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Padrinhos secretos

O governo informará ao Supremo Tribunal Federal (STF) tudo o que foi liberado a partir das emendas do relator ao Orçamento, as famosas RP9, mas, nas respostas, o “padrinho” será o responsável pela relatoria e não o parlamentar que indicou os municípios, serviços e obras beneficiados. Foi a forma que a Casa Civil e a cúpula do Congresso definiram para preservar os seus e ganhar tempo, enquanto trabalha para evitar uma nova CPI do Orçamento.

Os dois grupos da terceira via

Em conversas reservadas, deputados dividem os postulantes que desejam quebrar a polarização entre Jair Bolsonaro e Lula sob o ângulo da capacidade de articulação política. Já levaram o apelido de “os desagregadores” o ex-juiz Sergio Moro; o governador de São Paulo, João Doria; e o ex-ministro Ciro Gomes.

Com eles tem jogo
No rol daqueles que “têm conversa” para composições, ou seja, “os agregadores”, estão o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; e a senadora Simone Tebet. A parlamentar, aliás, é vista como a vice dos sonhos para a maioria dos “desagregadores”. Só não tem jogo ali com Ciro Gomes, porque bate demais no MDB.

Dá um refresco, Arthur
A vontade do governo de prorrogar a desoneração da folha de pagamentos em troca da reforma administrativa ainda não está garantida para este ano. É que, depois da confusão dos precatórios, os deputados vão pedir ao presidente da Câmara, Arthur Lira, uma “pauta mais light” para esta reta final de 2021.

Temporada de ensaios
O momento é de testar e de especular à vontade para ver o que agrada ao eleitor. Lula com ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin de vice, Eduardo Leite com Sergio Moro de vice. Só tem um probleminha: Alckmin gosta da especulação, porque acredita que isso amplia a possibilidade de chamar a atenção dos eleitores e se mostrar capaz de dialogar com todas as forças políticas, quando assumir aquilo que deseja: o governo de São Paulo. E os tucanos preferem esperar para ver se o ex-juiz emplaca.

Por falar em tucanos…
A sete dias das prévias do PSDB, os dois lados consideram que a disputa está acirrada entre Eduardo Leite e João Doria, e todos adotam muito cuidado para apostar em um ou outro. A única certeza é de que, independentemente do resultado, o PSDB não será o mesmo e tende a encolher.

Curtidas

Pense num problema/ Dia desses, um político que se aposentou, mas acompanha tudo a distância, definiu assim a situação do país: “A coisa está tão ruim que deveria inverter: quem perder assume”.

Depois dos precatórios e da CPI…/ A turma aproveitou para relaxar um pouco nas homenagens pelos 70 anos do advogado Inaldo Leitão, ex-deputado federal e ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) aproveitou o sábado de tempo fechado em Brasília para passear no shopping com a namorada. É um político que consegue andar nas ruas. Algo que não é para todos nessa atividade.

Fez sucesso…/… o reality show “O Político”, promovido e idealizado pelo ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), em que jovens interessados no assunto debateram temas polêmicos ao longo de toda a semana. Estiveram em pauta a legalização da maconha e do aborto, simulando um debate eleitoral. No total, foram mais de 10 mil inscritos e 12 escolhidos, com jurados de peso, como o ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-ministro Ciro Gomes. O programa será exibido em breve no canal de Márcio, no YouTube.

Tirada de Cristiana/ A crise no governo Dilma Rousseff estava cada vez maior no setor econômico, e eis que Aloizio Mercadante, então ministro da Casa Civil, passa no corredor do Planalto, em frente a uma sala de espera, onde aguardávamos uma conversa no quarto andar. Cristiana Lôbo, na hora, o abordou. Ele tentando dizer que ainda tinha esperança na derrota do pedido de abertura do processo de impeachment e coisa e tal. Cristiana foi direta: “Ministro, agora você vai virar ‘Mercarrezante’, porque só milagre para evitar a aprovação do pedido na Câmara”. A passagem de Cristiana, na semana passada, sem dúvida, deixou o jornalismo político mais triste. A nós, que tivemos o privilégio de conviver com ela, restam as histórias. Bom domingo e bom feriado a todos.

Denise Rothenburg

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