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Movimentos de maio

Enquanto o vice-presidente Michel Temer prepara a largada de seu governo para meados de maio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trata de colar suas ações aos movimentos sociais ligados ao partido. A ordem é não perder a base com a qual ele tentará erguer uma oposição ferrenha ao futuro presidente. Até nas conversas sobre antecipação das eleições, Lula foi evasivo e disse que antes de adotar qualquer posição, precisaria conversar com os movimentos sociais.

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Para alguns lulistas de carteirinha, o sinal está dado: o petista prefere hoje entregar o governo a Michel Temer por dois anos e meio e usar esse período para tentar reconstruir o PT, de forma a assegurar uma maior competitividade eleitoral. E Dilma nisso tudo? Manterá a cena da mulher injustiçada. Cada qual no seu papel.

Em gestação

Uma das medidas que Michel Temer pretende adotar logo nos primeiros dias é um recadastramento dos beneficiários do Bolsa Família. Nada que afete o objetivo do programa. Apenas para identificar quem recebe o benefício fora dos critérios legais. Muitos já levaram ao vice informações de que, em alguns pontos do país, o projeto tinha um jeitão de “bolsa voto”.

Daniele e Mônica

Daniele Fontelles, sócia da agência de comunicação Pepper que fez delação premiada dentro da operação Acrônimo, teve muito mais a dizer do que Mônica Santana, presa pela Lava-Jato. Há quem diga que a lupa da Acrônimo sobre desvios de recursos do Ministério do Desenvolvimento para a campanha de Fernando Pimentel envolverá
outras agências.

Continhas

Muitos senadores que aparecem como indecisos nos levantamentos dos jornais sobre o placar do impeachment na Casa comentam à boca pequena que são favoráveis à continuidade do processo. Diante disso, a aposta é a de que os dois terços, 54 votos, já estarão garantidos na primeira fase.

Cunha, o necessário?

Nas coxias da Câmara, muitos dizem que o futuro presidente Michel Temer precisará do estilo Eduardo Cunha em seus primeiros dias de governo para fazer tramitar rapidamente medidas econômicas. A ideia é aprovar tudo antes do desfecho do processo contra o presidente da Casa chegar ao plenário.

CURTIDAS

E as vaias não param/ O deputado José Rocha ouviu duas sonoras reprimendas dia desses. Uma no aeroporto Luís Eduardo Magalhães e outra no Iate Clube de Salvador. Ele foi um voto a favor do governo no processo de impeachment de Dilma na Câmara.

Por falar em governo…/ Está cada vez mais comum os parlamentares conversarem sobre governo sempre com a ressalva: “Peraí, de qual governo você está falando, do que está de saída ou do que vai entrar?”

Sintomático/ Os ministros palacianos de Dilma, Jaques Wagner (foto) e Ricardo Berzoini, não fizeram qualquer investida no Senado para a busca de votos pró-Dilma. Os de Michel Temer estão a mil por hora.

Teatro/ Nos bastidores, os aliados da presidente Dilma Rousseff não escondem mais a angústia. Dizem que lutam no Senado a batalha perdida, mas não podem perder a pose.

Denise Rothenburg

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Denise Rothenburg

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