PT trabalha para segurar o PSB

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, publicada em 17 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

O PT já começou a se movimentar no sentido de segurar seus potenciais adversários no futuro. O exemplo mais vistoso no momento é a sondagem à governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, para se filiar ao partido e concorrer à reeleição. O gesto de chamar a governadora eleita pelo PSDB é visto nos aliados dos petistas como uma forma de o PT tentar evitar que o atual prefeito do Recife, João Campos (PSB), tenha uma avenida para concorrer ao governo estadual no ano que vem. João esteve com Lula esta semana e, inclusive, se colocou à disposição para ajudar o governo no quesito redes sociais.

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Na avaliação de alguns socialistas, a sondagem a Raquel Lyra vai na contramão dessa parceria entre João Campos e o presidente Lula. E representa, no mínimo, uma “descortesia”, conforme avaliam alguns deputados. E no momento em que João se dispõe a ajudar Lula. Os petistas, porém, têm seus próprios planos. O partido já administrou a prefeitura do Recife, mas jamais conquistou o governo do estado de Pernambuco. As derrotas, ora para o PSB, ora para o MDB ou o antigo PFL, ainda estão atravessadas na garganta. Para muitos petistas, não governar o estado que Lula nasceu é mais constrangedor do que sondar Raquel Lyra para ingressar no partido nesses dias em que João Campos e o PSB ajudam o governo.

A nova “missão impossível” de Appy

Engana-se quem pensa que Bernard Appy concluiu seu trabalho na Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária (Sert). Vem por aí a parte da reforma da renda, considerada a mais difícil desse processo. É que, até agora, o Congresso resistiu a quase todas as propostas apresentadas pelo governo nessa seara.

Esquecidos na PEC da Segurança

A PEC da Segurança Pública, apresentada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, nesta semana, ainda não chegou ao Congresso Nacional, mas já poderá sofrer alterações. A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) apontou um grave erro técnico no texto: “A não inclusão da polícia científica, presente em 19 estados brasileiros e parte do sistema de segurança”.

Aprimoramento

Muito atuante, a associação se colocou à disposição do governo para contribuir. “A APCF defende que a proposta seja aprimorada, incluindo explicitamente a polícia científica ou, no mínimo, os Institutos de Criminalística, de Medicina Legal e de Identificação, alinhando-se ao que já está previsto no Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).”

O deficit vai subir

Economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto alerta que o deficit das contas públicas deve subir até 2034. Segundo Salto, a dívida bruta, que foi 76% do PIB em 2024, subirá para quase 83% em 2026 e 95%, em 2033.

CURTIDAS

Crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Vem campanha aí/ O Ministério de Portos e Aeroportos fará uma campanha para que os brasileiros passem a adotar a praxe de muitos estrangeiros, de programar viagens aéreas com mais antecedência. “É cultural no Brasil a compra de passagens com 30, 40 dias. Fora do Brasil, esse costume é com três, quatro, às vezes, seis meses. O preço sai mais em conta quando se compra com mais antecedência”, diz o ministro Sílvio Costa Filho.

Por falar em Silvinho…/ Durante a apresentação a jornalistas, o ministro de Portos e Aeroportos disse, algumas vezes, que determinados projetos iriam caminhar e que já estava definido, “independentemente de quem estiver aqui”. Foi o suficiente para que começasse a se especular que está a um passo de mudar de pasta no governo Lula.

… quem sabe, né?/ Silvinho, como o ministro é carinhosamente tratado por amigos, é considerado uma das apostas de Lula para a coordenação política. Tem trânsito no Parlamento, é paciente e conhecedor do andar da carruagem no Congresso. E, sabe como é, essa frase, somada a um café com jornalistas para fazer um balanço do setor, deixou muitas dúvidas políticas no ar.

Posse na live/ Conforme antecipado pela coluna, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou a devolução do passaporte para o ex-presidente Jair Bolsonaro ir à posse de Donald Trump. O magistrado seguiu a decisão da Procuradoria-Geral da República, assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet (foto). Resta ao ex-presidente assistir pela tevê ou pelas redes sociais.

Pagou, limpou/ O consumidor que quitar as dívidas por meio do Pix no aplicativo terá o nome limpo na empresa Serasa e o score alterado em tempo real, a partir de fevereiro. O Pix, que sofreu tanto esses últimos dias, agora pode ajudar a limpar o seu nome!

Tiraram o bode da sala

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, publicada em 16 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Sem a “medida do Pix” para turvar o cenário, o governo, agora, dedicará esses próximos 15 dias a cuidar do que importa: o Orçamento e os cortes de gastos. Até aqui, não há a certeza de que a Lei Orçamentária deste ano será votada antes do carnaval. Vai depender de conversas entre os líderes e o futuro presidente da Câmara, provavelmente o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). O problema é que, sem orçamento, os investimentos e campanhas que Lula pretende fazer estão bloqueados. O governo sópode usar 1/12 para cobrir suas despesas.

Por falar em Pix…

Vai sair de cena, mas nem tanto. Na reunião em que o presidente concluiu que o melhor seria revogar a instrução normativa da Receita Federal, o governo cogitou, inclusive, editar uma lei para ficar claro que o Pix equivale a transações em espécie e não se pode cobrar taxas sobre esse sistema. O perigo é que, todas as vezes que se mexe em alguma medida relacionada às finanças, sai do Congresso alguma concessão de benesse, o que obriga o Poder Executivo a rever o orçamento e suas fontes de financiamento.

Hora de arrumar o discurso

Lula marcou a reunião ministerial para a próxima segunda-feira a fim de que todos “afinem a viola” para este ano. É um freio de arrumação em termos de projetos para que todos os ministros tenham uma visão do todo. Também servirá para Sidônio Palmeira conhecer os demais colegas de primeiro escalão.

“Posição delicada”

Cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Murilo Medeiros alerta que se o Brasil não tiver uma estratégia consolidada, de firmeza em relação ao regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, pode ter problemas como líder regional. E, para isso, o governo brasileiro precisa ser mais independente do PT. “É imprescindível fincar compromissos com a estabilidade da região e não assistir passivamente a qualquer ameaça vinda do governo Maduro”, adverte.

Deixe mais para frente

O presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), só tratará de federações partidárias depois da eleição para presidente da Câmara, quando o deputado Hugo Motta deve ser eleito. Se for garantir espaço em comissões, o partido pode recorrer aos tradicionais blocos parlamentares.

Café brasileiro no mundo

Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostraram que o país bateu recorde anual de exportação do grão em 2024. Mais de 50,4 milhões de sacas foram vendidas para 116 países, um crescimento de 28,5%, se comparado com 2023, e de 12,8%, quando comparado a 2020.

CURTIDAS

Crédito: Ed Alves/CB/DA.Press

Momento de distensão/ A contar pelo que os parlamentares dizem a respeito do clima ameno para a eleição do futuro presidente da Câmara, sem grandes sobressaltos, o governo terá uma janela para se organizar, ainda que não disponha de uma base ampla em seu favor.

Por falar em paz…/ Não foram poucos os políticos e ministros de Estado que deixaram seus afazeres para ir até Maceió prestar suas condolências ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pela morte do pai, Benedito de Lira. O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), que chegou a brigar com Arthur quando da escolha do candidato para presidente da Casa, fez questão de comparecer.

Talvez não seja uma boa ideia/ Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, publicada ontem, mostra que mais de 65% dos eleitores não querem saber do cantor Gusttavo Lima na política. O que é bom para Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro, que continuam sem a concorrência famosa.

Lavagem do Bonfim/ Hoje é dia de político baiano testar a popularidade, acompanhando a cerimônia de Lavagem do Bonfim, uma tradição que vem do século XVIII. Líderes partidários, como Antônio Brito (PSD) e Elmar Nascimento (União Brasil), e ministros — como o da Casa Civil, Rui Costa (foto) — estarão por lá.

A disputa pelo discurso da democracia

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Crédito: kleber sales

Coluna Brasília/DF, publicada em 15 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

O brasileiro verá, nos próximos dois anos, um estica e puxa entre as várias forças políticas, tentando hastear a bandeira da democracia que embalou a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022. Da parte do centro, a tentativa de tomar essa flâmula das mãos dos petistas começa hoje, com o aniversário de 40 anos da eleição de Tancredo Neves. Ex-presidente do PSDB e adversário de Dilma Rousseff em 2014, o deputado Aécio Neves (MG) lembrou, na entrevista ao Correio publicada na página 2 de hoje, que sempre que o PT percebia alguma desvantagem para seu espaço político, ficava contra os movimentos — tais como na eleição no colégio eleitoral, em janeiro de 1985, e nas medidas de fundação do Plano Real, em 1993, que permitiram a mudança da moeda, em 1994. Esses são pontos que o PSDB e seus aliados prometem explorar, daqui para frente, para mostrar que o PT não topou se aliar a outros para derrotar o regime de exceção de 1964.

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Lula já fez um meia culpa, como o próprio Aécio lembra na entrevista ao Correio. Porém, a história fará parte do discurso do centro daqui para frente. A ordem é não deixar a defesa da democracia, conforme discursarão muitos nos próximos dias e meses, como um ativo do governo e do partido do presidente.

Estações separadas

O publicitário Sidônio Palmeira assumiu a Secretaria de Comunicação do Planalto com a missão de dar visibilidade aos programas do governo. A resolução dos outros problemas, porém, não terá como interferir: orçamento de 2025, emendas parlamentares, inflação e reforma ministerial. Se esses pontos não forem resolvidos no curto prazo, não terá comunicador que dê jeito.

Diferenças

Paulo Pimenta, o ministro que se despediu, saiu defendendo o PT. Sidônio, que entrou, coloca-se como um técnico, sem filiação partidária. É um sinal de que, no quesito comunicação, o governo adotará a neutralidade e olhará a Esplanada como um todo.

Ainda não acabou

A ofensiva contra as bets deve continuar este ano, mesmo com a regulamentação em vigor desde 1° janeiro. É que o vício de muitos brasileiros tem preocupado parlamentares e há vários voltados para a necessidade de prevenção. O deputado Yuri do Paredão (MDB-CE), por exemplo, protocolou um projeto prevê que as plataformas de apostas alertem os usuários sobre os riscos de malefícios à saúde. “O objetivo é aumentar a conscientização sobre os danos do vício em apostas, que podem levar ao endividamento e a sérios problemas emocionais”, observa

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Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press

Venha…/ Tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, quanto o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, querem Gusttavo Lima em seus respectivos partidos. Bolsonaro lançou o cantor sertanejo ao Senado. Caiado, ao governo de Goiás.

… e baixe a bola/ Ambos, Caiado e Bolsonaro, têm um único objetivo: tirar Gusttavo Lima da corrida presidencial de 2026. E até aqui, conforme avisam amigos do cantor, nada está descartado.

A Bahia tem um jeito…/ Além de Rui Costa, da Casa Civil, Sidônio Palmeira também é baiano. No rol de “ministros da casa”, como são chamados os ministros palacianos, à exceção de Alexandre Padilha (Relações Institucionais, foto), todos são nordestinos.

Presença/ Os ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) vão ao sepultamento do ex-senador Benedito de Lira.

Tal pai, tal filho/ O Congresso decretou luto oficial de três dias pelo falecimento do prefeito de Barra de São Miguel, Benedito de Lira, aos 82 anos. Foi o mais votado, em 2010, para o Senado. Depois de oito anos, perdeu, mas não desistiu. Sabia levantar a cabeça e seguir em frente. Seu filho, o deputado Arthur Lira (PP-AL), segue esse legado. A coluna registra aqui os sentimentos à família.

As apostas de Lula

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Crédito: Maurenilson Freire

Coluna Brasília/DF, publicada em 14 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

A solenidade de sanção do projeto de lei que proíbe celulares nas escolas deixou muitos deputados desconfiados de que o presidente Lula colocará cada vez mais o seu ministro da Educação, Camilo Santana, na vitrine como uma opção do PT para o futuro. Camilo é considerado internamente um quadro em ascensão. Foi governador, passou pelas secretarias de Cidades e de Desenvolvimento Agrário de seu estado e é senador licenciado. Aos 56 anos, tem estrada. Dentro do PT, é visto como uma alternativa tal e qual o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, outro que foi ministro da Educação. São hoje os dois nomes na roda, caso Lula desista de concorrer à reeleição. Mas, que fique claro, o presidente não se cansa de repetir que está muito bem. Logo, é candidatíssimo.

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Esses ficam/ Os dois ministros que despontam como promessas futuras do governo não serão expostos à reforma ministerial. Lula ainda não fechou o desenho da equipe para esta segunda metade de seu mandato e aguardará mais uns dias para anunciar mudanças.

Redes sociais, emendas e o STF

Os dois temas continuarão a ter o Supremo Tribunal Federal (STF) como protagonista. No primeiro, o Congresso, em especial a Câmara dos Deputados, enfrenta dificuldades em chegar a um consenso, dada a polarização política. No caso das emendas, porém, embora os congressistas tenham aprovado uma lei, líderes encontram resistência para bater de frente contra o ministro Flávio Dino.

Saúde em debate…

Se tem um setor que vai começar 2025 praticamente acampado no Congresso em busca de socorro é o dos planos de saúde. “Esse segmento chegou a uma curva que não tem mais sustentabilidade, especialmente, por causa da judicialização”, alerta o presidente da Associação Brasileira dos Planos de Saúde (Abramge), Gustavo Ribeiro.

… e na luta

A ordem é atualizar a Lei 9.656, de 1998, que regulamentou o setor. Tal e qual no setor público, a judicialização é considerada um dos pontos nevrálgicos a serem abordados numa revisão da legislação. “Se for na base de uma visão assistencialista, não tem como dar certo. A área da saúde precisa ser refundada a bem do beneficiário e da sociedade. A concessão de um remédio ou terapia que custa milhões desequilibra o setor”, explica Ribeiro, defendendo um pacto social envolvendo todos os setores, a fim de definir que, se for para pagar esses medicamentos, que haja financiamento.

Para todos

O setor público também tem passado pelo mesmo problema. Em alguns casos, os remédios custam quase o que é reservado para sustentar um posto de saúde inteiro. O Judiciário está atento, tanto é que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, sempre coloca essa situação de insegurança jurídica na saúde como um dos desafios da década.

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Crédito: Rosinei Coutinho/STF

Vai ter carnaval/ Além do procurador-geral da República, Paulo Gonet, outros que continuam em Brasília trabalhando neste janeiro chuvoso são os ministros do STF Alexandre de Moraes, Carmén Lúcia, Edson Fachin e… Flávio Dino (foto).

Só o começo/ O prazo para mais transparência nas emendas para as universidades promete se repetir em setores. Nada melhor do que a luz do sol para que se corrijam os malfeitos.

Assim que se faz/ Para a sanção da lei sobre uso de celulares nas escolas, o presidente Lula fez questão de convidar todos os deputados que tinham projetos relacionados ao tema. E se desdobrou em elogios sobre a coragem do Congresso Nacional, ao aprovar o texto.

Vai ampliar/ Lula deseja fazer o mesmo em suas viagens pelo país. A ideia é sempre levar os aliados quando houver alguma inauguração ou lançamento de pedra fundamental Brasil afora.

PSDB impõe condição para fusão

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Crédito: Kleber Sales

Blog da Denise publicado em 11 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Considerada a noiva da vez para reforçar posições de partidos ao centro, o PSDB já estabeleceu as condições para se juntar ao MDB, de Baleia Rossi, ou ao PSD, de Gilberto Kassab. “A condição é ter candidatura própria à Presidência da República”, diz o presidente tucano, Marconi Perillo, à coluna. Em outras palavras: isso significará o afastamento do governo Lula, seja do PSD, seja do MDB. Quem oferecer melhores condições de distanciamento, tem mais chances de ter o PSDB numa incorporação e/ou fusão. Os tucanos eram os adversários históricos do petismo até o surgimento do bolsonarismo. Agora, com a ala mais bolsonarista empurrada para a extrema-direita, o PSDB vê chances de montar um programa para o país e, a partir daí, reforçar alguma estrutura partidária mais ao centro para tentar retomar esse posto de adversário de Lula e do PT, em 2026.

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A ideia dos tucanos é definir tudo ainda em fevereiro. As conversas nos bastidores começaram logo depois das eleições municipais e, agora, chegou o momento de afunilar. Perillo planeja se reunir com Kassab e com Rossi, no final do mês. É a política nos primeiros acordes para a eleição presidencial. E, nesse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que se cuide. Pelo visto, mesmo com reforma ministerial, vai ser difícil manter todos juntos daqui a um ano e meio.

As chances de cada um

Até aqui, o PSD tem uma candidatura à Presidência da República colocada sobre o tabuleiro — o governador do Paraná, Ratinho Júnior. O MDB, não. E a contar pela disposição de Baleia Rossi, esse tema só será tratado a partir do segundo semestre deste ano e discutido em 2026. Logo, quem está mais próximo de fechar um acordo com o PSDB, dadas as condições, é o PSD.

Sem passaporte

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem garantido, nas redes sociais, que estará na posse de Donald Trump, dia 20. Mas é bom se preparar para desfazer a mala, se já estiver montadinha. Nos bastidores do Supremo Tribunal Federal, comenta-se que a chance de ele reaver o passaporte e comparecer à cerimônia, em Washington, é percentualmente próxima de zero.

A pedra no sapato de Lula

A presença de expoentes do PT no encontro do Foro de São Paulo na Venezuela, com apoio explícito a Nicolás Maduro, enfraquece a posição de Lula como interlocutor da democracia na América Latina no cenário internacional. Por mais que o presidente tenha mantido distância da posse do ditador, o fato de ser presidente de honra de um PT que apoia o venezuelano tende a colocar em risco o projeto de se apresentar como pacificador do continente. Terá que se explicar aos líderes mundo afora.

Vai doer no bolso…

Daqui a pouco, terminam as férias e chegam… as contas. E nada está tranquilo. O administrador Marcelo Souza, CEO da Mugo Hub, afirma que a inflação acima do teto da meta vai pesar no bolso das famílias. “Esse cenário força a fazer escolhas difíceis, como reduzir o consumo de carne, comprar opções mais baratas ou, até mesmo, cortar itens de lazer e educação. Além disso, afeta a capacidade de planejamento financeiro. Por causa dos preços imprevisíveis, economizar para o futuro ou investir se torna um desafio”, adverte. Melhor se prevenir.

… do pequeno também

Marcelo Souza alerta, ainda, para o reflexo inflacionário nos pequenos negócios. “O impacto é mais severo: aumento dos custos operacionais e redução do consumo ameaçam a sustentabilidade de muitos negócios”, explica. E enfatiza: “A inflação não é apenas um número. Reflete questões estruturais, como a dependência de commodities, instabilidades políticas e desafios na condução da política monetária”.

CURTIDAS

Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

E o Ibaneis, hein?/ O MDB trata a posição do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (foto), de distanciamento do governo Lula e defesa da candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao Planalto, como um tema para 2026. Uma ala do partido viu a entrevista do governador à Revista Veja como uma tentativa de segurar uma das vagas ao Senado da parte do bolsonarismo.

Juntos e misturados I/ Os líderes do PT, Odair Cunha (MG); do MDB, Isnaldo Bulhões (AL); do PP, Doutor Luizinho (RJ); e do PSB, Gervásio Maia (PB), reuniram-se ao futuro presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), na festa promovida pelo deputado Mersinho Lucena (PP-PB), em João Pessoa.

Juntos e misturados II/ O clima festivo tem se mantido nas conversas de bastidor. Pelo menos até aqui, o ambiente entre Motta e os líderes partidários é ótimo. E indica que não há espaço para surpresas na reta final.

Atenção, gaúchos/ O meteorologista Mozar Salvador, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), acredita que neste ano dificilmente haverá uma catástrofe no nível da que ocorreu no Rio Grande do Sul, em 2024. “As enchentes de maio passado não têm precedente na história. Mas isso não quer dizer que o estado esteja livre de eventos climáticos extremos, com graves consequências este ano”, alerta.

Um sinal da falta de base

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Crédito: Caio Gomez

Blog da Denise publicado em 10 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

A ausência de representantes de peso de partidos aliados no evento do 8 de janeiro foi vista como um sinal das dificuldades que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá para montar uma base política sólida no Congresso, ainda que feche uma reforma ministerial neste mês. Os partidos a quem o PT deu suporte para comandar a Câmara dos Deputados, nesta legislatura, estão para lá de divididos. No caso do PP, embora Arthur Lira (AL) tenha ajudado o governo, o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), não se cansa de dizer que, em 2026, estará na oposição. No caso do Republicanos, o presidente do partido e vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (SP), foi cobrado a manter distância do Palácio do Planalto pela ala oposicionista.

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Além desses dois partidos, o fato de o PT ter dispensado o apoio a Antonio Brito (BA), do PSD, e a Elmar Nascimento (BA), do União Brasil, para presidir a Câmara, deixou as duas bancadas em modo de espera. Se não forem contempladas numa reforma ministerial, Lula dificilmente terá a metade dessas bancadas alinhadas ao governo. E ainda tem a guerra das emendas para temperar a relação do Palácio do Planalto com essas agremiações. A partir de fevereiro, a temperatura vai subir.

Sem refresco 

O PT e seus aliados não terão sequer uma vice-presidência no Legislativo. Tanto a da Câmara quanto a do Senado caberão ao PL de Jair Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto. O Congresso assume, assim, seu perfil de centro-direita.

Operações da Rota e o CNMP

O ex-ouvidor da Polícia no Estado de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva, questiona o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) sobre o comportamento do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que arquivou 17 inquéritos relacionados às operações Escudo e Verão, deflagradas em 2023 e 2024, que resultaram em mais de 28 mortos em comunidades pobres da Baixada Santista.

Reclamações via advogado

Segundo o ex-ouvidor, há nas investigações relatos de desrespeito a protocolos de procedimento da PM em ambas as operações, dispensa de laudos de local e outras arbitrariedades. A Ouvidoria foi impedida de acompanhar as investigações, com aval do MP à época, entre outras irregularidades. O ofício foi encaminhado na forma de pedido de esclarecimento ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, pelo escritório de advocacia Portela, Alves e Silva.

Pedreira para a esquerda

Coordenador de análise política da BMJ Consultores Associados, Lucas Fernandes alerta que a tendência para as próximas eleições presidenciais brasileiras é um fortalecimento das candidaturas alinhadas a pautas conservadoras e nacionalistas. “Essa nova onda global da direita, impulsionada com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, certamente baterá aqui”, avalia.

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Crédito: Reprodução Instagram

Federações e fusões/ A contar pela disposição dos partidos, a ideia de compor federações começará a cair em desuso. Há uma avaliação de que esse “casamento aberto”, com cada um dos líderes cuidando da sua bancada, só favorece os micros. Para os partidos maiores, ou se promove uma fusão ou nada.

Vamos por partes/ O MDB, por exemplo, não quer se federar com ninguém. Se for para se juntar a alguém, será na forma de uma fusão com o PSDB e o Cidadania. Mas, primeiro, esses dois partidos terão que definir como fica a federação que montaram para as eleições de 2022.

O que vem por aí/ Especialistas estão debruçados sobre o texto da reforma tributária aprovado em dezembro pelo Congresso. O professor de direito da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, Rodolfo Tamanaha (foto), por exemplo, acredita que “a simplificação dos tributos não significará menos complexidade”. Para ele, um dos pontos positivos foi a criação de regimes específicos, como planos de saúde e bares e restaurantes. “Gera previsibilidade para esses setores, que têm particularidades e, por isso, poderiam ter dificuldades em seguir as regras gerais”, explicou.

 

 

A ordem dos fatores

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Blog da Denise publicado em 9 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Nos bastidores do 8 de Janeiro, dois temas tiveram destaque: a reforma ministerial que o presidente Lula pretende empreender e a guerra das emendas, que promete provocar tantos embates quanto a reforma tributária sobre a renda. Ambos os assuntos são cruciais para levar o governo ao terreno das entregas à população, com pompa e visibilidade, a fim de garantir sucesso em 2026. A mudança no ministério é um tema que ainda não está mapeado na cabeça do presidente Lula. A avaliação geral é de que a dança das cadeiras não sai antes da eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado.

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Muitos dizem que Lula precisará saber primeiro como ficará a correlação de forças no Parlamento para definir a cara do governo neste “segundo tempo”, expressão usada pelo novo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira.

Fica, ministro

A cadeira destinada ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no ato para marcar o 8 de Janeiro no Planalto, ficava ao centro, praticamente em frente ao presidente Lula. Para muitos colegas de governo, foi um sinal de que o presidente não deseja vê-lo fora do cargo.

“Se a ideia é tomar conta do Orçamento, então que proponham um plebiscito sobre o parlamentarismo. O que ocorre hoje é uma aberração”

Do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), referindo-se à guerra das emendas que vem por aí, com um grupo de parlamentares interessado em transformar emendas de comissão em individuais e/ou de bancada para garantir a liberação obrigatória.

Muito além das redes

Advogado criminalista e especialista em direito constitucional, Vitor Sampaio considera o fim do fact-checking pela Meta “um retrocesso para a moderação de conteúdo e pode ser vertiginosa e fatal, quando já se provou o quanto a mídia social é usada como arma de desinformação”.

“Vandalismo social”

Ele calcula que a ausência de mecanismos de checagem termina por enfraquecer a liberdade de expressão. “A proteção da liberdade de expressão é vital. A checagem de fatos pode ser imperfeita, mas sem uma alternativa confiável contra a propagação de fake news, já vimos que o espaço deixado será preenchido pelo descontrole informacional e pela manipulação de narrativas. Isso não fortalece a liberdade, mas a transforma em instrumento de vandalismo social”, alertou.

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Crédito: Ed Alves/CB/DA.Press

“Eunice e Rubens presentes”/ Na solenidade do 8 de Janeiro no Planalto, quem obteve destaque foram Chico e Juca Paiva, netos de Eunice Paiva, a viúva do ex-deputado Rubens Paiva, morto nos porões da ditadura militar. Chico, 37 anos, é diretor do Departamento de Descarbonização e Finanças Verdes, da Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, do Ministério de Indústria e Comércio. Juca, de 35 anos, trabalha num banco.

Lições em família/ Os dois posaram para fotos e vídeos ao final da solenidade. “Aprendemos com nossa avó que a defesa da democracia e dos direitos humanos é uma luta permanente. E a nunca abaixar a cabeça”, conta Chico, emocionado com a instituição do prêmio Eunice Paiva.

Política na veia/ Chico é filiado ao PSB, foi candidato a vereador em 2020 e perdeu. Agora, no governo, ainda não definiu planos eleitorais. Mas quem o conhece garante que virão.

As agruras de Pacheco/ O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (foto), bem que tenta agradar a todos no Senado. Porém, não consegue fazê-lo com os próprios eleitores. O vídeo publicado nas redes sociais dele, sobre sua luta pela defesa da democracia, rendeu muita insatisfação. Muitos mineiros comentaram que Pacheco está “cavando um ministério com Lula porque não será mais reeleito em Minas”. “Vergonha de Minas, pena que não pode devolver meu voto”, afirmou uma internauta.

A parceria de Sidônio e Janja

Publicado em coluna Brasília-DF
Crédito: Caio Gomez

Blog da Denise publicado em 8 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

O publicitário Sidônio Palmeira chega à comunicação do governo com o aval da primeira-dama Janja para reforçar o time. Ninguém se esquece de que, diante de negativa do ex-presidente Jair Bolsonaro de entregar a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva, foi de Janja a ideia de subir a rampa com representantes da sociedade, na solenidade de posse de janeiro de 2023. Sidônio gostou. De perfil conciliador, tentará organizar os núcleos da comunicação governamental, algo que o político Paulo Pimenta tinha dificuldades de fazer, uma vez que, forjado na luta das tendências internas do PT por espaço de poder, não via como uma prioridade acabar com a dissonância.

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Sidônio terá, ainda, a tarefa de mapear em cada ministério uma boa nova para apresentar ao cidadão-contribuinte-eleitor. Com o olhar publicitário, verá o que funciona e o que precisa ser ajustado. De quebra, será um termômetro para Lula ter clareza de como está cada pasta, para saber o que discutir com os partidos na hora de negociar a etapa da reforma ministerial com aliados (leia mais aqui no Blog).

Onde mora o perigo

A inflação continuará como o calcanhar de Aquiles do governo neste ano. Com o dólar acima dos R$ 6 e as empresas com custos atrelados à moeda norte-americana, a tendência é de aumento de preços nesta largada de 2025, pressionando ainda mais o orçamento das famílias.

Gatos escaldados…

Nem o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nem o da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fizeram muita força para comparecer ao evento que marcará o 8 de janeiro. Além das razões pessoais, têm um motivo político. O fato de o governo Lula puxar a solenidade para si, desde o ano passado.

… têm medo de água fria

Aliados de ambos consideram que, em 2024, o governo Lula puxou o evento para o PT e o Poder Executivo. Ainda que o palco principal tenha sido o Salão Negro do Congresso, o Poder Executivo comandou a organização. O Supremo Tribunal Federal (STF), por sua vez, terá sua própria solenidade, na tarde de hoje.

Baixa na equipe

O advogado Daniel Loria, da equipe do secretário Bernard Appy, acaba de deixar a diretoria de programas da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda. Ele trabalhava diretamente na área responsável pela reforma da renda, prioridade de Appy nesta segunda metade do governo. Sua saída estava acertada desde o final de 2024, mas sempre é ruim perder quem tem a memória de trabalho estratégico para o projeto governamental.

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Crédito: Geraldo Magela/Agência Senado

Deixa quieto/ O Congresso não fará nada para marcar o 8 de janeiro. Afinal, ali governistas convivem com aqueles deputados e senadores que defendem a anistia dos envolvidos naquela tarde de quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes. O representante do Senado será o vice-presidente da Casa, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB, foto).

2025 de intrigas I/ O cientista político Horácio Ramalho avalia que o governo precisa aprovar, rapidamente, o orçamento ou os problemas, que não são poucos, vão se agravar.

2025 de inrigas II/ Hoje, as incertezas estão concentradas em três frentes: emendas, eleições das mesas diretoras da Câmara e do Senado e o uso do STF pelo Poder Executivo como mecanismo de governabilidade. “Essa situação, a longo prazo, pode levar o Senado a adotar uma postura mais reativa ao STF”, alerta Ramalho.

Sidônio Palmeira assume para mapear governo

Publicado em GOVERNO LULA

O presidente Lula começou a sua reforma ministerial pela comunicação do governo e não foi à toa. A partir de agora, ele entrega nas mãos de Sidônio Palmeira, seu marqueteiro, a responsabilidade de mapear, em cada Ministério, o que tem de bom para mostrar. Sob a ótica da comunicação direta com o eleitor. O quase ex-ministro, Paulo Pimenta, por ser do PT, não tinha equidistância partidária para essa função. E esse mapeamento, avisam alguns, será fundamental para dar ao presidente a certeza do que está funcionando a contento sob os olhos do marketing, e o que precisa ser trocado antes mesmo daquela conversa com os partidos para bater o martelo sobre as mudanças em outras pastas.

Quanto ao deputado gaúcho, Paulo Pimenta, que sempre esteve ao lado de Lula, o momento agora é de tirar umas férias, até que o presidente consiga mover novas peças,  a fim de encaixá-lo novamente na equipe. Pimenta não será abandonado, nem tampouco largado. Afinal, a preços de hoje, é o nome do partido para um cargo majoritário no Rio Grande do Sul, seja o governo estadual, seja uma das vagas ao Senado. E, em solo gaúcho, Lula precisará de alguém que promova o bom combate na hora de concorrer à reeleição. E não pode se dar ao luxo de dispensar ninguém, ainda mais num estado conservador. Vejamos os próximos passos.

Pressão sobre Arthur Lira

Publicado em coluna Brasília-DF
Crédito: Gomez

Blog da Denise publicado em 7 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Em contagem regressiva para deixar o cargo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está sendo pressionado a tomar alguma atitude contra o bloqueio das emendas de comissão, suspensas por decisão do ministro Flavio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Lira, porém, já fez praticamente tudo o que estava ao seu alcance. E com muitos líderes desmobilizados, será difícil atender a este grupo mais revoltado por causa das emendas de comissão.

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Em tempo: a guerra em torno das emendas tende a ser ampliada, porque o governo prepara novos cortes, o que tornará impossível manter o que os deputados e senadores pretendem propor no Orçamento deste ano — que ainda não foi votado. É aí que se dará o grande embate de 2025, um ano pré-eleitoral, no qual todos querem armar o jogo para a disputa da próxima temporada.

A turma é grande

Está difícil fechar a equação ministerial dentro do PT. É que, para ampliar os espaços dos aliados de centro, será preciso tirar daqueles que têm o Planalto. E o PT, que ainda vive a lógica das tendências, resiste. Depois do impeachment de Dilma Rousseff, tramado pelo MDB, o partido tem lá suas restrições a ceder espaços palacianos e de ministérios da área social.

Esse é meu

A volta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao trabalho não se restringe às questões do governo e da reforma ministerial. Ele fez chegar aos ouvidos dos petistas que prefere o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, no comando do PT. Sinal de que Edinho não irá para o governo.

O que vai mudar

Considerado o futuro presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) prometeu aos colegas que irá retomar o poder das comissões técnicas da Casa. Nos últimos tempos, tudo era levado direto ao plenário, à base de regime de urgência.

Não conte com eles

Os futuros presidentes da Câmara, Hugo Motta, e o do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não querem briga com a oposição. Por isso, ficarão de fora dos atos de amanhã para marcar os dois anos do quebra-quebra nos edifícios que sediam os Três Poderes da República.

CURTIDAS

Crédito: Mário Agra/Câmara dos Deputados

Aceno à democracia/ Hugo Motta (foto) parabenizou a atriz Fernanda Torres pelo Globo de Ouro de melhor atriz, pela atuação como Eunice Paiva em Ainda Estou Aqui. Um aceno representativo em meio ao silêncio de uma parte dos parlamentares mais conservadores.

E vai além/ A premiação de Fernanda Torres é um passo importantíssimo dos atores brasileiros rumo ao reconhecimento internacional e para a cultura brasileira.

Recesso não é para todos/ No Palácio do Planalto, o expediente em janeiro promete ser normal. É hora de acertar tudo para colocar em prática em fevereiro, quando o Congresso volta ao trabalho. Na Câmara, ainda haverá contingente reduzido até o mês que vem. “A gente precisa dos parlamentares para trabalhar. Sem eles, sem trabalho”, contou um funcionário à coluna.

É assim que se faz/ Ao presidir a certificação da eleição de Donald Trump no Congresso dos Estados Unidos, Kamala Harris marcou a diferença para aquele período de invasão do Capitólio, quando Joe Biden e ela, no papel de vice, tiveram a vitória certificada e Trump havia sido derrotado. Foi aplaudida pelo gesto de respeito ao resultado democrático das urnas.