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Frentes versus partidos

Se eleito presidente da República em 28 de outubro, Jair Bolsonaro pretende substituir o relacionamento com as lideranças partidárias pelo contato direto com as frentes parlamentares. Esse foi um dos principais recados repassados ontem ao comando da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), que levou uma comissão de parlamentares para reafirmar o apoio ao presidenciável. A ordem é discutir propostas com cada frente parlamentar, grupos que, aliás, ganharam mais expressão no Congresso.

Um dos testes de Bolsonaro, se eleito, será conseguir realizar esse projeto. No Congresso, o encaminhamento de votação sempre foi feito pelos líderes partidários. Se as bancadas temáticas quiserem algum poder maior nesse sentido, terão que disputar espaço com os líderes. Será mais uma disputa, entre as tantas que se avizinham para o Parlamento no ano que vem.

UDR perde Agricultura

Jair Bolsonaro aproveitou a conversa com a presidente da Frente Parlamentar de Agricultura (FPA), Tereza Cristina (DEM-MS), e outros integrantes do grupo para reforçar o convite para que, caso seja eleito, eles indiquem alguém do setor para o cargo de ministro da Agricultura,  O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabhan Garcia, estava do lado e não esboçou reação.

Projetos em alta

Na conversa com a FPA, entraram na agenda a demarcação de terras indígenas com aprovação do Congresso e uma lei trabalhista específica
para o setor rural.

Pato novo…

A expressiva votação de Major Olímpio para o Senado fez com que alguns de seus aliados pensassem em fazer dele presidente da Casa. Só tem um probleminha: quem elege a maior bancada tem, por tradição, direito ao cargo. Todos que tentaram quebrar isso sofreram sérias consequências no passado.

…Não mergulha fundo
Aqueles que conhecem o funcionamento do Senado temem que a pretensão do Major crie, desde cedo, um clima de animosidade desnecessário com grandes bancadas. Se Bolsonaro for eleito presidente, conforme apontam as pesquisas de ontem, a intenção de alguns para evitar o confronto é buscar um nome mais palatável dentro do próprio MDB, respeitando a tradição.

Curtidas

E o Perillo, hein?/ As apostas dos tucanos são as de que, no ano que vem, outros integrantes do partido podem ter o mesmo destino de Marconi Perillo, preso ao prestar depoimento ontem. É que hoje, o foro privilegiado só vale para atos cometidos no mandato. Em 2019, mesmo quem se reelegeu, estará em outro mandato.

Olímpio 2022/ O apoio do senador eleito Major Olímpio (PSL) e de Paulo Skaf (MDB) ao governador candidato Márcio França está diretamente relacionado ao prazo de validade. França concorre à reeleição, portanto, tem mais quatro anos de governo, deixando menos um concorrente na roda. Se Doria vencer, poderá disputar um novo mandato.

[FOTO2]
Daciolo é fofo/ O deputado Cabo Daciolo (Patri-RJ) fez sucesso ontem num café à tarde, em Brasília, simpático a todos que fizeram questão de ir cumprimentá-lo. “Paixx!”, dizia ele a todos. A quem quis saber quem ele apoiará no segundo turno, Daciolo dizia apenas que continuava na campanha de desconfiança da urna eletrônica.

Ordem à tropa/ A vantagem nas pesquisas fez o comando de campanha de Jair Bolsonaro entrar num esforço para manter a mobilização. Entre seus aliados, ninguém esquece que o PT ganhou quatro eleições no segundo turno, sendo que a última delas, a de 2014, a divisão do país era muito parecida com a atual.

Denise Rothenburg

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