A chegada do presidente Lula para integrar o comitê anti-impeachment terá o papel de ajudar o governo dentro do parlamento. Aí, avaliam nove em cada 10 políticos, a presença dele será positiva. Mas, para o público externo, o sinal será inverso: é levar para dentro do Palácio do Planalto o nome mais rejeitado nas manifestações do último domingo.
O governo, entretanto, avalia que desgaste por desgaste, a presença de Lula mais ajudará do que atrapalhará. Afinal, ele, a partir de agora, será o centro das atenções e, mal ou bem, tem o dom do trato político. É ali que ele vai atuar.
Périplo
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, passou os últimos dias em rodadas de conversas com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para colocar a posição do governo em relação ao rito de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a ser
definido hoje.
A esperança
O governo reza para tentar matar o pedido de impeachment ainda na Câmara e, aí sim, reformular todo o governo. Falta combinar com os deputados.
Por falar em deputados…
… Aí, ministra Kátia Abreu: a Frente Parlamentar da Agropecuária tem reunião hoje para definir uma posição a respeito do impeachment da presidente Dilma. Até ontem à tarde, 57 parlamentares já haviam confirmado presença.
Marina em gestação
A ex-ministra Marina Silva se posicionou no domingo de forma muito ponderada, defendendo a Constituição e rejeitando qualquer golpe. Tudo para se preservar rumo a 2018 (ou talvez antes) e atrair aqueles desapontados com seu antigo partido, o PT.
CURTIDAS
Conta outra/ José Eduardo Cardozo (foto) gravava uma entrevista na TV Brasil quando o assessor entrou com um telefone. Era a presidente Dilma Rousseff. Por duas vezes, ela telefonou, interrompendo a entrevista. Sem graça, o ministro, ao voltar, apenas respondia: “Despachos de rotina”. Ahã.
Entre quatro paredes…/ Dilma Rousseff ficou furiosa com o fato de o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ter recebido Eduardo Marzagão. São impublicáveis as palavras que ela disse quando viu a notícia de que Marzagão e Mercadante conversaram a respeito de ajuda a Delcídio são impublicáveis.
Sensações I/ O presidente de um partido aliado ao Planalto definia assim a situação do governo: “É como aquele paciente terminal que a família insiste em não desligar os aparelhos. E nós ficamos aqui, esperando um milagre”.
Sensações II/ A oposição também não está nada satisfeita com a atual situação. Embora mantenha a pose em público, há quem diga: “Estamos todos no mesmo barco. Se continuar assim, em 2018, teremos um bravateiro ou um ET”.
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