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Cunha e o impeachment

Os aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, se reuniram e passaram a trabalhar com três cenários para o desfecho do caso das contas na Suíça dentro no Conselho de Ética:
1) Vitória de Cunha sem os votos do PT: ele põe o pedido de impeachment para caminhar.
2) Derrota do presidente da Câmara, Eduardo Cunha: também coloca o impeachment na roda.
3) Cunha escapa com os votos do PT: ele segura o pedido de impeachment.

Ou seja, vai esperar o resultado do Conselho de Ética para depois decidir o que fará com o pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Em tempo: quando houver sessão no Conselho de Ética, os aliados de Eduardo Cunha vão pedir vista do parecer de Fausto Pinato, o que dá ainda mais tempo ao presidente da Câmara. Significa que, até o fim do ano, não acontece nada que dependa exclusivamente do Congresso em relação ao futuro de Eduardo Cunha e de Dilma.

Governo em fúria
Agora sim, Joaquim Levy subiu de vez na corda bamba. Enquanto o governo se mobilizava para tentar derrotar o projeto de limites de endividamento do senador José Serra, Levy foi ao Senado defender o texto. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, sempre paciente, rodou a baiana.

Vitória, mas nem tanto
Em conversas reservadas, até os líderes governistas confessam: a vitória do governo na manutenção dos vetos se deveu mais ao receio de agravamento da crise econômica do que propriamente a uma base homogênea. O descontrole continua. A CPMF, por exemplo, não passa.

E o leilão, hein?
Conforme antecipou a coluna Brasília-DF, o lote D do leilão sobre transmissão de energia não teve interessados. E o lote A, de Minas Gerais, que alguns apostavam que seria procurado, teve apenas um interessado.

Inflamados
Depois do confronto de ontem, os deputados começam a ficar preocupados com as manifestações em frente ao Congresso e a tensão entre os diferentes grupos. Há quem aposte que o conflito dessa quarta-feira foi encomendado para resultar numa ação de retirada do grupo pró-impeachment do gramado em frente ao Congresso.

E a Lava-Jato, hein?/ Diante do acordo de delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez, tem gente em Brasília que não consegue mais dormir. Nem com Rivotril.

Roqueiro irritado/ O fato de o governo conseguir manter vetos importantes não foi suficiente para alegrar o líder no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS). Ele estava num mau humor danado: “Perdi o show do Pearl Jam e nem vi o jogo do Brasil!!”. Para quem não sabe, Delcídio é fã de rock e não perde um grande show no país.

Por falar em Delcídio…/ O senador Roberto Requião (PMDB-PR) não perdoa. Ao perceber Delcídio caminhando à sua frente, foi chamando: “Ei, delírio! Delírio”. Delcídio cumprimentou-o sem levar em conta a provocação. Requião, então, completou: “De governistas aqui temos o Delírio Amaral e o Lindoso Farias”. Referia-se ao senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Apoio a Chico/ A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) passou parte do dia de ontem circulando entre os colegas em busca de uma moção de solidariedade ao deputado Chico Alencar (PSol-RJ), acusado no Conselho de Ética pelo colega Paulinho da Força. Em menos de uma hora tinha conseguido mais de 100 assinaturas.

Ordem do dia/ Hoje tem Pedro Barusco (foto) na CPI dos Fundos de Pensão. Com tornozeleira e tudo.

Denise Rothenburg

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