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Argumentos finais

Num café da manhã para animar deputados que estavam meio indecisos quanto ao voto pró-impeachment amanhã, o vice-presidente Michel Temer sacou um parecer do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União. O parecer indica que os primeiros decretos orçamentários de Dilma Rousseff de 2015 e os quatro que ele, Michel, assinou ainda estavam dentro da meta fiscal, portanto não representaram pedaladas.

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Do outro lado da península, o ex-presidente Lula telefonava ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, para pedir que ele retirasse os parlamentares do PSB do plenário no domingo. Deu água. Câmara avisou que os socialistas não têm como recuar da posição adotada por sua comissão executiva.

PP abre a porta…

…de saída. Ao fechar questão ontem pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PP quis dar a senha para que seus deputados possam abandonar o governo sem perder os cargos obtidos na semana passada. Macedão, que levou o Dnocs, agora tem discurso para votar contra Dilma.

…e da briga interna

O que embalou essa decisão por parte dos pepistas foi um vídeo em que o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), anunciava, antes da reunião da Executiva, que seu partido daria 12 votos para a presidente Dilma Rousseff. Júlio Lopes (PP-RJ), aliado de Eduardo Cunha, exibiu o vídeo na reunião e o constrangimento foi geral. A decisão do PP, entretanto, avisam alguns, poderá ser contestada na Justiça por descumprir normas regimentais de prazos.

Metas

Entre os motivos para votar em favor do impeachment, o PP apresenta dois: 1 – Mostrar protagonismo em favor de Michel como quem “compra um apartamento na planta” e não sabe se o projeto vai vingar. Assim, esperam um bom ministério ali na frente. 2 – Tentar se afastar da Lava-Jato, que afundou o partido.

O 342

Deputados do DEM, certos da vitória da oposição, comentavam ontem que o 342º voto vai cair para algum deputado da Bahia, justamente onde Dilma tem uma situação mais folgada em termos de votos.

Isolada, eu? Nunca!

A recepção de parlamentares ontem no Planalto, com governadores, a bancada da Bahia e também representantes de outros estados, teve o objetivo de mostrar que o governo não está morto e ainda pode segurar aliados.

CURTIDAS
QG / Foi na casa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que os parlamentares se reuniram na noite de quinta-feira, a fim de fazer a última contagem de votos antes de começar a discussão em plenário.

Aposta maior/ A maioria dos políticos apontava o número do deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG): “Temos hoje 367 a favor, 120 contra e 17 indecisos”

Triângulo das Bermudas/ Assim, os políticos batizaram a península onde está situado o Paládio da Alvorada. Do lado direito de quem se dirige ao Palácio está o Jaburu de Michel Temer. Do esquerdo, o hotel onde Lula está hospedado. E, ao fundo, o Alvorada, residência oficial da presidente da República.

Por falar em Michel…/ O vice-presidente desistiu de ir para São paulo: “Estamos numa guerra. Você não pode se ausentar! É general!”, cobrou um aliado.

E em Dilma…/ Os democratas não gostaram do cancelamento do pronunciamento que Dilma faria ontem: “Fiquei no prejuízo! Mandei comprar 30 panelas de 1,99 para bater enquanto ela estivesse falando”, reclamava o deputado José Carlos Aleluia.

Denise Rothenburg

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