Doria vai ocupar o horário eleitoral do PSDB a partir de 26 de abril

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, por Denise Rothenburg

No papel de pré-candidato oficial do PSDB à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo João Doria ocupará o horário gratuito do partido que vai ao ar na tevê a partir de 26 de abril. Só tem um probleminha: com o presidente do partido, Bruno Araújo, afastado da coordenação da pré-campanha, aliados de Eduardo Leite dentro do PSDB já estão em campo para aproveitar a situação e tentar dar fôlego ao nome do ex-governador gaúcho. A ordem é espalhar a ideia de que haverá uma chapa única dos partidos de centro em 18 de maio. E não será Doria o escolhido.

Da parte dos aliados de Doria, a avaliação é a de que a pré-candidatura de Leite não existe, porque foi derrotada na prévia, realizada democraticamente pelo partido. Essa situação, segundo a turma do ex-governador paulista, só muda se ele abrir mão de concorrer ao Planalto. Ou seja, os tucanos viverão 30 dias de muito empurra-empurra.

Montadoras em movimento…

A reforma tributária em discussão no Senado, por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 110, tem como pano de fundo uma queda de braço entre as montadoras de veículos instaladas no país. É que o grupo Stellantis, proprietário das marcas Fiat e Jeep, é beneficiado por uma emenda do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), para prorrogar o subsídio de incentivos fiscais que a fábrica das montadoras recebe por sua unidade em Goiana (PE).

…pela livre concorrência

As demais montadoras são contra e já começaram um périplo pelo Legislativo para barrar a proposta de Bezerra. Até aqui, a andança tem funcionado. Começa a cristalizar o discurso de que já deu tempo de a empresa atrair e amortizar o investimento. Para completar, o resultado do grupo, em 2021, foi expressivo e não justifica mais destinar R$ 5 bilhões por ano a uma única fábrica.

Emprego e Orçamento reforçados

Os argumentos ainda vão mais além. Primeiro, o incentivo termina reforçando o lucro de uma empresa privada em vez de destinar recursos aos fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). Quanto à geração e empregos, outras montadoras que podem se instalar por ali acabam desestimuladas, por causa dos benefícios concedidos a quem já está na região.

 

“A política já foi xadrez, depois virou pôquer. Passados alguns anos, foi transformada em truco. Hoje é MMA”

Paulo Kramer, cientista político e professor

 

 

Bolsonaristas insistem em defender ideias sem o respaldo da ciência

Publicado em coluna Brasília-DF, coronavírus, Covid-19

Coluna Brasília/DF – Por Carlos Alexandre Souza

Desinformação continua a ameaçar o combate contra a pandemia

Eles voltaram. Em mais uma controvérsia sobre a pandemia — a vacinação infantil contra a covid-19 —, bolsonaristas de carteirinha insistem em defender ideias que não encontram respaldo na ciência. Se antes preconizavam cloroquina para combater os sintomas da doença, neste momento colocam em dúvida a eficácia da imunização em crianças. Afirmam, por exemplo, que as vacinas são de caráter “experimental”, portanto, não seriam recomendadas para o público infantil. Trata-se de um argumento absurdo, porque desautoriza o entendimento de instituições reconhecidas pela seriedade, como a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) e sua correspondente Anvisa.

Integram essa frente negacionista deputados federais bolsonaristas e entidades que fizeram parte do “gabinete paralelo” que atuava nas sombras pelo Palácio do Planalto. O mais grave nesse movimento negacionista é que ele encontra respaldo no ministério da Saúde. A resistência à vacinação infantil é mais evidente quando se ouve o ministro Marcelo Queiroga, mas outros personagens atuam nos bastidores, como a capitã cloroquina Mayra Pinheiro, indiciada pela CPI da Covid pelos crimes de epidemia com resultado morte, prevaricação e crime contra a humanidade.

Em uma etapa crucial no combate à pandemia, no momento em que os brasileiros voltam a se aglomerar e as crianças estão a poucas semanas da volta às aulas, a desinformação volta a minar o combate à covid. Em um país com mais de 600 mil mortes da doença — entre as quais 300 crianças — é preciso, mais uma vez, que a ciência prevaleça sobre o obscurantismo.

Opinião não é ciência

As perguntas que constam na consulta pública do Ministério da Saúde têm caráter claramente plebiscitário, com pouco ou nenhum rigor científico. Há, por exemplo, perguntas como “Você concorda com a vacinação em crianças de 5 a 11 anos de forma não compulsória conforme propõe o Ministério da Saúde?”. Ora, as indagações referentes à vacinação infantil precisam ser respondidas por um corpo técnico. Trata-se de uma discussão entre especialistas, e não um debate sobre o melhor time de futebol ou a banda favorita.

O sol e a peneira

Sabe-se que a maioria esmagadora da classe médica, bem como as autoridades sanitárias, recomenda a vacinação infantil contra a covid. Trata-se de uma estratégia diversionista, a fim de confundir a população com questionamentos irrelevantes. Trata-se, em bom português, de uma tentativa de tapar o sol com a peneira.

Receita do atraso

A consulta pública do Ministério da Saúde pergunta, ainda, se a vacinação de crianças deve ser analisada “caso a caso”, “sendo importante a prescrição da vacina pelos pediatras ou médicos que acompanham as crianças”. A julgar as intenções da pasta comandada por Marcelo Queiroga, presume-se que os pais deveriam buscar prescrição médica para outras vacinas – contra tétano, poliomielite, sarampo, rubéola e outras enfermidades.

Queda de braço

Não é a primeira vez — nem será a última — que cientistas e burocratas promovem uma queda de braço em relação a políticas públicas de vacinação. É conhecido o atrito entre Albert Sabin e o Ministério da Saúde na ditadura militar. Ao final de muitas controvérsias, em 1980 instituiu-se o Dia Nacional da Vacinação.

História

O resultado foi imediato. Naquele ano, o Brasil registrou 1.290 casos de polio. Em 1981, o total de registros caiu para 122 ocorrências.

Reforço estendido

O Ministério da Justiça autorizou a prorrogação do emprego da Força Nacional de Segurança em apoio à Polícia Federal na Terra Indígena Nonoai, no Rio Grande do Sul. Os militares vão colaborar por mais 60 dias, de 25 de dezembro de 2021 a 22 de fevereiro de 2022. Em outro ato, também publicado nesta sexta-feira, a Justiça autoriza o emprego da Força Nacional de Segurança em apoio à PF na Terra Indígena Cana-Brava/Guajajara, no Maranhão. O apoio será dado por 30 dias, podendo ser prorrogado se houver solicitação.

Cooperação

A ação da Força Nacional reforça a política do Ministério da Justiça de reforçar a cooperação entre governo federal, estados e municípios no combate à criminalidade.

Giro pelo mundo

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fará um giro internacional em janeiro para tratar de energia, sustentabilidade e energia. Em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o ministro participa da 12ª Assembleia Ministerial da Agência Internacional de Energia Renováveis e de reuniões com autoridades governamentais dos setores de energia e infraestrutura. Em seguida, Albuquerque vai a Nova Délhi, na Índia, para fomentar parcerias em mobilidade sustentável.

Debandada de auditores fiscais como forma de protesto marca o governo

Publicado em coluna Brasília-DF

COLUNA BRASÍLIA/DF – Por Carlos Alexandre Souza

 

Debandada como forma de protesto marca o governo

A revoada de auditores fiscais dos cargos de chefia na Receita Federal é mais uma prova inequívoca dos conflitos internos que corroem as estruturas do governo de Jair Bolsonaro. O primeiro impacto do protesto organizado pelos auditores recai sobre o Ministério da Economia — o mensageiro da determinação do presidente da República de conceder reajuste salarial a policiais federais. A paralisação dos servidores compromete a fiscalização tributária e pode se espalhar para outras áreas estratégicas.

Há meses, em razão dos descaminhos promovidos na elaboração do Orçamento, a pasta comandada por Paulo Guedes sofre uma sangria de colaboradores. No final de outubro, o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram demissão ao perceberem que o teto de gastos iria implodir no Congresso. Agora, o direcionamento de reajuste salarial a uma categoria específica do funcionalismo torna ainda mais difícil o discurso em favor da responsabilidade fiscal.

A debandada dos auditores na Receita Federal repete o terremoto que há semanas se abate na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Ontem, mais 24 pesquisadores abriram mão de suas funções. O mesmo problema aconteceu no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com reflexos na elaboração do Enem.

Divergências internas ocorrem em qualquer governo. O que se vê, no entanto, são rebeliões a se espalhar na administração pública. Os frequentes desgastes com o funcionalismo público, aumentando o risco de greves, podem custar caro ao presidente Bolsonaro.

 

Contra o crime

O aumento da violência doméstica em razão da pandemia de covid-19 desafiou as políticas de segurança pública. Em 2021, o Ministério da Justiça concentrou esforços para conter a ocorrência de crimes contra vulneráveis — crianças, adolescentes, idosos e mulheres. Esse trabalho ocorreu em todo o país, com a colaboração das Polícias Militares e Civis, além do Ministério Público e do Poder Judiciário.

 

Antifeminicídio

As ações para combater crimes como o feminicídio são as que chamam mais a atenção. Este ano, mais de 127 mil mulheres foram atendidas, além de 14 mil pessoas presas. Houve quase 40 mil medidas protetivas de urgência acompanhadas por policiais civis.

 

Força Nacional

Outro ponto a destacar, segundo o Ministério da Justiça, foi a atuação da Força Nacional, em auxílio a estados como o Amazonas. Durante 2021, a Força Nacional abordou mais de 245 mil pessoas, e prendeu mais de 450 pessoas. Entre os produtos apreendidos, estão 176,4 mil maços de cigarros; 11,5 mil produtos eletrônicos; 1.800kg de maconha; 1.120kg de pasta base de cocaína; e 560kg de cocaína.

 

Diversas frentes

“Os resultados de 2021 demonstram o empenho do Ministério nas suas diferentes frentes, seja na segurança pública, proteção e defesa do consumidor, descapitalização do crime, combate às drogas, ou políticas de justiça. No próximo ano, seguiremos trabalhando para que o Brasil tenha a Justiça e a Segurança Pública cada vez mais fortes”, ressalta o ministro Anderson Torres.

 

Inconstitucional

Na ação que questiona a aprovação do Fundo Eleitoral no valor de R$ 5,7 bilhões, o Novo alega que o valor, além de exorbitante, é inconstitucional. O partido argumenta que a proposta enviada pelo Executivo para o Fundão, de R$ 2,1 bilhões, foi aumentada em mais de 200% no Congresso Nacional, por meio de emenda parlamentar. Esse movimento representa, segundo o Novo, vício de iniciativa, pois cabe somente ao Executivo submeter a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ao Legislativo.

 

Sem urgência

O imbróglio do Fundo Eleitoral ficará sob análise do ministro André Mendonça, mais novo integrante do Supremo Tribunal Federal. O presidente da Corte, Luiz Fux, entendeu não haver urgência para uma manifestação imediata do Judiciário.

 

Ajuda a transplantes

O ministro Marcelo Queiroga está tão ocupado em dificultar a vacinação infantil contra a covid, que perde a oportunidade de divulgar ações positivas de sua pasta. O governo federal vai destinar R$ 20 milhões para o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF). O anúncio foi feito pela ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda, e o titular da Saúde. Arruda aproveitou a ocasião para agradecer o ICTDF, que atendeu o pai dela, acometido por um infarto.

 

Força médica

Com mais de mil colaboradores e equipe especializada com 120 médicos, a unidade é responsável por mais de 60% dos atendimentos a pacientes com doença cardiovascular no Distrito Federal. Nos últimos cinco anos, o ICTDF respondeu por 85% das cirurgias cardíacas na capital. De 2009 a 2021, a instituição fez mais de 7 mil cirurgias adultas e 2,1 mil procedimentos pediátricos.

Senadores pressionam, mas Bolsonaro dobra a aposta contra o isolamento

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF // Por Denise Rothenburg

A morte do senador Major Olímpio tirou o Senado da fila de espera pelo novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Enlutados e chocados pela morte do colega de 58 anos, eles se preparam para chamar a cúpula dos Três Poderes para a montagem de uma coordenação nacional de combate à covid-19. Cansaram de esperar essa atitude de Jair Bolsonaro e, depois da live presidencial desta semana, perceberam que a perspectiva de mudança de rumo do Poder Executivo por iniciativa própria é remota. Bolsonaro continua dizendo que é preciso isolar os idosos, as pessoas que têm comorbidades e os “obesos”, “o resto tem que voltar à normalidade”. Em suas redes sociais, o presidente avisou, inclusive, que entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra as medidas adotadas pelos estados, em especial o toque de recolher, que ele considera uma iniciativa privativa do presidente da República.

Diante do discurso do presidente, os senadores hoje acreditam que o novo ministro, Marcelo Queiroga, que tem a posse prevista para terça-feira, não conseguirá fazer com que Bolsonaro aceite o “distanciamento inteligente”, que o próprio Queiroga citou como necessário ao chegar para uma reunião no Planalto.

 

Vacinas sem impostos

Uma das primeiras atitudes dos senadores em homenagem a Major Olímpio será colocar para tramitar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), apresentada por ele, para isentar de impostos e contribuições a produção, o transporte, a importação e a aplicação de vacinas. O projeto foi redigido pelo ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel, a pedido do senador. Porém, não deu tempo de Olímpio recolher o número mínimo de assinaturas para a tramitação do texto.

 

Contramão

A proposta de Major Olímpio vai na contramão dos desejos do governo, de melhoria do quadro fiscal. Porém, diante da situação de emergência e tragédia que o país vive, se for colocado em pauta, passa rapidinho.

 

“Vexame internacional”

Ao se referir à gestão da pandemia no Brasil como um vexame internacional, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), marca uma linha de afastamento do governo de Bolsonaro. O comandante da Casa já avisou que não tem compromisso com os erros alheios.

 

Muita calma nessa hora

Ministros próximos a Bolsonaro acompanham o Congresso tirando a temperatura do descontentamento em relação ao governo. E não há, no momento, discurso disponível para atender as emendas e arrumar a base, em torno de tudo o que o governo deseja. Em especial, a reforma administrativa.

 

CURTIDAS

 

A volta de Wassef/ O advogado Frederick Wassef está de volta ao seio da família Bolsonaro. Nesta quinta-feira (18/3), em entrevista ao Morning Show, da rádio Jovem Pan, ele se referiu ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) como o “seu cliente”, que “não fez rachadinha e nem recebeu depósitos”, e também defendeu Jair Renan Bolsonaro: “Ele não ganhou carro elétrico, não existe isso, é uma fake news”, afirmou, referindo-se ao filho 04 do presidente e às acusações de que teria recebido um carro elétrico de presente.

Por falar em Flávio…/ Os negócios de 01 foram alguns dos motivos que levaram o senador Major Olímpio a se afastar de Bolsonaro. Ontem, por sinal, o presidente sequer citou a morte do senador em sua live.

Depois da festa…/ A proibição de circulação na Câmara, anunciada nesta quinta-feira (18/3), depois da morte de Major Olímpio, vem tarde para muitos servidores da Casa. Em 10 de março, o Sindicato dos Servidores do Legislativo e Tribunal de Contas da União (Sindilegis) divulgou um balanço de 21 mortes e 468 infectados entre os servidores desde o início da pandemia.

…a casa fecha/ O Sindilegis vem, há semanas, pedindo medidas mais restritivas na Casa, sem sucesso. Pelo menos, agora, conseguiu uma resposta afirmativa da administração. Que venham as vacinas capazes de reduzir esse pesadelo.

Centrão rachou, Lula quer Alexandre Kalil para vice na chapa petista

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF de 18 de março de 2021

 

Diante da queda na avaliação da gestão do presidente Jair Bolsonaro e da alta da covid, dos juros e dos preços, deputados do grupamento que hoje sustentam o governo no Congresso adotam um certo distanciamento. Não é pequena a quantidade de parlamentares que, embora publicamente se coloque como base aliada, diga, em conversas reservadas, que só está ao lado de Bolsonaro por causa das emendas, necessárias para atendimento dos prefeitos ávidos por recursos orçamentários.

Esse cenário levou o PT de Lula a buscar os partidos de centro. O primeiro movimento foi procurar o PSD, presidido por Gilberto Kassab. O sonho do petista, hoje, é ter o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, como seu candidato a vice. A ideia é repetir a fórmula da campanha vitoriosa de 2002, quando Lula fez chapa com o então senador José Alencar, de Minas Gerais. Kalil, bem colocado para o governo do estado, não pensa nessa hipótese. O leque de 2022 ainda terá muitos ensaios.

 

Huck 2026

Diante da confusão na política, o apresentador Luciano Huck recolheu os flaps. A ida para o domingo, no lugar de Faustão, e a posição da família pesam a favor do adiamento do projeto de concorrer à Presidência da República.

 

Administrativa aponta para mais desgaste

A insistência do governo em dar prioridade à reforma administrativa na Câmara não é consenso na base aliada. A aposta é de que, quando o texto que Jair Bolsonaro entregou ao Congresso estiver em discussão, o governo viverá uma profusão de carreatas, como a dos policiais, nesta semana.

 

Música para o Centrão

Diante das dificuldades e da queda de popularidade, o governo faz um pente-fino nos cargos disponíveis para oferecer aos aliados. Vem aí uma nova temporada para ficar de olho na Seção 2 do Diário Oficial da União.

 

Agora só falta você

Na base aliada, a toada, hoje, para levantar a popularidade é de que o presidente Jair Bolsonaro precisa admitir a necessidade de maior distanciamento social nas cidades em que o sistema de saúde esteja no limite. Afinal, foram mais de 5 mil mortes em dois dias. Bolsonaro ainda não se convenceu. A live desta quinta-feira é vista como um termômetro.

 

CURTIDAS

O teste de Bia I/ É bom a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara, Bia Kicis (PSL-DF), se preparar. O bate-boca entre os deputados Paulo Teixeira (PT-SP), que chamava Jair Bolsonaro de “genocida”, e Alexandre Jordy (PSL-RJ), que tachava o petista de “vagabundo” e “cúmplice de ladrão”, foi só o começo. Ontem, ela descobriu onde fica a campainha, para pedir atenção dos colegas.

O teste de Bia II/ As apostas são de que o debate da reforma administrativa, a partir da próxima semana, fará subir ainda mais a temperatura das discussões entre os extremos.

Energia em debate/ Instalada a Frente Parlamentar de Energia Renovável na Câmara, o governo já convidou seu presidente, Danilo Forte, a integrar a comitiva que irá a Glasgow, na Escócia, para a 26ª Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, a COP 26, em novembro deste ano. Mas dificilmente o governo levará na bagagem a Eletrobras privatizada. Hoje, o Coletivo Nacional dos Eletricitários lança a campanha “Salve a energia”, contra a privatização da empresa.

Enquanto isso, em Paris…/ Bares, restaurantes e museus estão fechados desde novembro e, agora, outras medidas virão. Na última terça-feira, a França registrou 408 mortes. E, aqui, onde chegamos a 6.045 em três dias, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, diz que a situação é “até confortável”.

Militares estão aliviados com a saída de Pazuello da Saúde

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Coluna Brasília/DF de 16 de março de 2021

 

Evaristo Sá/AFP

 

Se tem um segmento aliviado com a saída de Eduardo Pazuello do cargo de ministro da Saúde é o de militares. Desde que o presidente Jair Bolsonaro disse, em suas lives, que seus opositores estavam criticando a atuação de um general, e dando a entender que poderia haver reações, havia um desconforto no pessoal da ativa, porque, afinal, o ministro vem seguindo o que tinha sido definido pelo chefe do Planalto. Agora, com Pazuello de volta ao quartel, cada um ficará no seu quadrado.

Bolsonaro e seus principais aliados estão convictos de que, com a ampliação do lockdown no país, era preciso um médico para se contrapor tecnicamente, de forma a evitar que essa medida se espalhe. O presidente, aliás, está convencido de que o lockdown é apenas para prejudicá-lo eleitoralmente. Paralelamente, o novo ministro, Marcelo Queiroga, terá a missão deixar clara a opção do país pelas vacinas, jogando para o fundo da gaveta e, espera Bolsonaro, para o esquecimento, o fato de, lá atrás, o presidente ter desautorizado Pazuello a comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, e declarações como, “vai pedir vacina para sua mãe”.

 

Depois de Pazuello…

Vem aí a pressão para a troca do chanceler, Ernesto Araújo. O presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, Fausto Pinato (PP-SP), amigo de Bolsonaro que esteve na China recentemente, afirma que, no mundo inteiro, são os chanceleres e presidentes que estão na linha de frente das negociações pelas vacinas. “Aqui, preferem ir para Israel atrás de spray.”

 

Deu ruim

A cardiologista Ludhmila Hajjar, primeira convidada a ir para o cargo de ministra da Saúde, terminou expondo ainda mais os erros do governo na condução da pandemia, como a falta de um protocolo de tratamento. Hoje, está cada estado e/ou município agindo por conta própria, sem uma coordenação nacional.

 

Enquanto isso, no Congresso…

Os ataques à médica por parte de radicais de direita levarão a mais uma tentativa de instalar CPI para tentar descobrir de onde saem essas ameaças de morte e quem patrocina esses grupos ideológicos que tentam tumultuar o ambiente democrático. As apostas são de que tem muita gente jogando pela ruptura institucional. Resta saber quem patrocina isso.

 

A guerra da semana

Mesmo com a difícil situação da pandemia, o palpite é de que a oposição não terá força para aumentar o valor do auxílio emergencial. Afinal, a base está segura de que as contas públicas não têm margem para esse pagamento. A ideia, como já revelado pelo Correio Braziliense, é deixar a MP caducar.

 

CURTIDAS

 

Presença de Ciro na Saúde/ O presidente do PP, Ciro Nogueira, do Piauí, é apontado dentro do governo como o padrinho da indicação do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

 

Nem lá, nem cá, mas lá e cá/ Ao negar o lockdown geral, mas, ao mesmo tempo, dizer que os prefeitos e governadores têm autonomia, os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e o do Senado, Rodrigo Pacheco, deixam tudo como está, embora pareçam apoiar a posição do presidente Jair Bolsonaro.

 

Por falar em lockdown…/ O presidente Jair Bolsonaro monitora o tempo todo a situação no Nordeste. Teme que, se os governos estaduais fecharem tudo na região, ele termine perdendo a eleição. Afinal, desta vez, o auxílio emergencial será menos da metade do que foi pago no ano passado diante de um colapso bem maior.

 

Ministérios na pindaíba/ Marcelo Queiroga chegará cheio de vontade ao cargo de ministro, mas não poderá fazer muita coisa. Pelo menos até a aprovação do Orçamento deste ano, os recursos estão escassos. Em tempos de lockdown, o risco no governo é de shutdown.

A lição deixada pela PEC Emergencial no Congresso

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF de 12 de março de 2021

Lula Marques/Fotos Públicas

Passada a votação da proposta de emenda constitucional que congelou o salário dos servidores, os parlamentares da oposição farão reiterados apelos ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para que deixe as propostas mais polêmicas para análise quando houver condições de realizar sessões presenciais. “Isso aqui sem povo não funciona. Os deputados ficam em casa, uma maioria expressiva não acompanha os debates e apenas segue a orientação para votar sim ou não”, diz o líder do PCdoB, Renildo Calheiros (PE). “Questões polêmicas e emendas constitucionais não podem ser votadas em sessões remotas”, completa.

Só tem um probleminha: é justamente esse o ambiente que o governo deseja aproveitar para passar, por exemplo, a forma administrativa, colocada como prioridade por Lira e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O Planalto acredita que, sem povo, pressão dos servidores e confabulações de plenário, o Congresso funciona muito melhor.

 

“Meu legado”

Lira não vê a hora de colocar as reformas tributária e administrativa em pauta para mostrar que, na sua gestão, essas propostas finalmente foram aprovadas pelo Parlamento. Vale lembrar que Rodrigo Maia quis aprovar a tributária, mas o Centrão obstruiu tudo para evitar que o Democratas saísse com essa marca da Presidência da Casa.

 

Mais uma baixa

A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, está prestes a perder mais um técnico. O secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal, Wagner Lenhart, pretende deixar o cargo para acompanhar a mulher, que está grávida e morando em São Paulo. Em tempos de pandemia e de tragédia de mortes por covid, não dá para ficar na ponte aérea.

 

Vacina brasileira

Essa é a principal esperança do presidente Jair Bolsonaro para sair da sinuca de bico em que se meteu ao desautorizar, lá atrás, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a fechar o acordo inicial para a compra da CoronaVac. Ele pediu ao ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, que trabalhe no que for possível para isso. Se demorar muito, não vai adiantar para ajudar na reeleição.

 

Nem vem

Quanto ao distanciamento social, não adianta: o presidente continuará criticando as medidas restritivas, sem constrangimento. Ele está convencido de que os governadores tomam decisões, como o toque de recolher, apenas para prejudicá-lo.

 

Damares anula anistias

Ao revisar a concessão de anistia a 800 ex-cabos da Força Aérea Brasileira (FAB) que haviam sido aprovadas sob a alegação de perseguição política, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, capitaneado pela ministra Damares Alves, manteve apenas 43. A economia dessa revisão, feita com base em critérios definidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo ministério, é de R$ 110 milhões. Ao todo, serão revisados mais de 2.500 benefícios concedidos a cabos dispensados por conclusão do tempo de serviço, em 1964.

 

 

Curtidas

Climão I/ A convivência entre Lira e o PSol está cada vez pior. Esta semana, foi chamado de “coronel” pelo deputado Glauber Braga (PSol-RJ) porque não aceitou o pedido do partido para a nova lista de presença, quando a sessão ordinária terminou seu tempo regimental e outra foi reaberta para dar continuidade à votação da PEC Emergencial.

Climão II/ Glauber ainda comparou Lira ao ex-presidente Eduardo Cunha: “Nenhum coronel vai calar a minha voz. Eduardo Cunha teve seu destino traçado”, comentou. Eis que Érika Kokay (PT-DF) completou: “A única pessoa que se achava dona desta Casa está presa”. Lira cortou os microfones de ambos.

Celebridades & política / O reality show A Casa do Zé, comandado pelo CEO do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), José Roberto Marques, terá uma edição pocket para a Netflix e o Globoplay. Entre as 17 pessoas confinadas numa casa estão o ex-deputado e cantor Frank Aguiar, Adriana Bombom, Suzete Cipriano, do grupo Fat Family e a digital influencer fitness Tati Lobão, filha do ex-senador Lobão Filho e neta do ex-ministro, ex-senador e ex-governador do Maranhão Edison Lobão.

Em tempos de pandemia…/ A ideia é o inverso do BBB. Filmado em Goiânia, o reality A casa do Zé é um misto de atividades e treinamento para uma vida melhor, no qual o foco é bondade, cura e autoconhecimento.

Efeito Lula e mortes por covid-19 põem Pazuello na berlinda

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF de 11 de março de 2021

Mauro Pimentel/AFP

Bolsonaro já havia sentido o tranco, quando João Doria desfilou como o primeiro gestor a se mexer para a compra de vacinas e, aos poucos, foi mudando o discurso. Agora, depois do longo pronunciamento do ex-presidente Lula, o atual chefe do Planalto desfilou de máscara e tentou bombar um slogan “Nossa arma é a vacina”. O próximo passo, avisam alguns bolsonaristas, é o aumento da pressão para que o presidente troque o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e entregue a gestão dessa área ao PP.

Só tem um probleminha: o presidente quer, ali, alguém que “não se deixe levar pela política do distanciamento social” e siga o comando do Planalto. Porém, enquanto não houver queda no número de mortes (ontem foram 2.286 em 24 horas) e baixa na ocupação de leitos hospitalares, é o distanciamento que ajuda a evitar a propagação do vírus. Nesse momento, Pazuello segue à risca o que determina Bolsonaro.

 

Aproveita a onda

A decisão do ex-presidente Lula, de conceder entrevista antes de o Supremo Tribunal Federal decidir a respeito da suspeição de Sérgio Moro, vem justamente no sentido de reforçar o ataque ao ex-juiz e, de quebra, marcar a anulação das condenações pelo ministro Edson Fachin como um atestado de inocência do maior líder do PT. Fachin anulou tomando por base a incompetência de Curitiba para julgar o ex-presidente, mas, diante da suspeição de Moro, Lula terá a moldura para o seu atestado de inocência.

 

O centro se mexe

A marcação da prévia do PSDB para outubro vem no sentido de tentar colocar o partido para tentar amealhar eleitores potenciais de Lula e de Bolsonaro. A avaliação tucana é a de que a rejeição de ambos pode ajudar a construir um candidato de centro com chances de chegar ao segundo turno.

 

Afasta de mim

Os bolsonaristas passaram a sessão da Câmara dos Deputados tentando tirar do colo do presidente Jair Bolsonaro os sacrifícios da PEC Emergencial, como o congelamento de salários. “A PEC não é do presidente, veio do Senado”, comentou o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ).

 

Credibilidade é tudo

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi crucial para levar os deputados a segurarem o congelamento de salários na PEC Emergencial. Ele avisou aos parlamentares que não dava para ficar queimando reservas o tempo todo e que a parte fiscal da PEC era crucial para acalmar investidores.
É nele que as excelências mais confiam hoje para a negociação de projetos.

 

CURTIDAS

Aprovado / O presidente da Câmara, Arthur Lira, passou com louvor no teste de “cumpridor de acordos”. Além de Aécio Neves (PSDB-MG) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, ele foi fundamental para que os partidos do Centrão aceitassem a deputada Bia Kicis (PSL-DF) no comando da Comissão de Constituição e Justiça. Bia, inclusive, destacou a “firmeza de Arthur Lira, que, em nenhum momento, esmoreceu diante de pressões internas e externas”.

A vez delas / O PSL aproveitou as comissões técnicas da Câmara para mostrar que o bolsonarismo respeita as mulheres. As três comissões sob o comando do partido serão presididas por deputadas. Aline Sleutjes (PR) vai presidir a Comissão de Agricultura, e Carla Zambelli será eleita hoje presidente da Comissão de Meio Ambiente.

Tem muito chão / Em março de 2017, ninguém apostava em Jair Bolsonaro como candidato, assim como, em 1993, ninguém apostava em Fernando Henrique Cardoso. Com tanta tragédia do Brasil, é cedo para definir quem estará no segundo turno daqui a um ano e sete meses.

Sig avisou / Ao longo de vários anos, o ex-deputado Sigmaringa Seixas, amigo de muitos ministros do Supremo Tribunal Federal, sustentou em entrevistas e conversas que Lula não poderia ser julgado por Sergio Moro em Curitiba e que a competência era de Brasília. No dia da prisão de Lula, foi um dos que acompanharam o ex-presidente na viagem a Curitiba. Sigmaringa faleceu em dezembro de 2018, quando Lula ainda estava preso. Apenas a turma de Brasília e familiares do ex-deputado se lembraram de lhe prestar homenagens póstumas pela posição, agora reconhecida por Fachin.

 

Moro ensaia discurso contra bolsonaristas e enroscados na Lava-Jato

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF de 10 de março de 2021

Ed Alves/CB/D.A. Press

O ex-juiz Sergio Moro, que sempre pregou que “nenhum país pode se envergonhar de combater a corrupção”, ensaia, agora, o discurso de que os bolsonaristas e enroscados na Lava-Jato se uniram para acabar de vez com a maior operação de combate à corrupção no país. É o que resta a ele, depois do julgamento da suspeição, em curso no Supremo Tribunal Federal. Se vai dar certo, nem ele nem seus adversários sabem, ainda mais em tempos de pandemia, em que as manifestações de rua estão prejudicadas, e as redes sociais, cheias de robôs, impedem uma avaliação mais clara do cenário. Daí, a cautela na comemoração dos grupos que se sentiram prejudicados pelo juiz.

Há quem aposte que, se o discurso de Moro tiver eco na sociedade, pode ajudar a construir uma terceira via. Essa construção não significa que o nome do ex-juiz estará na cabeça de chapa. O que mais interessa a Moro, neste momento, é ser parte de um projeto diferente daquele encabeçado por Lula ou por Bolsonaro.


Efeito dominó atinge o bolso

A suspeição de Sergio Moro no caso do tríplex, que gerou a condenação de Lula, já anulada por Fachin, é acompanhada dia e noite por advogados de enroscados na Lava-Jato, inclusive para pedir a devolução de recursos confiscados pela operação ao longo desses anos.

 

Reforço

A avaliação interna no Supremo Tribunal Federal é de que é necessário levar o caso Moro para o plenário, a fim de transformar essa questão numa avaliação conjunta de todo o Supremo. Só tem um probleminha: juristas consideram que levar ao plenário é dar um
chapéu na Segunda Turma.

Bolsonaro irrita aliados

A defesa que o presidente Jair Bolsonaro fez da retirada do segmento da segurança pública e de militares da lista de servidores sem direito a reajuste salarial deixou o Centrão pra lá de irritado. No Parlamento, há a certeza de que o chefe do Executivo quer se descolar da PEC para a sua categoria e colocar a culpa nos congressistas.

A volta dos que foram

Em todas as conversas, o presidente Jair Bolsonaro tem dito ser preciso providenciar logo as vacinas. É a saída que, segundo aliados dele, resta para fazer
com que apoiadores que o abandonaram voltem a apostar na reeleição.

Pragmáticos S.A.

Antigos aliados de Lula no Centrão vão pensar duas vezes antes de fechar com Bolsonaro para 2022. Há quem diga que, se Lula mostrar um novo fôlego, o jeito será retomar o diálogo com o ex-presidente.

 

Por falar em Lula…

Tem muita gente fazendo apelos para que Lula só faça um pronunciamento público depois que o Supremo Tribunal Federal definir o destino de Sergio Moro. Se a suspeição passar, o petista terá mais argumentos para partir para cima da Lava-Jato com tudo. Caso contrário, melhor manter a cautela.

Quem diria…/ O PT, que a vida inteira criticou o ministro Gilmar Mendes, agora é só elogios ao voto proferido no julgamento da suspeição de Sergio Moro. Gilmar só levou porque sabia que não sairia derrotado da sessão da Segunda Turma. A surpresa foi a ministra Cármen Lúcia defender a continuidade do julgamento.

Eles apoiaram/ Os tucanos Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Aloysio Nunes Ferreira enviaram mensagens ao PSDB e a Arthur Lira para dizer que apoiam a escolha do deputado Aécio Neves, do PSDB-MG, para presidir a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.

Ele, não/ O governador de São Paulo, João Doria, não gostou de saber que o partido terá Aécio como representante da Câmara no cenário internacional.
O líder Rodrigo de Castro (PSDB-MG) está empenhado em resgatara imagem do ex-senador e ex-governador de Minas Gerais.

O corpo fala/ A alegria estampada no olhar de Arthur Lira ao dizer que a Segunda Turma ia julgar a suspeição de Sergio Moro era visível.

Tudo virtual/ A eleição dos presidentes das comissões técnicas da Câmara será virtual. É que tem subido o número de casos entre servidores da Casa. Todo cuidado é pouco.

O recado de Bolsonaro para quem quiser apeá-lo do poder

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg

 

Muitos políticos ficaram meio cabreiros com a live do presidente Jair Bolsonaro em que ele mandou uma mensagem direta àqueles que cogitarem qualquer pedido de impeachment. Ao dizer que não podia lançar o país numa aventura e que lutou muito para chegar ao Planalto, o presidente foi direto: “Tudo tem limite. Não tenho sangue de barata, lutei para chegar aqui, me livrei da morte naquela facada (…) e jamais vou aceitar, se aparecer um dia algum movimento conspiratório. Me tirar daqui de qualquer jeito, sem motivo, não vai mesmo. Ou para escravizar o nosso povo”, disse o presidente.

A complementação à essa colocação foi “por decreto, ajudamos muita gente a comprar armas e munições”. Para bons entendedores, a mensagem está dada: Bolsonaro chamará os seus para defendê-lo em caso de qualquer processo. Desde que não seja em caso de um resultado eleitoral desfavorável daqui a um ano e 10 meses, está tudo certo.

 

A semana de aposta no PT

O candidato do bloco “Câmara Independente” à Presidência da Câmara, Baleia Rossi, aproveita o fim de semana para mapear o apoio da oposição-raiz ao governo federal. Dos governadores, por exemplo, tem o apoio de Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE). Em tempo: ambos defendem que o partido siga em frente e evite o que consideram pior, ou seja, a eleição de Arthur Lira, aliado de Bolsonaro.

 

Ciúme de político…

… Reza a lenda, é pior do que ciúme de mulher. Não foi bem recebido, no MDB, o almoço do presidente Jair Bolsonaro com o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). No governo, porém, há quem diga que o presidente adotou apenas uma “cortesia” com Davi Alcolumbre que nunca deu motivos para não receber um bom tratamento por parte dos inquilinos do Alvorada.

 

O pulo de Alcolumbre

O atual presidente do Senado pretende fazer com Rodrigo Pacheco tal e qual agiu em 2019, quando oficializou a sua candidatura no último minuto. Só tem um probleminha: desta vez, o candidato do DEM não concorrerá contra Renan Calheiros, que foi para a campanha desgastado. Os nomes do MDB que estão na roda têm condições de derrotar o atual comandante do Senado.

 

Saúde e economia andam juntas

Até aqui, o turismo, no final do ano, não correspondeu às expectativas, o número de casos de covid-19 voltou a subir e muitas cidades se viram obrigadas a apertar as medidas de isolamento para tentar evitar o pior. Desse jeito, avaliam os economistas, a ideia do governo de cuidar da saúde e da economia terá que ser revista, porque funcional, aos trancos e barrancos, apenas para a segunda.

 

Um homem, dois discursos/ No quase monólogo que o presidente Jair Bolsonaro transmitiu em suas redes sociais, em 24 de dezembro, faltou espírito natalino e sobraram críticas às vacinas. Muito diferente do pronunciamento que foi ao ar em cadeia nacional de rádio e tevê, ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Por falar em discurso…/ A contar pelo discurso de João Amoedo (Novo) em entrevista ao Estadão, o presidente Jair Bolsonaro perdeu seu apoio no segundo turno. Porém, há um senão: desde que o adversário não seja o PT.

Lei Viviane/ A morte da juíza Viviane Vieira Arronenzi, covardemente assassinada a facadas pelo ex-marido na frente das filhas, é mais uma mostra de que ainda estamos longe de garantir proteção às mulheres ameaçadas por ex-companheiros. A Associação Nacional dos Desembargadores (Andes) e a Andes-Mulher vão pedir novas leis para aumento da pena para casos de violência doméstica contra magistradas e mulheres que atuam na área de segurança e Justiça.