DEM, Dória e o PMDB

Publicado em coluna Brasília-DF

DEM, Doria e o PMDB

O prefeito de São Paulo, João Doria, recebe o título de cidadão soteropolitano, ao lado do alcaide de Salvador, ACM Neto (DEM). Essa homenagem vem justamente na temporada de ensaios rumo a 2018, e na mesma semana em que o presidente Michel Temer escolheu uma solenidade com o prefeito paulistano para deflagrar seu jogo de aproximação com o PSDB. E nada foi por acaso. O DEM e o PMDB estão próximos, enquanto o PSDB, mais ligado ao governador Geraldo Alckmin, distante. Para muitos, o recado a Alckmin está construído: com Doria, o jogo é mais fácil. Esteja o prefeito de São Paulo dentro ou fora do PSDB.
Não é demais lembrar que Geraldo Alckmin defendeu que o PSDB se afastasse do governo. Doria não chegou a esse ponto. Começou o assédio ao prefeito por parte dos governistas. Para não deixar tão explícito assim, hoje o presidente estará com Geraldo Alckmin.

Seguro-mercado I
Com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cantando aos quatro ventos que apresentará uma nova denúncia contra Michel Temer antes de deixar o cargo, o périplo do presidente por São Paulo teve ainda a missão de reforçar os laços com o empresariado. Hoje, ainda tem setor automotivo e imobiliárias. Amanhã, no Rio de Janeiro, será a vez dos exportadores.

Seguro-mercado II
Oficialmente, aliados do governo dizem que o reforço desse suporte é necessário para ajudar a conquistar votos pró-reformas no Congresso Nacional. Nos bastidores, porém, há quem diga que serve para pintar ainda mais o presidente como o retrato da busca da estabilidade econômica.

Várias fontes
A conversa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com Fernando Henrique Cardoso indica que o deputado do DEM não quer ficar apenas dependendo de Michel Temer e do PMDB. Seja para discussão da reforma eleitoral e política, seja para suas evoluções rumo a 2018.

Vanusa e Luz
Investigadores da Lava-Jato que atuam no Rio de Janeiro começam a fazer a lista daqueles personagens que atuaram em vários esquemas. Aqueles, por exemplo, que acompanharam de perto as investigações sobre o lobista Jorge Luz e os partidos políticos na Petrobras se voltam agora a analisar as ligações de negócios entre ele e a advogada Vanusa Sampaio, presa na semana passada dentro da operação que investiga obras da prefeitura do Rio no governo de Eduardo Paes.

Dá-lhe explicação/ Mal Michel Temer saiu da solenidade ontem pela manhã em São Paulo, o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) puxou o presidente num canto. Tudo para explicar que, na quarta-feira, estava nos Estados Unidos e não conseguiu voo a tempo de chegar para a votação.

Vai ter fila I/ Aliás, o que não faltam são deputados explicando ao presidente da República por que não estiveram na votação da quarta-feira. Sabe como é: diante da perspectiva de perder os cargos de segundo escalão… Ninguém quer brigar com Michel Temer agora.

Vai ter fila II/ Nas internas, os deputados brincam que não dá para se arriscar a virar o “Hélio José da Câmara”.O senador do PMDB-DF votou contra o governo na reforma trabalhista e perdeu o afilhado na Secretaria de Patrimônio da
União (SPU).

Por falar em Senado…/
O presidente da Casa, Eunício Oliveira (foto), não pode reclamar da vida.
Dia desses, num evento, a deputada estadual Miriam Sobreira, do PDT, disse que não votaria nele, mas que era preciso reconhecer o trabalho do senador em prol do Ceará. Num dado momento de sua fala, Miriam afirmou que “parabeniza o governador Eunício”. Melhor que isso, só o voto.

Antes da Previdência, a meta

Publicado em coluna Brasília-DF

Os líderes do governo e de partidos aliados já foram avisados que é preciso preparar a base para, antes da reforma previdenciária, aprovar o ajuste da meta fiscal, a mudança da taxa de juros dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, ainda, o Refis. A sorte do governo é que nesses quesitos, os 263 que Temer obteve na última quarta-feira resolvem.

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Em tempo: o mercado aposta na aprovação da reforma da Previdência e acredita que a ampliação do deficit na meta fiscal está diretamente relacionada com a conta para aprovar a proposta. Afinal, faltando um ano para a eleição, um desgaste político dessa ordem, em especial, junto aos servidores públicos, só se houver alguma benesse para compensar.

Quem tem medo de Bendine I

Que Val Marchiori, que nada. A prisão do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine colocará novamente na vitrine a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha, aquela que d. Marisa Letícia não gostava. Madrinha de Bendine no BB, Rose, como Lula e os amigos a chamam, deu uma mergulhada depois da demissão, em 2012, já no governo Dilma Rousseff.

Quem tem medo de Bendine II

A perspectiva de delação do ex-presidente do Banco Brasil, dizem os próprios petistas, trará novamente à baila toda a teia de relações de Rose, inclusive com o ex-presidente Lula. Nos tempos de Bendine no BB, Rose conseguiu emplacar ainda um aliado de Delúbio Soares no comando do banco em Goiás.

Recordar é viver

Rose foi demitida depois que a Operação Porto Seguro da PF a apontou como parte integrante de um esquema de tráfico de influência e cobrança de propinas. O escritório da Presidência em SP foi inclusive alvo de busca e apreensão.

Bom sinal

Os fundos gerenciados pelo Ministério da Integração que atendem as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste fecharam o 1º semestre com a liberação de R$ 11 bilhões, 34% acima do valor liberado no mesmo período de 2016 e o melhor resultado desde a criação desses fundos, em 1989. Esses recursos atendem do pequeno produtor rural às grandes indústrias, com linhas de financiamento para investimento de longo prazo, capital de giro e custeio a fim de estimular o desenvolvimento nas três regiões.

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Efeito do cigarro // Transferido para o presídio, Aldemir Bendine (foto) está um pouco menos estressado. Lá, tem dois banhos de sol por dia com direito a pitadas. Na carceragem da Polícia Federal, Bendine já estava subindo pelas paredes. Agora, vai pensar melhor na delação.

O cara // Sabe por que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ficou tão anti-Temer ultimamente? Parte dos aliados do governador paulista estão convictos de que, se o presidente sair dessa crise e conseguir recuperar o fôlego, jamais irá apoiar o tucano em 2018. O nome será o do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Terra de Murici // Cada um por si. Quem conhece a forma dos deputados se comportarem quando vêem a própria eleição no horizonte alerta: tudo o que for votado a partir de agora na Câmara passará pelo filtro “e o que eu ganho com isso?”.

Não te fresqueia, tchê! // Na tumultuada sessão em que o presidente Michel Temer obteve o direito de continuar exercendo a Presidência da República, o deputado Carlos Marun se vira para o deputado Pompeo de Mattos, que cogitou não votar: “No Rio Grande quem honra sua bombacha tem que ser homem! É sim ou não! Mattos não titubeou: Vestido à caráter, foi lá e tascou o voto contra o presidente Michel Temer.

Um placar para dois

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Assim como o governo esperava o resultado de ontem para tocar as reformas, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também aguardava o placar para encaminhar uma nova denúncia. Ele agora sabe que não há número suficiente para abrir uma investigação contra Michel Temer. A intenção, porém, ainda é enviar o pedido. E há, inclusive, gente da própria base do governo torcendo para que isso ocorra. Será mais uma chance de tentar obter algum benefício do Planalto.

Troca de posições
A classe política avalia que, ao longo do processo dessa primeira denúncia, o DEM começou a tomar o lugar do PSDB em termos de coesão partidária e preparação para as eleições do ano que vem. Se a legenda ampliar seus quadros e conseguir atrair um nome como João Doria, estará na boca para dar uma volta nos tucanos, ganhar a linha de frente para tirar eleitores de Jair Bolsonaro e emplacar um candidato para concorrer contra o PSDB.

São Paulo em litígio
Muitos parlamentares votaram com o presidente Michel Temer com a seguinte frase: “Voto sim, com o relatório do PSDB”. Em São Paulo, por exemplo, onde os tucanos mais ligados a Geraldo Alckmin votaram contra o governo, o líder do PMDB, Baleia Rossi, foi além: disse que, pela estabilidade política e econômica, votava com o relatório do PSDB.

Por falar em Geraldo…
Se depender do PMDB, Geraldo Alckmin pode esquecer a campanha presidencial em 2018. Os peemedebistas estão pra lá de magoados com o descaso dos tucanos ligados ao governador, em especial, Sílvio Torres, apontado como o porta-voz de Alckmin no Congresso.

Ninguém sai
A base que permaneceu fiel a Michel Temer deseja a troca imediata de ministros tucanos. O presidente, porém, não mexerá com ninguém. Afinal, ainda vem muita turbulência até setembro.

Previdência ainda não dá
O resultado de ontem deixou claro que a reforma da Previdência não passa agora. Restará ao presidente inverter a pauta e puxar a tributária em primeiro lugar. Falta convencer a equipe econômica.

Ninguém perde a piada/ O deputado Aleluia (DEM-BA) aproveitou a foto do colega Wladimir Costa tatuado com a bandeira do Brasil e “Temer” para colocar no seu Instagram uma imagem do rosto do governador da Bahia, Rui Costa (PT), no corpo de Wladimir. Viralizou entre os baianos.
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Na escada/ Dois médicos, Lelo Coimbra e Darcísio Perondi (foto), acompanharam Michel Temer à casa do deputado Fabinho, na noite de terça-feira, a pé, até o sexto andar, uma vez que o elevador quebrou. Da garagem ao térreo, o presidente subiu de uma tacada só. “Calma, Michel, espera a gente! Você está com fôlego de caminhada no Jaburu!”, disse Perondi.

Um pique só/ O presidente manteve o ritmo até o terceiro andar. Ali, deu uma parada. Afinal, não dava para chegar ofegante à conversa com os deputados. Ficaram por ali uns dois minutos, recuperando o fôlego. Depois, o presidente foi devagarinho e chegou sem dificuldades ao sexto andar.

Livros novos na praça/ Ontem foi a vez de o jornalista Mário Rosa lançar no Congresso Entre a glória e a vergonha, memórias de um consultor de crises. Hoje será a vez de Eumano Silva autografar seu mais novo livro, A Morte do diplomata, no Carpe Diem, da 104 Sul, às 19h.

Colaborou Paulo de Tarso Lyra

Reflexos eleitorais

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Os 263 votos que o governo obteve na noite de quarta-feira vão aumentar a pressão para que o presidente puna os dissidentes na base aliada. Porém, Michel Temer não está em condições de prescindir daqueles que lhe deram as costas na votação. O presidente não está livre de uma nova denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nem tampouco pode se dar ao luxo de dispensar aliados importantes para a condução de reformas que, embora impopulares, são importantes para ajudar a restaurar o ambiente econômico. Nessa conta está o PSDB, que deu 22 votos a favor de Temer e 21 à oposição, pela abertura de investigação e, consequentemente, o afastamento de Temer do governo. A resposta do líder do PMDB, Baleia Rossi, foi dada na hora do voto: “Pela estabilidade política e econômica voto com o relatório do PSDB”. Quem entende dos gestos da política saiu certo de que o líder fez questão de citar a sigla tucana em seu voto como forma de dizer, ‘olha, vocês hoje são governo’.

Se Temer não pode prescindir dos votos do partido para tocar as reformas e ter uma folga expressiva para se livrar da próxima denúncia, o PSDB que sonha em voltar ao comando do país não tem meios de dispensar a máquina peemedebista na hora de buscar votos. Todos os candidatos a presidente que conquistaram a presidência da República no período recente da história do país tiveram o apoio do PMDB, seja informal ou formalmente. Em 1989, Ulysses Guimarães foi abandonado e peemedebistas ajudaram Fernando Collor. Em 1994, foi a vez de o partido deixar Orestes Quércia sozinho e correr para apoiar Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, o partido estava novamente com FHC e tinha o pedaço com Lula. Em 2002, depois de um desentendimento com o PFL ( hoje DEM), o PSDB entregou ao PMDB a vaga de vice na chapa de José Serra. A representante do PMDB foi a deputada Rita Camata (ES). Naquela ocasião, mais uma vez o PMDB abandonou o candidato oficial e descarregou sua máquina em Lula. Em 2006, boa parte estava já com Lula. Finalmente, em 2010, lá estavam os peemedebistas na vice de Dilma Rousseff, cargo que terminou rendendo ao partido do dr Ulysses a Presidência da República depois do impeachment. Ou seja, o PMDB por todos esses anos honrou a frase do senador Romero Jucá, “eu sempre fui governo, os outros é que mudam”. Nesse ponto, embora a política pareça diferente do que há alguns anos, ninguém acredita que isso mudará agora: O PMDB ainda terá muita importância para o pleito de 2018.

Quem já percebeu essa importância do PMDB foi o DEM. O partido de Rodrigo Maia chegou a ensaiar uma carreira solo, mas, ao perceber que o espaço do lado do governo era mais amplo e que 2018 é um livro aberto, o partido refluiu. Trabalhou e muito para conseguir uma certa unidade em relação a votação de hoje e conseguiu. O DEM fez um jogo muito diferente daquele qu emarcou o PSDB. Seu presidente, Agripino Maia, se esquivou de pressões para convocar a Comissão Executiva, coisa que o PSDB não fez. Foram inúmeras reuniões tucanas convocadas para decidir o rompimneto com o governo, todas inconclusivas, expondo ainda mais a divisão da bancada.

O DEM faz hoje o mesmo jogo que o antigo PFL fez em 1994. Naquela época, o PFL estava fora do jogo eleitoral. Tinha perdido espaço por causa do apoio a Fernando Collor ao longo do processo de impeachment. O partido, então, foi ao ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e ofereceu seus votos para ajudar a provar o Plano Real, algo que o PT havia recusado. Assim, o PFL voltou ao centro das decisões do país e chegou a oferecer o candidato a vice na chapa de FHC. O discreto Marco Maciel, de Pernambuco, foi vice de FHC por oito anos. Agora, o partido tenta fazer o mesmo oferecendo apoio a Michel Temer. Ok, a bancada não é tão grande. Porém, o DEM, avisa o deputado Pauderney Avelino, está prestes a receber novos filiados e de portas abertas para quem mais chegar. Quer crescer e voltar a ser influente no jogo de 2018. Só tem um probleminha. Desta vez, não quer ir à reboque. Deseja a cabeça de chapa. E o PMDB, sem um candidato forte hoje, não se recusará. Afinal, como diz Jucá, o partido sempre foi governo. E, sem um nome forte, não recusará o convite do DEM. Será um novo jogo e uma alfinetada em Geraldo Alckmin, que ontem, embora distante, irritou o PMDB. Se o projeto do DEM ganhar corpo num futuro próximo, adeus PMDB na chapa de Geraldo.

PSDB, a grande família

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De todos os partidos que têm participação mais destacada nos destinos do país, quem mais está perdendo terreno para os cenários políticos de 2018 é o PSDB. O partido se comporta como o PMDB dos velhos tempos. totalmente dividido. A reunião da bancada hoje pela manhã terminou com os deputados liberados para votar como quiserem em relação ao processo envolvendo Michel Temer. O encontro começou enquanto o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB_MG) lia seu relatório favorável ao presidente Michel Temer. Porém, o líder do partido na Câmara, Ricardo Tripoli (PSDB-SP), recomendará o voto contra o relatório do seu colega de partido. Diante da divisão, o governador Geraldo Alckmin, diz de público que não interfere na bancada. O presidente do partido, Aécio Neves, trabalhou por Temer, enquanto o presidente em exercício, Tasso Jereissati, trabalha contra o governo. A guerrilha tucana por candidaturas a presidente da República, que vem fermentando desde 2010, foi destampada com esse processo de Michel Temer. A DR _ discussão da relação _ partidária começa tão logo a crise envolvendo Michel Temer tenha um desfecho. E o pior é que, diante da divisão e da perspectiva de uma nova denúncia a ser apresentada por Rodrigo Janot, Michel Temer não tem muito o que fazer em relação ao PSDB.

A outra ponta da discórdia na base é o PSB. O partido continua dividido e interessado em criar constrangimentos para que os aliados do presidente Michel Temer deixem o partido. Muitos estão em direção ao DEM, que, como já abordado na coluna Brasília-DF na edição impressa do Correio Braziliense de hoje, é o maior vencedor de todo esse imbroglio entre Temer, o Ministério Público e o ex-amigo Joesley Batista. O DEM está focado no seu crescimento. Se o copo do desgaste de Michel Temer encher, o partido estará a postos para assumir o governo e tentar angariar apoios. Se Temer escapar das próximas como parece que escapará desta primeira denúncia prestes a ser votada, o DEM continuará na sua rota de crescimento da bancada rumo a 2018. O quorum de mais de 400 deputado em plenário mostra que, por enquanto, o DEM joga para 2018. E, que ninguém se surpreenda se buscar um candidato a presidente com chances de chegar lá.

O PSDB, por sua vez, virou algo como aquela grande família rica dos seriados de tevê, na qual todos brigam, um tem inveja do outro, e tenta a todo momento, puxar o tapete do irmão que faz sucesso. Se continuar nesse ritmo, dificilmente será uma grande opção para 2018. Talvez essa confusão envolvendo Michel Temer e Aécio Neves tenha abatido os tucanos em pleno vôo e transformado o DEM em opção. O futuro dirá.

Todos soltos

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Um empate de 2 a 2 na segunda turma do Supremo Tribunal Federal acaba de conceder liberdade ao advogado Willer Thomaz e ao procurador Ângelo Gourlart Vilela, presos desde 18 de maio, em função da delação da JBS. Ambos foram citados na delação de Joesley Batita como contratados pelo empresário para receber informaçoes de investigações de interesse do grupo.

O relator, Edson Fachin, proferiu um parecer contra a soltura dos acusados, seguido pelo ministro decano, Celso de Mello. Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowiski votaram a favor da liberdade dos presos, porque, afinal, todos os demais citados na delação da JBS respondem ao processo em liberdade. O ministro Antônio Dias Toffoli não participou da votação.

Thomaz foi representado pelos advogados Gilson Dipp e Rafael Carneiro e já pode inclusive voltar a trabalhar, embora não possa manter contato com outros investigados. Já o procurador Angelo Goulart Villela, por exercer função pública, está proibido de se aproximar do Ministério Público, mas continuará recebendo salário. Ambos terão ainda que ficar em casa à noite,não podem participar de festas nem tampouco ingerir bebidas alcoólicas. No geral, todos os denunciados por Joesley começam a retomar a vida. Estão todos soltos e o delator milionário vai muito bem. Uma delação há tempos não compensava tanto.

Silvestre de volta

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O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, acaba de convidar Silvestre Gorgulho para assessor especial. Convite aceito, Gorgulho começa a trabalhar essa semana.  Silvestre tem experiência na área, foi secretário de Cultura do GDF e é tido como um das personalidades mais preocupadas e dedicadas ao patrimônio cultural e histórico da cidade. Amigo de Oscar Niemeyer, foi ainda o “pai” da Torre Digital, um cartão postal de Brasília.

Nas redes, só dá oposição

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Ninguém do núcleo duro do governo federal está entre os 50 parlamentares com mais alcance e engajamento nas redes sociais, segundo estudo inédito feito pelo instituto FSB Pesquisa. O mais bem colocado da tropa de choque temerista é o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), em 87• no ranking do Congresso. O líder do FSB Influência é o senador Lindbergh Faria (PT-RJ) A FSB divulgará os detalhes nesta terça-feira.

 

O estudo dá o tom do que vem por aí na campanha eleitoral de 2018, quando a maioria dos parlamentares estará na disputa, seja pela reeleição, seja em busca de um cargo majoritário.  Há um consenso entre os analistas sobre o aumento da importância das redes no próximo ano eleitoral. Com o dinheiro curto para as campanhas e o período restrito na tevê, é na internet que a mensagem do parlamentar terá mais alcance.

 

Porém, avisam isxespecialistaz, não dá para quem é meio alheio às redes banhar influência do dia para à noite, é preciso construir essa relação com seguidores. Quem demorar muito s ingressar nesse mundo virtual, terá mais dificuldades de levar a mensagem ao eleitor. E, a levar em conta o resultado do estudo da FSB, a base do governo já está em desvantagem na largada dessa corrida.

Pernambuco em suspense

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A decretação hoje da prisão preventiva do ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine e do empresário André Gustavo Vieira deixa o grupo do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) em estado de alerta. André Gustavo Quem conhece André Gustavo garante que o dono da Arcos Propaganda não terá a mesma fleuma de Marcos Valério, que aguentou anos de cadeia e só partiu para a delação anos depois. André Gustavo está mais para João Santana e Mônica Moura, que falaram logo. Se o marqueteiro optar por uma delação e confirmar tudo o que foi dito por Ricardo Saud, da JBS, Fernando Bezerra Coelho será chamado a explicar se recebeu R$ 2 milhões em dinheiro vivo.  Não será o primeiro politico a ter que se explicar por caixa dois. Porém, um politico nessa condição a menos de um ano da abertura da campanha eleitoral é um incômodo para ninguém botar defeito.

Embora tenha sido ministro de Dilma Rousseff, Fernando Bezerra Coelho integra hoje a ala do partido mais próxima do presidente Michel Temer. É pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que tem sido muito elogiado pelo setor. Já receberam inclusive para ingressar no DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, caso o clima no PSB fique insustentável. Rodrigo Maia fez questão de ir ao casamento do irmão do ministro em Pernambuco.

Hoje, todo o grupo do senador está com problemas na direção partidária, que já recomendou o voto a favor da denúncia contra o presidente Michel Temer. Fala-se inclusive na criação de um novo partido, que abrigaria no futuro o DEM, os dissidentes do PSB  e, ainda, uma parcela do PSD. Esse movimento só ganhará corpo, entretanto, depois das eleições, uma vez que revolucionar os arranjos partidários a praticamente um ano das eleições não é considerado um caminho seguro, por causa das alianças regionais. Primeiro, cada um cuidará de si onde está para, depois, pensar num projeto partidário com os sobreviventes das urnas.

Vem provocação aí

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Enquanto o deputado Sílvio Costa (PSC-PE) está mais rouco do que é de tanto gravar vídeos pedindo aos deputados que não registrem presença na quarta-feira, o governo faz de tudo para levar os oposicionistas a uma posição inversa. Nesse jogo, a tropa de choque do presidente Michel Temer está decidida a provocar os petistas até que eles não suportem mais e corram aos microfones do plenário. Só tem um probleminha: para falar na sessão é preciso registrar presença. Logo, quem cair à tentação de dar o troco aos governistas vai ajudar no quorum para que o presidente da Casa, Rodrigo Maia, comece  a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer.