Bolsonaristas pretendem politizar queimadas na disputa presidencial de 2026

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, publicada em 17 de setembro de 2024, por Denise Rothenburg, 

Enquanto Pablo Marçal se dedica a replicar a imagem da “cadeirada” em suas redes e medir o humor do eleitorado depois da agressão do debate de domingo, os bolsonaristas preferem colecionar as imagens exibidas na TV aberta sobre as queimadas em todo o país. A ideia é catalogar tudo para usar lá na frente, em 2026. O objetivo é usar esse material para dizer que o PT reclamou tanto das queimadas nos tempos de Jair Bolsonaro, mas está vendo a floresta queimando tal e qual ocorreu no passado. No Distrito Federal, por exemplo, a situação nunca foi tão crítica.

Veja bem

O governo age para tentar marcar a diferença de tratamento nesse campo, sobrevoando as áreas atingidas, fazendo reuniões de emergência e mobilizando recursos. Lula fez várias reuniões sobre esse tema, levará o assunto ao discurso nas Nações Unidas semana que vem e pretende lançar um pacote de medidas.

Objeto do desejo

Com o PL mais próximo do líder do Republicanos, Hugo Motta, o PT está tentado a aceitar a proposta dos líderes do PSD, Antonio Brito, e Elmar Nascimento, e ocupar a vice-presidência da Câmara. Porém, nada será definido em meio à corrida eleitoral. O partido de Lula não vai precipitar nada.

Quem avisa…

O governo quer aprovar, pelo menos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 ainda em outubro, tão logo seja conhecido o resultado do primeiro turno das eleições municipais. A avaliação de muitos políticos, porém, é a de que a turma do Planalto pode esperar sentada. A perspectiva é ficar para mais à frente um pouquinho.

… amigo é

Antes de qualquer deliberação sobre a lei que vai nortear a análise do Orçamento de 2025, será preciso que o governo aceite a reforma que os deputados e senadores planejam promover para continuar no comando das emendas. Essa, aliás, será a primeira briga da temporada pós-eleitoral.

Longe de Gilson

Com o prefeito de Recife, João Campos, apontado como vitorioso já no primeiro turno, o ex-presidente Jair Bolsonaro não pretende passar por lá nesta reta final da eleição. Vai priorizar onde as chances de vitória são mais palpáveis e, obviamente, no Rio de Janeiro, base eleitoral dos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro.

Sumiram

Os candidatos Guilherme Boulos, do PSol, e Ricardo Nunes, do MDB, queriam aproveitar o debate de domingo para reforçar a polarização entre eles, mas, depois da “cadeirada”, ficaram em segundo plano. Agora, é tentar recuperar terreno no debate do UOL, hoje.

Exagerou, perdeu

O candidato Pablo Marçal valorizou tanto a cadeirada que levou de Luiz Datena (PSDB). Seus assessores falavam em “costela quebrada”, porém, o boletim médico menciona “traumatismo no tórax”, “sem complicações associadas”.

Por falar em cadeirada

Quando você pensa que o fundo chegou, os políticos cavam mais
um pouquinho. Agora, com as cadeiras parafusadas, vejamos o que eles vão inventar, se a temperatura continuar subindo nos debates paulistanos.

Enquanto a turma aposta na campanha municipal…

O Lide, do ex-governador João Doria, debate nesta quarta-feira, 18 de setembro, a conjuntura atual, o cenário global e o Brasil nesse contexto. À mesa de debates, na Casa Lide, em São Paulo, nomes como o de Ilan Goldfajn, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, e de dois ex-ministros da Fazenda, Henrique Meirelles e Joaquim Levy.

O recado de Valdemar ao PL sobre a eleição para presidente da Câmara

Publicado em Política

Coluna Brasília/DF, publicada em 8 de setembro de 2024, por Denise Rothenburg

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, disse a alguns deputados do partido que não é o momento de fechar apoio formal a um candidato a presidente da Câmara. O ideal é passar as eleições municipais para, depois, tratar deste tema. O partido, a preços de hoje, está em aberto. A turma bolsonarista não se mostra confortável em apoiar um candidato que chegue com a chancela do governo. Entre os deputados do partido, a desistência de Marcos Pereira de concorrer à Presidência da Câmara em favor de Hugo Motta, ocorreu depois de um “veto” a Elmar Nascimento (União Brasil-BA) pelo governo. E isso muitos não aceitam.

Kleber Sales/CB/D.A.Press

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Os parlamentares não querem saber de fechar apoios a qualquer pré-candidato a presidente da Câmara antes de conhecer a força que virá das urnas, com as eleições municipais de outubro. A depender do quadro, tudo pode mudar.

O jogo União-PSD

A ideia agora entre os dois partidos é a seguinte: se Davi Alcolumbre se consolidar no Senado — e, a preços de hoje, nada indica o contrário —, o PSD o apoiará. E, em troca, o partido de Elmar Nascimento dará respaldo a Antonio Brito na Câmara. Se a candidatura de Alcolumbre for abalroada no caminho e o senador Otto Alencar ganhar fôlego por lá, o PSD apoiará Elmar.

Virou “mais um”

Parlamentares que acompanharam cada lance da disputa pela Presidência da Câmara na última semana consideram que, se fosse para o líder do Republicanos, Hugo Motta, ser o candidato de consenso, a consolidação teria de ser em 24 horas. Isso não ocorreu. Ao manter a candidatura de Antonio Brito (PSD-BA) e se aproximar do União Brasil de Antonio Rueda, ACM Neto e Elmar Nascimento, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, conseguiu driblar o gesto da desistência de Marcos Pereira em favor de Hugo. E segue o baile.

Enquanto isso, na Venezuela…

Os movimentos do governo de Nicolás Maduro a cada dia empurram o presidente Lula para considerar o regime para além da expressão “desagradável”, já usada pelo brasileiro. O cerco à sede da embaixada Argentina em Caracas, país atualmente representado pelo Brasil na Venezuela, é mais um tijolinho a afastar Lula de Maduro.

O franco-atirador

No ato pelo impeachment de Alexandre de Moraes em São Paulo, o pastor Silas Malafaia não protagonizou um dos discursos mais incisivos por acaso. Foi escalado para isso.

Muito além das Forças Armadas

O Desfile de 7 de Setembro em Brasília expandiu seus pilares. O destaque ficou para o Sistema Único de Saúde, o G-20 e o Rio Grande do Sul.

Por falar em desfile…

Na tribuna de honra do desfile, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ficou bem próximo do ministro Alexandre de Moraes, que o afastou do cargo em janeiro de 2023, no dia seguinte aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

… Nem tudo foi política

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, chegou com a nova namorada, a procuradora da Fazenda Nacional e diretora do Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP), Rita Dias Nolasco. A professora, cofundadora do projeto Mulheres no Processo, do IBDP, chamou a atenção das autoridades.

 

A certeza no Planalto é de que “acabou o recreio”: não dá mais para errar

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, publicada em 11 de agosto de 2024, por Denise Rothenburg

A soltura de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, acusado de fazer parte de um grupo que tramava um golpe de Estado, soou a muitos integrantes da base de Lula como um sinal de que perdeu força o discurso de defesa da democracia que ajudou o petista logo depois do quebra-quebra de 8 de janeiro de 2023. Foi essa certeza que levou o presidente a articular o encontro com os ministros na semana passada, de forma a organizar a “hora de mostrar serviço”. A certeza, no Planalto, é a de que “acabou o recreio”. Daqui para a frente, é “mata-mata”, ou seja, não dá mais para errar nem deixar para depois.

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A avaliação do governo é que há três elementos que precisam de muita atenção: a irritação dos congressistas com a suspensão de grande parte das emendas Pix pelo Supremo Tribunal Federal; a eleição municipal, período em que cotoveladas são inevitáveis; e a disputa pela Presidência da Câmara, em polvorosa nos bastidores. O comportamento dos ministros e do próprio presidente é que irá definir se esses fatos serão um tsunami ou uma “marolinha”.

A estratégia de Bolsonaro

Alguns fiéis escudeiros do ex-presidente Jair Bolsonaro acreditam que ele vai esperar até o último minuto para lançar um candidato a presidente da República. Há quem aposte, inclusive, que ele vai segurar esse espaço até no período eleitoral para, se não conseguir recuperar a elegibilidade, colocar um parente em seu lugar na última hora.

É pegar…

É nesse sentido que o ex-presidente tem feito questão de participar dos jantares e dos movimentos de campanha do PL. No jantar da semana passada, muitos saíram com a certeza de que Bolsonaro deixará cada vez mais claro que a capacidade de mobilização do partido está diretamente relacionada à presença dele.

…ou largar

E é fato que Bolsonaro reúne multidões, algo importante para qualquer partido. Portanto, até aqui, ninguém reclama de deixar a definição da candidatura presidencial a cargo do ex-presidente.

Uma manobra em 55 dias

O governo do presidente Lula tem até o primeiro turno da eleição municipal para fechar um acordo sobre a liberação dos quase R$ 8 bilhões em emendas pendentes, incluindo na conta as tais emendas Pix. A partir da segunda semana de outubro, as cobranças de hoje prometem virar uma batalha campal.

Otimistas

Os diplomatas têm esperanças de que o acordo entre Brasil e União Europeia seja assinado ainda neste semestre. Essa expectativa se baseia na escolha do ex-primeiro-ministro de Portugal Antonio Costa como presidente do Conselho Europeu e a recondução de Ursula von der Leyen ao comando da Comissão Europeia. Costa toma posse em janeiro.

Fica para depois

A tendência desta semana no Congresso é de mais dedicação aos bastidores do que às votações. Com o acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo e a tensão em torno das emendas, os parlamentares dizem que não há clima para muita coisa.

Enquanto isso, no Rio…

Na sexta-feira, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux e Dias Toffoli, e oito governadores têm encontro marcado no Rio de Janeiro, no 23º Forum Empresarial Lide, sob o comando do ex-governador João Doria.

Dia dos Pais

Aos pais que podem comemorar com os seus filhos, não tem presente maior. Aqui, o registro do presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, em seu Instagram, com o primeiro filho, Pedro, que completará um mês no próximo dia 17.

A estratégia de Tarcísio para enfrentar Lula em 2026

Publicado em Eleições, Lula

Coluna Brasília/DF, publicada em 14 de julho de 2024, por Denise Rothenburg

O escândalo das joias associado ao fato de a Polícia Federal ter em mãos áudio que, ao que tudo indica, tem potencial para desgastar o ex-presidente Jair Bolsonaro, aumenta as pressões para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), coloque-se mais no cenário nacional em nome do bolsonarismo. Tarcísio, porém, tem outros planos. Seus aliados em Brasília garantem que ele só se colocará no jogo presidencial rumo a 2026 se o presidente Lula estiver derrotado antes da hora. Até aqui, tem ocorrido o inverso.

Pacífico/CB/D.A.Press

As pesquisas da última semana indicam que Lula parou de cair e tem espaço de recuperação. Conseguiu, com a ajuda do centro, empinar a reforma tributária, retomou programas sociais, e a geração de empregos subiu. Nesse cenário, Tarcísio joga toda a sua energia em governar São Paulo, a fim de assegurar que os conservadores não percam essa joia da coroa.

MDB quer jogo

Ciente da lição política de que ninguém ganha eleição de véspera, o MDB se organiza para ter voz na eleição para a Presidência do Senado. A ideia é rejeitar o “já ganhou” de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e buscar espaço de negociação. Os primeiros acordes nesse sentido saem justamente do Maranhão de José Sarney, adversário do senador amapaense.

Movimentos

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) fez questão de comparecer à filiação do ex-senador Francisco Escórcio ao MDB do Maranhão, neste fim de semana. Com a ficha abonada por seu padrinho político, o ex-presidente José Sarney, Chiquinho é um ativo importante nos bastidores da articulação em Brasília. E a senadora adoraria presidir o Senado. Chiquinho vai verificar se há espaço nesse sentido.

O passado ensina

A lei “ninguém ganha eleição na véspera” funcionou, por exemplo, em 2019, quando Alcolumbre venceu. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) figurou por meses meses como praticamente eleito. Os ventos mudaram e Renan saiu da disputa no dia da eleição, muito irritado, porque o PSDB abriu o voto para evitar que seus filiados votassem nele. Agora, o MDB quer ver se vira o feitiço de Alcolumbre contra o feiticeiro.

Por falar em eleição…

A tensão em torno do palanque do prefeito JHC em Maceió vai até o último minuto do prazo das convenções para oficialização das chapas. O presidente da Câmara, Arthur Lira, de olho numa vaga para o Senado em 2026, quer indicar o vice. JHC prefere o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), que tem Eudócia Caldas, mãe do prefeito, como suplente.

…é preciso confiança

JHC quer a mãe no Senado para ter um suporte quando deixar o cargo, daqui a dois anos, para concorrer ao governo estadual. Só tem um probleminha: muitos apostam na política de que JHC desviará seu projeto para o Senado, em que a possiblidade de vitória é maior, deixando Arthur Lira a ver navios. Por isso, Lira quer indicar o vice de JHC agora, a fim de amarrar o prefeito ao seu projeto. Está um desconfiando do outro.

Otimismo em alta

O Radar Febraban (Federação Brasileira de Bancos) indica que a população do Centro-Oeste está confiante na melhoria do país. Do total pesquisado, 57% dos entrevistados acreditam que o Brasil vai melhorar até o fim de 2024. A percepção é mais positiva que a média do país — 55% veem perspectivas melhores até o fim do ano, enquanto outros 23% acreditam que continuará da mesma forma.

Nordeste reina

Na região, 42% consideram que o país já melhorou. No comparativo nacional, em termos de otimismo, o Centro-Oeste fica atrás do Nordeste (56%) e do Norte (52%), empata com o Sudeste (42%), e se posiciona acima do Sul (36%). Na média, 46% consideram que o país melhorou, um percentual cinco pontos acima do registrado em julho de 2023. Ou seja, Lula e o governo têm tem motivos para comemorar

Uma pausa

Aproveito o recesso parlamentar para recarregar as energias. Neste período, a coluna ficará a cargo do editor Carlos Alexandre e da equipe do Correio.

Colaborou Vinicius Doria

Ramagem não pretende desistir de candidatura a prefeito do Rio

Publicado em coluna Brasília-DF, Eleições

Coluna Brasília/DF, publicada em 13 de julho de 2024, por Denise Rothenburg

Pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, alçado a essa condição com festa pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em março deste ano, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) não vai renunciar à candidatura para facilitar a vida de quem quer que seja. Ele pretende aproveitar a vitrine para fazer contraponto em relação ao que foi apresentado até aqui pela Polícia Federal. A convenção que oficializará Ramagem candidato está marcada para o dia 22 deste mês, e, até aqui, nada muda. O PL espera, inclusive, a presença de Jair Bolsonaro.

Vale lembrar: se Ramagem quer permanecer candidato, tirá-lo da disputa não é visto como o melhor caminho por alguns bolsonaristas. Afinal, deixar o ex-diretor-geral da Abin de Bolsonaro magoado, nesta altura do campeonato, avisam alguns, pode ser o pior dos mundos. Ruim com ele, pior sem ele. E nenhum aliado pretende meter a colher nessa briga.

Muito além do conteúdo

O que irritou e muito Jair Bolsonaro e seus mais fiéis aliados foi o fato de Alexandre Ramagem ter gravado a conversa com o ex-presidente. No meio político, isso é considerado um gesto de alta traição.

Os trabalhos de Chiquinho

O ex-senador Francisco Escórcio se filia, nesta manhã, ao MDB do Maranhão. Fiel escudeiro do ex-presidente José Sarney e ex-assessor dos presidentes Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer, Chiquinho, como é conhecido, não se junta ao partido a passeio. Em outubro do ano passado, ele escreveu um artigo defendendo a candidatura da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) à Presidência do Senado. E agora chega ao MDB para trabalhar nessa empreitada.

Se tiver espaço…

O MDB sarneyzista convive, mas não engole Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Afinal, foi Alcolumbre quem atrapalhou a vida de Sarney lá atrás e que interrompeu a sucessão de emedebistas na Presidência do Senado. O partido só apoiará Alcolumbre se não houver qualquer brecha para mudar o jogo.

Urgência das férias

O Congresso entra em férias na semana que vem, mas não será possível suspender os prazos de apreciação de projetos que não estejam diretamente relacionados a número de sessões. É que com a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) adiada para agosto, não tem recesso no papel. Só na prática. Daí, o apelo dos senadores para que se tire a urgência da votação da reforma tributária. Eles querem calma para avaliar o texto que saiu da Câmara e sem comprometer o recesso branco deste mês.

Cenário 2022

Em maio de 2022, a casa da festa do líder do União Brasil, Elmar Nascimento (foto), foi palco do Arraiá da Bia Kicis e do Ricardo Caiafa, então pré-candidatos, ela a deputada federal e ele, a distrital. A então deputada Flávia Arruda, que concorreria ao Senado, compareceu à festa acompanhada de José Roberto Arruda, seu marido à época. Num outdoor, “Juntos por um DF melhor”, a foto de Flávia e Caiafa. No telão, mensagem do então presidente Jair Bolsonaro. Dos quatro, só Bia Kicis se elegeu. Nem Bolsonaro, exibido no telão, saiu vitorioso.

Cenário 2024

Esta semana, o palco ficou para a Timbalada e, entre os convidados, brilharam os partidos de centro, União Brasil e PP, e os de esquerda, PT e PCdoB, com destaque para os ministros de Lula que compareceram ao aniversário, inclusive, o da Casa Civil, Rui Costa. São dois retratos das voltas que o mundo da política dá.

Haja festa!

Nos rolês parlamentares da semana, chamaram a atenção os… showmícios. Em pré-campanha para a Presidência da Câmara, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento, brindou deputados, na quarta-feira, com um show da Timbalada. Na noite anterior, Dudu Nobre e Gil da Banda Beijo animaram a festa do PSD. Se agora já está assim, imagine depois da eleição municipal.

A revolta das 27 frentes parlamentares pela devolução da MP 1.227

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, Crise entre os Poderes

Coluna Brasília/DF de 7 de junho de 2024, por Denise Rothenburg

O documento assinado por 27 frentes parlamentares pela devolução da Medida Provisória (MP) 1.227, que mexeu nas regras de crédito de PIS/Cofins e alvoroçou o setor produtivo, tende a consolidar o poder desses grupos. Ainda que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), opte por discutir o assunto, em vez de devolver o texto, a MP tende a ser derrubada assim que for a voto, de forma a permitir o bom andamento dos negócios Brasil afora. Nos últimos dias, vários industriais suspenderam operações de exportação. No agro, alguns exportadores estão há três dias sem embarcar soja porque temem ter que pagar altos impostos, que antes da MP podiam compensar com créditos de PIS/Cofins.

Na terça-feira, os presidentes das 27 frentes têm encontro marcado na Frente Parlamentar do Agro para levar solenemente a Pacheco o pedido de devolução da MP. A confusão está armada.

“O governo errou”

Dedicado ao grupo de trabalho da reforma tributária e à Comissão Mista de Orçamento, o deputado Claúdio Cajado (PP-BA) avisa ao Planalto: “O governo está batendo cabeça. (O ministro da Fazenda Fernando) Haddad não conversou com ninguém sobre essa medida provisória. Não se pode fazer uma MP dessas sem conversar com a base. A formatação não foi boa. Agora, tem uma questão de fundo que precisamos enfrentar: é preciso discutir as desonerações, ainda que seja para um prazo de 20 a 30 anos”, diz o deputado, salientando que Haddad “não tem culpa”. “Ele é quem mais tenta acertar”, frisa.

A outra disputa da vez

Paralelamente à MP 1.227, vem por aí uma guerra dentro da Comissão Mista de Orçamento. Dia desses, foi uma briga danada porque o projeto que destinou R$ 3 bilhões das emendas de comissões técnicas para o Ministério da Saúde teve de ser votado a toque de caixa, sem análise pela turma afeita ao Orçamento.

Bom para todos

O projeto acabou passando porque, como todos os deputados sabem, a saúde é o local mais fácil para liberação de recursos e há muita emenda represada por lá. Porém, o mal-estar permanece.

Simone que se prepare

O primeiro alvo dessa insatisfação dos integrantes da CMO será a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e justamente no Dia dos Namorados. É que o presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), fechou 12 de junho para que ela vá ao Congresso discutir a proposta da LDO 2025. A ministra será cobrada sobre o que o governo tem feito para conter os gastos.

Lula e a guinada à esquerda

Eduardo Paes terá o apoio de Lula no Rio — Tomaz Silva/Agência Brasil

O acordo que o PT fechou com o PSol para concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte joga de vez para escanteio o PSD do prefeito Fuad Noman. Aliás, no triângulo dos votos — São Paulo, Minas e Rio de Janeiro —, a única capital em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiará um partido de centro é no Rio, o prefeito Eduardo Paes.

Veja bem

A separação do MDB de Ricardo Nunes, em São Paulo, e do PSD, em Belo Horizonte, é um movimento que ajuda a empurrar esses partidos para longe de Lula, em 2026. Ainda que tenham ministros, ninguém hoje aposta numa frente ampla encabeçada pelo petista num futuro próximo.

Olho nele

Pré-candidato a prefeito de Londrina (PR), o presidente da Frente Parlamentar Católica, Diego Garcia, do Republicanos, não deixa de prestar atenção nos movimentos rumo a 2026: “O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) se voltou para o estado. É fortíssimo candidato à sucessão do governador Ratinho Jr. em 2026”, aponta.

Um teste no Congresso sem cheque em branco para Lula

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, publicada em 9 de maio de 2024, por Denise Rothenburg

A Comissão Mista de Orçamento se dispôs a ajudar na aceleração de propostas para suplementação orçamentária por meio dos projetos de lei — os chamados PLNs —, com votação prevista para amanhã, na sessão do Congresso. Mas a oposição bateu o pé e, com o apoio dos partidos de centro, não permitiu que se fizesse nada por decreto, sem autorização do Parlamento.

Maurenilson/CB/D.A.Press

Por falar em autorização… A proposta para deputados de outros estados mandarem emendas para o Rio Grande do Sul foi objeto de acordo na reunião da CMO. Só tem um probleminha: resta saber se as excelências vão deixar de atender os seus prefeitos para reforçar o volume de recursos para a tragédia que vive o Rio Grande do Sul. Em ano eleitoral, conforme o leitor da coluna já sabe, há resistências.

Aeroporto imprevisível

A previsão de reabertura do Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, em 30 dias, terá que ser refeita. Os especialistas dizem que quando a água baixar, serão, pelo menos, mais 30 dias de testes e medição do asfalto para ver se a pista suportará os pousos.

Emenda “filhote”

Esse é o nome que os deputados deram à divisão das emendas individuais para atender ao Rio Grande do Sul. A sugestão, apresentada na Comissão Mista de Orçamento, permitirá aos deputados dividirem uma emenda em várias. E, assim, distribuir os valores aos municípios gaúchos.

Cobre e fiscalize

No Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF), as emendas de deputados e senadores estão elencadas no site e diz em que foram aplicadas. Há quem defenda que o mesmo sistema seja adotado, agora, num banco de dados de fácil acesso, sobre os recursos encaminhados ao Rio Grande do Sul.

Sem clima

Com a situação no Rio Grande do Sul cada dia mais triste, o quinquênio do Judiciário tende a ir para a gaveta. Não dá para aumentar os vencimentos dessa e de outras categorias enquanto os gaúchos precisam reconstruir todo o estado e tem milhares de desabrigados.

Chiquinho e o “padre”

O ex-senador Chiquinho Escórcio, do Maranhão, estava no corredor do Senado quando, de repente, passa Padre Kelmon — sim, aquele que foi candidato a presidente da República pelo PTB. Chiquinho não se conteve: “Padre, padre!” Kelmon olhou para ver quem o chamava. Chiquinho foi direto: “Eu te excomungo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!” Gargalhada geral na roda de maranhenses.

Cara de paisagem

Kelmon não disse nada. Desviou o olhar e seguiu seu caminho. Ele procura um partido para concorrer à prefeitura de São Paulo.

Mudança de planos

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, avisou a amigos que não deve mais viajar aos Estados Unidos para a Brazilian Week, com vários eventos, tais como o Lide Brazil Investment Forum, de João Doria, outro do Financial Times, uma apresentação do Vale do Lítio (o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais) na Nasdaq e, ainda, o Fórum Esfera. Os eventos em Nova York são vistos como uma oportunidade de atrair investimentos para o Brasil e busca de parcerias, inclusive, para enfrentamento às mudanças climáticas.

E já que falamos nas mudanças climáticas…

Não estamos preparados para enfrentar tragédias climáticas do tamanho desta que ocorre no Sul do país. É preciso que o poder público estude, aprenda e planeje para evitar que essa tristeza se repita.

Governo recebe os sinais do que precisa mudar na relação com o Congresso

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, GOVERNO LULA, Política

Coluna Brasília/DF, publicada em 21 de abril de 2024, por Denise Rothenburg

Nas conversas dos líderes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será colocada com todas as letras que a relação enfrenta hoje o mesmo tipo de problema que exterminou a confiança política nos tempos do governo Dilma Rousseff: fechar acordos e não cumpri-los.

Os deputados consideram que foi assim no Programa Emergencial para recuperação do setor de eventos, o Perse, e ainda na liberação das emendas ao Orçamento, inclusive, a fatia das emendas impositivas. O governo, dizem alguns líderes, pretende voltar à velha fórmula de liberar mais para quem votar a favor das propostas governamentais e isso não voltará a ocorrer. Ou o governo respeita os acordos que forem fechados no parlamento, ou virá por aí uma nova derrubada de vetos.

Esta semana, aliás, já tem gente pedindo para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, segure mais um pouco a análise dos vetos a fim de dar tempo de Lula conversar e o governo retomar algum controle sobre o plenário. É que, com a chegada das propostas de regulamentação da reforma tributária, não dá para discutir no clima que predominou nos últimos dias.

Vamos por partes

Com tantos problemas na sala, o presidente da Câmara, Arthur Lira, não colocará para votar nem tão cedo a proposta de emenda constitucional que limita as decisões monocráticas do Poder Judiciário. Primeiro, é preciso resolver os problemas da Câmara com o Executivo.

PL com Arthur

Interessado em levar o presidente da Câmara de volta ao grupo do governo anterior, o PL tem dito em suas reuniões mais reservadas que não lançará candidato a presidente da Câmara. A ideia é apoiar o nome que tiver o apoio de Arthur Lira.

Vai ter disputa

O sonho de Lira, que é também o do PT, era conseguir lançar um só nome para a Presidência da Câmara. Mas, a preços de hoje, com pré-candidatos na pista em busca de votos, a avaliação geral é a de que será difícil não ter uma guerra acirrada pelo comando da Casa.

Olha o foco!

Nas reuniões das Nações Unidas semana passada, diplomatas brasileiros detectaram que os países árabes de um modo geral não ficaram nada satisfeitos com o fato de o Irã atacar Israel. A prioridade hoje é saber o que será da Palestina e dos civis na Faixa de Gaza, em especial, Rafah, que corre o risco de ataques.

É para ontem

Conhecidos os textos das frentes parlamentares sobre a reforma tributária, o governo apresentará os projetos. E para não levar bola nas costas, já tem uma primeira reunião marcada com o secretário Bernard Appy nesta terça-feira, na Frente Parlamentar do Empreendedorismo.

Petrobras pacificada

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, segurou-se no cargo e, inclusive, com a liberação do pagamento de 50% dos dividendos aos acionistas, proposta que será debatida em reunião na próxima quinta-feira. Aliás, quando perguntado por amigos sobre a crise, Jean Paul responde: “Passou”.

O périplo do chanceler

Mauro Vieira tem tido uma agenda intensa nos últimos meses — Evaristo Sá/AFP

As guerras e reuniões não têm permitido ao ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, passar mais de três dias em Brasília. Há 10 dias, foram 35 horas de viagem de Hanói para o Brasil, depois Assunção, Colômbia e, de lá, Nova York, para as reuniões na ONU.

Parabéns, Brasília! Que siga com respeito, solidariedade, lealdade ao que é certo, alegria, amor, paz, enfim, as melhores escolhas.

Mudanças no ensino médio e “saidinhas” de presos são os testes do governo na Câmara

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso

Coluna Brasília/DF, publicada em 17 de março de 2024, por Denise Rothenburg

Em meio às denúncias de tentativa de golpe, a semana promete desafios para o governo Lula. Há um pedido dos parlamentares para votar, antes da Páscoa, o projeto que extingue as “saidinhas” de presos e o de mudanças no ensino médio. Ambos representam risco de derrota para o governo, e tem gente na base governista pensando em pedir a Arthur Lira que não ponha os projetos em pauta.

No caso do novo ensino médio, só o fato de a relatoria ter sido entregue ao deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE) já foi considerado um problema. As reuniões com o governo até aqui não conseguiram acordo, especialmente, no quesito carga horária das matérias básicas. O governo quer 2.400 horas, e o relator propôs 2.100, aumentando a carga para as optativas dos cursos técnicos de 600 para 900 horas.

Em tempo: se forem a votos esta semana, a tendência é de que ambos os projetos sejam aprovados. Lira já avisou o governo que não cabe a ele, enquanto presidente da Casa, construir maioria para aprovação de propostas e/ou mudanças no texto. Esse é um papel dos articuladores do governo junto a cada partido. Ele continua na linha de defender o parlamento.

Uma narrativa para o capitão

Os bolsonaristas vão à tribuna esta semana para dizer que não há materialidade nas denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Se apegarão ao fato de que não existe um só documento assinado por ele defendendo o golpe de Estado.

Pragmatismo em alta

A votação do projeto Combustível do Futuro promoveu uma aliança entre o agro e o governo Lula, em prol do biodiesel. Sinal de que, quando envolve desenvolvimento econômico, a turma do agro não se alinha com a ala mais ideológica do bolsonarismo. É por aí, avisam alguns, que o governo Lula deve direcionar suas propostas, a fim de obter sucesso.

Secundárias

Palco de brigas cada vez mais frequentes, as comissões técnicas da Câmara dos Deputados são consideradas a cada dia mais irrelevantes. Isso porque os projetos mais importantes ganham urgência e seguem diretamente ao plenário.

Ministros em desfile

Nesse cenário, a forma que as comissões encontraram para chamar a atenção dos eleitores é promover audiências públicas. E o Poder Executivo que se vire para atender às convocações e aos convites.

Missão dada…

Desde que o depoimento do general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, veio à tona, ele tem sido atacado nas redes sociais tal e qual quando disse não ao golpe. O post mais repetido pelos bolsonaristas era o da melancia, verde por fora, vermelha por dentro.

A la Putin

O general da reserva Laércio Vergílio disse que não se falava de golpe entre os militares que defendiam a prisão de Alexandre de Moraes, e, sim, de uma “operação especial”. O eufemismo é o mesmo usado por Vladimir Putin para não usar a palavra “guerra” no caso da invasão da Ucrânia.

Araraquara (SP), capital da imigração

A cidade comandada pelo prefeito Edinho Silva (foto acima) vai sediar sua primeira Conferência de Imigração “Uma cidade, um só povo, só um mundo para todos”, a partir desta quarta-feira. Diante de um mundo tão polarizado e em guerra, o debate vem a calhar.

Por falar em guerras…

Depois do lançamento do livro do jornalista Eumano Silva, A longa jornada até a democracia, Brasília terá outro evento de peso este mês, no dia 26, a partir de 19h, com a noite de autógrafos da obra do jornalista Luiz Recena Grassi, Rússia Resistente — primeira guerra mundial com alta tecnologia. Recena reúne crônicas sobre o segundo ano da guerra entre Rússia e Ucrânia, com o olhar de quem viveu na extinta União Soviética de 1988 a 1992. Quem quiser, já pode reservar o livro e rodízio de pizza na Baco da Asa Sul pelo WhatsApp (61) 99984-0624.

Colaborou Vinicius Doria

 

Saiba quem sai perdendo com a crise no União Brasil

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF de 14 de março de 2024, por Denise Rothenburg

A briga interna no União Brasil tem como reflexo um enfraquecimento da candidatura de Elmar Nascimento (BA) à sucessão de Arthur Lira na Presidência da Câmara dos Deputados. Quem ganha tração na legenda é governador Ronaldo Caiado (GO) e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto. Nenhum dos dois têm força para fazer chover votos pró-Elmar na Câmara, nem no PT nem na ala mais à direita, hoje distribuída entre o Centrão e o bolsonarismo.

O enfraquecimento de Elmar, faltando ainda 10 meses até a eleição, levou o grupo do presidente da Câmara, Arthur Lira, a tentar insuflar a candidatura do líder do PP, Doutor Luizinho, do Rio de Janeiro. Se empinar, tem tudo para ser o candidato de Lira, que não está nada satisfeito com essa antecipação dos pré-candidatos, um movimento que só desgasta os concorrentes, e o mais importante na visão do presidente da Câmara: encurta o mandato de quem está sentado na cadeira.

Em tempo: em meio a essa confusão, quem tem tudo para subir na bolsa de apostas é o presidente do Republicanos, Marcos Pereira. Aliás, de uns tempos para cá, ele tem sido visto como a ponte que pode levar Lula a uma aproximação com o eleitorado evangélico.

Sem chance

O governo estava interessado em marcar o golpe de 31 de março de 1964 com a aprovação da emenda constitucional que trata de passar para a reserva militares que disputarem eleições. A PEC, se, por um milagre, passar no Senado, vai para a gaveta na Câmara.

A pressão da PM

Os policiais militares, que representam um contingente de candidatos tamanho família, temem ser afetados por essa restrição às Forças Armadas. Logo, já começaram um movimento contra
essa PEC.

A volta de Dirceu

O ex-presidente do PT e ex-ministro José Dirceu comemorou seu aniversário de 78 anos com uma festa que reuniu todo o PT e aliados numa casa do Lago Sul em Brasília nesta quarta-feira. “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro”, como cantam os petistas, sempre foi ovacionado no seu partido. E ainda é considerado uma grife em termos de estratégia político-partidária. Aos poucos, vai retomando espaço.

“Política é confraria”

O ex-deputado Silvio Costa, que integrou a tropa de choque de Dilma Rousseff durante o processo de impeachment, encontrou o senador Hamilton Mourão no cafezinho do Senado (foto acima) e foi direto: “Vou levar você para tomar uma com o Lula e você sairá do Alvorada gostando dele”. “Ele é que vai gostar de mim”, respondeu Mourão.

Tudo junto e misturado

Pai do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o ex-deputado é do mesmo partido de Mourão: “Nós nos damos muito bem. Eu sou a esquerda do Republicanos, e ele, a direita”. E virando-se para Mourão, completou: “Sem querer, um dos acertos de Bolsonaro é você”.

Como fazer

No período em que permaneceu no cafezinho dos senadores, Silvio Costa chamou um para conversar, puxou outro. Nem Magno Malta escapou: “Você me abandonou, bora conversar”. O aliado do Planalto, no modo distensão, pareceu, para muitos políticos que observavam a distância, mais competente nessa tarefa do que os líderes do governo.

Até ele

Eis que, de repente, chega o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o 01. “Vamos conversar com Lula?” Eis que Flávio responde: “Se ele quiser… O Lula que está aí não tem nada de paz e amor”. Foi tanta conversa que o senador Esperidião Amin (SC), um dos mais espirituosos da Casa e com humor refinado, rimou: “Quando você não tiver razão, Silvio Costa é a solução”.