Denise Rothenburg e Gabriela Vinhal
Uma resolução da direção nacional do PT definiu o apoio ao PSB em Pernambuco, Paraíba, Amapá e Amazonas, e ainda, ao PCdoB, no Maranhão. O mais traumático para os petistas foi Pernambuco, porque significa que a vereadora Marília Arraes não será mais candidata ao governo do estado. O PT pretende ainda formalizar o convite ao PROS para integrar a coligação nacional. O objetivo da reunião e da resolução é dar prioridade absoluta à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto (candidato que ninguém sabe sequer se conseguirá o registro, porque está condenado em segunda instância). Com esse gesto, porém, o PT atingiu um dos objetivos: Afastar o PSB do candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, e reforçar a liberação dos socialistas para apoiar presidenciáveis com viés de esquerda, o que, no fundo atende ao PT. Pelo menos, em sete dos nove estados do Nordeste, o PSB apoiará o candidato a presidente que o PT indicar. As exceções são Sergipe e Piauí. O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, disse ao blog que continuará apoiando Ciro.
A retirada da candidatura de Marília foi jogo combinado entre PSB, PT e PCdoB, que lançou hoje oficialmente o nome de Manuela D’Ávila a presidente da República. O PSB, por sua vez, apoiará o PT em Minas Gerai, leia-se a reeleição de Fernando Pimentel, e retirará a candidatura de Márcio Lacerda ao governo mineiro. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, acaba de convocar uma reunião para comunicar que a direção nacional petista aprovou o apoio à sua reeleição. Nacionalmente, entretanto, o PSB deverá indicar apoio aos candidatos do campo da esquerda, de forma a preservar aqueles que, como Rollemberg, desejam apoiar Ciro.
Resolução
O texto aprovado pela direção petista diz que pretende construir as condições políticas para que uma aliança progressista governe o país em 2019. “A direção do PT desenvolveu intenso diálogo com outros partidos, prioritariamente PSB e PCdoB, com os quais temos vínculos históricos”, diz o documento. Além do PSB e do PCdoB, mais três legendas assinaram um acordo com o PT, por meio de fundações partidárias, do manifesto programático Unidade para Reconstruir o Brasil. A candidatura de Marília Arraes, para o governo de Pernambuco, foi retirada para dar espaço a Paulo Câmara, um dos requisitos para firmar o apoio entre os dois partidos. Mais cedo, os socialistas que ainda estava indecisa sobre qual caminho seguir, decidiram manter a neutralidade. A ideia é que os diretórios estejam livres para fazer as próprias alianças. Ontem, Siqueira recebeu, na sede do partido em Brasília, Gleisi, o presidente do PDT, Carlos Lupi, e a presidente do PCdoB, Luciana Santos. Para negociar uma pauta única da esquerda em âmbito nacional nessas eleições. No entanto, o encontro não chegou a acordo algum.
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