Dois fatos levam os parlamentares a separarem as estações, em relação ao caso dos diálogos dos procuradores e do ministro Sérgio Moro. Primeiro, para os petistas, o ato concreto é que quem apresentou a denúncia do triplex no Guarujá sem provas suficientes contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o procurador Deltan Dallagnol, portanto é nele que devem mirar seus canhões. Ainda não tem data para o procurador dar explicações ao Congresso. A ordem é esperar um pouco mais antes de colocá-lo para falar a respeito.
Em segundo lugar, a citação a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nos diálogos, como o caso de Luiz Fux, arrisca provocar uma união dos juízes e fazer com que eles não sejam tão implacáveis com o atual ministro da Justiça. Afinal, Moro, se sair do ministério, não conseguirá mais emplacar no Supremo. Por isso, a prioridade hoje é centrar fogo em que não havia elementos para o Ministério Público pedir a condenação do ex-presidente e que, quem mais forçou a mão foi o procurador. Se isso ficar configurado, melhor para o réu. No caso, Lula.
Deputados e senadores que detêm poder de comando começam a trabalhar para que o governo perca no que consideram acessório, caso do decreto das armas, e vença no prioritário, a economia. E tem um detalhe: os louros devem ficar com o Parlamento, que modificará toda e qualquer proposta.
Área campeã/ Nunca antes na história um ministro da Educação de qualquer governo esteve tantas vezes no Congresso num único semestre. O deputado Professor Israel (PV-DF) garante que, tirando a convocação do ex-ministro Vélez, Abraham Weintraub responderá ao terceiro chamamento.
Padre & missa/ Não são poucos os senadores do Partido dos Trabalhadores dispostos a abusar da ironia quando ele for ao Senado, na semana que vem. “Não vamos fazer o que ele fazia, precipitar condenações”, avisa o senador Jaques Wagner (PT-BA).
Assim caminha o Congresso/ A deputada Bia Kicis (PSL-DF) usou o Twitter ontem para reclamar da obstrução na Comissão de Constituição e Justiça. Ali, sempre foi assim: Minoria obstruir e quem tem maioria acaba com a obstrução. Até agora, o governo não construiu a sua maioria e só vai vencer se negociar.
Gestos & palavras/ Até aqui, não houve um só gesto do presidente Jair Bolsonaro que demonstrasse desprestígio do ministro Sérgio Moro. A ideia de levá-lo ao estádio Mané Garrincha, entretanto, foi considerada mais um teste do que propriamente… aquela força.
Que Santo Antônio nos proteja!
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