Categorias: Análise da semana

A semana da verdade

Passado o feriadão, os atores voltam ao campo para uma semana que promete dar uma clareada no conturbado quadro político. A largada desses dias tensos será hoje à noite, quando o PSB reúne quem manda no partido para decidir o destino dos dois deputados que votaram a favor de Michel Temer, quando da primeira denúncia, Danilo Forte e Fábio Garcia. Também estarão sob ameaça de expulsão a líder, Tereza Cristina, e o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho. A ideia dos socialistas é se afastar de vez do governo. Se conseguirem, ficarão menores, uma vez que muitos parlamentares ameaçam sair. Uns porque não querem a influência do presidente do partido nas decisões da bancada. Outros, porque já estavam mesmo arrumando as malas e vão aproveitar a onda.

O quadro de divisão do PSB se repete em outros partidos que têm decisões importantes a tomar em breve. Na terça-feira, a situação do PSDB, por exemplo, deverá ficar um pouco mais clara, com a votação do caso Aécio Neves no plenário da Câmara. A votação, nos conta o presidente em exercício do Senado, Cássio Cunha Lima, será aberta. Ninguém se mostra disposto a passar por um desgaste em defesa do voto secreto. E o PSDB não planeja insistir, até porque no caso do senador Delcídio Amaral, o próprio Cássio pregou o voto aberto. Agora, não fará diferente.

Passada a linhagem dos tucanos, teremos, na quarta-feira, 18, a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Daí, a carta que o presidente enviou hoje a todos os parlamentares, no sentido de pôr um freio nos efeitos da delação do doleiro Lúcio Funaro sobre o voto dos deputados, em especial, quando o assunto chegar no plenário da Câmara, a partir da semana que vem. Temer, além de dizer que é vítima de uma conspiração para tirá-lo do poder, elenca os resultados de seu governo na economia em comparação com os da ex-presidente Dilma Rousseff. Uma forma de dizer aos parlamentares que mudar de presidente agora não seria vantajoso para o Brasil. (leia íntegra abaixo).

A carta é um sinal de que o Planalto está preocupado e resolveu reagir. O presidente dá claros sinais de que não ficará apático, vendo a perspectiva de redução dos votos favoráveis no plenário. Vai trabalhar para que tenha, no mínimo, os mesmos 263 registrados na primeira votação. É por aí que vai girar o bastidor da política até o dia da votação no plenário da Câmara, prevista para 24 de outubro.

Para completar, teremos ainda a cidade lotada de prefeitos, atrás da última semana de prazo para apresentação das emendas ao Orçamento do ano eleitoral, 2018.

A temperatura, no clima e na politica, não dá sinais de viés de baixa.

A Carta de Michel Temer aos parlamentares:

Carta PR Michel Temer (1)

Denise Rothenburg

Compartilhe
Publicado por
Denise Rothenburg

Posts recentes

Não mexam com quem está quieto

Da coluna Brasília-DF publicado em 21 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg Revelado o…

21 horas atrás

Tentativa de golpe provoca racha entre partidos conservadores

Os líderes de partidos mais conservadores se dividiram em relação aos reflexos políticas relacionados à…

2 dias atrás

De legados e fracassos

Da coluna Brasília-DF publicado em 19 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda…

3 dias atrás

Galípolo baixa expectativas de juros do PT

  Da coluna Brasília-DF publicado em 17 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com…

5 dias atrás

Anistia é problema de Lira e vai para o fim da fila

Da coluna Brasília-DF publicado em 15 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda…

7 dias atrás

“Quem quiser nosso apoio, que coloque anistia em pauta”

  Por Denise Rothenburg - A deputada Bia Kicis (PL-DF) afirma que o seu…

1 semana atrás