Dia desses, na tradicional reunião que os partidos do Centrão fazem às quartas-feiras, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu para que levassem o apresentador Luciano Huck. Recebeu sinal verde de todos os partidos presentes — Republicanos, PL, PP, MDB, Avante e Solidariedade. A conversa ainda será marcada, mas a intenção de Maia em chamar o também empresário para uma conversa com tantos partidos, e o aceite geral, mostra que essas agremiações procuram desde já uma alternativa para fugir da polarização PT versus Jair Bolsonaro.
Esses movimentos são considerados para lá de precipitados, uma vez que as premissas para a próxima eleição presidencial ainda não estão postas. Porém, vão virar motivo de preocupação para o governo, porque demonstram um certo desdém com a perspectiva de apoiar a reeleição do presidente da República. Essa atitude de Maia, de colocar Huck na roda dos potenciais aliados de Bolsonaro, associada às declarações de que a agenda de Bolsonaro geraria conflito com o DEM, indica que, se o presidente quiser a reeleição, terá que segurar o PSL. O partido hoje presidido por Luciano Bivar (PE) ganhou musculatura no ano passado graças a Bolsonaro, ao ponto de conquistar a maior fatia do fundo eleitoral e partidário.
Parte das legendas de centro estão empenhadas no que consideram sua primeira missão rumo a 2022: tirar Joice Hasselmann do PSL e fazer dela prefeita de São Paulo, num projeto alternativo ao bolsonarismo. Nesse sentido, as portas do DEM, por exemplo, estão escancaradas para recebê-la.
As apostas de parcela dessas legendas de centro são de que a eleição paulistana ficará entre Joice e o ex-governador Márcio França (PSB). Quanto ao PT, a sensação dos políticos é de que levará uma geração para que a população volte a recuperar a confiança no partido de Lula.
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