A tomar pelo pedido que os advogados do senador eleito Flávio Bolsonaro apresentaram ao Supremo Tribunal Federal, a defesa jurídica (e de quem não é investigado, vale lembrar) se sobrepôs à politica. Isso porque, ao pedir o envio do caso da movimentação financeira do ex-assessor Fabrício Queiroz para a esfera do STF, o senador eleito Flávio Bolsonaro arranhou o discurso do “eu não tenho nada com isso”. Politicamente, até aliados do senador consideram que ele errou ao não ir até o MP do Rio de Janeiro prestar os esclarecimentos como testemunha e deixar que o investigado Fabrício Queiroz se explicasse às autoridades competentes e agora erra novamente. Para completar, entrega aos adversários um campo aberto para atacá-lo na arena política, quando começarem os embates no plenário do Senado.
Do ponto de vista jurídico, há quem acredite que Flávio tenha optado por se precaver. Ainda assim, avaliam alguns, a estratégia soa tão desastrada quanto a dos advogados que tentam liberar Lula com base em perseguição política. Afinal, se Flávio Bolsonaro não é réu, nem suspeito e nem fez nada de errado, não há por que recorrer ao Supremo. Ainda mais por um fato ocorrido quando ainda não era senador. Lembrou a alguns estratégias adotadas por advogados que tentaram soltar Lula com um discurso politico, e não técnico.
Por falar em Lula…
Todas as vezes que um aliado do presidente Jair Bolsonaro for criticar o PT pelos malfeitos pelos quais muitos foram condenados nas gestões passadas, os oposicionistas vão constranger Flávio com a história do assessor e o pedido de “proteção” ao STF __ é assim que nos bastidores está se dando a leitura do pedido de suspensão das investigações e anulação de provas ao Supremo e a liminar do ministro Luiz Fux. Flávio, que, ao que tudo indica, queria apenas se precaver do que pode vir no futuro. Mas o resultado foi aguçar a curiosidade de muitos: Por que precisa se proteger numa investigação sobre a qual não está envolvido diretamente, na qual o alvo é um ex-assessor que até gora não explicou os R$ 600 mil que passaram por sua conta. Há quem esteja disposto a cobrar a resposta a essa pergunta já no primeiro discurso do senador eleito, com a frase da velha política: “Vossa Excelência me permite um aparte?”
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