As primeiras horas desta manhã depois de uma noite de conversas, reduziu a raiva que alguns ministros do Supremo ficaram ontem, quanto Renan descumpriu a decisão judicial __, ainda que fosse apenas uma manifestação monocrática do ministro Marco Aurélio Mello. Assim, a perspectiva de dar uma lição a Renan, afastando-o do cargo, promete ser substituída por um afastamento apenas da função de integrante da linha sucessória da Presidência da República. A ideia é a de que, considerando o pouco tempo que falta para Renan deixar a presidência da Casa, em 1 de fevereiro, seria possível permitir que ele termine esse período, desde que fique explícito que o senador não pode assumir a Presidência da República. Logo, por ser réu, Renan, se instado a assumir o comando do país, teria que repassar essa função para o próximo, ou, seja o presidente do Supremo Tribunal Federal, atualmente capitaneado pela ministra Cármem Lúcia.
A solução, se confirmada, desmoraliza as instituições brasileiras um pouquinho mais. Passa ao cidadão comum a ideia de que qualquer um pode dizer ao oficial de Justiça que não precisa atender monocrática de um juiz. Porém, numa visão macro da crise brasileira, com a economia frágil e precisando de votações urgentes no Congresso, em especial, no Senado, permite a retomada da agenda, sem os sobressaltos de deixar o Senado comandado por um PT indisposto a seguir o cronograma fixado para votar a PEC de gastos. Esse acerto, dizem alguns, inclui Renan segurar as suas ironias e não tripudiar mais em cima do Judiciário nesses dias que restam, sob pena de retomar o agravamento da crise entre os Poderes. Resta saber se o indomável senador, presidente do Senado, e, nessa condição,ainda que o presidente do Senado seja integrante da linha sucessória da Presidência da República, Renan ficaria fora. É a crise transformada num suco de Jabuticaba velho jeitinho brasileiro.
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