Os pedetistas já fizeram circular entre os partidos de esquerda que seus deputados não votarão em um candidato a presidente da Câmara que venha com a chancela do governo de Jair Bolsonaro. Logo, não apoiará a candidatura do líder do PP, Arthur Lira. Na bancada do PDT pesou o fato de o ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro ter denunciado num grupo de WhatsApp o uso do toma-lá-dá-cá para arregimentar votos em favor de Lira, que tem o apoio e o trabalho do presidente da República. O PDT, partido de Ciro Gomes, não quer ser fiador desse processo. Prefere buscar um outro caminho que ainda não está definido.
A decisão do PDT fez com que os demais partidos de esquerda corressem para tentar avaliar o cenário. A cúpula do PSB, por exemplo, está há horas reunida a fim e tentar fechar um caminho na disputa pela Presidência da Câmara. Socialistas e pedetistas tinham combinado joga juntos na busca de um candidato a presidente da Casa. Mas essa unidade está ameaçada, porque a ala mais pragmática e majoritária do PSB quer apoiar Arthur Lira. Muitos de olho na distribuição de espaços dentro da Câmara e recursos para as prefeituras. Eleito prefeito de Maceió, o deputado JHC defende o apoio a Lira. Afinal, obteve o apoio do PP no segundo turno em Maceió, contra o candidato patrocinado pelo governador Renan Calheiros. A posição do PDT, porém, balançou os socialistas. O fim de semana será de muitas conversas.
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