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“Agora vai”

Os petistas comemoraram a decisão do ministro Edson Fachin de levar o recurso do ex-presidente Lula para a segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na qual os julgamentos sobre soltura de presos da Lava-Jato costumam ter uma chance maior de sucesso. O que enche os petistas de esperança é que quatro dos cinco ministros que integram a segunda turma votaram a favor do habeas corpus de Lula em plenário, no início do mês.
Os petistas estão tão confiantes que já traçaram inclusive alguns planos, como, por exemplo, levar o ex-presidente ao Nordeste, onde a receptividade será muito diferente daquela que Lula encontrou no Sul do país.

Risco total
No Planalto, o ambiente político a partir da derrocada da MP 808, da reforma trabalhista, é considerado preocupante. O principal pilar do governo Michel Temer é apoio congressual para levar projetos importantes adiante, ainda que
tenha deixado de lado a reforma da Previdência. Se não consegue sequer votar uma MP, arrisca perder o lastro
que resta.

Jogo de empurra
O governo aponta o dedo para os congressistas, que, por sua vez, culpam o Poder Executivo pela queda da MP 808. Sinal de que a base não está tão unida quanto parece.

Carta-reforço
A tal carta, em que Lula diz ao partido para ficar à vontade nos movimentos eleitorais, foi vista por setores do partido como um jogo de cena para levar o PT a reforçar a pré-candidatura do ex-presidente. E assim o partido fez. Afinal, ninguém tem dúvidas de que o PT vai rachar no dia em que Lula deixar de ser o candidato. Aliás, já estava rachando.

Alckmin refaz os planos
Havia alguns dias, o ex-governador Geraldo Alckmin se dizia meio constrangido em procurar partidos que têm pré-candidatos a presidente da República para propor alianças. Agora, diante da corrida em que todos conversam com todos, ele mudou de ideia. Vai buscar todos. A prioridade é o DEM, de Rodrigo Maia, que já está de conversa com Alvaro Dias. Há quem diga que a próxima onda será a do senador paranaense. Dias, entretanto, não tem pressa. Seus aliados esperam que essa onda só venha em setembro, precisamente, nas vésperas da eleição.

Segura eles!/ Os comandantes regionais do MDB vão se reunir hoje com o presidente Michel Temer no Alvorada. A ordem é saber como está a montagem dos palanques regionais e promover uma reaproximação entre os diretórios do governo federal.
Só se for no laço/ Em muitos casos, os prefeitos já debandaram. Em São Paulo, há uma maioria com Márcio França (foto) e com a candidatura de Geraldo Alckmin a presidente da República.

Por falar em Márcio…/ O governador paulista tem dito que a ordem dos fatores no partido é a seguinte: primeiro, Joaquim Barbosa terá que dizer se deseja ser candidato. Se quiser, aí caberá à legenda decidir.

Mal ou bem…/ O PSB e seu pré-candidato vão ocupando espaço nesse lusco-fusco, quando os candidatos ainda não estão em campanha, porém, a política gira em torno da eleição. O PSB, que era considerado meio carta fora do jogo, agora, entrou.

Denise Rothenburg

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