As declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que o governo não estará com Geraldo Alckmin em 2018 podem parecer desastradas à primeira vista, porém, tiveram um objetivo: ver se levam os tucanos a tomarem uma decisão mais firme em direção à reforma da Previdência. Afinal, se a economia se recuperar mais um pouco, mas não o suficiente para fazer do próprio Meirelles candidato, Alckmin terá toda a chance de obter o apoio do PMDB. Entretanto, se desde já o PSDB se exime de ajudar o governo, não pode querer ser ajudado no ano eleitoral pelos peemedebistas. Simples assim.
Em tempo: o jogo foi entendido, porém, o DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, considera que Meirelles exagerou no tom. Para forçar o PSDB a adotar uma posição, o ministro, que já tem até marqueteiro, jogou 2018 na avenida antes da hora, atropelando o esforço pró-reforma. Agora, o trabalho da semana, que seria contagem de votos e conquista de mais alguns, vai incluir também a tentativa de aplainar o desconforto causado pelas declarações de Meirelles. Nesse caminho, se a reforma da Previdência sobreviver, será um milagre.
Vai assim mesmo
O PT aproveitará a conclusão do voto do relator do processo contra Lula no TRF da 4ª Região para reforçar o discurso de perseguição ao ex-presidente. A ordem é dizer que se o petista for condenado é para afastá-lo da eleição. Porém, ele não deixará de enviar seu recado ao eleitor, ainda que seja por bilhetes do cárcere.
Queimou a primeira
Dentro do PMDB, que vê com simpatia a candidatura de Geraldo Alckmin, há quem diga que só tem um jeito de o presidente Michel Temer recuperar o PSDB para votar a reforma da Previdência: fazer mais um aceno em direção a Geraldo e dar um chega pra lá na candidatura de Meirelles. O gesto precisa vir até amanhã.
Ouro no Pará I
A 6ª Turma do TRF da 1ª Região julga amanhã a ação que suspendeu o projeto de mineração de ouro da empresa canadense Belo Sun no município de José Porfírio, centro-oeste do Pará. O MP e a Funai alegam que o projeto não está adequado para funcionar em área indígena, mesmo a mais de 12km do território protegido.
Ouro no Pará II
Políticos e moradores da região, inclusive indígenas, protestam contra a ação do MP, de olho nos investimentos de R$ 1,2 bilhão calculados pela mineradora, uma das maiores do mundo.
Valeu, Huck!
O Instituto Paraná Pesquisas procurou saber a opinião dos eleitores sobre Luciano Huck desistir de concorrer à Presidência da República. Dos 601 entrevistados, 82,7% consideram que o apresentador acertou. Só 11,9% acham que ele errou. O restante não soube responder. Sinal de que não teria tantos votos assim.
Revolta brasileira I/ O ex-deputado José Lourenço, hoje com 84 anos e disposição para briga como nos velhos tempos de PFL, tomou um susto ao chegar ontem à porta da agência do Banco do Brasil na cidade do Porto. Tudo fechado e um pedido de desculpas. “Eu chorei. De revolta. São 40 mil brasileiros em Portugal sem atendimento do Banco do Brasil”, diz ele, que já enviou um e-mail para o presidente Michel Temer com suas reclamações.
Revolta brasileira II/ Nem em Lisboa o BB manterá sua agência, reduzindo os serviços a um escritório. “Esses altos funcionários do banco que moram aqui não querem trabalhar. Conheço vários empresários portugueses que exportam para o Brasil, para a Argentina, e que jamais foram procurados por um funcionário do Banco do Brasil. Ora, se querem clientes, têm de correr atrás. Não correm porque são preguiçosos!”, diz o ex-parlamentar, que foi colega de Temer na Câmara por quase 20 anos.
Pizza, não, obrigada!/ Os deputados que foram ontem à casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, saíram reclamando do cardápio. A pizza deixou a desejar. Se quiser manter a pauta da reforma da Previdência, dizem alguns, melhor mudar o menu.
História e direito/ Os políticos têm uma maratona de lançamento de livros hoje. Na Biblioteca do Senado, às 18h30, o jornalista Ângelo Castelo Branco lança o livro Marco Maciel, um artífice do entendimento (foto). No mesmo horário, no Espaço Cultural do STJ, o ministro João Otávio Noronha, a jurista Ana Frazão e o procurador do DF Daniel Mesquita autografam o Estatuto Jurídico das Estatais.
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