Crédito: Pedro França/Agência Senado
Da coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg (com Eduarda Esposito)
O ano termina com os Poderes apontando o dedo um para o outro. As últimas operações sobre parlamentares levaram os integrantes do PL a atacarem o filho de presidente Luiz Inácio Lula da Silva, suspeito de ter recebido “mesada de R$ 300 mil” do Careca do INSS, e a citarem a mulher do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o contrato milionário do escritório dela com o Banco Master. Assim, Legislativo, Executivo e Judiciário se atacam, se defendem, mas as explicações ainda deixam a desejar. A ordem nos Poderes, agora, é aproveitar o recesso para preparar as justificativas e ajustar a rota, a fim de dar transparência em todos os níveis e buscar uma pacificação antes do período eleitoral. Quase uma missão impossível.
No sentido de dar transparência, chamou atenção a fala do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), no café com jornalistas, sobre não compactuar com os desvios em apuração pela Polícia Federal (PF), seja de emendas, seja de cota parlamentar para despesas de custeio do mandato. Em 2026, ele tende a manter a direção da Casa equidistante do imbróglio. Afinal, em 513 deputados e 81 senadores, são poucos investigados. A ideia é só se manifestar quando houver abusos. Até aqui, avalia Motta, tudo o que está sob investigação precisa ser explicado.
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O PL de Jair Bolsonaro acredita que haverá novas operações contra seus parlamentares. E eles pretendem manter o discurso de “perseguição política”, adotado pelo líder Sóstenes Cavalcanti (RJ), alvo da operação da PF que investiga desvio de cota parlamentar.
Tal qual o deputado afastado Glauber Braga (PSol-RJ), a turma que invadiu o plenário há seis meses — e até hoje está lépida e fagueira, sem qualquer punição — deve ser submetida a uma suspensão de seis meses do mandato. Assim, a tendência é de que passem o período eleitoral sem precisar pisar na Câmara.
Ao falar que as provas de compra e venda do imóvel estarão nos autos, Sóstenes Cavalcante suscitou mais dúvidas do que respostas sobre os R$ 430 mil encontrados em seu armário. Uma parte do próprio PL ficou desconfiada dessa operação, uma vez que o líder na Câmara não se lembrava, precisamente, quando comprou, nem quando vendeu. Se não convence em casa, vai ser difícil fazer com que a PF acredite na história.
O deputado Arthur Lira (PP-AL, foto) está cansado de, a todo momento, seus opositores tentarem colocá-lo contra o governo. Aliados dele afirmam que o ex-presidente da Casa separa as estações entre o STF e o governo Lula.
A operação da PF contra Sóstenes e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) deixou os governistas de sorriso aberto. Deputados da base de Lula até parafrasearam o ex-presidente Bolsonaro ao comentar o caso. “Quem está fora das quatro linhas tem que ser enquadrado”, disseram à coluna.
Carlos Jordy foi alvo da PF no dia do aniversário da filha. Há uma semana, Mariângela Fialek, a Tuca, assessora do PP, foi vítima de uma operação da PF quando completou 51 anos.
A aprovação do Orçamento foi de forma híbrida… via Zoom. O senador Esperidião Amin (PP-SC) falou de forma remota e acabou desligando a câmera sem querer. O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Efraim Filho (União-PB), pediu o retorno da imagem com muito humor: “Liga aí, essa sua careca é charmosa”, brincou. Amin respondeu: “Queria poupá-lo”. Foi uma gargalhada geral, em meio às negociações de última hora.
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