Se “colar”…
A semana será destinada a “decantar” as explicações de Eduardo Cunha para suas contas na Suíça e a defesa do governo em relação às pedaladas fiscais. Faltando seis semanas para o fim do ano Legislativo, a prioridade de ambos é pular essas fogueiras. A vida de Cunha está mais difícil. Todas as manifestações públicas a respeito das explicações que ele deu até agora foram de descrédito. Afinal, se não fosse nada ilegal e o dinheiro depositado lá fora fosse de origem lícita, ele não teria motivos para insistir por tanto tempo que não tinha nada a ver com essas contas. O fato de só admitir ligação com esses recursos depois que o processo contra ele desaguou no conselho de ética da Casa soa pra lá de suspeito e dá a sensação de história montada simplesmente para dar discurso aos aliados dele no Conselho.
Quanto ao governo…
O que pega para a presidente Dilma Rousseff essa semana é a greve dos caminhoneiros, pedindo o afastamento dela. O que leva os caminhoneiros a esse movimento são as perspectivas econômicas desfavoráveis. Nada do que o governo fez até aqui parece mudar esse quadro em diversos setores. Para completar, ainda teremos a greve dos petroleiros. Esses dois segmentos podem jogar a economia natalina mais pra baixo do que se espera.
Enquanto isso, no Congresso…
Ok, a vida do governo está ruim no Parlamento, mas o clima melhorou em relação a setembro. A DRU foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça depois de semanas de enrolação e agora segue para a Comissão Especial. Faltam as votações em plenário, onde as vitórias governamentais estão escassas. Ali, o destaque é o projeto de repatriação, algo que o governo deseja aprovar para ampliar a arrecadação. O problema é que, na rede do dinheiro lícito escondido do governo, há quem diga que o projeto permitirá também a repatriação do dinheiro sujo, oriundo de transações ilegais que podem terminar desembarcando aqui sem que seus donos respondam por seus crimes. Esse promete ser o grande debate da semana.
LDO, a prioridade
O governo e Eduardo Cunha vão jogar juntos num tema essa semana: a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. É que esse projeto é o único que impede que a Casa entre oficialmente em recesso. E, sem o recesso oficial, não cessa a contagem dos prazos para Cunha. O governo por sua vez corre atrás do recesso de forma a tirar de cena seus problemas políticos. A CPMF deve ficar mesmo para 2016.
E o defeso…
O governo, conforme antecipou a coluna Brasília-DF, não pretende ficar parado diante da aprovação de um projeto do deputado Silas Câmara. A proposta derrubou a portaria que suspendeu o pagamento do seguro defeso para que se faça um novo recadastramento dos pescadores. Se o Senado não barrar o projeto, o governo irá ao Supremo, alegando que a proposta é inconstitucional.
E o Lula, hein?
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