Quem quer muitas coisas ao mesmo tempo corre o risco de ficar sem nenhuma ou restar apenas “a sobra”. É esse o raciocínio que começa a prevalecer no Congresso diante dos pacotes de emendas constitucionais enviados recentemente pelo governo — e inclui aí a reforma administrativa, que chegará em breve e que o governo adiou, dizem as más-línguas, com medo de manifestações em ano eleitoral. O ministro da Economia, Paulo Guedes, que foi bem até a reforma previdenciária, erra feio nesta reta final de 2019. Fala de juros e ajuda o dólar a subir mais um pouco, fala de AI-5 e angaria nova lufada de má vontade do parlamento, gerando ainda mais instabilidade — o que afasta investidores.
Diante dos tropeços, a ideia que prevalece entre os líderes é aprovar, no início do ano que vem, a proposta considerada “emergencial” e discutir o restante de forma gradual. Ou seja, os congressistas não votarão nada a toque de caixa. Está claro que, se esse era o plano B do ministro da Economia, Paulo Guedes, está na hora de ele procurar um plano C.
O documento que o PSB divulgará neste fim de semana, no Congresso, em que tratará da sua autorreforma, é uma espécie de aviso ao PT: ou o partido de Lula reconhece seus erros e busca os aliados com uma postura mais humilde, ou corre o risco de ficar falando de si para si. É que o PSB não se conforma com o fato de ter sido preterido, no passado, para dar lugar ao MDB, ao PP, ao PL e aos demais integrantes do chamado Centrão.
Ao pedir uma audiência ao presidente Jair Bolsonaro, o governador do Rio, Wilson Witzel, põe o capitão em xeque: se Bolsonaro não atender, deixará claro o uso político da Presidência da República, se não negar nada, estará ajudando o adversário de amanhã na corrida presidencial.
Para quem não se lembra, Bolsonaro acusou Witzel de vazar as tentativas de envolvimento de Carlos Bolsonaro com os suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. E, invariavelmente, diz que o governador do Rio só pensa na Presidência da República.
“Toda a crise da América Latina é de desigualdade. Se o Brasil não reduzir a desigualdade, será voo de galinha mesmo”
Elena Landau, economista
Publicação salgada/ O secretário-geral do Aliança pelo Brasil, Admar Gonzaga, tomou um susto quando foi pagar a publicação do estatuto do partido e a ata de fundação no Diário Oficial: R$ 20 mil. Como o partido ainda não tem recursos, o dinheiro saiu do bolso do advogado.
Balanço de mágoas/ A contar pelas declarações do general Santos Cruz à CPI das Fake News, Bolsonaro fechará o primeiro ano com uma coleção de ex-amigos. Até aqui, Gustavo Bebianno, Joyce Hasselmann, Alexandre Frota, Delegado Waldir, Luciano Bivar e por aí vai. Santos Cruz classificou “fritura” de ministros como “coisa de gente desqualificada”, que não sabe “administrar a política”.
Temer resgatado/ O ex-presidente Michel Temer, a cada dia, ganha um elogio aqui e ali. A economista Elena Landau foi direta ao comentar, no debate do Correio, que, graças ao governo dele, a equipe de Jair Bolsonaro não pegou uma situação pior. “Imagina se tivéssemos partido direto da situação do governo Dilma?”
Agenda social idem/ As bandeiras da inclusão social, que a esquerda sempre reivindicou, hoje gritam em todos os campos. “Toda a crise da América Latina é de desigualdade. Se o Brasil não reduzir a desigualdade, será voo de galinha mesmo”, disse Elena Landau.
E a segunda instância, hein?/ Alguém tinha esperanças de que isso seria resolvido nesta reta final de ano no Congresso? Ali, as coisas caminham lentamente e, se a população quiser pressa, que se manifeste, reclame e busque fazer valer a sua vontade. Essa é a beleza da democracia.
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