Quando há sobrecarga num circuito elétrico, o fusível aquece e o filamento queima. Por consequência, estanca a passagem de “eletricidade” naquele circuito. O circuito é o governo Michel Temer. E a sobrecarga, conforme dito nesta coluna ontem, não é Sérgio Machado. É o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. Henrique foi o único ministro que atendeu ao chamado de Eduardo Cunha e deixou o governo Dilma quando Michel Temer ainda não havia embarcado com os dois pés no processo de impeachment. Era considerado um ministro do presidente da Câmara. Agora, com o enfraquecimento de Eduardo, decidiu deixar o governo, porque sabe o que virá.
Henrique era o elo mais forte entre Eduardo e Michel Temer. Foi ele quem introduziu o presidente afastado da Câmara no carteado privê da turma de Michel. Agora, fora do governo, terá o papel de evitar que Eduardo sobrecarregue o Planalto. Resta saber se conseguirá.
Líder na berlinda I
A demora das votações na Câmara começa a ser debitada na conta do líder do governo, André Moura (PSC-SE). Depois da ironia de Alberto Fraga (DEM-DF), ao reclamar do tempo levado para votar uma medida provisória e sugerir ao Planalto que “comprasse outro trator”, começou uma ofensiva palaciana para troca de comando da bancada governista.
Líder na berlinda II
Nos bastidores, há quem diga que Moura é um excelente cumpridor de tarefas. Porém, já houve quem levasse ao Planalto a preocupação com a falta de comando do líder para usar a força e levar a ampla base aliada a vencer rapidamente a obstrução dos petistas.
Enquanto isso, no 3º andar do Planalto…
Mal Henrique Eduardo Alves saiu do gabinete presidencial, onde entregou pessoalmente a sua carta de demissão, o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), que transitava por ali, comentou com um amigo: “Olha, se precisar de ministro, estou à disposição”.
…Sabe como é, se colar…
A bancada do PMDB de Minas Gerais reclama desde o dia da posse que é a turma do “sem ministério”. Pediu a Vale do Rio Doce, mas Michel Temer não deu. Agora, vai apostar no Turismo.
Governador retido I/ Calma, pessoal! Falta de luz no Palácio do Planalto deixou a cancela da saída presidencial travada. O policial do Exército de plantão na guarita olhava para um lado, para o outro e nada de conseguir destravar o sistema elétrico e acionar o manual. O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, que acabara de sair de uma reunião com Michel Temer, esperou quase 10 minutos, e a cancela não abriu.
Governador retido II/ O carro do governador foi obrigado a voltar à garagem do Planalto e sair pelos fundos. Pegou tanto engarrafamento que por pouco ele não se viu obrigado a cancelar uma reunião com evangélicos.
Próxima parada/ Michel Temer pretende ir a Pernambuco na semana que vem. Lá, onde o governador Paulo Câmara já detectou o crescimento da popularidade de Dilma Rousseff, Michel deve visitar obras do Minha Casa Minha Vida ao lado do ministro das Cidades, Bruno Araújo (foto).
E o Renan, hein?/ Há quem diga que essa briga dele com Rodrigo Janot está muito parecida com aquela que Eduardo Cunha travou contra o Ministério Público. E está perdendo.
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