E Eduardo Cunha entra
No início da tarde de ontem, circulou a notícia de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, conversou com o líder do partido, Leonardo Picciani, para manter o antecessor Henrique Eduardo Alves no governo. Depois de conhecidos os nomes indicados pelo partido, todos os cinco aliados de Cunha (veja os nomes nos posts abaixo), muita gente considerou a conversa entre os dois sobre Henrique apenas jogo de cena. Cunha entrará no governo pelas mãos da bancada, enquanto Henrique ficou “pendurado”, embora setores do partido trabalhem para mantê-lo. Em tempo: há quem diga que esse ingresso de Cunha foi costurado por Lula, o padrinho de Dilma.
Dilma na guerra…
Nunca antes na história de seu governo, a presidente Dilma Rousseff foi tão atuante politicamente. Ontem, ligou pessoalmente para o deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG) para dizer que não havia barreiras ao nome dele para ministro da Saúde. Pela primeira vez, telefonou para a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS). Pediu voto em favor dos vetos. Mencionou ainda o perigo de o dólar subir ainda mais.
…. e sem anteparos
Dilma ligou para outros aliados, como Jader Barbalho, que corre o risco de ver o filho, o ministro Helder Barbalho, da Pesca, fora do governo por causa da perspectiva de extinção da pasta. De Ana Amélia, Dilma ouviu um não. A senadora é certa em favor do aumento dos servidores do Judiciário: “Foi uma proposta enviada por outro Poder. Se não há recursos para o pagamento, eles deveriam ter mandado um reajuste menor”, comentou ela, repetindo o que havia dito à presidente da República. Há tempos, a presidente não se expõe tanto a ouvir negativas.
Barriga de aluguel
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, será apadrinhado pela bancada de senadores, embora tenha sido escolha pessoal da presidente Dilma Rousseff.
Déjà-vu
Fernando Collor de Mello, no início de 1992, praticamente um ano antes do impeachment, levou para o governo o PFL de Jorge Bornhausen (Casa Civil) e Ricardo Fiúza (Bem-Estar Social). Na Justiça, colocou o jurista Célio Borja. Na Fazenda, Marcílio Marques Moreira. O PFL não evitou o impeachment de Collor. Há quem veja a história se repetindo com o PMDB e Dilma. A conferir.
E no TCU…
O ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes, que já cantou aos quatro ventos a possibilidade de rejeição das contas da presidente de 2014, estuda antecipar seu parecer final para não ficar sujeito a pressões e a chantagens de toda a ordem.
Uma aula para quem gosta do Direito/ O UniCeub recebe desde ontem grandes nomes do Direito com o evento Questões Jurídicas Atuais, das 9h30 às 11h30. A abertura do ciclo de palestras ficou a cargo do ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Instituto UniCeub de Cidadania, Marco Aurélio Mello (foto). O encerramento, na quinta-feira, será com o vice-presidente da República, Michel Temer. Hoje, será a vez da ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie.
Te cuida, Dilma!/ Alguns políticos apostavam ontem: “Quem vai segurar Jader Barbalho, caso ele veja o oposicionista Eduardo Cunha tomando conta do governo e Helder Barbalho fora do governo?”
Ninguém segura/ Os próprios políticos consideravam segurar Jader Barbalho uma missão impossível. O senador que já enfrentou Antonio Carlos Magalhães não abaixará a cabeça para Dilma.
Sistema S // O ministro Aloizio Mercadante está decidido a manter o corte de 30% no orçamento do Sistema S, como estabelece medida anunciada pela equipe econômica, mas sinalizou com a possibilidade de abrir mão da retenção de recursos de entidades que assumam as dívidas existentes no Pronatec até o valor de R$ 6 bilhões. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) resiste à proposta, mas uma medida provisória deve estabelecer um parágrafo único prevendo as exceções ao corte.