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Contágio eleitoral

O maior receio do Planalto hoje é o Supremo Tribunal Federal (STF) demorar a enviar a denúncia de Rodrigo Janot contra Michel Temer para a Câmara dos Deputados, a ponto de comprometer a intenção do governo em resolver essa “pendência” antes do recesso de julho. Porém, se ficar para agosto por causa da pausa no Judiciário, vai atravessar o calendário político de preparação para o período eleitoral. Isso, obviamente, gera mais dificuldades para tirar o presidente da enrascada provocada pela delação de Joesley Batista. Arrisca, inclusive, desacelerar ainda mais a economia.
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Por essas e outras, essa semana começará um movimento para que o STF não entre em recesso sem encaminhar tudo para o Congresso. Nas conversas políticas, há quem diga que não dá para os “togados” e os parlamentares saírem de férias deixando o país em suspense.

Loures e o resto
Entre os argumentos dos deputados que trabalham votos pró-Temer na CCJ está o fato de Rodrigo Rocha Loures não apresentar nada contra o presidente. Loures é considerado no meio político o único capaz de provocar um “fato novo” e, por tabela, a queda do atual governo.

O que move os tucanos
Em suas conversas mais reservadas, os tucanos têm revelado a certeza de que o PMDB, ainda que Michel Temer sobreviva, não apoiará o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à Presidência da República e nem o prefeito paulistano, João Doria. O acordo do partido era com o senador Aécio Neves, que saiu da fila.

Sai pra lá!
O PR ligado a Valdemar da Costa Neto não quer Jair Bolsonaro no partido, porque não deseja apostar no incerto para 2018. Ainda que Bolsonaro se apresente bem nas pesquisas, os parlamentares acreditam que o deputado é meio Russomanno: vai bem até um pedaço, mas não leva.

O Hezbollah e o PCC
Relatório apresentado em maio pela Foundation for the Defense os Democracies acendeu o alerta vermelho por aqui. O instituto, com sede nos Estados Unidos e diversas pesquisas sobre democracia, política e terrorismo, aponta o mercado ilegal de tabaco na América Latina como fonte adicional de renda do Hezbollah e o PCC como parceiro comercial do grupo.

De véspera/ O prefeito de São Paulo, João Doria (foto), desembarca amanhã em Brasília para uma rodada de conversas com o empresariado local. Talvez por isso, aliados de Geraldo Alckmin digam desde já que o governador é o candidato natural à Presidência da República no ano que vem.

De antevéspera/ No PT, a ordem é fazer a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva como se a condenação do
ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e os casos envolvendo o ex-presidente fossem assuntos de Marte. Ninguém vai entregar os pontos.

Por falar em entregar os pontos…/ No governo de Michel Temer, a disposição de permanecer no Planalto é semelhante ao ânimo de Lula em se manter candidato.

A culpa é do Eduardo!/ Em conversas reservadas, peemedebistas debitam na conta de Eduardo Cunha o fato de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ser o nome para substituir Michel Temer. É que estava tudo pronto para que Maia fosse líder do governo na Câmara. Cunha insistiu em André Moura, do PSC. Rodrigo terminou acima de Moura, de Eduardo e pronto para assumir o Planalto.

Denise Rothenburg

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