GLO de Lula em portos e aeroportos ajuda discurso dos petistas

Publicado em coluna Brasília-DF, Política

Coluna Brasília/DF, publicada em 2 de novembro de 2023, por Denise Rothenburg

Ao aplicar uma ação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio e de São Paulo, dois estados governados pela oposição, o presidente Lula dá discurso ao PT. Afinal, uma vez que a GLO foi pedida pelo governador do Rio, Claudio Castro, o fato de o governo federal não fazer nada poderia dar aos oposicionistas a narrativa de descaso por parte das autoridades federais diante dos apelos por ajuda para enfrentar o crime organizado. Por isso, Lula não teve dúvidas em jogar fora o discurso de que não adotaria uma GLO. Manteve, porém, a parte em que se comprometia a não tirar a autonomia do governador Claudio Castro para resolver o problema da segurança no estado.

Agora, com a GLO, o PT reforça o discurso para o Rio de Janeiro de que atende a todos, independentemente de coloração política. E, de quebra, estará presente, de forma ostensiva, nas ações de segurança pública.

Escolham outra

Tem muita gente ligada ao governo que não quer saber de ver a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disputar o Senado pelo Paraná, caso Sérgio Moro (União) perca o mandato. Gleisi é um general do partido e seria muito ruim colocá-la à prova num estado em que os conservadores têm a força eleitoral. Cabe a Gleisi administrar o partido. E uma derrota por lá seria um desgaste desnecessário nesse momento.

Contagem regressiva

O Congresso não pretende adiar mais a votação do relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A ordem é votar na semana que vem. Afinal, com o feriado de 15 de novembro caindo numa quarta-feira, o ano legislativo tem apenas mais quatro semanas de funcionamento com presença garantida das excelências.

Juntos, apesar de tudo

Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) inelegível em mais um processo, os bolsonaristas só têm uma certeza em relação ao futuro, a necessidade de manter o eleitorado coeso. Mas há um probleminha: Não existe consenso sobre quem deva ser o candidato à Presidência.

Veja bem

Se um dos filhos do ex-presidente decidir assumir essa missão, ou mesmo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o grupo vai se dispersar. No case de Michelle sair candidata, a aposta é que esse eleitorado só estará unido se ela apresentar índices competitivos já nas primeiras pesquisas.

Climão no seminário

O fórum sobre reforma administrativa que teve lugar na Câmara, nesta semana, teve um momento constrangedor quando um empresário foi chamado de mentiroso pelo deputado Luís Carlos Hauly,  por dizer que a reforma tributária aumentaria a carga tributária. “Não vou ficar aqui ouvindo mentiras. Respeitar opinião é uma coisa. Mentir é outra”, disse o deputado.

Por falar em administrativa..

O governo compareceu em peso à posse da nova diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e já ouviu cobranças. No seminário sobre a reforma administrativa na Câmara, o diretor-secretário da Confederação, o ex-deputado Sandro Mabel, foi direto: “O governo federal não tem nem uma ‘peczinha’ para reduzir a despesa?” , disse, referindo-se à necessidade de equilíbrio nas contas públicas.

Por falar em posse…

À exceção do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), os governadores oposicionistas não compareceram à posse do novo presidente da CNI, Ricardo Alban. Tarcísio de Freitas (SP), Eduardo Leite (RS) e outros não foram.

Dia de Finados

Hoje é dia de lembrar daqueles que amamos e que já partiram. Que o feriado seja de boas lembranças e orações para todos.

 

Ministros do STF e senadores aceleram conversas sobre prerrogativa dos Poderes

Publicado em coluna Brasília-DF, Política

Coluna Brasília/DF de 8 de outubro de 2023, por Denise Rothenburg

Não é de hoje que senadores e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) conversam sobre a preservação das prerrogativas dos Poderes, mas sem conclusão sobre o que deveria ser feito. Foi diante da ausência de um consenso, que veio a aprovação, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a toque de caixa, da proposta que limita as decisões monocráticas dentro da Suprema Corte na semana passada. E, a partir daí, a conversa se acelerou, mas ainda não há um projeto consensual em relação às propostas que tramitam no Legislativo. Aliás, o que o Supremo deseja é a autorregulação, que os parlamentares rechaçam.

Em tempo: na hora em que o projeto for a plenário, a maioria dos líderes ouvida pela coluna aposta que será aprovado. Existe, hoje, um sentimento na Casa de que é preciso fazer com que o STF entenda que legislar é função do parlamento, onde o ritmo nem sempre é o das decisões monocráticas. Aliás, a aprovação em 42 segundos, conforme revelam os próprios senadores em conversas reservadas, foi uma forma de dizer ao STF que, quando o Senado quer, ele também sabe decidir rapidamente.

Protejam o governo

Os ministros palacianos estão em sintonia e agindo em conjunto no sentido de reverter os tropeços da equipe de Lula em vários temas, inclusive na pauta de costumes. Partiu deles a ordem para a demissão dos responsáveis pelo fiasco da apresentação cultural no Ministério da Saúde e a ideia da reunião dos ministros políticos para cobrar uma “blitz” no Congresso, reunião esta revelada em primeira mão pela coluna.

Não deem motivo

A ordem é evitar que a oposição angarie discurso contra o Poder Executivo. A avaliação é a de que, numa sociedade conservadora como a brasileira, não dá para provocar polêmica, nem deixar passar a ideia de que há um liberou geral em relação aos costumes nos projetos governamentais. O momento é de cuidar da redução das desigualdades, do meio ambiente e da economia e se manter atento para não dar margem a críticas que possam refletir na sociedade.

Lá e cá

O governo, aliás, avalia que, na seara internacional, Lula e sua equipe têm se posicionado muito bem. Já no cenário doméstico, as crises se sobrepõem. A área de segurança se mostra fora de controle, e, na seara dos costumes, o Planalto se viu obrigado a pedir demissões no Ministério da Saúde, a fim de se ver livre de críticas. E já se sabe que o vídeo da dança erótica será usado na campanha eleitoral do ano que vem nos municípios, onde o PT espera voltar a eleger prefeitos de capitais.

Sem trégua

Se o presidente Lula vetar o marco temporal de demarcação de terras indígenas aprovado pelo Congresso, a tendência é a derrubada do veto. Afinal, foram 283 votos sim na Câmara e 43 no Senado.

Justo agora

O Brasil já assume o Conselho de Segurança da ONU com o desafio enorme de mediar os conflitos, não só na Europa quanto no Oriente Médio. A reunião de emergência convocada para este fim de semana em que o Hamas atacou Israel foi apenas o começo.

Frase

“Neste momento, precisamos reforçar a necessidade de diálogo e da construção de um caminho de negociação pela paz, não apenas neste caso, mas nas demais guerras deflagradas no mundo”

Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, ao se referir aos ataques do Hamas a Israel

A União nem sabe o que tem

Nem só de agricultura são feitas as preocupações do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Dia desses, ele foi alertado que, no escritório do ministério em São Paulo, há uma escultura de Nossa Senhora que pode ser de alto valor histórico. A avaliação será feita em breve.

Delação de Mauro Cid vai muito além das joias sauditas

Publicado em Bolsonaro na mira, coluna Brasília-DF, CPMI 8/1, GOVERNO LULA

Coluna Brasília-DF, publicada em 8 de setembro de 2023, por Denise Rothenburg

O acordo de delação que o tenente-coronel Mauro Cid fechou com a Polícia Federal vai muito além das joias sauditas que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu de presente. Esse caso, conforme comentam advogados, já estava “precificado”. As 10 horas de depoimento da semana passada foram cruciais para que a Polícia Federal aceitasse negociar a delação. O pacote vai incluir o general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Em tempo: Vale lembrar que o advogado Fábio Wajngarten declarou na rede X, antigo Twitter, que “não há nada a delatar”. Porém, na PF, a avaliação é a de que se não houvesse nada, a PF não aceitaria a delação. O ex-presidente Jair Bolsonaro não terá paz tão cedo.

Próximos passos

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli que derrubou provas da delação da Odebrecht vai levar a uma investigação do senador Sérgio Moro e de todos aqueles que cruzaram a linha do estado de direito e do direito de defesa na operação Lava-Jato. Para aliados do presidente Lula, isso é urgente.

E o dinheiro, hein?

A avaliação de advogados é que será caso a caso. Advogados conhecedores do caso dizem que os US$ 97 milhões devolvidos aos cofres públicos pelo ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco, por exemplo, não serão afetados pela decisão de Toffoli.

O que incomoda o PSB

O Porto de Santos era visto por entusiastas de uma candidatura majoritária de Márcio França (PSD) em São Paulo como uma forma de fazer o contraponto ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Agora, acabou. Daí, a foto na postagem de França, em que Lula aparece ao lado do governador Tarcísio. Até 2026, os socialistas terão que encontrar outro mote.

O germe da desconfiança

Entre alguns socialistas, há o receio de que Lula tenha deslocado Márcio França justamente para evitar que o ex-governador tivesse espaço mais aberto para fazer o contraponto e buscar mais espaço político no estado.

Cobranças & comparações

Em abril, o presidente Lula foi pessoalmente sobrevoar as regiões do Maranhão que ficaram alagadas. Ao Rio Grande do Sul, mandou os ministros do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e o da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, que é gaúcho.

Veja bem

Apesar do envio da equipe, os grupos de WhatsApp de simpatizantes do presidente reclamaram que a ausência de Lula pegou mal. A oposição ao PT no estado começa a dizer que Lula não foi porque, atualmente, o Rio Grande do Sul é considerado um estado mais conservador.

Dress code

Um dia depois do presidente desfilar de gravata verde e amarela na tevê, num pronunciamento de sete minutos em que pregou a união nacional, ele e a esposa Janja cortaram o texto. Pelo menos, essa foi a interpretação da parte do PT que viu na gravata vermelha e cinza do presidente e no vestido vermelho do primeiro Sete de Setembro como um fator de defesa do partido e não do Brasil. Lu Alckmin, esposa do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e a primeira-dama do DF, Mayara Noronha Rocha, optaram pelo azul.

Devagar com o andor

Os políticos explicam que Janja precisa entender que, mesmo sem um cargo formal, ela também faz parte da instituição Presidência da República, ao ponto de ter gabinete no Planalto. Logo, nas solenidades oficiais, como a data nacional do país, uma cor que puxasse pela pacificação ficaria melhor.

Bancada do Nordeste prepara rebelião contra medida provisória de Lula

Publicado em coluna Brasília-DF, GOVERNO LULA

Coluna Brasília-DF, de 7 de setembro de 2023, por Denise Rothenburg

A bancada do Nordeste tem encontro marcado, na semana que vem, para deflagrar um movimento contra a medida provisória que determinou a cobrança de Imposto de Renda àqueles que receberam incentivos na região. Empresários, executivos de banco e instituições nordestinas estarão em Brasília para pedir que a MP só seja analisada depois da reforma tributária. “Essa medida provisória é decretar o fechamento de empresas no Nordeste e gerar um milhão de desempregados numa região que precisa crescer”, avalia o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024, deputado Danilo forte (União-CE). “Essa MP não passa”, avalia.

Em tempo: a reforma ministerial, anunciada ontem com dois ministros nordestinos, quer justamente evitar esse tipo de rebelião. Só tem um probleminha: é difícil que deputados da região votem contra os empregos em seus estados de origem. A aposta é de que no quesito medidas econômicas impopulares, a reforma ministerial terá dificuldades em garantir votos favoráveis às propostas do Planalto.

Desânimo geral

Reforma ministerial anunciada, baixou um “banzo” na turma que está desde o começo do governo Lula. É que muitos esperavam ser possível prescindir do Centrão que havia apoiado Jair Bolsonaro. Mas as urnas deram maioria a esses partidos e o jeito, agora, é conviver. Embora Lula tenha esclarecido a todos que a reforma é necessária, vem aí uma fase de “trancos e barrancos” internos.

Uma coisa…

Juristas e políticos estão preocupados com a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, de rever os acordos de leniência da Odebrecht. Uma coisa é considerar um exagero a prisão de Lula. Aliás, houve controvérsias à época a esse respeito e o STF não reagiu. É preciso separar essas estações.

… Outra coisa

Na avaliação de muitos juristas, que preferem aguardar maiores desdobramentos para falar publicamente, não dá para apagar o processo de corrupção descoberto a partir da Lava-Jato. A operação gerou, inclusive, devolução de recursos aos cofres públicos e à Petrobras. Se a “revisão” em curso desse caso levar o governo a ter que entregar o dinheiro a quem se disse corrupto, a imagem do país perante o mundo ficará abalada. Já chega o escândalo das joias envolvendo autoridades do governo anterior.

Embaixador começa a se despedir do Brasil

Sob um céu típico de Brasília, com o sol batendo forte sobre o iluminado prédio da Embaixada da Itália concebido pelo arquiteto Pier Luigi Nervi, o artista Carlos Bracher pintou esta semana o retrato do embaixador Francesco Azzarello. Para refrescar o ambiente, o repertório de Verdi, Bach, Beethoven, Mozart e Schubert. Depois de cumprir quatro anos de sua missão no Brasil, Azzarello volta à Itália no final do mês. O novo embaixador italiano será o diplomata Alessandro Cortese, que desembarca por aqui em outubro.

#fiqueemcasa

Bolsonaro tem replicado a amigos uma mensagem de seus apoiadores pedindo que as pessoas não compareçam à festa de Sete de Setembro. Integrantes do atual governo que receberam uma mensagem desse tipo brincavam: “Quem diria que um dia o Bolsonaro iria mandar as pessoas ficarem em casa”.

Por falar em Bolsonaro…

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, fez questão de explicar, durante sua palestra na Faap, na capital paulista, que não continha crítica ao indagar: “Eu ao lado de Bolsonaro?”. A fala do prefeito foi apenas para checar se havia entendido a pergunta de uma estudante.

… Nunes não o descartará

Para reforçar que o mal-entendido foi de comunicação, e não de posicionamento político, o prefeito lembrou a auxiliares que, na mesma palestra, elogiou a importância do governo Bolsonaro nas finanças estáveis da prefeitura e que iria, sim, ter o apoio do ex-presidente.

Bom feriado a todos

Candidatos a prefeitos de capitais do PL e aliados estão orientados a manter distância de Bolsonaro

Publicado em Política

Coluna Brasília/DF de 13 de agosto de 2023, por Denise Rothenburg

Enquanto o caso das joias não for esclarecido, a ordem nos pré-candidatos a prefeito de capitais do PL e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro é evitar um desfile com o capitão a tiracolo. Até porque qualquer ação ou agenda positiva ficará opaca diante do escândalo. Com o principal cabo eleitoral queimado, a ideia em São Paulo, por exemplo, onde o prefeito Ricardo Nunes é candidato à reeleição, é focar nas ações da prefeitura e nos assuntos que conversam com o dia a dia da população deixando as questões nacionais na gaveta.

Em tempo: no PL, há ainda a ideia de evitar candidaturas que sejam identificadas demais com o ex-presidente. E se Bolsonaro for preso, o que não está descartado, os filhos devem ficar longe das campanhas municipais. O ex-presidente, até aqui, divulgou nota reiterando que nunca desviou presentes recebidos de autoridades estrangeiras e colocando sua movimentação bancária à disposição dos investigadores. Porém, tem muita gente no PL com a certeza de que o estrago político foi feito.

Dúvida cruel

Aliados de Jair Bolsonaro passam o fim de semana pensando em que discurso fazer depois da sexta-feira de notícias estarrecedoras a respeito da venda ilegal de joias presenteadas ao governo brasileiro. Embora alguns pensem em defender o capitão, está difícil montar uma narrativa.

Questão de perfil

Enquanto estava no governo, Bolsonaro sempre queria saber de tudo o que ocorria sob sua gestão. Há quem diga que, do jeito que Bolsonaro era centralizador em relação a tudo o que envolvia sua família e o Planalto, o ajudante de ordens Mauro Cid jamais venderia as joias sem o conhecimento do presidente. As investigações mostrarão se essa impressão está correta.

Agências sob holofotes

O Tribunal de Contas da União julga nesta quarta-feira a ação que tem tudo para catapultar presidentes de agências reguladoras. É que, por uma interpretação de que o prazo de mandato de cinco anos só vale para diretores, eles extrapolaram esse período ocupando a presidência. O TCU tende a limitar tudo aos cinco anos. E, assim, os presidentes da Anatel, Carlos Baigorri; da Ancine, Alex Muniz; da ANS, Paulo Rabelo; e da Aneel, Sandoval Feitosa, podem ser obrigados a sair mais cedo, abrindo vagas para lulistas e aliados.

Lula antecipa disputa

Ao se referir ao deputado Arthur Lira como adversário eleitoral, Lula praticamente tomou lado na eleição de Alagoas. Lulistas estão preocupados. O presidente da República anunciou posição muito cedo, no discurso e no palco errado, durante o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Lira ainda tem um ano e meio como presidente da Câmara.

Fim de prazo

Agosto já vai pelo meio e, até aqui, nada de ministérios para o Republicanos e para o PP. O prazo final, avisam os deputados, é esta semana. Até porque, depois da ajuda que o presidente da Câmara, Arthur Lira, deu ao cancelar a ida do ministro da Casa Civil à CPI do MST, não tem mais o que esperar para promover a reforma.

Declaração de Zema em defesa do Sul-Sudeste provocou polêmica na classe política — Ed Alves/CB/D.A.Press

Limão...

O Novo resolveu aproveitar o embalo das polêmicas declarações de Romeu Zema (foto) e emendar uma campanha de filiação à legenda. Numa carta enviada por e-mail, o partido menciona, sem detalhes, “as mentiras e ataques orquestrados contra o governador” e completa: “Tudo isso só deixa claro que o sistema está incomodado. Aqueles que ocupam o poder e se beneficiam às custas do povo se sentem ameaçados quando a população conhece um governo ético, que entrega resultados e boa gestão”, diz o texto.

… Limonada

A carta cita ainda que “diante de tantos ataques e injustiças, nos fortalecemos. O partido tem batido recordes de filiações e novos grupos estão se formando pelo país. Isso nos enche de esperança e confiança. É hora de levar a todo o Brasil o que já está sendo feito em Minas Gerais, com Romeu Zema, completa, com apelos à filiação.

A vida voa

Se seu pai ainda está neste mundo, faça deste domingo um dia especial ao lado dele. Feliz Dia dos Pais.

Superbloco com cinco partidos reduz o poder de Arthur Lira na Câmara

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília, publicada em 9 de abril de 2023, por Luana Patriolino

A formação de um superbloco composto por MDB, PSD, Republicanos, PSC e Podemos terá grande impacto nos trabalhos da Câmara dos Deputados. Com 142 parlamentares, a articulação dos integrantes, em tese, reduz o poder do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A negociação para a criação da frente foi comandada pelos presidentes do MDB, Baleia Rossi (SP), e do PSD, Gilberto Kassab (SP) — este último, um dos principais condutores do governo paulista e com grande influência junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Costeando o alambrado

Chama a atenção a presença do Republicanos no bloco. A legenda, presidida pelo deputado federal Marcos Pereira (SP), é um expoente do Centrão, um dos tripés, ao lado do PP e do PL. Estaria a sigla, ligada ao bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, se afastando de Lira? E tentando uma aproximação com o Palácio do Planalto? Importante lembrar que, dias atrás, o religioso publicou vídeo nas redes sociais afirmando que Lula lhe “deve” por ter rezado por ele quando o presidente esteve com câncer.

Homenagem ao ministro

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, será homenageado terça-feira pelo ministro da Educação, Camilo Santana. O magistrado antecipou em um mês a saída da Corte por motivos acadêmicos. Nesse momento, o principal candidato à cadeira vaga é o advogado Cristiano Zanin, que defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em processos da Operação Lava-Jato.

Na volta se resolve

Lula deve anunciar, na próxima semana, o nome de seu escolhido para a cadeira no STF. A formalização da indicação deve acontecer depois do retorno da viagem à China e aos Emirados Árabes. No dia 22, o presidente parte para Portugal — onde, entre outros compromissos, entrega o Prêmio Camões ao compositor Chico Buarque, que o ganhou em 2019, mas o ex-presidente Jair Bolsonaro negou-se a homenageá-lo.

Segurança reforçada

O advogado Rodrigo Tacla Duran estará no Brasil, na próxima sexta-feira, para uma audiência com o Ministério Público Federal (MPF). Ele terá proteção da Polícia Federal, conforme determinou o juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), Eduardo Appio. Duran acusou o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) de extorsão e o ex-procurador e deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) de perseguição na investigações Lava-Jato. Ambos negam.

Saneamento básico

O Diretório Nacional do Partido Novo acionou o STF contra as mudanças no Marco Legal do Saneamento Básico. Na semana passada, Lula assinou dois decretos permitindo que empresas estatais possam manter contratos sem licitação com municípios. Derrubou também o limite de 25% para a participação de parcerias público-privadas em concessões de saneamento. Para a legenda, as alterações do governo violam princípios constitucionais, como, por exemplo, separação de Poderes e dignidade da pessoa humana.

Outra para desembolsar

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) tem mais uma multa para chamar de sua. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) multou o bolsonarista em R$ 5.320,50 por divulgar fake news ao associar, sem provas, o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) à prática de “rachadinha”, durante a disputa eleitoral de 2022.

PL secreto

Parlamentares de oposição ao governo acreditam que o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP, foto), relator do PL das Fake News, está trabalhando com uma espécie de “projeto secreto”. Desconfiam que ele estaria peregrinando entre as bancadas para elaborar um texto novo, sem torná-lo público. Ele deve apresentar, na próxima semana, um relatório com incorporação de sugestões enviadas pelo Planalto ao projeto. No Congresso, há profunda divisão em relação a proposta.

Bolsonaristas avaliam mapa de votação e concluem: PT não está tão bem assim no Nordeste

Publicado em coluna Brasília-DF, ELEIÇÕES 2022

Coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg

Os bolsonaristas passaram o fim de semana debruçados sobre os mapas de votação no Nordeste, região em que o presidente Jair Bolsonaro tenta tirar a diferença para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao perceber que, em três estados da região, o PT fez apenas um deputado federal em cada, os aliados de Bolsonaro concluíram que, mesmo entre os nordestinos, o Partido dos Trabalhadores não está tão bem assim. A avaliação é de que, se conseguirem colar Lula ao PT, com a memória de mensalão e petrolão, Bolsonaro terá uma chance de reduzir a diferença. Essa estratégia será posta em prática nos próximos dias, pelos aliados do presidente em várias cidades da região.

Os petistas também estão cientes das dificuldades do PT. Tanto é que o ex-presidente Lula tem se colocado como uma espécie de “seguro democracia”, e tenta levar uma campanha nos moldes da antiga mobilização pelas Diretas Já. O eleitor, no dia 30, dirá qual a campanha deu mais resultado.

Campanha dois em um

A campanha para o governo de São Paulo vai “nacionalizar”. É que, em vez de tratar dos assuntos estaduais, o candidato do PT, Fernando Haddad, está sendo aconselhado a bater no presidente Jair Bolsonaro, sem dó. E, assim, tentar alavancar Lula.

Dois por dois

Os petistas acreditam que a campanha paulista já está nacionalizada e não dá para Haddad querer fazer sua caminhada neste segundo turno tratando apenas dos temas locais. E, ao bater em Bolsonaro, pode inclusive tirar votos do candidato a governador, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Se for para escolher…

Entre o governo de São Paulo e a Presidência da República, a prioridade do PT é o Palácio do Planalto.

Pesquisas na mira

O Congresso não pretende esperar terminar este segundo turno das eleições para dar aquela chamada nos institutos de pesquisa. A impressão de muitos parlamentares é a de que, se houver um recado claro ainda esta semana, muitos podem voltar das bases nos próximos dias.

Elas por ele I

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a deputada Celina Leão (PP-DF), vice-governadora eleita do Distrito Federal, e a senadora eleita Damares Alves foram a Belém do Pará, num encontro de “Mulheres por Bolsonaro”.

Elas por ele II

Marqueteiros e especialistas em campanha eleitoral acreditam que a primeira-dama é quem mais ajuda o presidente na busca de votos. É carismática, simpática e consegue se comunicar com simplicidade. No discurso, Michelle reforçou a promessa de mais projetos aprovados em defesa das mulheres e convocou todas a buscarem votos por seu marido.

Férias providenciais

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, tirou uns dias de descanso neste segundo turno. É o tempo para refletir baixar a poeira do partido, a cada dia mais dividido em São Paulo.

Futuro duvidoso

O governador apoiou Jair Bolsonaro e os cardeiais do tucanato ficaram com Lula. Agora, depois de Fernando Henrique Cardoso, foi a vez de José Aníbal se reunir com o ex-presidente, ao lado de Pimenta da Veiga, ex-presidente nacional do PSDB. Não haverá espaço, tudo indica, para que todos os segmentos permaneçam no ninho tucano depois das eleições.

Não caia nessa!

Os golpistas não se emendam. Tem um número de telefone no WhatsApp tentando se passar por mim, dizendo que o meu aparelho de telefone quebrou, molhou e lá vai. Aí, passam-se mais alguns minutos, o/a golpista manda um pedido de dinheiro para pagar uma conta. Não pedi dinheiro a ninguém e meu número de telefone não mudou. Essas redes sociais deveriam encontrar meios de proteger mais seus usuários.

Zema repete 2018 e retoma a artilharia contra o PT em Minas

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, por Denise Rothenburg

Disposto a vencer no primeiro turno, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), retomou a estratégia de 2018 — de bater no PT, aliado do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), principal adversário ao governo estadual. Para os bolsonaristas, essa estratégia de Zema ajudará o presidente da República. Minas, aliás, é considerado um estado fundamental para todos os candidatos. Tanto é que, ali, há uma pressão dos petistas para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vá ao estado mais vezes ainda neste primeiro turno.

 

Por falar em pressão…

Da mesma forma que os mineiros querem Lula mais presente, de forma a tentar conquistar os indecisos, os petistas paulistas pregam mais andanças do ex-presidente pelo estado. O receio deles é que se deixar São Paulo para Geraldo Alckmin nessa reta final, os militantes podem perder espaço nas eleições proporcionais — e quem vai subir é o PSB, não o PT. Isso se Alckmin não terminar ajudando algum tucano, uma vez que o ex-governador ainda é muito identificado com o PSDB.

 

Paciência esgotada

Alguns institutos de pesquisa estão com problemas para conseguir realizar suas consultas. É que o eleitor está cansado de ter que responder todas as semanas aos levantamentos das mais diversas empresas. E para os próximos 15 dias, vai ficar pior.

 

Discrição é a palavra

 

As qualitativas de diversas campanhas detectaram que, hoje, o eleitor está mais quieto do que de costume. E num cenário assim, o 2 de outubro ficará muito mais difícil de captar.

 

Sem retorno

O interesse de uma parcela do PDT em apoiar Lula levou Ciro Gomes a aumentar o tom contra o candidato do PT. A cada dia ele amplia o fosso que o separa do ex-presidente. Se não estiver no segundo turno, o candidato do pedetista dificilmente apoiará um dos finalistas abertamente.

 

Desgaste à vista

Tão logo soube da reportagem do jornal O Estado de S.Paulo com os cortes no programa Farmácia Popular, o governo e a campanha de Bolsonaro se mobilizaram para tentar reverter a redução no Orçamento desse setor. Nas demais campanhas, estão todos prontos para adotar dois discursos: o primeiro é dizer que o governo não se preocupa com as pessoas e o segundo é colocar a culpa no Congresso, caso o valor de R$ 2 bilhões não seja recomposto.

 

Heleno em campanha

Não é só a turma de Lula que entra de cabeça na campanha pelo voto útil. Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), postou em suas redes sociais pedidos de voto útil para Bolsonaro. E escreveu com todas as letras que Ciro e Simone Tebet (MDB) não irão para o segundo turno. Afirma, ainda, que “votar neles é ajudar Lula”.

 

Sinais trocados, mesmo discurso

A campanha de Heleno não difere em quase nada daquela que o PT faz em seus grupos de WhatsApp em prol do voto útil. Os petistas têm dito que voto em Ciro ou Simone ajuda Bolsonaro.

 

Enquanto isso, no Senado…

Hoje tem sessão especial do Senado para homenagear a “constelação familiar”, conforme pedido do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), aprovado no final de agosto. Em tempos de tanta polarização e violência eleitoral, será também a oportunidade de refletir sobre a constelação política.

 

Santinhos trocados

O desembargador aposentado Carlos Rodrigues, que concorre ao Senado pelo PSD, informa que sua “colinha” eleitoral sem o nome do candidato ao GDF pelo PSD, Paulo Octávio, foi “um erro da produção vinculada ao comitê”. Depois que a coluna publicou, ele disse que o novo material, com o nome e número do candidato ao governo, e de quebra o do candidato a deputado federal André Kubitschek, foi impresso no mesmo dia.

Tudo ou nada: 7 de Setembro é o “ponto de virada” das campanhas presidenciais

Publicado em coluna Brasília-DF, ELEIÇÕES 2022

Coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg

 

Caio Gomez/CB/D.A.Press

As manifestações deste Sete de Setembro marcam a mudança das estratégias dos candidatos e nenhum escapa desta sina. Da parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o plano consiste em ampliar a pregação pelo voto útil, a fim de liquidar a fatura no primeiro turno. Da parte de Jair Bolsonaro, a ideia é aumentar o volume dos escândalos de corrupção que marcaram os governos petistas e, de quebra, se apresentar como o defensor supremo da liberdade (leia detalhes nas notas ao lado). Da parte de Simone Tebet, a ordem é se colocar como a solução para pacificar o país, algo que os “polarizados” Lula e Bolsonaro não podem garantir a preços de hoje.

No PDT, Ciro Gomes deixa de lado qualquer política de boa vizinhança com o PT, na esperança de tirar votos do presidente Jair Bolsonaro e de Tebet. Felipe D’Ávila (Novo), por sua vez, pretende colar na campanha de Romeu Zema, em Minas Gerais. É uma forma de tentar arrematar uma parte dos eleitores que hoje garantem a Zema uma vitória no primeiro turno. Já a senadora Soraya Thronicke (União Brasil) continuará com a aposta no imposto único.

Guerra é guerra

Em reuniões esta semana, Fabio Wajngarten, que coordena a comunicação da campanha do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, fechou com os publicitários Duda Lima e Sérgio Lima a estratégia daqui para frente. A intenção é trazer o histórico do PT e de ministros presos por corrupção, mais especificamente, Antonio Palocci. A campanha vai comparar ainda os desvios das estatais e os lucros que as empresas apresentam atualmente.

 

Veja bem

O presidente Jair Bolsonaro vai se desdobrar ainda para explicar o termo “moeda corrente nacional” traduzido nas reportagens como compra de imóveis com dinheiro vivo. Em entrevistas, ele tem dito que o termo se refere a compras em real, mas não significa, especialmente em transações mais antigas, que tenha sido em dinheiro vivo.

 

Simone apostará no Nordeste

Depois das pesquisas que indicaram uma aproximação dos índices de Simone Tebet e Ciro Gomes nas pesquisas, a candidata do MDB vai às capitais nordestinas para tentar tirar uma lasquinha de votos de Lula e de Bolsonaro, apostando no discurso de pacificação do país.

Dallagnol em dificuldade

As agruras do ex-procurador Deltan Dallagnol estão longe do fim. Resta um único recurso no Tribunal de Contas da União (TCU) para tentar evitar o pagamento de R$ 2,8 milhões aos cofres públicos. E quem conhece o andar da carruagem por ali acredita que o ex-procurador dificilmente terá êxito.

Tensão

O ingresso de caminhões na Esplanada nos Ministérios, se mantido, aumentará a tensão nos arredores do Supremo Tribunal Federal (STF). Há o receio de que algum mais afoito resolva partir para cima do edifício sede do Tribunal na Praça dos Três Poderes.

Enquanto isso, no Canadá…

As Cataratas do Niágara serão iluminadas hoje por 15 minutos, a partir de 23h15, com as cores verde, amarelo, azul e branco em homenagem ao Dia da Independência do Brasil. As imagens podem ser vistas ao vivo aqui.

O Fibe e a Independência

O Fórum de Integração Brasil Europa (Fibe) realiza esta semana uma série de debates em Lisboa, Porto Coimbra e Cascais, com o tema Independência e Integração. Para esta quarta-feira, a rodada de debates terá como oradores o ministro do STF Gilmar Mendes, que presidente o conselho consultivo do Fibe, e a ministra Cármen Lúcia.

Temer está em clima de campanha nas redes sociais

Publicado em coluna Brasília-DF, Michel Temer, Política

Em suas redes sociais, Michel Temer segue com uma espécie de pré-campanha presidencial. Em seu Instagram, por exemplo, a imagem de destaque, neste fim de semana, era uma foto dele, as cores da bandeira do Brasil e as palavras “pacificação, articulação, conhecimento, união e diálogo”.

Veja bem

A avaliação de emedebistas que estão diariamente com o ex-presidente é de que ele teria tudo para atrair um grande time de políticos. Só tem um probleminha aí: o MDB não se uniria nem a Temer.

Por Denise Rothenburg, notas publicadas na coluna Brasília/DF de 24 de julho de 2022.