiro de 2011, Sarney fez questão de acompanhá-lo no voo até São Paulo, enquanto a República estava dedicada aos primeiros acordes do governo Dilma Rousseff.

Recorde de público…/ O XII Fórum Jurídico de Lisboa, que este ano está com a programação bastante ampliada, teve 2,3 mil inscrições para o evento. Nunca tantos brasileiros e portugueses se registraram para acompanhar os debates.

… e de movimento/ O Fórum promete agitar a cidade, com jantares, almoços e até um show de Toquinho, promovido por um escritório de advocacia de Brasília no restaurante Zazah, de brasileiros.

Minas também tem paella/ Acostumado a promover jantares em Brasília para centenas de pessoas, mesmo depois de terminar o mandato, o ex-deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) comemora o São João em seu sítio, na cidade de Malacacheta, onde já foi prefeito. Fez questão de fazer uma enorme paella mineira para a população que compareceu à festa deste fim de semana.

Bom São João a todos!