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Milton e o alerta para mudanças climáticas

Coluna publicada em 10 de outubro de 2024, por Carlos Alexandre de Souza, com Denise Rothenburg e Eduarda Esposito

O impressionante rastro de destruição do furacão Milton nos Estados Unidos é o mais novo alerta da força devastadora da natureza em tempos de mudanças climáticas. No Brasil, ainda são recentes os efeitos da temporada de incêndio, bem como a trágica cheia no Rio Grande do Sul. Não faltam motivos para governos enfrentarem de forma definitiva a escalada da crise ambiental no século 21.

Chama a atenção, nos EUA, a mobilização preventiva das autoridades antes da chegada do cataclismo provocado por Milton. O presidente Joe Biden, por exemplo, alertou, ontem e hoje, sobre a necessidade urgente de a população do estado da Flórida abandonar as áreas de risco. O governo estadual também tem se mostrado diligente para evitar mortes.

Está claro que a qualidade e a velocidade da resposta dos poderes públicos a eventos extremos serão, cada vez mais, um fator-chave para mitigar os efeitos de tragédias climáticas. Para apresentar melhores resultados, a coordenação entre União, estados e municípios não deve ser apenas emergencial.

Furacão fake

Assim como ocorreu no Rio Grande do Sul, autoridades norte-americanas tiveram de atuar para conter outra tragédia de nossos tempos: a desinformação. O presidente Biden repudiou as declarações espalhadas por Donald Trump de que a ajuda às vítimas do furacão seria de apenas US$ 750. “Que coisa ridícula de se dizer. Não é verdade”, reagiu o chefe da Casa Branca.

Maldade digital

No Brasil, o governo Lula acionou a Polícia Federal (PF) para investigar fake news na tragédia gaúcha, em maio. Para o ministro Paulo Pimenta, tratava-se de uma ação orquestrada. “O que leva uma pessoa sentar atrás de um computador e produzir desinformação e divulgar isso de forma industrial? É difícil até entender, no meio de uma tragédia, o que leva uma pessoa a fazer uma coisa dessas”, disse, em entrevista.

Estremecidos

A eleição municipal deixou sequelas na relação entre o PP e o PL no Senado, e arrisca rachar estratégias da oposição por lá. O presidente do PP, Ciro Nogueira, disse com todas as letras que o ex-presidente Jair Bolsonaro, aconselhado pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), “cometeu o erro absurdo” de não apoiar a candidatura da prefeita Adriana Lopes (PP) à Prefeitura de Campo Grande. À Globonews, Nogueira disse ainda que pessoas do PL “com projetos pessoais não pensaram no presidente”.

Mágoa eleitoral

Marinho foi coordenador do PL para as eleições municipais. Nogueira chegou a pedir a Bolsonaro que ele apoiasse Adriana, mas não conseguiu convencê-lo. Porém, atribui tudo a Marinho. Agora, com Adriana no segundo turno e Beto Pereira (União Brasil) fora do páreo, a tendência é de o PL ficar com Adriana, que já tem o apoio da senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra de Bolsonaro.

Tributária é desafio

O plano de trabalho da reforma tributária a ser apresentado pelo relator Eduardo Braga (MDB-AM), na semana que vem, ficará no limite para aprovação este ano. E o maestro será o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Se ele sentir firmeza na manutenção das alterações que o Senado fará ao texto, mandará ainda este ano para a Câmara. Caso contrário, ficará para análise no ano que vem.

Muita calma nessa hora

O PSB anunciou apoio a Davi Alcolumbre (União-AP) na disputa para presidente do Senado, mas vai demorar para fazer o mesmo em relação à Presidência da Câmara. O presidente do partido, Carlos Siqueira, tem dito a amigos que o quadro ali ainda está muito confuso para qualquer decisão.

Plano para 2025

A JBS planeja exportar para o Brasil os produtos de suas empresas italianas de presunto San Daniele, parecido com o Parma, porém mais suave e com um processo de fabricação mais elaborado. A ideia é começar essa exportação no próximo ano.

Cooperação internacional

Nos voos da FAB que partem do Líbano com famílias que fogem da guerra, há cidadãos uruguaios e paraguaios. Eles embarcaram a pedido de seus respectivos países. Segundo o Itamaraty, trata-se de um procedimento de praxe em tempos de crises, e que brasileiros também foram ajudados antes por outros Estados. Um trabalho de diplomacia em prol da vida humana.

Jaqueline Fonseca

Subeditora do Correio Braziliense. Especialista em jornalismo investigativo com dez anos de experiência em cobertura de política, economia, judiciário e Cidades.

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Jaqueline Fonseca

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