Coluna Brasília-DF
A presença do ministro da Justiça, Sérgio Moro, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado no próximo dia 19 foi definida a dedo. Será uma semana para que ele tenha conhecimento do que falta vir a público. Além disso, caso o ministro consiga pular essa fogueira e seja indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, o Senado será a Casa responsável por selar o seu destino. E, conforme o leitor assíduo da coluna já sabe, se essa indicação fosse feita hoje, o nome de Moro seria rejeitado. Para completar, o fato de ser véspera de feriado pode ajudar a esvaziar a sessão, apesar de todo o ímpeto da oposição em emparedar o ministro.
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A avaliação geral é a de que, depois que Moro chegou ao evento da Marinha ao lado do presidente Jair Bolsonaro e a imagem de todos os oficiais batendo continência ao presidente com o ministro ao lado, o recado está dado: o ex-juiz não sai, como, aliás, a coluna já havia registrado. Agora, se voltará a ser forte, depende mais do ministro, do que vem por aí e da audiência no Senado. A Casa sempre foi uma faca de dois gumes. Houve ministro que saiu de lá para pedir demissão, caso de Luís Carlos Mendonça de Barros, no governo Fernando Henrique Cardoso, ou mais forte, como Dilma Rousseff, quando ministra da Casa Civil de Lula.
Embora mantenha a tese de que o celular do procurador Deltan Dallagnol foi hackeado, a Polícia Federal não descarta a hipótese de uma pessoa com acesso ao grupo de Telegram do procurador tenha vazado as mensagens. Afinal, vingança é um prato que se come frio.
Entre os senadores, prevalece o seguinte raciocínio sobre o episódio envolvendo o ministro da Justiça: se fosse algum político ou ministro de Dilma Rousseff, já haveria uma legião, talvez até o próprio Moro, pedindo que fosse preso.
Os parlamentares vão se dividir em dois grupos para investigar os diálogos entre Moro e procuradores. O deputado Carlos Jordy, do PSL, encabeça um pedido de CPI para apurar quem vazou, enquanto o PDT pede outro para averiguar o conteúdo dos diálogos.
Os ministros estão revoltados com o teor dos diálogos entre Moro e os procuradores. A ordem ali, agora, é ter uma pauta e atitudes que restabeleçam a imparcialidade da Justiça. Nesse sentido, não será surpresa se tomarem alguma decisão colegiada, sem “fulanizar”, que beneficie Lula.
Inimigos íntimos/ É bom o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, abrir o olho. O PSL ajudou a evitar que a sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara votasse o pedido de adiamento da presença dele hoje. Sinal de que nem tudo são flores na relação entre o partido do presidente Jair Bolsonaro e aquele que ocupa o cargo civil mais importante dentro do Planalto.
Tem que ir/ Como o requerimento de adiamento não foi votado, Onyx terá que comparecer hoje para explicar o decreto das armas. E, obviamente, não terá como escapar de perguntas sobre o caso envolvendo o ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Depois de Corpus Christi/ Deputados calculam que será possível votar o parecer da reforma da Previdência em 26 de junho na Comissão Especial, deixando julho para o plenário.
Orai e vigiai/ Cresce a sensação de que será mais fácil aprovar a Nova Previdência sem a inclusão dos estados no texto. Por isso, não dá para os governadores ficarem tranquilos nem depois da apresentação do substitutivo do relator, Samuel Moreira (PSDB-SP).
Crise?/ Até aqui, o governo aprovou quase tudo o que quis. O crédito orçamentário de R$ 248,9 bilhões está aprovado e a reforma da Previdência caminha. Já tem gente dizendo que Jair Bolsonaro só se faz de sonso. E, nessa toada, está mudando a relação com o Parlamento.
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