A senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem dito que, se o MDB assim quiser, ela será candidata a presidente do Senado. Renan Calheiros, que sabe da importância de ser escolhido dentro da bancada, já está em campo para levar de volta alguns senadores para o partido e trabalha em duas frentes: o retorno de senadores ao MDB e, de quebra, o estímulo a potenciais adversários que hoje não têm condições de agregar uma maioria na Casa. Quando perguntado, por exemplo, sobre a candidatura do senador David Alcolumbre, do DEM do Amapá, Renan não titubeia: “Um excelente candidato”.
Os emedebistas que conhecem a fundo a expertise política dos Calheiros respondem com um sorriso maroto. A ordem é insuflar Alcolumbre para tentar inviabilizar as chances de Tasso Jereissati, do PSDB do Ceará, considerado um adversário perigoso.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, já foi aconselhado a ficar fora da briga pelo comando da Câmara e do Senado. Ao não consultar partidos para a composição de seu governo, há quem diga que, onde ele decidir influir, o recado das duas Casas poderá ser uma derrota.E, sabe como é: melhor abraçar um vencedor alheio do que ser obrigado a conviver com um eleito ressentido, de uma campanha contra por parte do governo.
No caso do Senado, houve quem dissesse a Bolsonaro que o melhor mesmo é torcer por Renan Calheiros. É que, com Renan Filho governador de Alagoas, o senador será o último a ficar contra o governo federal.
O jantar que reuniu o PDT do senador eleito Cid Gomes, e a Rede, do senador Randolfe Rodrigues, para trabalhar uma candidatura de Tasso Jereissati (PSDB-CE) ao comando do Senado tem uma sementinha de longo prazo. Cid sonha repetir, em 2022, o que houve em 2002, quando Tasso Jereissati terminou apoiando Ciro Gomes para presidente da República.
O que mais irrita os deputados do PSL é saber que os ministérios ocupados por deputados do DEM são justamente aqueles que dialogam direto com as bases. Afinal, foi na Saúde que o tucano José Serra montou sua campanha em 2002. O PT, no início, não abriu a vaga a ninguém. Da Agricultura, sai a conversa com o setor que movimenta o país. Farão tudo para evitar que a Educação e programas sociais caiam nas mãos de outros partidos.
Guedes, o poderoso/ Além de presidentes dos bancos públicos anunciados ontem, Paulo Guedes é quem dará a palavra final sobre os vice-presidentes das instituições. Há tempos ninguém concentrou tanto poder num governo.
Começaram as maldades/ Nos corredores do Parlamento, há quem diga que o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, passou a dar uma força à candidatura de David Alcolumbre (DEM-AP) para presidente do Senado por motivos familiares. A esposa de Onyx, Denise Veberling, assumiu, em 2016, um cargo comissionado no gabinete do senador. Salário bruto de R$ 8 mil.
Corpo são, mente sã/ Quando Onyx conheceu a esposa, já estava separado havia tempo. Ela tinha sido indicada para personal trainer do então deputado.
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