A tomar pelos discursos proferidos há pouco na reabertura dos trabalhos do Poder Judiciário, é bom quem etiver culpa no cartório da corrupção ficar de olhos bem abertos, porque 2018 promete. Como dise a procuradora, Raquel Dodge, não será um ano de “conforto”. Todos os discursos, sem exceção, foram permeados pela necessidade do respeito às decisões judiciais. Começaram com a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia lembrando que qualquer pessoa pode ser favorável ou desfavorável a uma decisão judicial. “O que é inadmissivel é desacatar a Justiça ou agredi-la”.
O presidente da OAB, Claudio Lamacchia, seguiu na mesma batida, lembrando a todos o início do discurso de Ulysses guimarães ao promulgar o texto constitucional, que completa 30 anos em outubro. O discurso de Ulysses, nada mais atual: “A Nação quer mudar, deve mudar, vai mudar e a Constituição pretende ser a suavoz”.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a última a discursar na rápida cerimônia, fez com que alguns políticos que assistiram a solenidade pela tevê engolirem em seco. “O ano não será de conforto”, disse Raquel, que, como Lamacchia, recorreu a Ulysses, porém de forma ainda mais profunda: “A corrupção é o cupim da República. Não roubar, não deixar roubar e pôr na cadeia quem roube. Eis o primeiro mandamento da moral pública”, citou a discreta procuradora, para, em seguida, dizer com muita tranquilidade que os culpados devem pagar por seus erros.
Pelo visto, se depender, em especial, das duas senhoras da Justiça que discursaram hoje, Cármen Lúcia e Raquel Dodge, a vida de muitos não será fácil nesse 2018. Elas reabriram os trabalhos com vontade e determinação perante as principais autoridades do pais, incluidos o presidente Michel Temer, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira.
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