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Defesa de Lula tenta acelerar recursos no caso tríplex para conseguir semiaberto ou prisão domiciliar

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai jogar em duas velocidades para tentar conseguir o semiaberto ou a prisão domiciliar no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do tríplex, antes de a condenação no processo do sítio ser julgada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A ordem é acelerar no Superior Tribunal Justiça (STJ) e no STF, e apresentar todos os recursos possíveis para postergar a decisão do TRF-4 a respeito do sítio.

O PT espera deixar o ex-presidente pelo menos um tempo em casa e, assim, tentar gravar cenas com Lula para futuro uso eleitoral. A avaliação é a de que Lula, embora duplamente condenado, ainda é o que o partido tem para se contrapor ao governo Bolsonaro a curto prazo. Para 2022, entretanto, a ordem é construir outras lideranças para disputar eleitoralmente com os atuais inquilinos do poder. Afinal, nas conversas mais reservadas, os petistas dizem ter plena consciência de que Lula está fora da disputa política. Porém, não deixou de ser o maior nome que a legenda tem hoje.

A volta do discurso contra bancos

A ideia de um sistema de capitalização para a aposentadoria, defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, será confrontada com um discurso que pega inclusive parte da base do governo: o de que o ministro é um homem de mercado, que deseja tirar dinheiro dos bancos públicos, no caso as contribuições previdenciárias e o FGTS, e jogar nos bancos privados. Obviamente, não é isso, mas é o que a oposição tentará vender para segurar a proposta.

Capítulos separados

A ideia do PSL de transformar o pacote do ministro da Justiça, Sérgio Moro, em teste da reforma da Previdência, não poderá ser levada a cabo de forma tão matemática quanto gostaria o partido. É que, pelo andar da carruagem, será mais fácil conseguir consenso no projeto de Moro do que na proposta previdenciária, que sequer chegou ao Parlamento. Especialmente, se a oposição conseguir colar na proposta de reforma a imagem “jogar dinheiro nos bancos”.

A batalha será nas redes

Já tem gente dizendo que a guerra de comunicação da reforma previdenciária corre o risco de ter como palco principal as redes sociais, e não os plenários da Câmara e do Senado. Até aqui, os deputados estão mais preocupados com selfies e lives nas redes do que propriamente com negociações políticas na Casa. Se seguir nesse ritmo, pior para o governo.

Sinais

O que mais preocupa no momento são as decisões por enquetes, como fez o senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Ao perguntar a seus seguidores quem deveria ser presidente do Senado, ele distorce a representação estadual, uma vez que tem simpatias em outros estados, não apenas em Goiás.

Antigos desafetos/ Antes mesmo de anunciado o resultado da escolha do presidente do Senado, no último sábado, o ex-ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (foto), comentou no grupo de WhatsApp dos deputados do partido: “Renan vai tirar o MDB da Presidência do Senado”.

Quem ri por último/ Renan passou o último ano falando mal de Marun aos quatro ventos, e muitos senadores concordaram com ele. Ontem, entretanto, depois da balbúrdia dos últimos dias, a avaliação do ex-ministro é praticamente um consenso na bancada do Senado.

Por falar em Marun…/ Não foram poucos os deputados que passaram por ele no Congresso e pararam para uma selfie, recorrendo a frases do tipo “você faz falta”. É que, em relação ao Planalto, continuam as reclamações dos parlamentares de falta de atendimento por parte dos ministros.

Alívio no PSL/ A indicação de Flávio Bolsonaro para o cargo de terceiro secretário da Mesa Diretora do Senado foi vista como uma trégua temporária para o filho do presidente. Porém, já ficou claro que a Rede, de Randolfe Rodrigues, e outros que votaram em Davi Alcolumbre não pretendem dar guarida ao senador carioca. Flávio ganhou uma batalha, mas foi aconselhado a não baixar a guarda, porque a guerra não terminou.

Denise Rothenburg

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