A ordem interna no PT, definida ontem durante reunião em Curitiba, é só trocar o candidato se houver certeza da transferência dos votos do ex-presidente Lula para Fernando Haddad. Como os eleitores de Lula ainda não seguiram em direção ao ex-prefeito, fica tudo como está, mesmo depois da decisão do TSE, que rejeitou a candidatura. No momento, só quem perde com isso é Haddad. O ex-presidente e os políticos do PT, de um modo geral, só têm a ganhar. Lula continuará com o partido a serviço da sua defesa. Os candidatos a deputado, senador, governador, em especial os que buscam a reeleição, aproveitam para embalar suas campanhas na tese de Lula perseguido.
Em tempo: Ao que tudo indica, Lula não conseguirá transferir os votos para Haddad de forma automática, sem que se engajar dia e noite na campanha do ex-prefeito. E, preso em Curitiba, fica difícil. Se a dificuldade de transferência persistir, não está descartada a hipótese de deixar anular os votos de Lula, em caso de derrota no recurso do STF. Essa é a tese dos lulistas de raiz. Assim, o partido ganha o discurso de que a eleição foi fraudada. Enquanto não chega a esse extremo, o PT recorre à biologia: o organismo partidário se alimenta de Lula e Lula se coloca como preso político com essa tese sustentada na tevê pelo PT ao longo do horário eleitoral. E Fernando Haddad? Que se contente no papel daquele que é sem ser. Falta, obviamente, combinar com o grupo que está querendo fazer de Haddad candidato para valer.
Alô, servidores!
Apesar da negativa do governo em conceder reajustes salariais aos funcionários públicos, pelo menos, uma categoria está perto de ter uma correção nos vencimentos aprovado pelo Congresso. A proposta que contempla os agentes de saúde está para ser votada na Câmara dos Deputados. E, sabe como é: Se o projeto for à votação nesta semana de esforço concentrado, ninguém vai ficar contra.
Disfarça e sai
Os governistas estão de olho. Se não for para votar os projetos de interesse de governo e sim aqueles que aumentam despesas, os líderes governistas estarão a postos para esvaziar o plenário.
Centrão ameaça MDB
Pela primeira vez na história recente do país, o MDB corre o risco de perder a primazia no Senado. Se as urnas confirmarem as pesquisas e os partidos do chamado centrão se unirem no ano que vem, esse grupo tem tudo para superar o número de senadores do MDB e ficar com o comando da Casa. A consultoria Arko Advice, que analisou o quadro da eleição para o Senado, considera que o Centrão pode somar, no melhor cenário para eles, 30 senadores, enquanto o MDB, no máximo 17. No mínimo, o centrão chega a 15, um a mais que mínimo previsto para o MDB.
CURTIDAS
Contra Dilma, Meirelles defende Temer/ A ex-presidente Dilma Rousseff tentou jogar a culpa do trágico incêndio que consumiu o Museu Nacional nas costas do governo do presidente Michel Temer, de Henrique Meirelles e até do PSDB. A resposta foi direta “Tão lamentável quanto o incêndio é ver gente oportunista tentando tirar proveito da situação para esconder nas cinzas do que sobrou a sua incapacidade de governar”.
De grão em grão…/ O candidato a presidente da República João Amoêdo, do partido Novo, pode até não chegar ao segundo turno, mas no Planalto, há quem diga assim: “O dia que o Meirelles tiver o percentual do João Amoêdo, a gente passa a acreditar na campanha dele”.
Haja esforço/ Os parlamentares estão combinando de só fazer o “esforço concentrado” hoje para, na quarta-feira, voltarem correndo para as bases.
Spa Câmara/ Alguns poucos parlamentares que chegaram a Brasília ontem pareciam aliviados com o sossego da capital. Houve quem dissesse que aproveitará esses dias para descansar da campanha.
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