Categorias: Política

Independência é paz, não guerra

Coluna Brasília-DF, por Ana Dubeux

Kleber Salles/Editoria de Arte/CB

Que voz merece ser ouvida? Neste 7 de setembro, Dia da Independência, o Brasil ouve discursos dissonantes. Enquanto o presidente da República, Jair Bolsonaro, conclama seus apoiadores para protestos contra o Judiciário e defende claramente o armamento da população, há, por outro lado, um esforço coletivo para refundar um Brasil pacífico. Independentemente das ideologias e tendências político-partidárias, pronunciamentos diversos pedem por um 7 de Setembro que retome o sentimento patriótico de defender os mais necessitados, as minorias, a liberdade e a democracia.

O presidente da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor de Oliveira de Azevedo, defendeu a democracia, lembrou uma estatística alarmante — 20 milhões de brasileiros famintos –, pediu uma mudança de hábitos para conviver em harmonia com a natureza e rogou especialmente pelos índios, ameaçados de ter suas terras surrupiadas. O vice-governador do Distrito Federal, Paco Britto, soltou uma nota pedindo paz nas celebrações do 7 de Setembro e lembrou que a independência é resultado da não aceitação do povo brasileiro de ser colonizado.

De matizes diferentes, outros políticos também pediram paz. O ex-presidente Lula lembrou que o 7 de Setembro é um dia para levar esperança aos brasileiros. João Doria, governador de São Paulo, destacou que, no momento em que o país vive sua pior fase desde a ditadura, “não há espaço para flertes autoritários e que precisamos de paz”. Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, chamou a população para retomar suas cores verde-amarelo e que “essa guerra dos nós contra eles é o Brasil pequeno”. Ao que parece, o líder maior da República está isolado em sua estratégia de declarar guerra.

Nova força política

As duas executivas nacionais do PSL e do DEM avançam firmes para se fundirem e formarem um dos maiores partidos do país. No Congresso, terão sete senadores e 81 deputados, tornando-se a maior bancada da Câmara. A força do novo partido terá um alcance nacional de peso: as duas agremiações governam quatro estados e cerca de 550 municípios. O nome da nova legenda ainda não está decidido, assim como quem o presidirá, embora a tendência seja o comando ficar com o presidente do PSL, Luciano Bivar, com ACM Neto como vice.

No quadradinho

Aqui em Brasília, o DEM é comandado por Alberto Fraga; e o PSL pela deputada federal Bia Kicis. Os dois são afinados com Bolsonaro, apesar das recentes rusgas entre Fraga e o presidente.

Dinheiro na mão

Se a fusão dos partidos se confirmar, a estimativa é de que a nova agremiação disponha de algo em torno de R$ 600 milhões de reais para a eleição do ano que vem. Na eleição municipal de 2020 o DEM e o PSL dispuseram de cerca de R$ 330 milhões…

Bandeira imperial

O presidente do Conselho Nacional de Justiça e do STF, ministro Luiz Fux, determinou a retirada da bandeira imperial do mastro principal do pavilhão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul. Fux atendeu a uma representação de integrantes do CNJ, contrários à conduta do presidente do TJMS, Carlos Eduardo Contar. O desembargador ordenou o hasteamento da bandeira do Brasil império entre 6 e 10 de setembro, em homenagem à Independência do Brasil. Na decisão, Fux afirma que a bandeira hasteada não se insere entre os símbolos oficiais do Poder Judiciário brasileiro e que o ato “pretende diminuir os símbolos da República”.

Conectividade nas escolas

O presidente da Frente Parlamentar da Educação, Professor Israel (PV-DF), esteve com o conselheiro Emmanoel Campelo, relator do processo de ajustes do edital 5G. Na reunião, o parlamentar destacou a importância de internet de qualidade nas escolas. “A Anatel deve incluir a política de conexão para as escolas brasileiras no edital”, espera.

MP e as manifestações

Presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, maior entidade do MP no Brasil e na América Latina, com 16 mil associados, o promotor de Justiça Manoel Murrieta dá a tônica de como ele e seus colegas olham para as manifestações do Sete de Setembro. “Toda manifestação política é legítima, desde que pacífica e organizada junto às autoridades competentes, como determina a Constituição. Mas qualquer ação violenta ou que vise subjugar outras pessoas não pode ser tolerada porque não está protegida pelo direito à livre manifestação”.

Casa segura

Parcela importante do eleitorado de Jair Bolsonaro, os agentes de segurança pública receberão um agrado do governo federal na próxima semana. Em evento no Palácio do Planalto, o Ministério da Justiça lançará o aguardado programa habitacional para a categoria. O Habite Seguro terá a Caixa Econômica Federal como operadora única, com linhas de crédito específicas para policiais e outros profissionais da área.

Para todo mundo

Segundo o ministério, o programa vai atender policiais federais, rodoviários federais, penais, militares e civis; bombeiros militares; agentes penitenciários; peritos e papiloscopistas integrantes dos institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação; ativos, inativos da reserva remunerada, reformados e aposentados, bem como os guardas municipais.

De olho em 2022

“Valorizar a segurança pública é uma prioridade do presidente Bolsonaro; e nós seguiremos buscando as mais diversas formas de premiar todos esses profissionais que diariamente se dedicam em prol da segurança e do bem-estar da população brasileira”, disse o ministro Anderson Torres, que espera colher em 2022 os benefícios distribuídos aos colegas de corporação.

Denise Rothenburg

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