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Coluna Brasília-DF, por Luana Patriolino (interina)
No meio jurídico, cresce a tese a respeito da criação de mecanismos para o governo federal participar mais da segurança pública do DF. Para os que encampam a proposta, as soluções para evitar outro episódio como o do “domingo da infâmia” passam pela legislação, que deve prever que a União concorde com o nome escolhido pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para comandar a Secretaria de
Segurança Pública, além dos chefes das polícias da capital. A ideia de se ter um aval seria uma maneira de prevenir atos terroristas, como aconteceu em 8 de janeiro em Brasília.
Conflito de interesses
Outro item sugerido para melhorar a gestão do setor é sobre o currículo dos futuros secretários de segurança no Distrito Federal. O fato de Anderson Torres ter sido ministro da Justiça e Segurança Pública do presidente Jair Bolsonaro gerou incômodo. Isso é apontado pelos especialistas como fator determinante para a omissão dele diante da depredação dos prédios dos Três Poderes.
Padre bolsonarista
Em Mato Grosso do Sul, uma missa chamou a atenção pela defesa de um padre aos bolsonaristas que destruíram as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Em vídeos que circulam na internet, o religioso critica as prisões dos envolvidos, fala em “injustiça” e sugere apoio aos golpistas que acamparam em frente aos quartéis do Exército. Ele chamou de “movimento democrático e pacífico”. Diante da situação, o promotor João Linhares, do Ministério Público em Dourados (MS), enviou um requerimento ao bispo Dom Henrique Aparecido de Lima, da Diocese da cidade, relatando que o sacerdote “politizou ostensiva e desnecessariamente o ato religioso” e teceu comentários “inverídicos”.
Esclarecimento
Em resposta ao promotor e à sociedade, a Diocese de Dourados publicou nota oficial afirmando que o único propósito da igreja é o de pregar a paz. O documento diz que o país vive “momentos de incertezas e acirramentos, que podem gerar divisões na sociedade”. “Assim, eu, Dom Henrique, CSsR, como toda a Igreja, afirmo que o posicionamento da Diocese de Dourados seja única e exclusivamente a propagação do evangelho levando todos à maturidade espiritual, social e comunitária em qualquer seguimento da sociedade”, frisou. No entanto, em nenhum momento a conduta do padre que defendeu os terroristas foi repreendida.
Regulação das redes
No Congresso, uma ala de parlamentares reclama da possibilidade de o governo Lula enviar uma medida provisória para regular as redes sociais. Para eles, o Palácio do Planalto cometeria o mesmo erro de Bolsonaro, quando, em setembro de 2021, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu a MP 1.068 — que dificultava a retirada de conteúdo, sobretudo mentiroso, da internet — ao governo. A proposta do petista para regulação, porém, se refere à disseminação de fake news nas plataformas digitais. No ano passado, Lula defendeu a criação de mecanismos para separar “o joio do trigo” e frear a desinformação que grassa no país.
Febraban recebe autoridades
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) recebe, na próxima terça-feira, a visita dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro; e da Gestão e Inovação Pública, Esther Dweck — além do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. A reunião dá continuidade aos encontros realizados, desde 2021, com representantes dos poderes e autoridades internacionais para debater a conjuntura econômica e ações a serem tomadas para a retomada do crescimento do país.
Ajuda aos ianomâmis
A Central Única das Favelas (Cufa) e a Frente Nacional Antirracista lançaram uma campanha para construir dois pólos de saúde em distritos indígenas do povo ianomâmi. Um será instalado em Surucucu, outro em local a definir. O objetivo das instituições é arrecadar R$ 3 milhões com a iniciativa. A mobilização para a campanha acontece até 27 de fevereiro. Em 1º de março, será apresentado o resultado das doações.
Após 14 meses de vacinação, pandemia ainda é uma ameaça no Brasil
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza
O Brasil se aproxima da impressionante marca de 650 mil mortes provocadas pela pandemia de covid-19. Embora os indicadores deste março de 2022 sejam menos graves do que no ano anterior — o país registrou ontem 297 óbitos, menos da metade do que os 778 anotados em 2021 — estamos longe de uma situação confortável. Desconsiderando as sazonalidades — estamos saindo de um carnaval, quando as estatísticas ficam desatualizadas —, é possível notar uma ascensão consistente de casos e óbitos causados pela variante ômicron ao longo dos últimos meses. Espera-se que a folia carnavalesca dos últimos dias, com uma clara tolerância do poder público com aglomerações, não acarrete uma nova sobrecarga no sistema de saúde.
Ressalte-se que a resistência da ômicron ocorre após quase 15 meses de vacinação no Brasil. A oposição de bolsonaristas à imunização, com a divulgação de mentiras sobre os riscos das vacinas, constituiu um óbice real à batalha contra o novo coronavírus. Neste momento, o desafio consiste em proteger a parcela da população menos assistida na pandemia até aqui: as crianças. Segundo os dados mais recentes, menos de 30% dos brasileiros entre 5 e 11 anos receberam a primeira dose.
Não faltam razões, portanto, para manter o alerta contra esse inimigo ardiloso.
Bloqueada
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara dos Deputados, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) está bloqueada do Youtube por sete dias. A plataforma determinou a punição após a parlamentar bolsonarista divulgar um vídeo com informações falsas a respeito da vacinação infantil contra a covid-19. A deputada ainda tentou ficar ativa em uma página reserva, mas foi alertada pelo Youtube que poderia ser banida da plataforma se mantivesse o subterfúgio.
Ataque reserva
Allan dos Santos, militante bolsonarista que está na mira do Supremo Tribunal Federal, também tem adotado a estratégia de utilizar um canal reserva para escapar de bloqueios. Na semana passada, após o ministro Alexandre de Moraes determinar a desativação de contas de Santos no Telegram, o jornalista abriu o perfil alternativo, com mais de 20 mil inscritos. Santos manteve o tom agressivo contra Moraes, chamando-o de “psicopata” e “pau mandado do Partido Comunista chinês”.
Neutralidade, não
Quatro pré-candidatos à presidência da República — Sergio Moro, João Doria, Simone Tebet e Luiz Felipe D’Ávila — divulgaram manifesto conjunto em repúdio à invasão da Ucrânia. Eles também criticaram a “neutralidade” defendida pelo presidente Jair Bolsonaro em relação ao conflito no Leste Europeu. “A defesa da paz, da soberania nacional e da legitimidade da ordem internacional sempre pautaram a política externa brasileira. Quando esses princípios cardinais são violados, não há espaço para neutralidade”, escreveram.
Cada um na sua
A posição compartilhada entre os pré-candidatos não indica, entretanto, uma aproximação em favor da terceira via. Por enquanto, os presidenciáveis mantêm os respectivos planos de candidatura. Doria, por exemplo, prepara o comitê de campanha em um bairro nobre de São Paulo. Moro iniciou a divulgação de um podcast nas plataformas de streaming. O primeiro episódio tratou de doenças raras, tema de livro publicado por Rosangela Moro, advogada e mulher do presidenciável.
Inaceitável
A presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senadora Kátia Abreu (PP-TO), conclamou o governo brasileiro a se empenhar pelo cessar fogo na Ucrânia. “Não é nem minimamente aceitável que o chefe do governo do Brasil hesite no pedido de cessar fogo”, disse. Ela advertiu que o conflito trará sérias consequências para a economia brasileira, com efeitos no câmbio, nos combustíveis, nos alimentos e em toda a cadeia do agronegócio.
Mulher de coragem
A promotora de Justiça Simone Sibilio, do Ministério Público do Rio de Janeiro, receberá o Prêmio Internacional Mulheres de Coragem, promovido pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. A premiação, anual, é um reconhecimento a mulheres que atuam com coragem e liderança na defesa da paz, justiça, direitos humanos e igualdade de gênero. Apenas 12 homenageadas, em todo o mundo, receberão a distinção. A cerimônia virtual, marcada para sexta-feira, será comandada pelo secretário de Estado Antony J. Blinken. A primeira-dama dos EUA, Jill Biden, discursará na abertura da solenidade.
Ações anticrime
Há 18 anos no Ministério Público, Simone Sibilio é referência no combate ao crime organizado e à corrupção. Além de ser a primeira mulher a comandar o Gaeco — grupo especializado do Ministério Público no enfrentamento dessas atividades ilícitas —, a promotora atuou fortemente na repressão a lavagem de dinheiro, tráfico de armas e crimes transnacionais.
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza
As federações partidárias, solução que pode provocar mudanças importantes no cenário político de 2022, têm se mostrado um desafio adicional às pretensões dos candidatos. Considerando-se a cultura política brasileira, marcada por infidelidade partidária, personalismo e pulverização ideológica, encontrar saídas para reduzir a promiscuidade de legendas e pauperização do debate público constitui um esforço notável em favor da democracia.
Mas os atores em cena têm reclamado das dificuldades de seguir os termos estabelecidos pela legislação. Legendas progressistas, como PT, PSB e PV, reivindicam mais tempo para definir as alianças. Por lei, as federações precisam se manter durante quatro anos. Na política brasileira, poucas siglas conseguiram uma sustentação duradoura: o PSDB com o PFL nos tempos de Fernando Henrique, e o PT e o PMDB nos governos de Lula e Dilma.
As federações tendem a agregar legendas com afinidade ideológica, o que reduziria a ocorrência dos chamados partidos de aluguel. Mas a tradição do caciquismo no Brasil e a diversidade de interesses regionais representam obstáculos concretos para uma real transformação na prática partidária do país.
Lista de MPs
O Congresso retorna em fevereiro com a tarefa de analisar 32 medidas provisórias. Cinco delas precisam de uma definição no próximo mês, ou perdem a vigência. O recurso da medida provisória foi largamente utilizado pelo governo Bolsonaro. Boa parte das proposições denota urgência, pois está relacionada à pandemia ou às chuvas recentes.
Que urgência?
Mas as MPs também têm sido utilizadas para mostrar um certo voluntarismo do governo. Tome-se como exemplo a privatização da Eletrobras, proposta pela MP 1031/2021. É questionável defender a desestatização em caráter emergencial, quando seria mais adequado inseri-la em um programa de privatização. Houve, ainda, aprovação de MPs para mudanças em ministérios, em um sinal de reacomodação urgente de alianças no Executivo.
Tratamento de câncer
A MP 1.067/2021 é uma das propostas que estão com prazo de votação exíguo no Senado. Ela autoriza a inclusão automática de novos tratamentos nos planos de saúde se a ANS não se manifestar no prazo de 120 dias. Esse texto, já aprovado na Câmara, prevê a distribuição de medicamentos contra câncer, de uso oral e domiciliar. Esse último item tem origem em um projeto de lei apresentado pelo senador Reguffe (Podemos-DF), mas vetado pelo presidente Bolsonaro.
No país do mínimo
O Brasil tem o segundo salário mínimo mais baixo entre os países da OCDE, no valor de US$ 2,2 a hora, algo em torno de R$ 12. Na Petrobras, conforme relatório divulgado na sexta-feira pelo Ministério da Economia, um funcionário ostenta um contracheque de R$ 145 mil, praticamente 120 vezes o salário pago a 34% dos trabalhadores do país.
Ponta do lápis
No Ministério Público da União, a diferença é mais exorbitante. Em dezembro, um procurador regional embolsou R$ 446 mil brutos, somando-se vantagens, férias acumuladas e licenças-prêmio. Na ponta do lápis, estamos falando de uma renda 367 vezes superior à de uma parcela expressiva da população economicamente ativa.
Intocáveis
Enquanto isso, segue a passos modorrentos no Congresso o projeto de lei que busca barrar os supersalários no funcionalismo. Após se arrastar por quatro anos na Câmara, a proposta repousa na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sem nem um relator definido.
Poder feminino
Ao anunciar 14 mulheres no ministério, o presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, contribui para o protagonismo feminino na política latino-americana, tão marcada pelo machismo. Espera-se que a iniciativa prospere. Por aqui, o cargo mais importante a ser disputado em 2022 tem apenas uma mulher como postulante.
Pastelão
As desavenças entre bolsonaristas nas redes sociais se limitam, em boa medida, a discussões juvenis. Por exemplo, um se queixa da “curtida” que outro deu a um post. A coisa ficou mais séria quando o ministro Fábio Faria ingressou com uma ação contra o ex-chanceler Ernesto Araújo, que insinuou irregularidades no leilão do 5G. Mais do que comemorar, a oposição se diverte com essas refregas.
O partido de Valdemar da Costa Neto está em pé de guerra. O líder da bancada, Wellington Roberto (PB), não gostou de ser surpreendido com o vídeo em que Valdemar defendeu a demissão de Romildo Rolim da diretoria do Banco do Nordeste — chegou, inclusive, a colocar o cargo à disposição da bancada. Para completar, o indicado de Valdemar para o cargo, o engenheiro Ricardo Pinheiro, não vai emplacar porque lhe falta experiência no setor financeiro. Valdemar, porém, ganhou o direito de apresentar outro nome.
O entrevero é suficiente para dar aos partidos que buscam uma via alternativa à polarização PT versus Bolsonaro rumo ao 2002 — e até ao próprio Lula — um terreno fértil para buscar aliados para as eleições do próximo ano. Aliás, embora seja muito cedo para fazer qualquer aposta em relação a 2022, tem muito deputado apostando hoje, a um ano da eleição, que Bolsonaro não chegará ao segundo turno.
Se não votar, arque com o ônus
Caso o Senado não aprove a mudança no Imposto de Renda, o governo colocará os senadores como os culpados pela falta de recursos para incrementar os programas sociais. A estratégia foi usada por vários governos no passado. E deu certo.
No Congresso, funcionou
No início da semana, os congressistas ameaçaram nem colocar para votar o projeto que vinculava os recursos do IR ao novo Bolsa Família. Porém, ao perceberem que poderiam ser acusados nas redes sociais de “atrapalhar o Brasil”, aprovaram a proposta. Agora, não vai ser diferente.
Ainda tem bambu e flecha
A avaliação de muitos parlamentares é a de que o presidente Jair Bolsonaro ainda é quem melhor navega no mundo das redes sociais. E por mais que os adversários tenham ingressado nesse terreno, ainda não conseguiram superar Bolsonaro e seus apoiadores nesse campo.
Por falar em flechas…
Presidente do PTB paulista, o empresário Otávio Fakhoury soube apenas na terça-feira que iria depor hoje (30/10) na CPI da Covid. A amigos, ele atribuiu a convocação ao fato de ter se tornado o interlocutor de Bolsonaro para uma possível filiação ao PTB. Tal como o empresário Luciano Hang, a expectativa é a de que terá pouco a acrescentar nessa reta final dos trabalhos.
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Lula na área/ O ex-presidente Lula ampliou as conversas com o Centrão. A ordem agora é tirar boa parte desses partidos de uma posição mais alinhada com a do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Sob encomenda/ O nome União Brasil, da nova sigla que surgirá da fusão entre DEM e PSL, vem sob encomenda para tirar votos de Bolsonaro. É que o DEM, em 2019, considerava que para chegar ao segundo turno, era preciso tirar votos de Lula. Agora, inverteu. A aposta é a de que, se desidratar um pouquinho mais o presidente, a vaga na final estará garantida para um nome do centro.
E a cervejinha, hein?/ A decisão da Ambev de aumentar o preço da cerveja e justamente às vésperas do verão pegou a área política do governo de surpresa. Assim como no caso da gasolina, há o receio de que o mau humor do brasileiro no último trimestre afete ainda mais a combalida popularidade presidencial.
Nem tanto/ A esperança do governo, entretanto, é de que como ainda falta um ano para a eleição, até lá a situação dê uma melhorada.
Por falar em um ano para a eleição…/ A manifestação deste sábado fechou a pauta “Fora Bolsonaro, impeachment já”. O PT quer tirar dos seus ombros a imagem de que aposta na polarização. Em relação ao impeachment, porém, a chance de o processo andar hoje é zero. Aliás, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem dito a amigos que fará “cara de paisagem” para a manifestação.
Em conversas reservadas, aliados do presidente Jair Bolsonaro revelam que a maior preocupação dele, hoje, é o preço dos combustíveis, que acaba afetando toda a cadeia econômica. Embora o governo mantenha a versão de que tudo é culpa dos governadores que não baixam o ICMS desses produtos, a área política que percorre os estados percebe que a população de um modo geral atribui parte dessa responsabilidade ao Poder Executivo. O presidente, inclusive, tem feito reuniões em busca de saídas para baixar o preço dos combustíveis. Porém, qualquer perda de arrecadação nesse momento, teria que ser compensada em outros impostos.
A percepção de Bolsonaro é a de que, se os preços não derem uma aliviada e não houver um atendimento àqueles que o elegeram e agora têm dificuldades econômicas, a difícil reeleição ficará quase impossível. Esse é, aliás, um dos pontos que leva o governo a pensar em prorrogar o auxílio emergencial. É que, enquanto não tiver um financiamento efetivo para o novo Auxílio Brasil, ficará difícil tirar o emergencial.
A fonte vai secar…
Bolsonaro vai mandar demitir toda a diretoria do Banco do Nordeste, depois de ser informado que o banco mantém um contrato, sem licitação, com uma ONG ligada ao PT, no valor de R$ 583 milhões. O acordo, para captação de microcrédito, foi divulgado pelo blog CN7, do Ceará. Bolsonaro imediatamente cobrou do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, padrinho do comandante do BNB, Romildo Rolim.
… e Valdemar vai indicar
O presidente do PL chegou a gravar um vídeo, ontem, para dizer que não tem nada a ver com esse contrato e já enviou ofício a Bolsonaro dizendo que demita a diretoria. Em conversas reservadas, Valdemar comentou com alguns colegas de partido que esse contrato era do tempo em que o PT comandava o BNB, em parceria com o MDB de Eunício Oliveira. Agora, o PL vai começar a selecionar os nomes para indicar uma nova diretoria para o Banco do Nordeste.
Bolsonaristas liberados…
Para conter a ansiedade de alguns aliados, Bolsonaro liberou seus apoiadores para escolherem os respectivos partidos. Afinal, se vier logo a janela que lhes permitirá sair do PSL, o grupo não pretende ficar esperando o presidente se resolver.
…e em busca de pouso
Em entrevista, ontem, ao programa Direto ao Ponto, comandando por Augusto Nunes, na Jovem Pan, Bolsonaro disse não considerar o horário eleitoral na tevê aberta essencial para lhe garantir a reeleição. Afinal, como se sabe, o presidente construiu sua campanha via redes sociais. E pretende repetir essa dose em 2022.
Nem tanto
Em 2018, porém, Bolsonaro obteve um tempo de noticiário superior aos demais candidatos, por causa do atentado que sofreu em 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG), em plena campanha eleitoral.
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O objetivo de Ciro Nogueira/ A perspectiva de o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, eleger a ex-mulher, Iracema Portella, candidata a governadora, abre uma vaga na Câmara dos Deputados para Júlio Arcoverde, braço direito do ministro e deputado estadual.
Por conta e risco/ Até aqui, o único no PL a mencionar abertamente o convite para que Bolsonaro se filie ao partido é o senador Jorginho Melo (PL-SC), pré-candidato a governador num estado em que o bolsonarismo é fortíssimo.
Cada um no seu quadrado/ Valdemar Costa Neto tem feito “cara de paisagem” quando alguém pergunta sobre uma possível filiação de Bolsonaro. E já avisou ao pessoal do PL que ali não tem essa de fusão com outro partido.
O que interessa/ Deputados e senadores farão, esta semana, mais um esforço para tentar uma fórmula que resolva a questão dos precatórios. Será um malabarismo para não passar ao mercado a ideia de calote ou o velho “devo, não nego; pago quando puder”.
Arthur Lira curte a “maçaranduba do tempo” do tempo. A expressão muito comum no Nordeste está diretamente relacionada à madeira dura e resistente, como o implacável tempo. É nessa linha que está o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Pelo menos, até o final do ano, será fiel a Jair Bolsonaro. Porém, se na virada de 2021 para 2022 o desgaste presidencial se mostrar irreversível, o deputado encontrará um meio de buscar outros rumos.
O projeto do presidente da Câmara é a reeleição como deputado federal e mais dois anos no comando da Casa. Se Bolsonaro se recuperar e for reeleito, será positivo para o plano de voo de Lira. Se o presidente não apresentar sinais de recuperação de popularidade, o deputado não poderá ficar comprometido com o governo no ano eleitoral, sob pena de atrapalhar suas metas.
Piores momentos
Empresas que desde o início do ano medem diariamente o comportamento das interações relacionadas a Bolsonaro nas redes sociais, em especial o Twitter, começaram a notar que as menções negativas vêm subindo e apresentam alguns pontos elevados, entre cinco e seis milhões de posts negativos em três situações, com um descolamento brutal entre menções positivas e negativas.
CPI na veia
O primeiro pico negativo veio em 14 de março, aniversário da morte da vereadora Marielle Franco, com mais de seis milhões de menções negativas. O segundo foi na morte do ator Paulo Gustavo, em 4 de maio. Por último, aparece o depoimento dos irmãos Miranda na CPI da Covid, com mais de cinco milhões de posts negativos contra o presidente.
Se acalma ou perde mais terreno
As investigações das suspeitas de prevaricação envolvendo Bolsonaro são vistas por aliados como uma chance até para recuperar sua popularidade, caso nada seja comprovado contra ele. Agora, dizer que não vai responder e ficar brigando com jornalistas, senadores e quem mais chegar, só vai desidratar ainda mais a campanha reeleitoral. Afinal, todos os destemperos já estão devidamente registrados para exibição no horário eleitoral em 2022.
A campanha do Exército
O Exército mantém seu pessoal da ativa engajado na campanha “ajudar está no nosso sangue”. Em 2018, quando essa iniciativa foi lançada, a Força conseguiu quase 10 mil doações de seu efetivo. No ano passado, com a pandemia, esse número subiu para 41 mil doadores. Agora, o primeiro semestre de 2021 fechou com 25.639 doações de sangue, beneficiando 102.556 pessoas. Com essa marca em um semestre, a ideia é fechar o ano com, pelo menos, 50 mil doadores.
O tempo de Pacheco
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), só tratará de 2022 depois de outubro. A ideia é não ir tão rápido que pareça afobação, nem tão devagar que possa passar a imagem de receio da disputa.
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Cai o mito/ A maioria dos partidos considera que o ex-governador Geraldo Alckmin derrubou a tese de que o governador de São Paulo é sempre nome obrigatório de ser levado em conta numa eleição presidencial. Ele era governador e ficou lá atrás em 2018. Agora, tem muita gente mencionando isso nos bastidores para tirar João Doria do páreo.
Haja oração/ O pedido de Bolsonaro para rezar um Pai Nosso no meio de uma entrevista, tudo por causa de uma pergunta que ele não gostou, foi para tentar se acalmar. Se está assim agora, diante de jornalistas, imagine nos debates eleitorais em 2022.
Distensão com cada um no seu quadrado/ Depois do encontro entre Bolsonaro e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, a cúpula dos Poderes quer aproveitar o embalo para tirar qualquer dúvida sobre a realização das eleições de 2022. Com ou sem voto impresso, decisão que cabe ao Congresso.
Muita calma nessa hora/ A população cansou do distanciamento social, porém, diante das novas variantes, dificilmente a vida voltará ao normal. Os epidemiologistas têm dito em todas as oportunidades que não está no momento nem de tirar a máscara nem de promover aglomerações.
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza (interino)
A ida de apoiadores do bolsonarismo para outras redes sociais, em resposta às medidas adotadas por gigantes da tecnologia que decidiram limitar a ação de extremistas, após a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, reproduz uma espécie de jogo de gato e rato no mundo virtual. Não faltará espaço para que os simpatizantes de Jair Bolsonaro, Donald Trump ou outros políticos conservadores manifestem suas ideias. As redes sociais permitiram que pessoas, antes dispersas na sociedade real, se aglutinassem na internet a partir de afinidades ideológicas de modo sistemático e seletivo. Nesse novo modelo de associação política estimulada por algoritmos, prevalece o sectarismo, e não o respeito ao próximo, princípio elementar de uma democracia. Está claro que militantes bolsonaristas e trumpistas encontrarão outras maneiras de se manifestar.
A intervenção de empresas como Facebook e Twitter, banindo milhares de usuários de suas redes, constitui uma medida perigosa e tardia. Perigosa porque adota critérios generalistas, entendendo com risco para a sociedade as postagens de milhares de usuários, como uma espécie de tribunal de exceção virtual. E tardia porque, há anos, políticos e simpatizantes de extrema direita atacam, ameaçam e ofendem cidadãos, políticos e instituições, em todo o planeta. Apesar de todos os alertas contra a desinformação e a violência nas redes sociais, a tolerância no mundo virtual tornou-se muito além do aceitável. Até arrombar a porta do Congresso norte-americano.
Antes, tudo bem
Após faturar bilhões, durante anos, com o tráfego gerado por figuras de enorme influência digital como Donald Trump, as megaplataformas decidiram tomar um posicionamento político. Esquecem-se, no entanto, de que o republicano recebeu 74 milhões de votos, incitou uma multidão a afrontar um símbolo da democracia norte-americana e deixou o mundo em calafrios com seu poder político. Se adoradores de Trump e do radicalismo ficaram grandes demais, foi por leniência de gigantes da tecnologia da informação que, sob o verniz de liberdade de expressão, permitiram o ovo da serpente vir ao mundo.
Tribunal virtual
Há um problema evidente em questão. Gigantes de tecnologia não são tribunais. Não representam a Justiça. Tampouco ficam bem ao assumir posição partidária, sob o risco de se imiscuírem no jogo político. Volta-se, então, a questionamentos antigos. Quem controla as redes sociais? Os mecanismos de autorregulação adotados pelas plataformas são suficientes? Cabe a elas o papel de impedir excessos da política? Quem definirá o limite do que pode ou não ser publicado? Quais redes sociais são toleradas, ou não?
STF em campo
Nesse sentido, ganha relevância o inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra atos democráticos urdidos no Brasil. Reconhecido legitimamente como um os pilares do sistema democrático, o Poder Judiciário tem mostrado que a liberdade de expressão não é um direito absoluto; pode configurar crime quando representa uma ameaça à integridade das pessoas e à ordem pública. O STF tomou uma providência que, agora, de maneira equivocada, gigantes da tecnologia procuram adotar.
Pas de deux
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) rebateu os novos ataques do presidente francês, Emmanuel Macron, contra a soja brasileira. Em nota, a entidade informa que a produção brasileira do grão é submetida, desde 2008, a um controle ambiental reconhecido internacionalmente. E que se trata de mais um discurso de Macron para fazer média com os produtores franceses, que recebem generosos subsídios. É mais um capítulo da contenda que pode dificultar a ratificação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
Assédio nunca mais
No último domingo, o Conselho de Ética do Cidadania paulista recomendou a expulsão do deputado estadual Fernando Cury, flagrado apalpando o seio da colega Isa Senna, na Assembleia Legislativa de São Paulo. A questão foi encaminhada para o diretório nacional do partido, onde também é dado como certo o voto pela expulsão. A decisão de expelir Cury tem apoio da deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF). “Não podemos mais permitir esse tipo de atitude. O assédio é inaceitável nas ruas, nos parlamentos, em qualquer lugar.” Cury pode ser alvo, ainda, de uma ação penal e de cassação de mandato.
Siga o dinheiro
A 79ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada ontem (12/1) e batizada de Vernissage, investiga cerca de R$ 12 milhões pagos em propina que envolvem contratos com a Transpetro. Um dos investigados é Márcio Lobão, filho do ex-ministro Edison Lobão. Telas de Volpi, Beatriz Milhazes e Adriana Varejão fazem parte do acervo sob suspeita, segundo o G1.