Os presidentes dos partidos médios decidiram colocar a eleição de governadores e presidente da República em segundo plano. A prioridade de partidos como o PP, o PR, o PTB e o PRB é a eleição de deputados federais. São os congressistas que vão ditar o jogo na disputa de poder em quase todos os níveis, seja na correlação de forças para composição de governo no futuro, seja na quantidade de recursos que cada partido terá à disposição para se financiar, quando saírem de cena as coligações partidárias.
Nas últimas campanhas eleitorais, esse período de janeiro e fevereiro era usado basicamente no sentido de contactar as maiores empresas para cobrar as promessas de doações capazes de financiar os candidatos a presidente e governador. Agora, buscam quem possa puxar votos e garantir um plantel de deputados. O processo se inverteu e o jogo do poder, também. Quanto ao financiamento das campanhas, o dinheiro está definido. É o fundo eleitoral, aprovado pelos congressistas. Quanto ao jogo dos poderosos, os dois presidentes que não negociaram com o Congresso no passado caíram, Fernando Collor e Dilma Rousseff. Por isso, é no Congresso e, em especial, na Câmara, que todos os partidos estão de olho.
A conta chegou
A pauta da segunda turma do Tribunal de Contas da União para a semana que vem traz uma penca de tomadas de contas especiais em municípios do Nordeste, em especial, Pernambuco. São recursos do Ministério do Turismo destinados a promoção de festas. Os valores gastos variam de R$ 100 mil a R$ 350 mil por município e os prefeitos simplesmente não prestaram contas.
Quando o tarde…
… vira nunca. Alguns desses processos tratam de liberações entre 2008 e 2009, ou seja, há quase dez anos. Técnicos que conhecem o traçado dizem que esses recursos pulverizados, desviados nas prefeituras, são os mais difíceis de recuperar.
Por falar em
processos antigos…
Também está na pauta o julgamento das contas da Agência Nacional do Petróleo (ANP) de 2004, quando Lula era presidente da República e Haroldo Lima comandava a agência.
Decepção tucana
O PSDB de um modo geral está meio frustrado com o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. Inicialmente, achavam que ele faria um debate de projetos partidários, mas, até o momento, Virgílio só fez atacar o adversário interno. Por isso, as apostas são as de que o prefeito ficará cada vez mais isolado.
Na boca do povo/ O governo começa esta semana a campanha “políticos, juízes, empresários, todos aposentando igual a você”. E, abaixo, uma logomarca, “todos pela reforma da Previdência para o Brasil não quebrar”. São várias pessoas do povo, com alertas sobre o risco de acontecer no Brasil o que houve em estados como o Rio de Janeiro.
Na boca do presidente/ No embalo da campanha publicitária, o presidente Michel Temer aproveitará a mensagem de abertura do ano Legislativo. nesta segunda-feira, para convocar os congressistas a aprovarem a reforma. Algo do tipo: chegou a hora, não dá para mais esperar.
“Supimpa”/ Apontado como um ensaio para a campanha presidencial, o discurso do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (foto), não poderá se restringir à gestão em São Paulo. Seus aliados alertam que, se não tomar cuidado, ele corre o risco de reforçar a imagem dos paulistas em detrimento do resto do país.
Sai pra lá/ Há o receio de que Geraldo Alckmin acabe deixando na cabeça do eleitor a mensagem: “lá vem esse paulista dizer que nada aqui presta e só São Paulo que é bom”.
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