Ensaios de Carola Saavedra refletem sobre o lugar da literatura

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Cada um  dos temas de O mundo desdobrável – Ensaios para depois do fim poderia render um romance. E em cada um desses temas surge a pergunta “mas o que é literatura?”. O novo livro de Carola Saavedra pode ser descrito como uma reunião de ensaios sobre coisas do cotidiano. Plantas, família, origens, ancestralidade, pandemia, isolamento. Há um pouco de tudo nessas 210 páginas traçadas, como diz a autora, do ponto de vista de uma escritora, e não de uma pesquisadora. 

Cinco autores para pensar o racismo ontem e hoje

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Frantz Fanon foi um dos maiores pensadores pós-coloniais da França. James Baldwin, um dos nomes mais importantes da literatura americana dos anos 1950 quando o assunto é racismo e colonização. Ralph Ellison, também americano, venceu o National Book Award de 1953 com um livro no qual o personagem se tornava invisível graças à sua cor negra. A britânica Bernardine Evaristo tem sido celebrada como a voz literária negra mais importante da cena inglesa contemporânea quando se trata de escrever sobre a diáspora africana. A pandemia continua seu curso, ficar isolado ainda é o único remédio contra o coronavírus e, apesar de amargo, pode ser atenuado com boas leituras. Então, na esteira de um 2020 marcado pelos protestos contra o racismo em todo o mundo, que tal começar 2021 prestigiando autores preocupados em compreender questões cruciais para a sociedade contemporânea? O Leio de tudo fez uma seleção de lançamentos recentes disponíveis em e-book ou no site das editoras, todos assinados por nomes fundamentais do pensamento negro mundial. 

Antologia de Veríssimo é passeio por risos e textos inéditos

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A obra de Luís Fernando Veríssimo é vasta e quase infinita. Revirar os arquivos do escritor gaúcho pode trazer revelações como textos inéditos ou publicados uma única vez, mas também pode render compilações de ilustrações, de frases e de outras modalidades que fazem os editores se animarem. Veríssimo sempre vende bem. E agora está de volta com uma compilação da Objetiva na qual o editor Marcelo Dunlop promete reunir o melhor da produção do gaúcho nos últimos 50 anos, incluindo “pepitas raras”. 

As viagens literárias de José Luís Peixoto

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José Luís Peixoto nunca teve a Tailândia como um destino dos sonhos. Foi por uma coincidência que acabou pisando no país pela primeira vez e, por escolha, pela segunda. “Sempre sonhei com a Ásia, não especificamente com a Tailândia”, conta. No entanto, em 2012, durante uma viagem a Macau, o escritor se viu diante da oportunidade de conhecer a Tailândia. Deveria por lá desembarcar para escrever para uma revista de turismo e colocou como primeiro desafio retirar da própria mente a capa de exotismo que o visitante europeu geralmente projeta no país. Deu tão certo que ele voltou uma segunda vez e, dessas viagens, trouxe o livro O caminho imperfeito, recém-publicado pela Dublinenses. “A Tailândia foi-se instalando, foi ganhando lugar. De algum modo, essa evolução está muito ligada ao modo como a Ásia foi ganhando um espaço na minha vida. Ao ponto de, nos últimos anos, ter passado, pelo menos três meses da cada ano na Ásia”, revela o autor. 

Pandemia é cenário para ficção de autores brasileiros

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O zumbi tem seu lugar no folclore brasileiro. Por aqui, ele é o corpo-seco, o unhudo, o menino respondão e malvado que, de tão ruim, não foi aceito nem no céu, nem no inferno. Ficou por aí, entre as árvores e as folhagens, zanzando meio morto, meio vivo, mais morto do que vivo. A metáfora era perfeita para a ideia do editor Marcelo Ferroni, que há anos queria fazer um livro de zumbi à brasileira. Convencido de que esse tipo de literatura tem qualidade e conteúdo, encontrou abrigo na editora Luara França, que abraçou a ideia de convidar outros autores e transformar quatro textos escritos individualmente em um romance. O resultado está em Corpos secos, lançado pela Alfaguara no finalzinho de março e que traz incrível eco contemporâneo com pandemias e mundo paralisado, apesar de ter sido pensado e escrito entre 2018 e 2019.

Quatro livros para refletir sobre as lutas femininas

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Quer aproveitar o embalo do dia 8 de março e ler algo relacionado ao tema? A história do Dia Internacional da Mulher começa lá no fim do século 19, com a luta pelos direitos civis, pela igualdade, pelo voto e por uma série de reivindicações que, até hoje, ainda estão em processo de conquista. Então, para dar crédito ao movimento, conhecer um pouco da escrita produzida por mulheres que pensaram esses temas, seja na ficção, seja no campo da reflexão, sempre acrescenta. E o mercado editorial brasileiro é bem servido do tema, então vai aqui uma lista de quatro livros para você mergulhar em discussões como o feminismo negro, as mulheres e a ditadura brasileira, o abuso e a espera pelo pedido de desculpas.  

Consciência e inteligência artificial travam embate no novo romance de Ian McEwan

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É no passado que Ian McEwan imagina o futuro do mundo. Essa pequena gracinha toma proporções proféticas em Máquinas como eu, o novo romance do autor britânico. McEwan não se interessa por ficção científica nem por fantasia, mas não há como encarar esse livro sem imaginar um mundo distópico no qual a inteligência artificial e a consciência humana travam um embate digno de Blade runner.  

“Se a rua Beale falasse”, de James Baldwin: tensão racial e olhar feminino

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Beale Street fica em Memphis, no Tennessee, a mais de mil quilômetros de Nova York, mas é uma rua muito simbólica quando se trata de James Baldwin. O blues, pai do jazz e de todas as outras formas musicais de manifestação da cultura negra norte-americana teriam nascido na tal rua. Simbolicamente falando, para Baldwin, é como se todos os negros norte-americanos tivessem nascido na Beale Street. É tudo que o leitor precisa saber sobre essa rua ao ler Se a rua Beale falasse, romance adaptado para o cinema por Barry Jenkins e indicado ao Oscar de melhor atriz coadjuvante e roteiro adaptado.

Da escravidão à Lava Jato: sociólogo pensa o país de forma particular

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O problema do Brasil não estaria na corrupção herdada dos portugueses, mas na escravidão. Não estaria na maneira como fomos colonizados e sim na estrutura do sistema escravocrata implantado por aqui. E estaria, sobretudo, na desigualdade gerada por um projeto de país que, para funcionar, precisa manter grandes distâncias entre as classes pobres e as abastadas. Jessé de Souza não é unanimidade, mas é voz que tem sugerido uma nova maneira de olhar para os problemas brasileiros.