Os delegados da Polícia Federal darão um voto de confiança ao novo diretor-geral, Rolando Souza. Nem a troca do superintendente do Rio de Janeiro, Carlos Henrique Oliveira, abalou. Isso porque a habilidade de Rolando em convidar o exonerado no Rio para ser o diretor-executivo da Polícia Federal segurou qualquer reclamação.
Agora, se houver alguma insistência em mexer com o grupo de delegados que serve ao Supremo Tribunal Federal, aí sim o delegado Rolando terá os mesmos problemas já vividos por Fernando Segóvia em 2018.
O mesmo vale para possíveis interferências da família Bolsonaro nos inquéritos que correm no Rio de Janeiro e a escolha do futuro superintendente por lá, onde, conforme já noticiou a coluna, um dos nomes fortes é o de Alexandre Saraiva, também amigo da família presidencial. O diretor-geral começa com todos de olho nos seus passos.
Com menos de sete meses de STF, o ministro Celso de Mello está decidido a fechar sua permanência ali com chave de ouro. Isso significa que, se encontrar elementos suficientes para condenar o presidente Jair Bolsonaro nas denúncias de ingerência política na Polícia Federal, assim o fará.
Também é considerado líquido e certo pelos amigos do ministro Celso de Mello que, se não houver provas cabais para levar o processo contra Bolsonaro adiante, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro que se prepare: vai sobrar pra ele.
O presidente está confiante de que, assim como a substituição de Luiz Henrique Mandetta terminou absorvida por uma parcela expressiva dos seus apoiadores, e até mesmo de setores da política, a de Sergio Moro também o será.
O Centrão está disposto a ajudar o presidente, mas a desconfiança em relação ao governo ainda impera. Afinal, da mesma forma que presidente flerta com os extremistas de direita nas manifestações, os deputados apostam que Bolsonaro se voltará contra eles se algo der errado logo ali.
Tapete vermelho/ O fato de Rolando Souza chegar à direção da PF com todos de olho nos seus passos, não significa que será hostilizado pelos colegas. O delegado é considerado cordato, e muito educado, além de um delegado técnico. Não existe óbice em relação a ele, comentam os delegados nos bastidores.
Pelas bordas/ O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), é considerado a maior aposta do governo para ajudar na reaproximação com o DEM. Especialmente, depois de levar o governador Ronaldo Caiado (GO) para conversar com Bolsonaro.
A luz do sol../ … é o melhor detergente. Daí, o pedido da defesa de Sergio Moro para retirada do sigilo do inquérito sobre interferência na Polícia Federal. Esconder, avaliam os políticos, só interessa ao presidente.
… é o melhor remédio/ Enquanto o inquérito não terminar, as peças da política não vão se mover. Irão apenas acompanhar de perto todos os movimentos, em especial aqueles dos extremistas que foram às redes sociais prometer “ação” contra o Parlamento e o STF.
E a quarentena, hein?/ O ex-deputado João Caldas ficou impressionado com o trânsito na região do SIA, em Brasília, segunda-feira. Na avaliação dele, por aqui, o isolamento social acabou. O engarrafamento que presenciou se dá, exatamente, depois da manifestação em que centenas de pessoas ficaram concentradas na frente do Palácio do Planalto, um grande contingente sem máscara e, ainda, agredindo fotógrafos. A coluna se solidariza com os jornalistas Dida Sampaio e Orlando Brito.
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