Coincidências & palpites
Em três meses de trabalho, a CPI dos Fundos de Pensão já tem algumas conclusões, a principal delas é o “aparelhamento” de pelo menos três das quatro instituições sob investigação: os presidentes do Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Postalis (Correios) são filiados ao PT. O da Previ (Banco do Brasil) é funcionário de carreira. Dos quatro, apenas a Previ não está deficitária.
Agora, prorrogada por 60 dias, a CPI passará à fase dois, apurar as suspeitas de tráfico de influência. Na lista, três estão presos, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado André Vargas. Houve quem citasse os ex-ministros Antonio Palocci, da Fazenda, e Edison Lobão, de Minas e Energia.
Tarde demais
Na terça-feira, o deputado Fausto Pinato recebeu um telefonema do presidente do PRB, Marcos Pereira, pedindo encarecidamente que não aceitasse a relatoria do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Pinato avisou que, se fosse escolhido não recusaria. A tendência é admitir o processo contra o peemedebista.
Ponto pro governo
O fato de Fausto Pinato não rezar pela cartilha nem de Eduardo Cunha nem do governo Dilma terminou por fazer dele relator do processo contra o presidente da Casa, como aliás, foi antecipado pela coluna. Isso significa que Cunha deve prolongar ainda mais o lusco-fusco em relação aos pedidos de impeachment e continuar jogando com os dois mundos, governo e oposição.
Resta um
Entre os partidos da base governista, as análises políticas do Planalto indicam que o mais “custoso” no momento é o PSD do ministro das Cidades, Gilberto Kassab. E o pior é que os palacianos ainda não conseguem definir o que fazer para agregar a bancada ao governo. Há quem diga que o partido age ora governo, ora oposição.
Deu água
A oposição começa a desistir de apostar na CPI do BNDES. É que ali o PT tem conseguido evitar todas as armadilhas postas pelos deputados tucanos e democratas. Daí, a decisão de centrar fogo na CPI dos Fundos de Pensão.
CURTIDAS
Depois de sentir na pele…/ Alguns petistas registraram: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, só tomou atitudes a respeito de manifestações na Casa depois de ser vítima da chuva de dólares com o rosto estampado. Há alguns meses, um manifestante atirou notas falsas de dólar com o rosto de Lula e de Dilma. Outros, pró-impeachment da presidente, circularam sem qualquer ação por parte da segurança. Agora, todos terão que passar por revistas, exceto deputados e senadores.
…Talvez mude/ A deputada Moema Gramacho (PT-BA) saiu com uma enorme mancha roxa no braço depois de um embate com os manifestantes do grupo pró-impeachment. Só não foi à Polícia Legislativa para exame de corpo delito por causa das votações da quarta-feira. A Casa não tomou qualquer atitude contra o manifestante que agrediu a deputada, quando ela e outros colegas tentaram tirar o painel pró-impeachment do Salão Verde.
Ele não perde a verve/ Depois de soltar um “bom dia, Mercadante” para todos os deputados que passam sem cumprimentá-lo, da mesma forma que fazia nos tempos de Senado, o deputado Heráclito Fortes ( foto ), do PSB-PI, destilava ironia a se referir ao relator do projeto de repatriação, deputado Manoel Júnior (PMDB-PB): “O governo perdeu tempo em cogitar Manoel Júnior para ministro da Saúde. A votação dele é para ministro da Fazenda”, comentou.
Por falar em repatriação…/ Virou voz corrente no plenário que, se for para os detentores de dinheiro lá fora responderem por algum crime por causa da repatriação, não volta um centavo. O duro vai ser convencer o cidadão comum, que trabalha o dia todo e paga seus impostos, de que essa lei não quer dizer que o crime compensa.
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