Autor: Denise Rothenburg
O governo que se prepare. A forma como o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) conduziu a sessão preparatória para escolha do comandante do Senado promete virar um problema para o presidente da República, Jair Bolsonaro. Alcolumbre irritou vários partidos. O PSDB está constrangido em votar nele. Essa encrenca vai parar no colo do DEM e do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que, conforme esta coluna publicou em 13 dezembro, tem a mulher trabalhando no gabinete de Alcolumbre. Dentro do MDB, já há quem diga que se o governo quiser votos para seus projetos, melhor “procurar o DEM”.
E, vale lembrar, o DEM tem seis senadores, o PSL,4. Os demais não se sentem tão governo assim, ao ponto de ficar ao lado de Bolsonaro para o que der e vier. A construção da base voltará à estaca zero ali.
Ou um ou outro
Não vai demorar 30 dias para que senadores aliados de fora do DEM e até do PSL pressionem Jair Bolsonaro para substituir Onyx Lorenzoni na Casa Civil, especialmente, se Davi Alcolumbre mantiver a candidatura e for eleito.
O medo de Alcolumbre
O receio de Davi Alcolumbre ao suspender a sessão para retomar apenas hoje era perder o embalo para ser presidente da Casa. Ainda mais agora que Rodrigo Maia, do mesmo partido, foi eleito com uma vitória estrondosa para presidir a Câmara. Para completar, os demais partidos saíram do plenário direto para se rearticular e tentar encontrar um tertius entre o MDB de Renan e o DEM.
O jeitinho de Alcolumbre
Davi Alcolumbre, entretanto, paralisou a sessão sem fechar as inscrições para presidente do Senado para que possa continuar presidindo ainda hoje e registrar a candidatura em seguida. Assim, pretende impedir outras candidaturas da ala governista. O PSL de Jair Bolsonaro não está nada satisfeito com isso, motivo pelo qual Major Olímpio permanece candidato.
Não o subestime
Dois dias antes da votação para escolha do presidente do Senado, deputados do DEM avisaram que Renan Calheiros (MDB-AL) teria um adversário capaz de ser tão “trator” quanto ele na disputa pela Presidência do Senado. Não estavam mentindo. Alcolumbre tirou o voto aberto na marra.
Rodrigo, o sustentáculo
Enquanto o Senado pega fogo, o governo se prepara para ter no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o grande articulador das reformas no Parlamento. Não por acaso, tanto o presidente Jair Bolsonaro, quanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, cumprimentaram Rodrigo pela vitória ontem. Diante da bagunça no Senado, a Câmara será o suporte.
CURTIDAS
A força da bancada feminina/ A primeira Secretária eleita, deputada Soraya Santos (PR-RJ), derrotou o deputado Fernando Giacobo (PR_PR) com uma votação tão expressiva quanto a de Rodrigo Maia para presidir a Casa. Foi a maior surpresa na Câmara.
Na mosca!/ Quem ficou na maior alegria com os 50 votos que obteve foi o PSol de Marcelo Freixo (RJ). Minutos antes da abertura do painel, ele disse à coluna que esperava ter 50 votos. “Para um partido de dez deputados, tivemos cinco vezes mais”, disse ele.
Enquanto isso, no PT…/ Os petistas não estavam tão felizes assim. Afinal, pela segunda vez consecutiva, o partido ficou fora da Mesa Diretora, embora tenha a maior bancada. Culpava o PDT.
Daqui não saio/ Jorge Kajuru já conseguiu se tornar no primeiro dia o senhor simpatia ao dizer que Davi Alcolumbre devia estar “usando um fraldão geriátrico, porque desde 14h30 está na cadeira de presidente da Casa, sem sair sequer para ir ao toalete”. Foi, talvez, o único momento de descontração no plenário do Senado. A novela continua hoje. E ninguém sabe dizer se será o último capítulo.
Flávio Arns alerta: “O voto será aberto e isso não pode mudar”
A novela da eleição para presidente do Senado terá novos capítulos. O senador Flávio Arns (Rede-PR) diz estar resolvido e que a votação será aberta, conforme decisão no plenário por 50 votos a dois. Só tem um probleminha: Houve um recurso regimental, dizendo que essa votação feita agora no plenário teria que ser unânime e não por ampla maioria. Isso está escrito no artigo 412 do regimento interno, inciso III.
O receio de Arns é que o senador mais antigo assuma e anule a votação que estabeleceu o voto aberto para escolha do presidente da Casa. Há espaço regimental para isso, uma vez que a posição dos senadores não foi unânime. O clima permanece tenso no plenário. Ninguém confia em ninguém.
A forma como o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) conduz a sessão nesse momento, forçando a votação aberta para presidente do Senado, levou a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) a subir as escadas e tirar todos os papéis da frente de Alcolumbre. A confusão está grande. “Me devolve os papéis”. “Não. Você não pode presidir essa sessão. Você é candidato!”. “Eu posso! me dá os papéis para eu decidir as questões de ordem!”.
Davi está passando o trator no maior estilo da velha política. Respondeu as questões de ordem e, na hora, abriu a votação para que os senadores decidissem se a votação para escolha do presidente seria decidida mediante voto aberto ou secreto. Não quis ouvir ninguém. A gritaria começou. Dos 81 presentes, 52 votaram, dois contra e 50 a favor do voto aberto. Ocorre que, pelo artigo 412 do regimento, inciso III, a votação deveria ser unânime para alterar o regimento. Aí, começou a guerra. Kátia Abreu subiu nas tamancas. De dedo em riste, disse que Alcolumbre não poderia presidir a sessão. Alcolumbre tenta seguir a sessão de qualquer jeito. Alguns pedem que se suspenda a sessão para retomada do diálogo.
Comentário do blog: A noite será longa. E o fim de semana também. Cego pela perspectiva de vitória no voto aberto, Alcolumbre extrapola. E toda essa confusão vai sobrar para o governo. Podem apostar. A boa convivência ali? Difícil. Vai demorar para o Senado engrenar. Pior para o Brasil.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) retirou sua candidatura a presidente do Senado. Ele acaba de dizer ao blog, ao sair da reunião da bancada, que o partido tende a apoiar Davi Alcolumbre (DEM-AP). “Temos um estilo de fazer política implantado aqui há muitos anos e que está superado. A rua pede renovação”, afirmou.
Perguntado se considerava correto o DEM presidir as duas Casas legislativas com apenas seis senadores, Tasso respondeu assim: “Temos que ter uma reorganização partidária este ano. Os partidos estão destroçados, há uma fragmentação muito grande. precisamos reorganizar a política”, disse ele, enquanto se encaminhava ao plenário. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) também não será candidata. Ela abriu mão da disputa, mas continua em favor da renovação da Casa. Ou seja, não votará em Renan.
Comentário do blog: Alcolumbre repete agora o que houve com o senador Luiz Henrique, em 2014. obteve o apoio do PSDB, de uma parcela do MDB, mas não levou a Presidência. Vejamos agora se terá condições de superar Renan Calheiros (MDB-AL). A briga vai ser grande. E está começando agora com as questões de ordem. A noite promete ser longa.
O grupo de senadores que se opõe a Renan Calheiros quebra a cabeça nesse momento para ver como fazer para garantir a eleição aberta. Simplesmente, não tem. A lista assinada por mais de 40 senadores pedindo voto aberto para presidente da Casa não poderá ser levada a cabo no plenário daqui a pouco. Isso porque não dá para mudar o regimento do Senado assim, por uma lista de assinaturas, nem tampouco na sessão convocada para eleição dos membros da Mesa Diretora. E como não há acordo para mudar o regimento, prevalece a norma.
Conforme escrevi na coluna de hoje, no jornal impresso, o regimento diz o seguinte:
“Art. 60. A eleição dos membros da Mesa será feita em escrutínio secreto, exigida maioria de votos, presente a maioria da composição do Senado e assegurada, tanto quanto possível, a participação proporcional das representações
partidárias ou dos blocos parlamentares com atuação no Senado.
§ 1o A eleição far-se-á em quatro escrutínios, na seguinte ordem, para:
I – o Presidente;
II – os Vice-Presidentes;
III – os Secretários;
IV – os Suplentes de Secretários.
§ 2o A eleição, para os cargos constantes dos incisos II a IV do § 1o, far-se-á com cédulas uninominais, contendo a indicação do cargo a preencher, e colocadas, as referentes a cada escrutínio, na mesma sobrecarta.
§ 3o Na apuração, o Presidente fará, preliminarmente, a separação das cédulas referentes ao mesmo cargo, lendo-as, em seguida, uma a uma, e passando-as ao Segundo-Secretário, que anotará o resultado.
§ 4o Por proposta de um terço dos Senadores ou de líder que represente este número, a eleição para o preenchimento dos cargos constantes do § 1o
, II e III, poderá ser feita em um único escrutínio, obedecido o disposto nos §§ 2o e 3o”
Portanto, para alterar essas regras, será preciso mudar o regimento. E a[í, entra em cena o artigo 412, que diz o seguinte:
O artigo 412 diz o seguinte:
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO LEGISLATIVO
“Art. 412. A legitimidade na elaboração de norma legal é assegurada pela observância rigorosa das disposições regimentais, mediante os seguintes princípios
básicos:
I – a participação plena e igualitária dos Senadores em todas as atividades legislativas, respeitados os limites regimentais;
II – modificação da norma regimental apenas por norma legislativa competente, cumpridos rigorosamente os procedimentos regimentais;
III – impossibilidade de prevalência sobre norma regimental de acordo de lideranças ou decisão de Plenário, exceto quando tomada por unanimidade
mediante voto nominal, resguardado o quorum mínimo de três quintos dos
votos dos membros da Casa;
IV – nulidade de qualquer decisão que contrarie norma regimental;
V – prevalência de norma especial sobre a geral;
VI – decisão dos casos omissos de acordo com a analogia e os princípios
gerais de Direito;
VII – preservação dos direitos das minorias;
VIII – definição normativa, a ser observada pela Mesa em questão de ordem decidida pela Presidência;
IX – decisão colegiada, ressalvadas as competências específicas estabelecidas neste Regimento;
X – impossibilidade de tomada de decisões sem a observância do quorum regimental estabelecido;
XI – pauta de decisões feita com antecedência tal que possibilite a todos os
Senadores seu devido conhecimento;
XII – publicidade das decisões tomadas, exceção feita aos casos específicos previstos neste Regimento;
XIII – possibilidade de ampla negociação política somente por meio de
procedimentos regimentais previstos.
Tem mais um probleminha: Esta sessão de hoje é de instalação. Destinada à eleição dos membros da Mesa Diretora. E não para mudanças de normas regimentais. Quem poderia ter alterado o regimento era o Senado antigo, que concluiu seus trabalhos ontem. Ou esta Legislatura, se houver unanimidade dos senadores, depois da abertura oficial dos trabalhos, marcada para 4 de fevereiro, quando o novo presidente estará eleito pelas normas regimentais atuais. Ou seja, vai ter briga no plenário. E das boas.
A decisão da maioria dos senadores do MDB, ainda que apertada, coloca Renan Calheiros como o candidato oficial do partido a presidente do Senado, mas não garante a vitória. Ele precisa obter o maior número de votos no plenário, onde a discussão regimental promete tomar conta da sessão. Simone Tebet perdeu na bancada, mas avisou a alguns senadores que será candidata avulsa na sessão de hoje. Alguns acenaram ao longo do dia com a possibilidade de retirada da candidatura para apoiá-la, mas ela teria que sair do MDB. Foram duas reuniões, sem um desfecho favorável a ela e já há quem suspeite que tudo não passou se encenação.
A proposta de deixar o MDB foi feita justamente para Simone a rejeitasse. E, para completar, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), confiante no apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que não abrira mão da sua candidatura porque acredita ter votos para vencer qualquer um hoje no plenário. Esta noite será longa.
Em todas as conversas que tem tido com governadores e secretários estaduais, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, pergunta qual é o portfólio de estatais passíveis de privatização. Em Minas Gerais, por exemplo, se colocou à disposição para auxiliar na venda de empresas. Nem o Distrito Federal escapou dessa sina.
No encontro com o secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Ruy Coutinho, por exemplo, o assunto era investimentos para infraestrutura, mas Levy fez questão de perguntar se havia uma lista para privatizações. Coutinho não avançou nesse tema. Mas, dentro do BNDES, há quem diga que estão no radar o BRB, a CEB e a Caesb. Ou seja, as joias da coroa. Mas, segundo técnicos do banco de fomento, isso é tema que será discutido futuramente entre Levy e o governador Ibaneis Rocha.
O teste de Quintão
Assessor especial da Casa Civil, o ex-deputado Leonardo Quintão terá uma prova de fogo esse mês, com a decisão do presidente do Conselho de Administração de Furnas, Wilson Ferreira, de demitir os indicados por políticos. O comandante de Furnas, Ricardo Medeiros, indicado pela bancada do MDB de Minas Gerais, é contra as demissões e discutiu feio com Ferreira ontem. A briga será arbitrada pelo Planalto, onde os afastamentos são bem-vindos. Cabe a Quintão calar ou consentir. Ficará mal nas duas situações.
Exemplar
A ordem no governo federal e na Justiça é não poupar quem mandou construir um refeitório sob a barragem que se rompeu na semana passada, em Brumadinho.
Pior de três
Davi Alcolumbre (DEM-AP) que se prepare: Cresce no Senado a visão de que deixar o DEM com a Presidência das duas Casas Legislativas e, ainda, manter vários ministros no governo, inclusive a Casa Civil, não dá. E, como Rodrigo Maia é tido como um nome consolidado, a tendência dos partidos é sacrificar a candidatura de Alcolumbre.
Hora do funil
Dos oito candidatos a presidente da Câmara, restam seis: Rodrigo Maia (DEM), Fábio Ramalho (MDB), Ricardo Barros (PP), JHC (PSB), Marcelo Freixo(PSol) e Marcel Van Hatten (Novo). Alceu Moreira (MDB-RS) saiu da disputa ontem para ajudar Fabinho Ramalho a tentar levar a eleição a um segundo turno.
Cara & crachá I/ Deputados estão cada dia mais indócis com o Planalto. Ontem, alguns tentaram entrar lá pelos fundos, na área da garagem destinada ao ingresso de ministros, onde é possível chegar ao terceiro andar sem ser muito incomodado. Não deu certo.
Cara & crachá II/ A segurança, cumprindo ordens, orientou os visitantes a usarem a portaria central, na frente do Palácio, onde o nome do sujeito é anotado e o acesso aos andares superiores só é permitido mediante autorização. Um deles saiu de lá irritado e reclamando “saudades de Temer”.
Cara & crachá III/Nos tempos do presidente Michel Temer, todos entravam direto, pelo mesmo espaço dos ministros. Aos habitués era inclusive dispensada a identificação naquela portaria. Agora, a batida é diferente.
Enquete fraudada/ o senador Marco do Val (PPS-ES) fez uma enquete nas suas redes para saber quem seus seguidores gostariam de ver na Presidência do Senado. Teve que tirar do ar. Estavam fraudando a contagem. Triste viver num país onde nem uma simples enquete para de pé.
Ao dizer que dialoga com ‘qualquer um’ no Congresso, Mourão articula melhor que Onyx
No papel de presidente em exercício, o general Hamilton Mourão fez o que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, articulador político do governo não fez: dizer que dialoga com “qualquer um” no Congresso Nacional. No Senado, Onyx trabalha por Davi Alcolumbre (DEM-AP), irrita o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os emedebês de Renan Calheiros e Simone Tebet. Essa irritação toda não vai terminar bem para o principal ministro encarregado de fazer a ponte entre o governo e o parlamento. Mourão, por sua vez, que tem quatro anos de Vice-Presidência assegurados, vai ocupando espaço naturalmente.
Dupla dinâmica
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Major Olímpio (PSL-SP) se reuniram ontem. Discutiram estratégias para o segundo turno na eleição do Senado. Eles não escondem o desconforto com a preferência de Onyx por Alcolumbre.
É para já
O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello não vai demorar na análise do caso Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro. A ideia é devolver logo o processo para o Rio de Janeiro.
Enquanto isso, no MDB…
Quem se deu bem ontem foi Renan Calheiros (MDB-AL). Não disse que era candidato e conseguiu o que queria, deixar para quinta-feira a escolha do nome que representará o MDB na disputa pela Presidência do Senado. Com a decisão na véspera da eleição, não vai dar tempo de criar uma grande onda anti-Renan.
… os bastidores fervem
Renan chega para o confronto com Simone Tebet (MDB-MS) sem veto do Planalto, com um leque de apoios externos no PT e no PSD. A senadora, por sua vez, já fora da liderança do partido, tem aliados espalhando aos quatro ventos a versão de que Renan é a “última Geni”.
Jogo de empurra
Petistas estavam irados com a dificuldade dos juízes de conceder a Lula o direito de se despedir do irmão Vavá, que faleceu ontem, vítima de câncer. Ninguém parecia com coragem de conceder o que é dado a muitos presos comuns. O PT esperava a concessão para colocar seu maior líder novamente em evidência, fora das grades. Nem que fosse por algumas horinhas.
Orai e vigiai/ Embora tenha conseguido tirar Arthur Lira (PP-AL) da disputa para presidente da Câmara e detenha a firme posição de favorito, Rodrigo Maia não baixou a guarda. Sabe que, se Fábio Ramalho (MDB-MG) encantar o baixo clero, problemas virão. Ontem, por exemplo, 50 deputados passaram pelo gabinete do emedebista. Fabinho, aliás, corre atrás daqueles 30 que, segundo contas do PP, votariam em Arthur Lira.
Chiquinho, o observador/ Do alto de quem acompanha a política há mais de 40 anos, seja como assessor de Michel Temer, José Sarney, seja no papel de deputado e senador, Francisco Escórcio comenta a situação de Onyx Lorenzoni: “Ele é jovem, inteligente. Aos poucos, vai aprendendo. É com o andar da carruagem que a as abóboras vão se ajeitando”.
Giacobetes versus Soraya/ Quem chama a atenção esses dias na Câmara são as moças que desfilam com camisetas de Giacobo (foto), do PR do Paraná, para a primeira secretaria. Quem deve concorrer contra ele é a deputada Soraya Santos (PR-RJ).
Recorde indigesto/ As contas de autoridades de Minas Gerais indicam que o número de mortos decorrentes da tragédia de Brumadinho vai superar o de outros rompimentos semelhantes. É a barragem “barata” da Vale mostrando o que não tem preço.
A votação que escolherá o candidato do MDB à Presidência do Senado não será tranquila, nem para Renan Calheiros nem para Simone Tebet. Quem vencer, será por sete votos dos 13 que devem compor o colegiado (inclui-se aí o senador Eduardo Gomes, que se elegeu pelo PSD, mas vai para o MDB). E isso se o resultado sair ainda hoje. Assim, quem perder estará à vontade para concorrer dentro do plenário na sexta-feira.
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Na guerra dos bastidores em busca dos votos, a sensação é de que a unidade não virá. Enquanto Renan diz de público que Simone tem o apoio de Eduardo Cunha, aliados dela se referem a Renan como “a última Geni”, ou seja, eleger o senador alagoano seria manter a tensão na Casa. É nesse clima que o partido se reúne a partir das 15h.
Só assim
A Vale que se prepare: Há consenso no Judiciário e no Executivo a respeito da forma de fazer com que a empresa seja totalmente rigorosa na prevenção de novos acidentes. Punição exemplar no caso de Brumadinho, algo que não houve em Mariana.
Diferenças
No caso de Mariana, o dano ao meio ambiente foi maior. Desta vez, o drama é o número de mortos. Ninguém engole um refeitório justamente no local por onde a lama escoaria, em caso de rompimento.
Certo & duvidoso
Se o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quiser tirar algum concorrente de combate, terá que oferecer algo em troca. Arthur Lira (PP-AL) resiste hoje a deixar a disputa por promessa de apoio futuro. Teme que a conjuntura mude e aí o acordo vá para espaço.
Contabilidade
Deputados acreditam que os candidatos a presidente da Câmara Fábio Ramalho (MDB), Arthur Lira (PP) e JHC (PSB) têm juntos 220 votos. Somados aos de Marcelo Freixo (PSol), Marcel Van Hatten (Novo) e Ricardo Barros são outros 50. Ou seja, Rodrigo Maia ainda não completou os 257 para vitória no primeiro turno.
Regimento & bom senso
O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi aconselhado a não forçar a barra para presidir a sessão de escolha do futuro presidente da Casa, uma vez que será candidato. Já há inclusive questão de ordem para evitar que ele fique no comando da sessão. Se forçar a barra, perderá votos.
Por falar em Alcolumbre…
O apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a Alcolumbre é citado nos bastidores como “miopia política”. Se o senador do DEM vencer ou perder — e a segunda opção é a mais provável — a vingança será em cima do governo.
Água benta/ O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) chamou D. Sérgio para benzer o gabinete que ele ocupará no 11º andar no anexo I. Na legislatura que termina dia 31, o espaço foi ocupado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Área nobre/ Izalci queria o gabinete ocupado por Zezé Perrela (PSDB-MG), estrategicamente posicionado ao lado da sala da Liderança do MDB, próximo ao plenário, porém, o local ficou para a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), portadora de necessidades especiais. Assim, ela poderá dispensar o uso do elevador para se deslocar até o plenário.
Falem bem, falem mal…/ mas falem de mim. É isso que está movendo as candidaturas em série a presidente do Senado. Reguffe, por exemplo, que teve a candidatura antecipada pela coluna, conseguiu o feito de chamar a atenção para toda a economia de recursos que fez ao longo do mandato, algo inédito na Casa. De quebra, ainda obrigou os candidatos a prepararem propostas para apresentar ao longo da semana.
Enquanto isso, em São Paulo…/ O sucesso da cirurgia do presidente Jair Bolsonaro é uma tensão a menos no país. Ele já avisou a amigos que acompanhará a eleição para presidente da Câmara e do Senado, pronto para receber, em breve, os vencedores para tratar da agenda das reformas.
Jarbas Vasconcelos apoiará Simone Tebet para o Senado dentro e fora do MDB
Eleito senador, Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) interrompe hoje as férias para ingressar na campanha de Simone Tebet pela Presidência do Senado dentro e fora do MDB. “Ela está à altura do momento. É responsável, plural, tem todos os requisitos. Vou me empenhar para que seja eleita”, diz Jarbas, do alto de quem já viu um pouco de tudo na política.
Ainda que não seja indicada como o nome do MDB, Simone pretende se lançar em voo solo no plenário. Ela trabalha para fugir da sina de Luiz Henrique, o candidato avulso que, em 2015, obteve 31 votos contra 49 de Renan Calheiros. Na disputa prevista para daqui a uma semana, no entanto, ela segue mais ou menos o mesmo script: se aproximou do PSDB, que tem vários senadores interessados em apoiá-la. Falta combinar com os demais partidos.
Contabilidade de Renan
Os aliados de Renan acreditam que o senador alagoano tem 44 votos. Se a conta estiver certa, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, terá de rever seus conceitos. Pelos números, o candidato do DEM, Davi Alcolumbre, não terá sequer os seis votos do próprio partido.
O teste de Mourão
O decreto do presidente em exercício, Hamilton Mourão, que amplia o número de pessoas com poder de determinar sigilo a documentos oficiais não está livre de ser submetido a uma votação no Parlamento. O deputado Reginaldo Lopes, por exemplo, prepara um projeto para sustar o texto. Será uma prova de fogo para aqueles que chegaram eleitos pelas redes sociais.
Bolsonaro na linha fina
Com Flávio Bolsonaro na mira por causa de sua movimentação financeira e do seu ex-assessor Fabrício Queiroz, o presidente Jair Bolsonaro não poderá dar um passo em falso no quesito combate à corrupção. Daqui para a frente, por exemplo, avaliam muitos políticos, terá de ter cuidado redobrado com as medidas nessa seara. Haja vista a nova proposta do Banco Central de suspender a vigilância sobre parentes de políticos.
A escolha de Sérgio Moro
Com as associações da Polícia Federal e de peritos criminais criticando a proposta do Banco Central de suspender a vigilância sobre parentes de políticos, e os magistrados defendendo, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, terá de definir um lado: e, avisam seus amigos, ele ficará ao lado dos policiais.
Fabinho na lida I/ Candidato a presidente da Câmara que mais preocupa o favorito Rodrigo Maia, o deputado Fábio Ramalho, do MDB-MG, foi o primeiro a sair em defesa da viagem dos deputados do PSL à China: “Deputados eleitos democraticamente pelo povo brasileiro têm a legitimidade de representar o país em viagens oficiais, assim como em representações extraoficiais. A China tem uma oferta de investimentos de, aproximadamente, R$ 30 bilhões em infraestrutura do Brasil. Ninguém está autorizado a dizer irresponsabilidades na rede com o pretexto ideológico” afirmou.
Fabinho na lida II/ De quebra, ainda se colocou no modo “paz e amor”: “Nada de radicalidades, nem para a direita nem para a esquerda. O Parlamento deve trabalhar em sua pluralidade, de forma a respeitar todas as frentes de pensamento da sociedade brasileira. Da mesma forma e sob os mesmos argumentos, apoio de forma irrestrita a missão do nosso governo em Davos”.
Lua de mel curtinha/ A decisão do presidente Jair Bolsonaro de não tirar uns dias de repouso para se recuperar da cirurgia que fará na segunda-feira levou muitos políticos a considerar que ele e o vice não vivem uma sintonia total e irrestrita.
Por falar no presidente…/ Ele já chegou marcando reunião para hoje cedo com assessores. Não quer perder um só minuto de trabalho antes da cirurgia.






