A obrigatoriedade de liberação das emendas de bancada por parte do Poder Executivo levou um grupo de políticos a estudar uma forma de manter os financiamentos de projetos culturais diversificados, sem necessariamente precisar passar pelo crivo da secretaria vinculada ao governo federal. A medida é para evitar que projetos apresentados por quem não votou em Jair Bolsonaro terminem perseguidos pelo governo.
Paralelamente, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes, ligado aos movimentos de defesa do cinema brasileiro, avisa que, primeiro, é preciso saber o que vem da parte do Executivo. “Não dá para ficar criticando sem saber o que as pessoas que assumiram pretendem fazer. Da minha parte, vou gastar energia tentando achar um plano executivo de investimento em cultura, um modelo democrático, inclusive com um conselho voltado à cultura popular”, diz ele. A queda de braço nessa área não vai terminar tão cedo.
Diante do que se ouve dos políticos, seja na área cultural ou em outras searas, está cada vez mais claro que o que o Congresso fez em relação à reforma tributária será repetido em todos os campos a partir do ano que vem. Ou seja, começar a discutir os temas de interesse do país, sem esperar que o governo federal tome a iniciativa.
A estratégia vale para a área social, que já tem agenda e grupo de trabalho presidido pela deputada Tábata Amaral (PDT-SP). Vale para a tributária, que o governo chega atrasado. Vale para a cultura. E, agora, vai se consolidar também na definição das prioridades de investimento público. Não por acaso, a coluna alertou, no início do ano, que a obrigatoriedade de liberação das emendas mudaria a forma de o Congresso se relacionar com o Poder Executivo e daria aos parlamentares a preferência de escolha das prioridades do país. Agora, está na hora de colher os primeiros resultados.
O presidente Jair Bolsonaro está decidido a mostrar serviço na área social, a fim de não deixar que o PT tente jogar a população mais pobre contra o governo. O capitão quer ainda evitar que se consolide uma imagem de que a gestão está parada nessa área, enquanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ganha protagonismo.
Prova dessa vontade do presidente são as crescentes solenidades voltadas a ações sociais dentro e fora do Planalto. Nesta segunda-feira, por exemplo, ele abre a semana com um evento na Caixa voltado a pessoas com deficiência, o “Banco da Inclusão”, ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. E fecha o dia com uma solenidade do Dia Internacional do Voluntariado, no Planalto, também com a participação de Michelle.
Limão & limonada/ O deputado Eduardo Bolsonaro já tem a estratégia para o Conselho de Ética. Segundo seus mais fiéis escudeiros, dirá que, como o pai, só foi parar lá por palavras, enquanto outros foram por “corrupção”.
Sempre na cobrança/ As excelências ainda não se deram por satisfeitas com a aceleração no pagamento das emendas ao Orçamento. Querem mesmo são os cargos.
Vou ali/ Esta semana, faço uma pausa aqui, para acompanhar as novidades da alta tecnologia no evento da Amazon Web Services (AWS). Na volta, conto tudo!
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