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Cunha sob os holofotes…

A visita ontem ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, fez surgir entre os aliados de Cunha a sensação de que nada caminhará em fevereiro no Congresso em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, ou talvez em março, por causa da necessidade de se esperar a publicação do acórdão sobre o rito do processo. Isso significa que o caso envolvendo Eduardo Cunha reinará sozinho, com todas as manobras novamente expostas, sem que a comissão especial do impeachment funcione para dividir as atenções. O primeiro movimento será a apreciação dos dois recursos apresentados à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para zerar o processo por quebra de decoro no Conselho de Ética. Mais desgaste para o presidente da Casa.

… e no comando

Início de ano sempre é hora de troca de comando nas comissões técnicas, com a indicação pelos líderes e escolha por meio de votação secreta com permissão de candidatura avulsa. Em 2016, entretanto, a ideia de Eduardo Cunha é manter os comandantes dessas comissões, sob a alegação de que o STF pode interferir nas escolhas da mesma maneira que, provocado, intercedeu na formação da comissão especial do impeachment. Assim, Arthur Lira, aliado de Cunha, continuará na CCJ.

Eles gostaram

A má vontade do mercado para com o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, não se reflete entre os congressistas. “Finalmente, alguém que nos dará alguma esperança de conciliar ajuste com desenvolvimento”, comentava o deputado Valtenir Pereira (PMDB-MS).

Agenda futura

Antes de entrar na discussão da reforma da Previdência, o governo quer tirar de cena o pedido de impeachment. Mas a DRU (Desvinculação das Receitas da União) precisará ser aprovada logo, de forma a deixar o governo usar recursos vinculados para cobrir as despesas mais urgentes. A aposta do Planalto é a de que a inclusão de governadores e prefeitos nessa seara vai ajudar.

Dilma em romaria

Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff pretende continuar a agenda de inaugurações e visitas pelo país afora. A ordem no governo é mostrar que ela continua trabalhando pelas pessoas enquanto os parlamentares permanecem em férias.

Tudo ou nada

A defesa que o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, faz a respeito das qualidades do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, pode ser resumida assim: o êxito de Barbosa será o êxito do governo.

Climão I/ O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não gostou de ter que se encontrar com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, sob o olhar dos jornalistas. Sentado de costas para a imprensa, quase sussurrava. Lewandowski, entretanto, não deixou por menos. Repetia a pergunta ou o comentário de Cunha em voz alta para que não houvesse dúvidas.

Climão II/ Lewandowski chegou a se referir como um “exercício de futurologia”, o fato de Eduardo Cunha querer apresentar embargos em 1 de fevereiro, antes da publicação do acórdão, conforme o blog antecipou ontem. Cunha agora está mesmo sem saída: ou segue à risca o que o Supremo fixou para prosseguimento do processo de impeachment, ou terá que esperar até, pelo menos, final de março para a publicação do acórdão.

Revival/ Quem acompanhou a entrevista do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, na última terça-feira, ficou surpreso: “Baixou o Mercadante nele!”, comentaram alguns políticos, referindo-se ao atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Ninguém entendeu por que Wagner se referiu a Michel Temer como traidor nesse momento em que o governo tenta colocar panos quentes na relação com o vice-presidente.

Madrugou à toa/ Ao chegar em Brasília e se deparar com a falta de quorum para a reunião da Comissão de Constituição e Justiça da última terça-feira, o deputado Sandro Alex (foto) reclamou: “Acordei às 3h50 da matina para sair de Ponta Grossa e conseguir chegar aqui a tempo de participar da sessão. Vim só para isso!”, comentou. De lá, o jeito foi correr ao aeroporto e fazer todo o caminho de volta para passar o Natal com a família.

E por falar em Natal…/ Que a sua noite seja repleta de amor, orações e alegrias junto a familiares e amigos. O momento que vivemos requer união e temperança. Feliz Natal a todos!

Denise Rothenburg

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