O quarto branco não é uma biografia, mas não se pode descolar a história de Glória da de Gabriela Aguerre. Muito da experiência da autora, sobretudo no que diz respeito ao deslocamento e à busca da identidade, está nesse primeiro romance, que é para ser lido em isolamento e com atenção especial para a delicadeza com a qual as palavras são organizadas. O quarto branco é um livro sobre os sentimentos, sobre como lidar com o que a vida apresenta quando não se tem os instrumentos para fazer de um limão uma limonada.
Nova edição de ‘Reinações de Narizinho’ discute racismo e machismo
É interessante a solução encontrada por Marisa Lajolo e pela Companhia das Letras para lidar com o racismo incutido em Reinações de Narizinho. Ficou decidido que as personagens de Emília e Narizinho questionariam os termos polêmicos, mas também aqueles menos corriqueiros nos dias de hoje, além das palavras um pouco mais rebuscadas. A solução funciona muito bem nos dois últimos casos e é até divertida, mas nem sempre convence quando se trata do ranço racista do autor. É difícil justificar o injustificável, mas é melhor que se aponte os trechos e se fale sobre eles do que deixá-los soltos. É sempre bom lembrar, no Brasil de hoje e especialmente para as crianças, que racismo, preconceito e machismo existem, estão até na nossa literatura e não se pode fazer vista grossa para eles
De vez em quando, surgem fenômenos literários como Kristen Roupenian, que conseguem adiantamentos milionários por livros que ainda não escreveram e, ao final, compensam o burburinho com textos que são puro deleite. Cat person e outros contos é um desses casos. O nome da autora viralizou na internet em dezembro de 2017, quando a revista The New Yorker publicou o conto Cat person. Roupenian contava a história de um encontro meio desastroso entre uma moça de 20 anos e um homem de 34.
“Se a rua Beale falasse”, de James Baldwin: tensão racial e olhar feminino
Beale Street fica em Memphis, no Tennessee, a mais de mil quilômetros de Nova York, mas é uma rua muito simbólica quando se trata de James Baldwin. O blues, pai do jazz e de todas as outras formas musicais de manifestação da cultura negra norte-americana teriam nascido na tal rua. Simbolicamente falando, para Baldwin, é como se todos os negros norte-americanos tivessem nascido na Beale Street. É tudo que o leitor precisa saber sobre essa rua ao ler Se a rua Beale falasse, romance adaptado para o cinema por Barry Jenkins e indicado ao Oscar de melhor atriz coadjuvante e roteiro adaptado.
Morte da democracia e mentiras na política são temas de três lançamentos
Não é coincidência a democracia estar em pauta. E não é coisa do Brasil. Quando Donald Trump conquistou o salão oval da Casa Branca, a possibilidade de este regime político estar mal das pernas já se anunciava. A ascensão de governos com aspirações totalitárias em todo o mundo acendeu os alertas de pesquisadores e cientistas políticos, que passaram a analisar […]
Patricio Pron, literatura e passado: uma mescla latino-americana
Convidado para falar na 4ª Bienal Brasil do Livro de da Leitura, Pron sobe ao palco do auditório Cora Coralina nesta sexta (24/08), às 19h, para a mesa O passado literário, ao lado do colombiano Juan Gabriel Vasquez. O impacto da história na literatura latino-americana é tema que aparece na obra dos dois autores e rende discussão com reflexos na produção contemporânea.
Ler antes de morrer e Nuvem literária: conheça as booktubers dos canais literários
Isabella Lubrano e Juliana Cirqueira não tinham muita noção do que era possível fazer no YouTube até criarem um canal e começarem as postar vídeos com resenhas de livros. Aos poucos, as meninas viram o número de inscritos crescer para além dos três zeros. Foi uma surpresa. Ganhar fama como booktuber falando de livros em um país no qual se lê, em média, quatro livros ao ano, deixou Isabella e Juliana espantadas. Hoje, elas fazem sucesso com as resenhas, têm milhares de seguidores e, sobretudo, retorno das leituras propostas nos vídeos. As booktubers participam, nesta segunda (20/08) e nesta terça (21/08), de encontro com leitores no Espaço Z da 4ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura (BBLL).
Natália Borges Polesso fala sobre conflitos, diálogos e literatura
Depois de ganhar o Jabuti em 2016 na categoria contos com o livro Amora, a autora gaúcha Natália Borges Polesso, que participa hoje do Livre! Festival Internacional de Literatura e Direitos Humanos, acaba de concluir um romance de formação. Ela ainda não pode falar muito sobre o livro, mas adianta que é a história de uma menina da adolescência à idade adulta que precisa lidar com uma condição. A personagem tem epilepsia e os conflitos gerados a partir dessa condição são essenciais em sua vida. Para a autora, a construção dos personagens é algo fundamental.
Julián Fuks: “Brasil não refletiu sobre seu passado autoritário”
Julián Fuks acredita que a multiplicidade pode fazer da literatura um discurso importante no cenário sociopolítico e esse pode ser um dos temas do debate de hoje – Democracia em tempos sombrios: o romance como resistência – no Livre! Festival Internacional de Literatura e Direitos Humanos. O autor paulistano divide a mesa com Beatriz Leal, de Mulheres que mordem.
Conheça seis autores que participam de eventos literários em Brasília
O segundo semestre começou com boa notícia para quem gosta de literatura. Este mês e no próximo, a cidade recebe três eventos nos quais a leitura, os livros e os autores são tema de uma programação que traz o melhor da literatura brasileira contemporânea. Já em cartaz, a Eu leitor convida o público a descobrir, de forma lúdica, o mundo […]