Autor: robertofonseca
Mais democracia, mais igualdade: conferência reúne mulheres em Brasília
Coluna Brasília/DF, publicada em 28 de setembro de 2025, por Calos Alexandre de Souza, com Eduarda Esposito
Brasília, a versão feminina do Brasil, será palco da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres a partir de amanhã. Promovido pelo ministério chefiado por Márcia Lopes, o encontro terá como tema Mais democracia, mais igualdade, mais conquistas para todas. A conferência contará com a participação massiva das ministras do governo Lula e uma possível presença do presidente na abertura. “É fundamental ouvir as mulheres, conhecer, se aproximar das realidades das mulheres deste país”, afirma Márcia Lopes.
No dia 30, a ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia — única mulher a integrar a Corte — falará no painel específico sobre Justiça e violência de gênero. Há razões para se debater essa realidade. A cada dia, quatro mulheres são vítimas de feminicídio no Brasil. Na semana passada, o Distrito Federal registrou a maior pena já aplicada no país a um autor dessa covardia: Wallison de Oliveira foi condenado a 67 anos de prisão pela morte da ex-companheira Juliana Soares, já em conformidade com a Lei 14.994/2024, que ampliou a punição a quem comete violência contra as mulheres.
De volta
Os painéis programados tratarão ainda de temas, como autonomia econômica, justiça de gênero e étnico-racial e violência política de gênero. Depois de um hiato de 10 anos, uma mobilização coloca as mulheres no centro do debate nacional.
Recado global
Durante o discurso na sede da ONU, na terça-feira, o presidente Lula mencionou a cidadania de gênero como condição fundamental para uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. Isso passa, alertou Lula, pela redução de desigualdades e pela garantia de direitos fundamentais. “A democracia falha quando as mulheres ganham menos que os homens ou morrem pelas mãos de parceiros e familiares”, afirmou o chefe do governo brasileiro.
Linha de frente
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terminou a semana empenhadíssimo no debate sobre a aprovação do projeto de lei que concede isenção de IR para quem recebe até R$ 5 mil. Ontem, em entrevista ao podcast 3 Irmãos, ele detonou a iniciativa do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) de vincular a aprovação do PL da Anistia à proposta do governo. “Nem me passa pela cabeça que isso possa estar sendo discutido, é uma loucura”, disse.
Uma ou outra
Na quarta-feira, durante audiência pública no Congresso Nacional, o chefe da equipe econômica foi duro contra a proposta da oposição de ampliar a isenção para quem ganha até R$ 10 mil. A medida só seria possível se houver compensação arrecadatória. Haddad sugeriu o seguinte: PL, União Brasil e PP abrirem mão de metade das emendas de 2026 e, assim, permitirem o aumento da isenção para até R$ 9 mil.
De olho no SNE
O Senado votará o Sistema Nacional de Educação (SNE) em 7 de outubro, e algumas entidades estão preocupadas com possíveis alterações do texto na Casa. A Associação de Olho no Material Escolar faz um chamado para que o projeto seja mantido como está, garantindo que estados e municípios tenham autonomia para criar as próprias políticas públicas de educação, respeitando as realidades locais e fortalecendo a gestão descentralizada da área.
Dobradinha

O senador Izalci Lucas (PL-DF) está afinado com o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) quanto às expectativas da oposição em relação à CPMI do INSS. Em um bate-papo entre os dois, o deputado se mostrou otimista: “Temos expectativa de chegar na verdadeira cabeça da cobra”. Izalci e Trovão acreditam que a comissão vai identificar possíveis irregularidades em relação ao consignado de aposentados e ao seguro-defeso, benefício concedido a pescadores.
Direto do Recife
O historiador e youtuber recifense Jones Manoel está batalhando por espaço no campo da esquerda. Com aproximadamente 400 mil seguidores nas redes sociais, frequentemente trata de assuntos de interesse da capital pernambucana. Mas está de olho em Brasília também. Ontem, nas redes sociais, questionou o ministro Fernando Haddad sobre a privatização do metrô recifense. Na semana passada, esteve em Brasília para a entrega do abaixo-assinado contra a PEC da Blindagem no Senado. Filiado ao PCBR, Jones avalia uma filiação ao Psol para tentar uma candidatura de maior projeção.
Só se for assim
Nesta terça-feira, a Comissão Especial votará a MP 1.303, que trata da tributação sobre aplicações financeiras e de ativos virtuais. O colegiado avaliará o relatório do deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Nos bastidores, há quem diga que se ele isentar a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), o texto é aprovado.
Inovação em debate
Inovação, tecnologia e data centers serão os temas abordados no 3º Brasília Summit, promovido pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais e pelo Correio, na próxima terça-feira. Participam do evento o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso; o ministro Flávio Dino; além dos governadores Ibaneis Rocha (DF) e Ronaldo Caiado (Goiás). O summit começa às 8h no Brasília Palace Hotel.
Coluna Brasília/DF, publicada em 7 de setembro de 2025, por Denise Rothenburg, com Eduarda Esposito
Em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro, tarifaço e anistia, ficou meio escondido um debate que o Instituto Fiscal Independente (IFI) promete trazer à tona em seu próximo relatório: o Orçamento de 2026 pode até parecer equilibrado no papel, mas está repleto de interrogações sobre receitas que não estão postas. Estão lá cobrança de taxas sobre Fintechs, letras de investimentos na agricultura e em imóveis, as LCAs e LCIs, bets, redução das renúncias fiscais e recuperação de créditos tributários. Nada disso está assegurado hoje no caixa da União para 2025. A avaliação da direção do IFI é a de que falta muito para essa conta orçamentária fechar na vida real.
E sempre pode piorar
A expectativa de reversão dessa situação de contas apertadas no ano que vem não vai mudar, porque num ano eleitoral, nenhum gestor quer economizar recursos. As apostas são as de que, para mexer nos problemas fiscais de hoje de forma mais contundente só em 2027.
Se quiserem…
… Os Estados Unidos acabam com acesso ao mundo virtual por aqui. O Brasil está para lá de atrasado no quesito “nuvem” de dados. Atualmente, se houver uma guerra e os países do dito primeiro mundo resolverem cortar o acesso à internet no Brasil ou a dados que todos os brasileiros guardam na nuvem, isso pode ser feito. Até hoje, a nuvem brasileira não saiu do papel.
… acabam com tudo
O sistema de localização (GPS) é a mesma coisa. Conforme o leitor da coluna já foi alertado há tempos, são cinco sistemas desse tipo no mundo, desenvolvidos nos seguintes locais: Estados Unidos, Rússia, índia, China e países europeus.
SNE preocupa
O retorno do Sistema Nacional de Educação (SNE) ao Senado e possíveis alterações no texto têm preocupado parlamentares e entidades civis, como a “De Olho no Material Escolar”. A maior preocupação é de que os senadores retomem a vinculação das decisões da Comissão Intergestora Bipartite da Educação (CIBE) e Comissão Intergestora Tripartite da Educação (CITE), porque isso pode restringir a autonomia de estados e municípios.
Fique tranquilo
O relator na Câmara dos Deputados, Rafael Brito (MDB-AL), já conversou com a relatora no Senado, Professora Dorinha Seabra (União-TO), que garantiu que não haverá mudanças. Este foi um dos apelos da oposição durante a votação na Câmara.
Por falar em tranquilidade…
Esta semana os olhos da política ainda estarão voltados para os votos dos ministros no julgamento de Jair Bolsonaro e mais réus da ação penal sobre tentativa de golpe. Porém, avisam deputados, a semana seguinte será a decisiva: ou Hugo Motta pauta a anistia, ou não votará mais nada no plenário.
Duas Érikas na área
Na posse da executiva do PT do Distrito Federal, houve praticamente o pré-lançamento de duas Érikas ao Senado. Érika Kokay, no DF; e Érika Hilton, em São Paulo.
Sete de Setembro
Um ex-presidente sob julgamento por tentativa de golpe, o orçamento em frangalhos, dependentes da tecnologia do chamado “primeiro mundo” a fim de manter nossos computadores conectados. Realmente, falta muito para Independência.
Reflexões
O jornalista Jamil Chade, correspondente que acompanhou de perto a eleição norte-americana, foi homenageado por um grupo de amigos na noite de sexta-feira em Brasília. O encontro se transformou numa roda de conversa sobre o livro que ele lançou na semana passada, na Livraria da Vila, com o título Tomara que você seja deportado — uma viagem sobre a distopia americana. Depois de ouvir Jamil sobre a carta do candidato Bernie Sanders com reflexões sobe os erros dos democratas na eleição, discorrer sobre o que levou à eleição de Donald Trump, ex-senador Cristovam Buarque saiu com esta: “Nós erramos. Não demos respostas às necessidades da população”.
Linha-dura, Supremo condena 119 réus por ataques golpistas de 8 de Janeiro
Coluna Brasília-DF, publicada em 10 de agosto de 2025, por Carlos Alexandre de Souza com Eduarda Esposito
Nas últimas semanas, o Supremo Tribunal Federal condenou mais 119 pessoas pelos atos do 8 de Janeiro. O julgamento ocorreu durante quatro sessões em junho e em uma sessão em agosto, na volta do recesso no Judiciário. As decisões do plenário virtual do STF e da 1ª Turma impõem penas severas aos réus, em conformidade com o entendimento do ministro relator, Alexandre de Moraes.
As maiores punições foram para 41 réus, acusados de invadir e destruir as sedes dos Três Poderes ou de financiar os acampamentos golpistas em Brasília. A eles, os ministros decidiram por penas que variam de 12 a 17 anos de prisão. De 78 réus que cometeram crimes de menor gravidade, o Supremo fixou pena de 1 ano, podendo ser substituída por restrição de direitos. A grande maioria desses acusados, contudo, rejeitou o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) proposto pela Procuradoria-Geral da República.
O conjunto de sentenças do STF contradiz a narrativa de que o ministro Alexandre de Moraes, sozinho, está à frente de uma perseguição política e de uma violação de direitos humanos. Indica, ainda, que a Suprema Corte não pretende mostrar condescendência a aqueles que vilipendiaram os Poderes da República nem a outros que ainda o fazem. Até aqui, não há sinal de que pressões políticas mudarão a conduta dos integrantes da cúpula do Judiciário brasileiro.
Braços abertos
Lançado na última semana, o programa Aqui é Brasil busca acolher de forma humanizada e em segurança brasileiros repatriados, principalmente dos Estados Unidos. Entre outras ações, a iniciativa auxilia os recém-chegados na reinserção econômica e social – inclusive com a família. Desde fevereiro deste ano, mais de 1,2 mil nacionais voltaram ao Brasil.
Vida dura
Os dados do Aqui é Brasil mostram que a vida no exterior está longe de ser suave. De acordo com os depoimentos coletados, 81% dos repatriados trabalhavam oito horas ou mais no país estrangeiro, muitas vezes em regime precário. Mais de 50% têm ensino médio completo ou incompleto, enquanto 26% têm apenas o ensino fundamental. Minas Gerais foi o estado que mais recebeu repatriados, seguido de Rondônia, São Paulo, Goiás e Espírito Santo.
Fórmula tributária
Há quem diga que o governo criou uma fórmula de ganha-ganha para conseguir tributar e arrecadar mais. O plano é isentar os dividendos na isenção do Imposto de Renda e das Letras de Crédito do agro e imobiliário. E isso seria feito com a criação de um fundo com os investimentos dos dois setores.
Show do trilhão
Segundo algumas projeções, esse fundo pode chegar a mais de R$ 1 trilhão. De acordo com especialistas, o governo arrecadaria mais com os fundos, isentaria os créditos e dividendos e ainda poderia afrouxar o aperto orçamentário do Ministério da Agricultura. Com a existência desse fundo de investimento, o Plano Safra passaria a ser secundário.
Bets em baixa
Se as casas de apostas on-line têm lucrado muito com suas operações, o bom momento não se replica quanto à opinião dos políticos. De acordo com parlamentares, qualquer taxação para as bets não só é aprovada como pode ser aumentada. A fama das casas de apostas está péssima dentro do Congresso Nacional.
Dinheiro na conta
Sem fazer alarde, o governo está trabalhando para reparar os danos causados aos aposentados e pensionistas pela máfia dos descontos indevidos. Até a última quinta-feira, 98% dos segurados que aderiram ao plano de ressarcimento proposto pelo INSS receberam o dinheiro em conta — corrigido pela inflação. A adesão pode feita por meio do aplicativo Meu INSS ou nas agências dos Correios.
Novo golpe
O INSS já se mobilizou para auxiliar os aposentados e pensionistas que sofreram novo golpe: trata-se das entidades que, questionadas sobre os descontos indevidos, apresentaram assinatura falsa dos segurados. Esses beneficiários também terão direito ao ressarcimento. “Detectamos uma nova tentativa de enganar quem já havia sido vítima. Não vamos permitir”, assegurou o presidente do INSS, Gilberto Waller.
Para não esquecer
Um ano depois da tragédia, familiares das vítimas do acidente com um avião da Voepass inauguraram um memorial em Vinhedo (SP), local da queda que matou 62 pessoas. Passados 12 meses, o episódio ainda está sob investigação. Em junho, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) cassou a licença de operação da companhia aérea, proibindo-a em caráter definitivo de realizar voos comerciais. Estima-se que a Voepass acumule uma dívida de pelo menos R$ 215 milhões.
Democracia em foco
O cientista político Steven Levitsky, professor de Harvard e coautor do best-seller Como as democracias morrem, ministrará uma palestra, em Brasília, sobre regimes democráticos, Judiciário e desafios da atualidade. Organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em parceria com a Escola Nacional da Magistratura (ENM), o evento está marcado para 13 de agosto, às 11h, no auditório do IDP Sul.
Colaborou Luana Patriolino
CPI revela estrago das bets na sociedade, mas tem um triste fim
Coluna publicada em 15 de junho de 2025, por Carlos Alexandre de Souza, com Eduarda Esposito
Sete meses de trabalho, 150 convocações, apenas 19 pessoas ouvidas, nenhum relatório aprovado. Esse é o saldo da CPI das Bets, que encerrou suas atividades na semana passada. Para frustração da relatora, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), a investigação parlamentar provocou bastante barulho e jogou mais luz a um problema social sério. Mas morreu na praia.
Há 10 anos, uma Comissão Parlamentar de Inquérito termina sem a aprovação de um documento. Os apontamentos do colegiado, entre os quais o indiciamento de 16 pessoas, terão efeito prático praticamente nulo, pois não serão encaminhados oficialmente ao Ministério Público Federal. Ainda assim, a relatora Soraya Thronicke pretende alertar diversas autoridades para reforçar o cenário da indústria das apostas.
Os motivos para se preocupar são concretos. As bets sugam R$ 30 bilhões das famílias por mês, alertou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. E se tornou um problema grave particularmente para os brasileiros de baixa renda, já penalizados pela inflação alta e pela insegurança alimentar. Ao enterrar a CPI das Bets, o Senado contribuiu para perpetuar essa ameaça.
Família em jogo
Em sua cruzada para ajustar as contas públicas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manteve a artilharia contra o governo Bolsonaro. Afirmou que a administração anterior deixou de arrecadar R$ 40 bilhões, em quatro anos, por meio de subvenção aos jogos on-line. “Tem cabimento um governo que diz que é pela família abrir mão de R$ 40 bilhões de tributo em jogo e deixar de corrigir a tabela do IR e o salário mínimo?”, espetou Haddad.
Na sequência
A crítica de Haddad foi uma sequência da ruidosa audiência em comissão da Câmara, na qual bolsonaristas fizeram muito barulho para criticar a política fiscal do governo Lula. Na ocasião, o chefe da equipe econômica lembrou que o governo Bolsonaro deu calote nos governadores, ao subtrair a arrecadação do ICMS referente à gasolina. O governo anterior deixou de pagar precatórios, empurrando a conta para o presidente Lula. A administração petista pagou as duas contas, ressaltou Haddad.
Comensais
Em jantar com o grupo de advogados Prerrogativas na noite de sexta-feira, em São Paulo, o chefe da equipe econômica comentou as expectativas em relação às negociações sobre o ajuste fiscal. No encontro, considerado “agradável”, o ministro disse que o deficit fiscal não definirá a eleição em 2026 e que a taxação sobre bets deveria ser maior. “Eu acho 18% pouco”, disse.
Vamos conversar
O presidente Lula se reuniu na manhã de ontem com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, no Planalto. Com o ambiente polarizado no Congresso em razão das propostas de ajuste fiscal pela equipe econômica do governo, o encontro é uma tentativa de distensionar a relação entre o Executivo e o Legislativo.
Não tem jeito
É uma maneira, ainda, de ampliar o diálogo com a Câmara e o Senado na construção das propostas — parlamentares se queixam frequentemente de que não são ouvidos pelo Planalto. É improvável, contudo, que a conversa de sábado evite a aprovação da urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) da oposição para sustar o novo decreto.
Plano B
Para o senador e líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), há outros meios de equilibrar as contas públicas sem aumentar tributos, como almeja o governo. De acordo com o parlamentar, a aprovação do projeto de lei sobre devedor contumaz seria um exemplo. A proposta, da qual ele é relator no Senado, aguarda para entrar na pauta do plenário.
Cegueira
O deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) se junta ao coro de críticas à proposta do governo de tributar o agro e a construção civil. “Essa tributação sobre LCI e LCA revela a miopia econômica do governo: em vez de estimular o investimento produtivo, decide sufocá-lo. O Brasil precisa de liberdade para crescer, não de mais um freio tributário”, pontua.
Muda tudo
Em paralelo às discussões sobre a reforma administrativa, sob coordenação do deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomércio/SP) também tem um projeto para tornar o Estado mais eficiente. A lista inclui 15 propostas, como estabilidade apenas em carreiras públicas ameaçadas politicamente; sistemas de avaliação com indicadores pré-definidos; revisão de cargos obsoletos e proibição de privilégios remuneratórios.
Máquina cara
Para a Fecomércio paulista, é preciso enxugar a máquina pública brasileira, que gasta 13,5% do PIB. Esse índice é muito acima da média de 9,3% praticada nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Dedicatória
A professora Misabel Derzi, tributarista com mais de 40 obras publicadas, autografa amanhã, a partir das 20h, em Brasília, o livro Segurança jurídica, proteção da confiança e reforma tributária. Comparecerão ao evento os ministros do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, além do ex-presidente Michel Temer. A obra reúne o relatório dos trabalhos realizados pela Comissão Especial de Direito Tributário do Conselho Federal da OAB no triênio 2022/2024. A sessão de autógrafos ocorre no Lago Sul.
Colaborou Alícia Bernardes
Oposição quer aproveitar CPMI do INSS para investigar os consignados
Coluna Brasília/DF, publicada em 18 de maio de 2025, por Denise Rothenburg, com Eduarda Esposito
Um segmento dos oposicionistas quer aproveitar a CPMI do INSS para investigar o que está acontecendo com os empréstimos consignados Brasil afora. Embora não seja da mesma forma, em que o aposentado era descontado sem ter conhecimento, chegaram aos senadores relatos de intermediação desses empréstimos junto a aposentados e pensionistas. Isso sem contar o fato de muitos contribuintes do INSS receberem ligações de instituições financeiras oferecendo empréstimos antes de receber a aposentadoria. Tem muita gente no Congresso achando que já passou da hora de dar um basta nisso também.
No Senado, sem trégua
Os senadores já começaram a definir os integrantes da CPMI do INSS. No Progressistas, liderado pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), o nome que está no topo para integrar a comissão como titular é o do senador Esperidião Amin (SC), combativo e estudioso de todos os temas que se envolve. Não será tão fácil para o governo controlar o colegiado.
Quando o eleitor pede…
Após o escândalo do INSS, não teve um político que não tenha sido cobrado pelos eleitores. Seja nos restaurantes, seja em eventos, muitos ouviram cobranças de leis mais duras, a fim de ampliar os controles sobre as aposentadorias. Por isso, a prioridade na Câmara na semana que vem será de projetos relacionados ao tema. O contribuinte agradece.
Reze para Santo Antônio
O melhor dos mundos para os políticos hoje, em especial, os do Nordeste, seria o ressarcimento das vítimas do golpe do INSS antes das festas juninas. Mas alguns já andaram consultando o governo e ouviram que há dificuldades em atender a esse calendário de junho.
Remédio ineficaz
Vai longe o tempo em que nomear um ministro ou um cargo de segundo escalão resolvia o problema dos governos no Parlamento. Hoje, o sujeito emplaca o ministro e continua tocando a vida, sem o menor constrangimento. Essa avaliação está disseminada no governo. Por isso, Lula não colocou outros partidos no Planalto.
Vai demorar
Ainda que o Brasil tenha expertise no controle sanitário para resolver rapidamente a gripe aviária e controlar a proliferação do vírus, os procedimentos burocráticos para a retomar as exportações levam de dois a três meses depois de comprovadas as condições sanitárias satisfatórias. Por isso, o cálculo de algumas autoridades é o de que lá o fluxo comercial só voltará ao normal em setembro.
Lição de Eduardo…
Quando era deputado federal, em 2005, Eduardo Campos foi chamado a prestar depoimento a favor de José Dirceu no Conselho de Ética da Câmara. Não gostou muito. A amigos, fez o seguinte comentário. “Quem está lá no interior de Pernambuco não distingue muito testemunha de acusado. Vai logo dizendo, ‘olha o Eduardo lá na CPI. Alguma coisa ele fez”.
…Muito atuais
Guardadas as devidas proporções é o que arrisca acontecer com muitos que serão chamados à CPMI do INSS, cujo primeiro embate, depois de indicado o relator e o presidente, será a escolha dos depoentes.
O que os empresários querem
A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) divulgou o levantamento “Comunicação e Engajamento Empresarial na COP30” que ouviu 104 organizações para entender o engajamento corporativo com a agenda climática. A pesquisa revela que 93% das companhias já tratam sustentabilidade como uma prioridade estratégica e 83% pretendem participar da COP30 em Belém. O estudo ouviu empresas privadas nacionais (31%) e multinacionais (49%), em que quase metade representa 32 setores da economia, como Energia/Bioenergia (15%), Agropecuário (7%) e Tecnologia da Informação (6%).
O que esperam
De acordo com o estudo, 90% acreditam que o Brasil terá papel relevante no evento e seus desejos são: maior compromisso de países e empresas com a agenda climática (47%); efetivação de negociações e projetos (39%); estabelecimento de acordos alinhados com os interesses dos setores produtivos (37%); e metas mais ambiciosas para enfrentar a crise climática (34%).
Conflito no campo e no Congresso: agro resiste a verba para o MST
Coluna Brasília/DF, publicada em 16 de março de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Começa a surgir no Congresso uma certa resistência da bancada do agro na Câmara e no Senado a respeito da concessão de R$ 350 milhões para compra de terras a fim de atender o Movimento dos Sem Terra. Muitos desconfiam que os recursos anunciados recentemente servirão para instrumentalizar o MST contra propriedades produtivas do setor, especialmente, no Sudeste. O tema promete pegar fogo quando for discutido. Até aqui, afirmam alguns, desenha-se um consenso apenas para aprovação dos R$ 400 milhões destinados à compra de alimentos oriundos da agricultura familiar, mas não para a aquisição de terras em benefício do MST.
E tem mais
Além dessas questões, há um receio do setor produtivo sobre novos impostos, ponto considerado inegociável pelos congressistas. Em jantar promovido pela Casa Parlamento, do grupo Esfera, na semana passada, o senador Otto Alencar (PSD-BA), vice-líder do governo, foi incisivo: “Não há espaço para aumento de cobrança de impostos de maneira nenhuma, em nenhum setor. E vou procurar encaminhar contra o aumento de imposto.”
Façam suas apostas
A contar pelas conversas no jantar de aniversário da ex-prefeita de São Paulo e ex-ministra do Turismo Marta Suplicy, Lula conseguirá reverter a baixa popularidade até o ano que vem. Resta saber quem será o adversário dele em 2026. Os paulistas apostam no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Mas os cariocas acreditam que Jair Bolsonaro não abrirá o caminho para o aliado.
Fique por perto
Ao chamar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a mulher, Ana Estela, para a sua mesa no jantar de Marta Suplicy, Lula deixou muitos com a certeza de que, no papel de comandante da República e, portanto, maestro de seu governo, o presidente não deixará de apoiar Haddad. Porém, se tudo der errado, sempre poderá dizer que não faltam testemunhas do seu apreço pelo ministro, ainda que precise promover uma mudança na Fazenda.
Gleisi chega no piso
A próxima pesquisa do Ranking dos Políticos dirá se a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, teve algum sucesso na missão de levantar a popularidade do governo junto aos congressistas. Afinal, ela assumiu num momento em que 49,1% dos deputados federais avaliavam a atuação do governo como ruim ou péssima, 22,7%, como regular, e 28,2%, ótima ou boa. Entre os senadores, 46,2% avaliam a gestão do Executivo como ruim ou péssima, 23% como regular e 30,8% consideram ótima/boa. Quanto à relação com o Poder Executivo, que agora está com o jogo zerado, 64,5% consideravam ruim ou péssima.
A pesquisa que vale
O ex-presidente Jair Bolsonaro espera reunir hoje e em outras manifestações um número de apoiadores capaz de lhe garantir o comando do processo eleitoral de 2026. Ele sabe que, se a resposta das ruas aos seus chamados fracassarem, perderá peso na hora de indicar o candidato do PL ao Planalto em 2026.
CURTIDAS
A lembrança de Miro/ A cada dia se tem mais clareza das dificuldades pelas quais passaram os políticos que garantiram a volta da democracia em março de 1985, com a posse de José Sarney. “Não foi fácil chegar até aqui, e o presidente José Sarney sabe disso. Tancredo sabia, naquele leito de hospital, que seria alvo de articulação para dar posse a Ulysses Guimarães ou manter João Figueiredo. Tinha medo de que impedissem a posse do vice, José Sarney, e só se deixou operar depois que a pose foi garantida. Sabia-se que, em caso de convocação de nova eleição indireta o eleito seria Paulo Maluf”, lembrou Miro Teixeira, ao discursar no seminário da fundação Astrogildo Pereira, sobre os 40 anos da redemocratização
O alerta de Miro/ Do alto de quem acompanhou de perto todo aquele processo, Miro mencionou a grandeza de José Sarney. “Raríssimo que, numa transição, haja convocação de uma constituinte. E foi isso que fez Sarney. Se não fosse a vitória sobre os radicais, não teríamos democracia no Brasil. Vamos vencer os radicais e manter a democracia”, afirmou, numa referência ao momento atual.
É assim mesmo/ Grande homenageado no seminário que marcou os 40 anos da redemocratização, nesse sábado, o ex-presidente José Sarney lembrou que seu governo viveu 12 mil greves. E em todas elas, ele se manteve firme, em defesa da democracia e da liberdade.
Prestigiadíssima/ Marta Suplicy completou 80 anos numa festa com a presença de Lula, Janja, ministros e demais autoridades. Para muitos, é uma homenagem de quem fez a diferença quando governou a maior cidade do país.
Coluna Brasília/DF, publicada em 1º de março de 2025, por Denise Rothenbug, com Eduarda Esposito
A escolha da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, como ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) se dá para um motivo muito simples: dos nomes próximos a Lula que topariam a empreitada, ela é a mais forte. Quanto aos aliados, Gleisi tem, na avaliação do chefe do Executivo, o que ele considera fundamental: a capacidade de pegar o telefone, ligar para os presidentes do Poder Legislativo e ser atendida. Ao longo do processo de fortalecimento da candidatura de Hugo Motta para o comando da Câmara, a parlamentar trabalhou para que o PT aceitasse o nome dele, sem estresse nem incentivo a outros interessados. Era ainda a presidente do partido quando da construção da frente ampla que elegeu Lula. Agora, terá de mostrar mais essa sua face, a da negociação política, ser menos incisiva nas redes sociais e agir sem fazer barulho. Experiente, poderá surpreender a muitos.
“Desastre”
Da parte de alguns aliados, porém, impera a frustração pelo fato de Lula ter escolhido alguém do PT, quando poderia ter optado por um nome mais próximo do Centrão, que desejava uma vaga de ministro palaciano. E a palavra usada nos bastidores é de que a escolha foi desastrosa. No entanto, entre entregar a articulação política a um partido aliado e manter o seu, o presidente preferiu ficar com o PT. Agora, passará parte do carnaval conversando com os aliados para convencê-los de que optou por Gleisi porque considera que um nome de qualquer outra legenda iria desequilibrar a correlação de forças dentro do governo. A partir de hoje, Gleisi terá de caminhar para o centro, a fim de entregar ao presidente Lula a base política que ele precisa (leia mais no blog da Denise, no site do Correio; veja análise nas redes do jornal).
Reunião no ar
A primeira conversa mais alentada do presidente Lula com Gleisi Hoffmann e outros ministros ocorreu ontem mesmo, no avião presidencial, no trajeto de três horas de Brasília até Montevidéu, no Uruguai, onde o chefe do Executivo participa da posse do presidente Yamandú Orsi, da coalizão de centro-esquerda Frente Ampla, algo semelhante ao que foi feito no Brasil para eleger o petista. A tarefa número um de Gleisi, que integra a comitiva, é aprovar o Orçamento.
Anuncie logo
Nos bastidores, havia um movimento dos aliados de Lula em prol do líder do MDB, Isnaldo Bulhões, como o nome capaz de fortalecer os alicerces entre o presidente da República e o Centrão. Antes que esses ventos ficassem mais fortes, o petista, aconselhado por seus escudeiros e escudeiras palacianos, antecipou o anúncio do nome de Gleisi Hoffmann.
Onde mora o perigo
Com o Palácio exclusivo do PT, muita gente se mostra disposta a, quando surgir um problema, dizer a Lula que procure seu próprio partido. Afinal, a vida é feita de escolhas, e o presidente fez a sua.
Efeito Joice
Há uma ala dos bolsonaristas descontente com o fato de o ex-presidente exigir que eles fiquem o tempo todo em sua defesa e ao seu serviço. Muitos já não concordam com o que chamam de manifestações “quinta série” do partido no Congresso. Entretanto, não têm para onde fugir, porque, se trocam de partido ou se omitem, são chamados de traidores, até pelo próprio Bolsonaro. E, para completar, perdem densidade eleitoral. Quem largou o bolsonarismo em busca de carreira solo, perdeu, haja vista o que ocorreu com a ex-deputada Joice Hasselmann.
CURTIDAS
Investimento/ O Ministério do Turismo, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), vai criar o mapa do afroturismo no Brasil. Terá rotas, destinos, produtos, experiências e eventos de afroempreendedores brasileiros. Para constar no mapeamento, basta responder um formulário on-line até 6 de março. As informações serão essenciais para a construção de um diagnóstico para futuras políticas públicas e ações estratégicas voltadas ao fortalecimento do afroturismo no país, no âmbito do “Programa Rotas Negras” do governo federal.
Vai pedir VAR/ As bancadas no Novo na Câmara e no Senado pediram esclarecimentos ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, sobre o acordo com a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) para organizar a COP 30 em Belém. “O governo federal precisa explicar por que optou por um acordo sem licitação (…), e a sociedade tem o direito de saber como esse recurso será empregado”, afirmou a líder do partido na Câmara, Adriana Ventura (SP).
Ladeira abaixo/ “Gleisi não tem perfil para articulação. Foi assim no governo Dilma, e o resultado foi o pior possível. Se a relação do Planalto com o Congresso já estava ruim, tende a piorar”, disse o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), do qual, por ser de oposição, ninguém esperava elogios.
Guerra nas redes/ Os deputados Guilherme Boulos (PSol-SP) e Rogério Correia (PT-MG) conseguiram um feito nas redes sociais ao pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) para reter o passaporte de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e investigar o deputado por crime de lesa-pátria. Mais de 16 mil publicações no “X”, antigo Twitter, levantaram a hastag “Eduardo Bolsonaro cassado”. Geralmente, quem tem mais velocidade em subir hashtags é a ala conservadora.
Colaborou Victor Correia
Caso das quentinhas acirra disputa na Esplanada e pressiona o ministro Wellington Dias

Coluna Brasília/DF, publicada em 9 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
A divulgação do escândalo da “ONG das Quentinhas” caiu como uma luva no desejo dos partidos de centro, de pressionar o governo para que substitua o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), e abra mais espaço para os centristas na seara dos projetos sociais governamentais. Não é de hoje que os partidos mais conservadores que apoiam o governo pedem, sem sucesso, espaço nas áreas sociais — saúde, educação, assistência social — e também na articulação política palaciana. Na quarta-feira, o Jornal O Globo trouxe à luz a história de uma ONG ligada a petistas que tem um contrato de R$ 5,6 milhões para entrega de quentinhas e não presta devidamente o serviço à população. O ministério já suspendeu o contrato, mas a confusão está armada.
Na oposição, a ideia é buscar uma CPI que possa investigar os contratos do governo com ONGs, numa nova apuração sobre as organizações não governamentais. Desta vez, com o foco naquelas que prestam serviços sob o guarda-chuva do Ministério do Desenvolvimento Social, pasta ocupada pelo PT. É mais um ponto de desgaste, neste momento em que o Poder Executivo se vê pressionado pela troca na articulação no Planalto, pelo aumento dos preços nos supermercados e com uma popularidade que, para os padrões de governos Lula, deixa a desejar.
Dino em voo solo
O escândalo envolvendo recursos repassados à ONG ligada a petistas já fez circular entre os deputados do centro a certeza de que o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino trabalha de forma independente do governo. Embora não haja qualquer resquício de que o caso da “ONG das Quentinhas” tenha saído das investigações da PF solicitadas por Dino, os políticos já fizeram essa leitura nos bastidores.
A certeza da oposição
As redes sociais dos oposicionistas foram inundadas com a fala do presidente da Câmara, Hugo Motta, à rádio Arapuan FM, da Paraíba, sobre o quebra-quebra de 8 de janeiro de 2023. A forma como o presidente da Câmara se posicionou, criticando penas exageradas, foi vista como um indicativo de que, se o tema for a votos na Câmara, a tendência hoje é de aprovação da anistia.
Equilibra aí
Os petistas já sabiam que Hugo Motta não seria um aliado 24 horas, mas, ainda assim, não imaginavam que ele, logo na primeira semana, entraria no debate da anistia, com tendência de simpatia à proposta. Para muitos, foi um sinal de que, ao contrário do que o governo espera, não será um ano tranquilo na Câmara. A esperança agora é que Motta, ainda que seja mais oposicionista nesse tema, ajude nas medidas econômicas.
Tem que dosar
A tendência de aprovação, porém, não é para uma anistia ampla, nos moldes do que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados mais fiéis desejam. A inclinação dos partidos de centro será no sentido de anistiar quem não participou diretamente dos atos de vandalismo.
CURTIDAS

Muda aí/ O Progressistas aposta no presidente da Câmara, Hugo Motta, para tentar reverter a posição da bancada do Republicanos contrária à federação com o PP e o União Brasil. Há quem diga que a amizade que une o presidente do PP, Ciro Nogueira, e o presidente Hugo ajudará nessa missão.
Por falar em acordos partidários…/ O PSDB começou a recolher os flaps nos planos de voo de fusão com o PSD. Até o carnaval, será difícil tomar uma decisão.
Você, pra mim, é problema seu/ Se o partido não conseguir fechar a fusão, os governadores vão cuidar da própria vida e deixar a legenda. Em Pernambuco, por exemplo, Raquel Lyra já está com um pé no PSD, de Gilberto Kassab.
Antenadíssima/ A jornalista Kátia Cubel, CEO da Engenho Comunicação, lança nesta segunda-feira a revista Antenados. A primeira edição está dedicada a mulheres que fazem a diferença na capital do país.
Supersalários no Judiciário: 93% dos magistrados brasileiros receberam acima do teto
Coluna Brasília/DF, publicada em 12 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Parlamentares ameaçam abrir a caixa de maldades por causa do bloqueio das emendas. Neste pacote, estão, por exemplo, os projetos que tratam do corte dos penduricalhos na remuneração do serviço público, algo que atingirá diretamente o Judiciário. Nota técnica do “Movimento Pessoas à Frente”, uma organização da sociedade civil, revela que poucos são os servidores do Legislativo e Executivo que receberam valores acima do teto em 2023, enquanto no Judiciário esse volume é bem maior.
Aos números/ Em 2023, 93% dos magistrados brasileiros receberam acima do teto, enquanto na Câmara dos Deputados, dos 21.448 servidores, apenas 152 (0,7%) receberam acima do teto. No Executivo, 13.568 servidores, o que equivale a menos de 1% do quadro total (0,14%), entre civis e militares, receberam penduricalhos. Essa porcentagem de supersalários dos magistrados custou aos cofres públicos R$ 13,36 bilhões, apenas em 2023.
Quem ganha/ Quem pode se beneficiar por tabela é o deputado Guilherme Boulos(PSol-SP) que entrou com um projeto para corte nos supersalários. “Conseguimos mais de 70 mil assinaturas apoiando a proposta, que é fundamental não só pelo seu caráter igualitário, mas também pelo corte de gastos estimado em R$ 5 bilhões”, afirma o deputado.

Pressão sobre Sidônio
O aumento da desaprovação do presidente Lula em 2,5 pontos percentuais, detectado pela pesquisa Atlas-Intel entre novembro e dezembro de 2024, é visto dentro do PT como mais um fator para o novo ministro da Secretaria de Comunicação do governo, Sidônio Palmeira, dar um jeito. Por enquanto, alguns integrantes do governo colocam a culpa dessa queda nas falhas de comunicação que era comandada pelo deputado Paulo Pimenta.
Problemas à vista
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) alerta para o deficit de auditores fiscais no país. De acordo com o sindicato, é estimado que 1.200 profissionais se aposentem por idade ou tempo de serviço, deixando a função a qualquer momento. Entretanto, o concurso realizado em 2024 teve apenas 200 vagas. Os auditores são responsáveis por garantir que os alimentos exportados atendam aos rigorosos padrões internacionais. Sem eles, as exportações de 2025 podem estar em risco.
Por falar em agropecuária…
É nesse segmento que tanto o PSD quanto o MDB estão de olho nas conversas com o PSDB. Dois dos três estados governados pelos tucanos têm um braço forte no campo, o Mato Grosso do Sul, comandado por Eduardo Riedel, e o Rio Grande do Sul, capitaneado por Eduardo Leite. O agro é pop e tem força eleitoral.
CURTIDAS

“Quem defende a democracia tem que abominar a ditadura de Maduro e condenar a opressão do regime. Não podemos fazer condenações seletivas a golpistas. O Brasil não pode se omitir: Fora Maduro!”
Helder Barbalho (MDB), governador do Pará, no que foi lido como uma cobrança direta para
que o governo Lula condene com todas as letras o regime ditatorial de Nicolás Maduro.
Eles querem mais juros/ A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) afirma que o aumento do teto de juros do empréstimo consignado INSS de 1,66% para 1,80% não é suficiente para cobrir custos de captação e outras despesas operacionais. A ABBC acredita que o público com menor valor de benefício e idade mais elevada serão os maiores prejudicados. A briga agora está no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a competência do Conselho Nacional da Previdência Social para afixação de teto de juros.
Em tempo/ Se depender do governo, a pressão será para reduzir. Ainda que diminua a oferta desse tipo de empréstimo.
Geopolítica/ A defesa de regulação do uso das redes sociais é mais um componente a alinhar o Brasil e a Comunidade Europeia, haja visto o telefonema do presidente da França, Emmanuel Macron, a Lula, na última sexta-feira. A medida do governo brasileiro, ao cobrar explicações da Meta, dona do Facebook, a respeito da mudança de moderação de conteúdo, reforça a posição perante os europeus, compensando até a presença de petistas na posse do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Inelegível e indiciado, Bolsonaro pressiona o PL para ser candidato a presidente em 2026
Coluna Brasília/DF, publicada em 24 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg
O ex-presidente Jair Bolsonaro comentou com integrantes do PL que vai até o fim numa candidatura presidencial. Ainda que esteja inelegível e indiciado na tentativa de golpe de Estado, continuará percorrendo o país em eventos partidários, independentemente dos inquéritos a que responde. Se for preso, pretende fazer tal e qual Lula, em 2018: lançar um nome que possa representá-lo nessa empreitada. A ideia é manter ocupada a cadeira de pré-candidato do PL e seu eleitorado unido. Assim, se for o caso, na última hora, poderá sacar o nome de Eduardo Bolsonaro para concorrer ao Planalto. O filho 03, pré-candidato ao Senado por São Paulo, é o que tem menos arestas para essa disputa e faz política no maior colégio eleitoral do país. É também o que tem mais ligações com o futuro governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Gratidão & lealdade
Com o ex-presidente insistindo em ser candidato, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), volta-se ao projeto da reeleição. Enquanto Bolsonaro não abrir mão dessa candidatura, nem ele e nem outros potenciais concorrentes citados como opções do bolsonarismo arriscam carreira-solo. Está nesse rol a senadora Tereza Cristina (PP-MT). Da mesma forma que Lula tentou sufocar nomes da esquerda em 2022 e juntou todos sob o seu comando, Bolsonaro se manterá candidato para tentar fazer o mesmo com os candidatos que podem surgir no seu campo e tirar um filho do coldre. Esses são os planos A e B e já estão em curso.
Gato escaldado…
Muitos esquerdistas reclamaram da atitude do procurador-geral da República, Paulo Gonet, de deixar a apresentação da denúncia contra Bolsonaro para o ano que vem. Em conversas reservadas, quem o conhece garante que a ideia é evitar o que houve com a Operação Lava-Jato. Muitos acusados e condenados em outras instâncias se livraram por falhas processuais. Não dá para repetir isso.
Diferenças
Os advogados dos réus da Operação Contragolpe têm mais problemas do que os da Lava-Jato. Isso porque, lá atrás, os processos começaram na primeira instância e seguiram até o Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, está tudo na Corte. Ou seja, menos chances de recursos.
A guerra será o Senado
Embora o eleitor esteja mais preocupado com o Natal, os políticos estão com a atenção voltada ao período eleitoral de 2026. Tudo o que for feito daqui para frente, estará diretamente relacionado à preparação de terreno, em especial, na disputa para duas vagas ao Senado. Os bolsonaristas já mapearam os potenciais candidatos para tentar garantir maioria e, assim, cavar um impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Em alguns estados, Bolsonaro pretende exigir indicação para as duas vagas.
O cálculo deles
Os bolsonaristas não estão sozinhos nessa conta. Em encontros políticos, ministros do STF também discutem esse tema. Lula e governadores aliados, idem. Na política, existe a certeza de que, se o bolsonarismo eleger 27 senadores (um por estado e o DF), terá condições de juntar votos contra o Supremo. Por isso, a ideia de Lula é que seu partido apoie nomes de outras legendas que estejam fortes, de forma a evitar uma avalanche de senadores que podem flertar com processos de impeachment. O problema é que o PT ainda não se convenceu. E pretende concorrer em todos os estados.
Por falar em Lula…
Não é apenas a insistência de Bolsonaro em ser candidato que tira o governador de São Paulo da eleição presidencial. Se Lula estiver forte em 2026, Tarcísio de Freitas se preservará para a temporada seguinte, calculam seus aliados, sem Lula e sem Bolsonaro.
Juros na roda
Nos bastidores da festa de 60 anos do Sinduscon, um dos assuntos mais comentados foi a necessidade de baixar os juros. Mas, a avaliação geral é a de que não dá para baixar sem segurança técnica. O setor da construção civil prefere um pouso suave quando for seguro, do que baixar demais e, depois, ter que subir além do que seria necessário.
Bia e Nikolas
O bolsonarismo considera seriamente lançar a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) ao Senado, em vez de apoiar o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Isso porque o governador, até aqui, não entrou na defesa do ex-presidente. E Bia está rouca de tanto dizer que Jair Bolsonaro é vítima de Alexandre de Moraes. Em Minas Gerais, Nikolas Ferreira é considerado o nome mais forte.
2025 de embates
O PT deflagrou uma campanha virtual pelo arquivamento do projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro. Ainda não recorreu a manifestações de rua. Vai, primeiro, medir o apoio na população conectada. Como o leitor da coluna já sabe, parte do governo não quer saber de convocar manifestações para não atiçar seus opositores e garantir tranquilidade para o processo judicial.
O Novo cresce
Com as eleições deste ano, o partido Novo teve um aumento de 1600% em número de mandatários. Para auxiliar esses prefeitos e vereadores eleitos, o Diretório Nacional fará um “Encontro de lideranças Novo 2024”, para treinamento em gestão e legislação. “Alcançamos um outro patamar. Até hoje, o Novo era um partido de alguns poucos mandatários, agora são quase 300. Esse encontro é essencial para que todos possam se conhecer, trocar experiências e cultivar a nossa cultura institucional”, comenta o presidente da legenda, Eduardo Ribeiro.



















