Servidores públicos estão pra lá de desconfiados da proposta de terceirização aprovada pela Câmara. A avaliação de diversas categorias foi a de que o governo deu um chega pra lá nos concursos públicos (que custam dinheiro), abriu a porta da esperança à contratação de apadrinhados e, de quebra, um portal para essas admissões, sem desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso porque os gastos com os terceirizados muitas vezes não entram nas despesas com pessoal e sim, na prestação de serviços. Atos de protesto virão.
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Em tempo: o governo tem um discurso afinado entre seus mais fiéis escudeiros para responder àqueles que consideraram a terceirização um alerta de que a reforma da Previdência não passa. Não houve tanta mobilização do Planalto para a votação esta semana. Para a Previdência, estão todos trabalhando dia e noite.
Serraglio à deriva
Até os aliados de Osmar Serraglio comentam que o delegado Maurício Moscardi, da operação Carne Fraca, deixou o ministro da Justiça, chefe da PF, no pior dos mundos: se criticar o trabalho da polícia, será acusado de tentar interferir nas investigações. Se defender, dirão que tenta agradar para ver se consegue abrigo. Da parte do governo Michel Temer, a ordem é deixa estar para ver como é que fica.
Menos, Meirelles, menos!
Depois do discurso contra a reforma da Previdência, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, solta a voz contra o aumento de impostos admitido pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Meirelles não pode fazer esse tipo de declaração porque desmerece a credibilidade dele. Ele tem que ser fator de estabilização e não de desestabilização. A maior virtude do Meirelles é a confiança. O Brasil é a 7ª economia do mundo, ele não pode se expor falando: “Se vender uma hidrelétrica, se isso, se aquilo”, disse Renan à coluna.
Menos, Meirelles, menos II
O senador lembra ainda que o Congresso tem ajudado de todas as formas e que, só na repatriação e na devolução dos recursos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foram R$ 150 bilhões. Esse dinheiro seria suficiente para cobrir o deficit. “Há muita improvisação”, completa.
Por falar em Renan…
O ministro Edson Fachin negou aos advogados do senador acesso à delação da Odebrecht. Eles recorreram à 2ª Turma. “A gente tem que se informar pelo Youtube”, ironizou em conversa presenciada pela coluna.
CURTIDAS
Aliança tática/ Crítico da reforma da Previdência, o senador Paulo Paim (foto) (PT-RS) foi chamado para expor sua visão na reunião do PTB que discutiu o tema. Sinal de que não tem alinhamento direto ao projeto do governo.
Apartheid legislativo/ O senador Eumano Ferrer (PMDB-PI) resolveu separar aqueles que têm mais seis anos de mandato daqueles que terminam o trabalho em janeiro de 2019. Na última terça-feira, por exemplo, fez um jantar só para a turma que não será forçada a disputar eleição em 2018. Os “patos mancos”, como dizem os americanos, não foram chamados nem para o café.
Carne Forte I/ Desde que o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) assumiu a primeira vice-presidência da Câmara, os almoços de quarta-feira na casa dele foram transferidos para lá. Dia desses, o presidente da sessão mencionou: “Quem estiver nas comissões e no almoço do deputado Fabinho, compareça ao plenário para votar”.
Carne Forte II/ A crise da carne fez com que o restaurante ganhasse visibilidade, mensagens em defesa dos produtos brasileiros e mais adeptos. Ficou combinado que, a cada quarta-feira, um deputado financiará a comida. Semana que vem, o deputado Sérgio Reis ficou de levar um porco pantaneiro.
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