Truco Eleitoral

Publicado em coluna Brasília-DF

A declaração do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre ser presidenciável foi combinada com o PMDB e acompanhada pelo DEM. A ordem ali era segurar o PSDB. Afinal, se os tucanos saírem mesmo do governo em dezembro, conforme sugeriu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e a economia melhorar, um nome vinculado à volta do emprego e da renda teria chances perante o eleitorado e o PSDB estaria fora dessa construção.
Chamou atenção dos tucanos ainda o fato de o prefeito de São Paulo, João Dória, defender no programa de tevê Canal Livre, no último domingo, a presença do PMDB. Quem é do ramo da política sabe que a estrutura peemedebista pelo país afora e seu tempo na tevê não podem ser desprezados. A política, para alegria de uns e tristeza de outros, ainda passa pelo partido de Michel Temer. Houve quem percebesse na fala de Dória um certo aconchego no ninho peemedebista. Pode ser só impressão ou um blefe muito bem-dado. Como no truco, nem todos estão com as mãos recheadas de cartas, mas todos estão no jogo. Resta saber quem vai correr e quem vai dobrar a aposta. Esse jogo só termina em março.

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Em tempo: Os partidos do chamado Centrão torcem para o PSDB cumprir a promessa de sair do governo. Assim, sobram mais cargos para dividir entre os seus representantes.

Jogadas
ensaiadas I

Com a reforma trabalhista pronta para vigorar na semana que vem, os fiscais do trabalho estão a postos para vigiar pontos de trabalho e, a partir daí, deflagrar toda uma operação para tentar barrar a nova lei. A ordem é levar os contratos entre patrões e empregados à Justiça do Trabalho a fim de considerar a nova legislação inconstitucional.

Jogadas
ensaiadas II

Não por acaso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quer acabar com a Justiça do Trabalho. Afinal, se a nova lei trabalhista foi aprovada pelo Congresso dentro das normas legais vigentes, cabe ao tribunal cumprir e não se voltar contra o texto. A guerra promete ser grande.

E a Previdência, hein?

As declarações do presidente Michel Temer ontem deixaram claro que o governo vai insistir em aprovar, pelo menos, o primeiro turno de parte da reforma previdenciária na Câmara, de forma a deixar o assunto com meio caminho andado. Falta combinar com os deputados, que não querem saber do tema.

É isso, sim!/ Se tem algo que Lúcio Bolonha Funaro odeia é que lhe chamem de doleiro. Pois o ex-deputado Eduardo Cunha foi no ponto: “É doleiro, sim! Tem temperamento explosivo e toma remédio controlado”.

Ensaio/ Eduardo Cunha revelou ainda um encontro de Funaro (foto) com integrantes da CPMI dos Correios antes do depoimento, em março de 2006. Ou seja, o jogo de CPI é combinado há muito tempo.

Pelo jeitão…/ Há quem diga que a tranquilidade de Eduardo Cunha em seu depoimento é um sinal de que ele continua ganhando muito dinheiro. Aliás, não é de hoje. Ele contou que, na época em que Waldomiro Diniz foi flagrado num vídeo extorquindo o empresário Carlinhos Cachoeira, a Bolsa de Valores despencou e ele (Cunha) e Lúcio Funaro tiveram “um lucro extraordinário”.

Eles & elas/ O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decide hoje se os partidos políticos estarão obrigados a garantir cota de 30% para mulheres nas direções das legendas. A consulta foi apresentada pelo advogado Rafael Carneiro em nome da senadora Lídice da Mata (PSB-BA). Ela quer saber se a previsão de reserva de vagas para candidaturas de mulheres não deve ser aplicada também na composição das comissões executivas nacionais, estaduais e municipais dos partidos. “Se a decisão do tribunal for favorável, contribuirá para empoderar as mulheres dentro dos partidos”, afirma Carneiro.

No limiar da intervenção

Publicado em coluna Brasília-DF

Do Rio de Janeiro, veio um duro recado: ou o presidente Michel Temer demite o ministro da Justiça, Torquato Jardim, ou intervém no Rio. Temer não demitiu o ministro e espera contar com o feriadão para decantar esse embate. Em suas conversas mais reservadas, autoridades do governo federal consideram que o Rio de Janeiro é hoje um caldeirão de quatro crises: econômica, fiscal, de governança e, para completar, de segurança. Se fosse para levar ao pé da letra o
artigo 34 da Constituição, a intervenção viria lastreada pelos incisos relativos a contas públicas e repasses de recursos. Temer, entretanto, é mais de contornar do que confrontar. É o que tentará fazer para não ter que recorrer a algo mais drástico, seja demitir o ministro seja recorrer à intervenção.
Em tempo: um segundo motivo para a não intervenção já é a manutenção da paz com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Afinal, não se toca agenda no Poder Legislativo sem conversar com o comandante da Casa. Por isso, todo o cuidado é pouco com o Rio.

Dilma e Bolsonaro I

Em 2009, experimentados políticos do PMDB avisaram aos tucanos que o povo estava se encantando com a tal “mulher do Lula” e, se o PSDB demorasse muito a definir o candidato, ficaria difícil evitar o prejuízo depois. Dividido, o PSDB considerou que Dilma Rousseff não iria a lugar algum e fez “cara de paisagem” aos amigos peemedebistas. Deu no que deu. Agora, os avisos são repetidos à exaustão em relação ao deputado Jair Bolsonaro. Quem entende do traçado de pesquisas diz que ele vem crescendo entre os jovens.

Dilma e Bolsonaro II

Enquanto isso, os tucanos juram que Bolsonaro é apenas uma “onda”, que não terá tempo de tevê e coisa e tal. E Bolsonaro vai angariando simpatias. Nas redes sociais, dizem alguns, de 10 coisas que ele comenta, pelo menos uma conecta diretamente com alguma fatia do eleitorado e mais um “Bolsominion”.

Dilma e Bolsonaro III

Ok, dizem os tucanos, Dilma tinha a máquina do governo Lula ao seu dispor e um presidente da República popular para chamar de seu. Bolsonaro não tem nem uma coisa nem outra. Porém, a cada político que aparece enroscado na teia da Lava-Jato, Jair Bolsonaro aumenta seu potencial eleitoral. Se consolidar, não cairá mais. Foi assim com Dilma. Consolidou e ficou.

Por falar em PSDB…

Os tucanos querem distância do PMDB, mas nem tanto. É que, se a economia melhorar para valer com crescimento na casa dos 3% em 2018, os tucanos farão o caminho de volta ao governo.

Huck e o PPS/ O presidente do PPS, Roberto Freire (foto), está encantado com Luciano Huck. “Ele não é um mero apresentador. Tem espírito público, é filho de professores. Se vier, será bem-vindo”, diz Freire, mas ele ainda não decidiu e o quadro está pra lá de nebuloso.

Mantenha isso, viu?/ Famoso pela dancinha da alegria em plenário com a vitória de Michel Temer na Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) falou com o presidente para parabenizá-lo e terminou a ligação feliz da vida. Tudo porque Temer elogiou a forma como Marun encarou os ataques recebidos contra a dancinha. “Ele disse que a minha resposta foi muito boa. E não é? Eu tava feliz, ia ser hipócrita?”

Por falar em Temer…/ Os parlamentares que falaram com o presidente ou o visitaram ficaram impressionados com a recuperação. “Ele está com a voz mais firme do que nunca.”

Pepper e Big Data/ Moriael Paiva informa que não tem qualquer ligação com a Pepper. A empresa, que foi alvo de busca e apreensão suspeita de irregularidades na campanha petista, não tem nada a ver com a Idea Big Data, que hoje presta serviços ao PSDB. “Nossa ligação com a Pepper é zero”, diz ele, que prestou serviços para as duas campanhas de Fernando Henrique Cardoso e, ainda, de José Serra.

Feriadão/ Sexta e sábado a coluna ficará a cargo do jornalista Paulo de Tarso Lyra. Bom feriado a todos!

Janela depois da eleição

Publicado em Política

Deputados disseram a Michel Temer que não dá para tocar a reforma previdenciária de uma só vez, porém, não descartam a seguinte estratégia: Votar um pedaço agora e outro depois da eleição. Isso mesmo: Já tem gente pensando em aproveitar o período posterior à eleição, quando muitos parlamentares voltam endividados e muitos derrotados nas urnas, para concluir essa reforma que todo mundo ensaia e ninguém faz. Para um presidente eleito, seja quem for, a idade mínima para as aposentadorias não soaria o fim do mundo, uma vez que representaria economia no caixa e confiança aos investidores. Aliás, já tem pré-candidato torcendo para que Michel Temer faça todas as maldades, deixando ao sucessor um mar menos revolto nas contas.

Entre os deputados, há quem diga que não se deve ter nem uma coisa nem outra: O melhor é “customizar” o texto da reforma previdenciária na Câmara, de forma a deixar os deputados menos pressionados nas bases. Já chega o que muitos estão passando nas redes sociais depois dos votos favoráveis a Michel Temer essa semana.

Laços de família
Presidente da comissão destinada a emitir parecer sobre a MP do Funrural, o senador Dário Berger (PSDB-SC) vem adiando a sessão para votar o texto. Berger é sogro de Jeferson Rocha, diretor jurídico da Associação Nacional de Defesa dos Agricultores e Pecuaristas e Produtores da Terra (Andaterra), que começou um movimento contra a medida provisória. Tem gente apostando que o senador não quer é briga no almoço de Domingo.

Laços partidários
Produtores rurais à espera da aprovação da medida para conhecer o texto final e resolver as pendências procuraram integrantes do PSDB. Os tucanos, entretanto, esperam mais uma tentativa do senador Berger já na semana que vem, apesar do feriado.

Capitão em jogo quádruplo
O DEM está para lá de animado com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ): No mínimo Rodrigo será candidato a deputado federal para tentar mais dois anos no comando da Casa. As outras opções são o Senado, o governo do Rio de Janeiro e… A Presidência da República. Essa “aventura”, entretanto, vem depois.

Perillo sai da toca
O governador de Goiás, Marconi Perillo, estará na próxima segunda-feira em Brasília para traçar um roteiro de viagens e conversas dentro do PSDB. É a largada da campanha para presidir o partido. Aliás, a candidatura de Perillo, foi anunciada há meses pela coluna. O opositor é o senador Tasso Jereissati, que hoje responde oficialmente pelo tucanato.

CURTIDAS
Verão 2018/Com a sua delação homologada, o doleiro e operador Lúcio Funaro tem planos de deixar a cadeia em janeiro do ano que vem. E avisa desde já: Vai procurar jornalistas para falar tudo. E tome desgaste sobre o PMDB. Aos presos, como Geddel Vieira Lima, e soltos como muitos outros.

Por falar em Funaro…/ Ontem, durante depoimento ao juiz Wallisney, em Brasília, Funaro abriu aquele sorriso de “eu sou o cara”, quando a tela mostrou Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, contando as ameaças feitas pelo doleiro, de colocar fogo em sua casa. Quem estava na plateia ficou com a sensação de que o sorriso queria dizer “fiz mesmo, e daí?”

Sua segurança era só disfarce?/ Funaro tomou muito café ao longo do depoimento e suas mãos tremiam, apesar da segurança na voz.

Nem te ligo/ Num dado momento, Funaro ofereceu café ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O ex-deputado, que passou todo o depoimento evitando olhar para o doleiro, fingiu que não era com ele.

Lavar a poeira… / E acalmar a política. Nesse período em que a chuva deve voltar a Brasília, os poderes buscarão a calmaria. Rodrigo Maia viaja hoje com uma comitiva a Israel, Palestina, Pistoia (Itália), terminando em Portugal, num evento junto com o ministro Gilmar Mendes. Nada melhor do que uma viagem também para acalmar os ânimos acirrados ontem no Supremo. O ministro do STF, Gilmar Mendes, passará o feriadão de Finados em Portugal.

Colaborou Renato Souza

Começa o jogo

Publicado em coluna Brasília-DF

Ao contrário do que esperava a equipe econômica do governo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fará um aquecimento da base aliada com medidas infraconstitucionais e, posteriormente, discutirá a reforma da Previdência.
O freio é fruto das reclamações da base aliada e avisos do tipo, “voto a favor do presidente na denúncia, mas não venha com reforma da Previdência”, dito por dezenas de deputados aos líderes partidários. Ou seja, diante de tanta confusão e do susto que o governo tomou no início da votação, com o placar favorável à denúncia, a ordem é deixar baixar a poeira. Até porque, Rodrigo Maia tem uma viagem internacional marcada para a semana que vem, e Michel Temer cuidará da saúde. A Casa só volta com força depois do feriadão de finados.
Em tempo: a votação de ontem foi classificada por deputados aliados ao governo como a “mais cara da história”.
A da Previdência, quando houver, será a única capaz de empatar em termos de preço.

“Foi criminoso”
A acusação é do deputado Sarney Filho, licenciado do cargo de ministro do Meio Ambiente apenas para votar a denúncia ontem em plenário. Referia-se ao incêndio que consome o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Zequinha Sarney foi informado que se fosse apenas um acidente teria parado nas áreas que são preparadas para evitar que o fogo se alastre como se alastrou. “Tudo indica que vem daqueles que não queriam a ampliação do parque. Vamos investigar”, diz ele.

Sonho de França.
Só que não.
O acordo entre o governador Rodrigo Rollemberg e Maria de Lourdes Abadia era a largada para uma grande construção do vice-governador de São Paulo, Márcio França, no sentido de conquistar o apoio do PSDB à sua candidatura ao governo de São Paulo e juntar o PSB ao projeto de Geraldo Alckmin ao Planalto. Nem o PSDB do DF nem o de São Paulo topam. O PSB nacional também busca outros caminhos.

Por falar em PSDB…
Além do PSB, que tem nove deputados de saída — muitos rumo ao DEM —, o PSDB perderá parte expressiva de sua bancada.

Sem sossego
Com o presidente Michel Temer no hospital, os ministros praticamente abandonaram a conquista dos votos. Assim, um deputado ligou para o presidente: “Cadê os ministros, que ainda não vieram para cá ajudar?” Foi aí que alguns se mexeram e seguiram até a Câmara para ajudar na conquista do quórum.

Fiscal dos votos I/ O deputado Marcus Pestana (foto), do PSDB-MG, passou grande parte da votação sentado estrategicamente na mesa próxima ao elevador da sala de café dos deputados. A todos que saíam, ele perguntava se já havia votado. Pestana, ao votar, jogou a denúncia no colo do PT, citando a afirmação da denúncia de Rodrigo Janot de que o esquema começou com Lula.

Fiscal dos votos II/ Assessores e líderes do governo acompanharam voto a voto, dentro do plenário, com a lista de parlamentares em mãos. Já no primeiro estado, o Rio Grande do Sul, esse grupo tomou um susto com o número de votos contrários ao presidente, maior do que os favoráveis, o que nunca aconteceu na primeira denúncia.

Sempre eles…/ Yeda Crusius (PSDB-RS) perdeu a hora e não votou. Nilson Leitão, tucano e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, quase sofre do mesmo problema. Ele conversava com o deputado Pedro Vilela (PSDB-AL) e, quando viu que a bancada de Mato Grosso do Sul estava votando, saiu correndo da sala de café em tempo de dizer um “sim” esbaforido no plenário.

Por falar em tucanos…/ O PSDB fez de tudo para tentar evitar que o partido saísse chamuscado da votação de ontem sobre a segunda denúncia contra o presidente. Porém, a maioria dos deputados, na hora de votar, dizia “voto com o relatório do PSDB, a favor de Michel Temer”.

O Jogo de Geraldo para juntar todos

Publicado em Eleições

O vice-governador de São Paulo, Márcio França, teve influência direta na articulação que levará Maria De Liurdes Abadia para ocupar a secretaria especial de Assuntos Estratégicos do DF. A notícia do convite está no blog CB.Poder. A intenção de Márcio é levar o PSDB de São Paulo a apoiá-lo para o governo paulista.

O jogo em construção é o seguinte: O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, candidato à presidente, o prefeito João Dória, ocuparia a vaga de vice, e, assim, o PSDB, com uma chapa pura paulista, teria que ceder o governo estadual e apoios em outros estados. Inclua-se aí a reeleição de Rodrigo Rollemberg, e de Paulo Câmara, em Pernambuco, além do próprio Márcio, em São Paulo.

O DEM teria o apoio na Bahia, por exemplo, é ainda o Rio de Janeiro, berço político do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O PSD, do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também será chamado a essas conversas, assim como o PMDB, que, por esse desenho, não teria candidato a nada.

Obviamente, por enquanto são apenas exercícios. Falta combinar com todos. Inclusive com o próprio Dória. Mas o movimento de Rollemberg convidando Abadia e oferecendo a vice na sua chapa ao governo do Distrito Federal abriu o jogo. É o quadradinho mostrando sua capacidade de fogo na política nacional. Vejamos os próximos lances.

Próximas Etapas: Previdência e 2018

Publicado em coluna Brasília-DF

Não se surpreendam se o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convocar a Casa para debater a reforma da Previdência já na próxima segunda-feira. Rodrigo tem pressa. Pressa em mostrar que tem poder de comando e responsabilidade, como ele mesmo diz, para acelerar a retomada do crescimento econômico e da confiança dos investidores. Ele tem se mostrado disposto a empreender a pauta considerada necessária para o país voltar aos trilhos mais rapidamente.
Michel Temer não achará ruim se Rodrigo adquirir esse protagonismo. Afinal, com a segunda denúncia fora do palco principal, o foco “voltar-se-á”, diz Temer, à realidade, ou seja, ao cenário econômico e à eleição de 2018. Ainda que se esteja a dois meses do Natal, o presidente não pretende entregar os pontos, mas se mostra disposto a deixar o protagonismo a cargo de Rodrigo Maia. Não por acaso, Rodrigo chegou tão feliz do Planalto ontem. Temer não é mais candidato a nada, mas quer ter um legado. Para Rodrigo, o céu é o limite. Se tudo der certo, pode nascer aí um certo capitão Rodrigo — e não Henrique Meirelles (Fazenda) — como uma aposta para o futuro. Como esse candidato ainda não saiu, estão todos na pista.

A largada
O governo está de olho no leilão do pré-sal desta sexta-feira. Será o primeiro grande evento depois da denúncia. A expectativa é de adesão expressiva de empresas de todo o mundo e não apenas dos chineses. Mais um ponto que o presidente pretende explorar para mostrar que o país está bem melhor do que nos tempos da presidente Dilma Rousseff.

Por falar em Temer…
A sociedade está em outra. Levantamento feito pelo Palácio do Planalto nos últimos tempos mostrou que o presidente é o primeiro assunto da mídia (e, na maioria das vezes, com viés negativo). Nas redes sociais, porém, a pegada é outra. Temer aparece em 23º lugar no ranking de assuntos e/ou personagens mais comentados. Neymar e o fim da novela Força do Querer encabeçam a lista…

Meirelles alerta
Em jantar do site Poder360, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi direto no diagnóstico: Sem a reforma da Previdência, alguma coisa terá de ser aprovada, porque “há um teto”, que deu uma sinalização muito forte de controle das contas públicas. E isso terá que ser cumprido.

Põe lupa aí
O senador Airton Sandoval (PMDB-SP) quer ampliar a CPI do BNDES para os financiamentos destinados ao Desenvolvimento Integrado dos Estados (Finem). Não por acaso, governadores aliados aos governos de Lula e de Dilma estão para lá de preocupados.

Quem cala…/ Perguntado se será candidato a presidente, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (foto), diz que é cedo para tratar do tema e coisa e tal, dá aquela enrolada básica nos jornalistas e empresários presentes ao jantar do site Poder360. A coluna emenda: “Mas o senhor não diz que não é candidato…” Meirelles, então, responde: “Eu não, para quê?”.

A voz da América/ O embaixador dos Estados Unidos, Michael Mckinley, presente ao jantar, fez questão de dizer que a percepção do Brasil lá fora está muito melhor do que é percebido aqui, entre os brasileiros. “Há muito interesse em investir no Brasil”, afirmou, para delírio de Meirelles.

A voz da oposição/ Renan Calheiros volta à tribuna do Senado hoje para dizer que seis pedidos de investigação contra ele já foram arquivados. Falará também do PMDB da Câmara e defenderá o afastamento do presidente Michel Temer.

A voz da intriga/ Rodrigo Maia estava todo contente na sala de café, acabara de chegar do Planalto, eis que o deputado Silvio Costa (Avante-PE) surge com uma proposta: “Estou trabalhando por você (para presidente da República agora)! Sem remuneração!” Rodrigo apenas sorri: “Isso. Trabalhe” E falando baixinho completa: Para 2019!”

Deputados deixam o PSB, destino provável é o DEM

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Rodrigo Maia era só sorrisos depois dessa notícia e de uma conversa com o presidente Michel Temer

O ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, que está licenciado do cargo para votar a denúncia contra o presidente Michel Temer, acaba de deixar o PSB, junto com a ex-líder do partido, Teresa Cristina (MS), Fábio Garcia e Adilton Saquetti. Em conversa há pouco com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, ficou acertado que não haverá qualquer gesto por parte da direção partidária no sentido de tentar reaver o mandato, alegando fidelidade partidária.

O destino do grupo não está selado, mas a tendência da maioria é a filiação no Democratas, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já apontado como um dos possíveis pré-candidato à Presidência da República. O único que talvez não siga esse caminho é o ministro, que seguirá o pai rumo ao PMDB do presidente Michel Temer.

Rodrigo, aliás, esteve hoje à tarde com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto. Conversaram por uma hora. Maia chegou ao Congresso só sorrisos. “Amiguinhos para sempre?”, perguntou uma jornalista. “Em política não tem amiguinho. Muitos menos para sempre”, respondeu.

Ou seja, está tudo bem entre Rodrigo Maia e Michel Temer até a próxima crise. Rodrigo considera que houve um erro do governo, quando da filiação do senador Fernando Bezerra Coelho (PE) ao PMDB. O senador foi o primeiro a deixar o PSB rumo a outro partido e a festa contou com a presença dos ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha, algo que contrariou Rodrigo Maia. Até segunda ordem, ele e Temer estão bem. Porém, se o PMDB investir muito para agregar Teresa e os demais deputados, a toada do afastamento será retomada.

Onde mora a preocupação

Publicado em coluna Brasília-DF

O governo começa a trabalhar o dia seguinte à votação da denúncia contra o presidente Michel Temer e, nesse sentido, embora os ministros hesitem em falar, vem por aí um “refresh”, como alguns se referem hoje à necessidade de “atualizar” a equipe de governo. Confiante em uma vitória para esta quarta-feira, Temer quer na equipe pessoas dedicadas à última temporada da sua gestão. Internamente, o presidente tem confidenciado a amigos que tem muitos ministros cuidando da própria vida e pouco dedicados ao governo como um todo. Temer não quer sair do poder como aquele que simplesmente “passou” e com desaprovação recorde. É nisso que ele pensa desde já, antes mesmo de os deputados darem o veredito sobre a denúncia. Por isso, não duvidem: como antecipou a coluna há alguns dias, vem mudanças depois desta semana.

Climão…
Em recente almoço em Brasília, o deputado Alexandre Valle (PR-RJ) disse ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia: “Está na hora de você assumir um protagonismo maior (a presidência da República)”. O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, estava à mesa. Nada disse. O almoço foi pra lá de indigesto.

…na base…
Valle votou a favor do presidente Temer quando da primeira denúncia. Havia alguns dias, tinha um indicado na diretoria das Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Perdeu o posto para um indicado do presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Rodrigo Pacheco.

…e pressão sobre Rodrigo
A pressão sobre Rodrigo Maia (foto) está grande nessas 48 horas: “Na primeira denúncia, Rodrigo foi visto como quem não jogou contra o presidente por uma questão de lealdade. Agora, pode sair como covarde”, diz Alexandre Valle.

Placar da hora
Apesar de todas as brigas internas, a contabilidade dos governistas indica algo entre 230 a 240 votos a favor de Michel Temer. Ou seja, ganha, mas não nos moldes que deseja para tocar as reformas pendentes.

Esfria aí
O PSDB adiou a reunião marcada para esta quinta-feira, quando iria discutir a prévia para a eleição de 2018. Tudo para ver se acalma a ala que deseja a renúncia de Aécio Neves ao cargo de presidente do partido. A ordem é acalmar os ânimos dando espaço para que Aécio se defenda sem mais esse problema. Afinal, faltam 46 dias para a convenção que escolherá seu substituto.

As andanças de Michel/ O presidente Michel Temer tem apreciado muito as viagens pelo país. Dia desses, comentou: “Preciso fazer mais isso, viu?” Qualquer semelhança com o tal “precisa manter isso, viu?”, captado na gravação de Joesley no passado, é mera coincidência.

Questão de estilo/ As declarações do ex-ministro Ciro Gomes de que ele e Jair Bolsonaro têm alguma semelhança preocuparam o próprio Bolsonaro. É que, até aqui, o jeitão de Ciro, que já foi candidato a presidente da República por duas vezes, não rendeu sequer uma vaga no segundo turno.

Por essa Fux não esperava/ Está circulando no WhatsApp: um garoto todo feliz tirando foto com o ex-juiz de futebol Arnaldo Cezar Coelho, dentro do avião, enquanto o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Fux observa a cena com um sorriso meio amarelo. Segue junto um comentário: “O sonho do garoto é ser juiz”. É, pois é.

Foco em 2018/ Relatores das principais reformas do governo Temer têm encontro marcado com empresários do varejo, no III Fórum Nacional de Comércio, hoje e amanhã em Brasília. O Sistema CNDL conta com mais de 450 mil empresas associadas, responde por 5% do PIB nacional e gera 4,6 milhões de empregos. A ideia é discutir os principais pontos dos projetos previdenciários e tributários para preparar um rol de propostas aos candidatos nas próximas eleições.

O Refis e a denúncia

Publicado em Política

O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, entregou ao filtro político do Planalto o parecer da equipe econômica sobre o Refis aprovado no Congresso. Num jantar do site Poder 360, Meirelles evitou qualquer comentário a respeito. Mencionou apenas que o tema está com o Planalto. Agora, caberá ao presidente Michel Temer decidir se sanciona o projeto sem alterações.

Meirelles evita o tema, mas ninguém duvida que há vetos propostos pela equipe da Receita, ainda não conhecidos. E mais: O envio do texto para análise do Planalto antes da votação da denúncia contra o presidente no plenário da Câmara dá a Michel Temer mais um ingrediente para “vender” aos parlamentares, se preciso for, em troca do arquivamento da denúncia. Ele tem agté o final deste mês para decidir o que fará com o Refis.

Leitura do blog sobre essa situação: Se o presidente sancionar a medida antes da votação de quarta-feira, sem vetos, é sinal de que a situação não está tão segura quanto parece e que ele precisa desse ingrediente na “xepa” que o Planalto promove agora junto aos parlamentares. Se Temer esperar a votação da denúncia para sancionar a proposta, é sinal de que vetos não estão descartados. A bola está com Temer.

A “xepa” de 2017

Publicado em Política

Os deputados estão tratando a votação dessa segunda denúncia envolvendo o presidente Michel Temer como o último portal para tentar arrancar alguma benesse do governo antes da eleição. Especialmente, quem ainda não foi atendido quando da votação da primeira denúncia. A preços de hoje, Temer não tem orçamento para atender a todos. Tampouco cargos. Corre o risco de cobrir um santo e descobrir outro. Aliás, pela conversa dos políticos nos bastidores, esse tem sido o processo do fim de semana. O troca-troca nos cargos de segundo e terceiro escalões promovido pelo governo nos últimos dias deixou vários políticos descontentes. Se essa onda de revolta da base não for contida nas próximas horas, o governo não terá meios de concluir a votação esta semana. E, dizem os deputados, quanto mais tempo demorar, pior para Michel Temer.

Para que a votação seja válida, são necessários 342 votos. Para que a denúncia seja acolhida, esses 342 votantes teriam que se manifestar a favor do pedido do ex-procurador Rodrigo Janot. A oposição não tem esse número. Nem o governo. Portanto, o desafio do Planalto agora é “validar” o resultado favorável ao governo, levando os deputados para o plenário a fim de garantir 342 votantes __ seja contra ou a favor.

Para tentar resolver esse imbróglio e evitar a falta de número para liquidar a denúncia ainda essa semana, o presidente reunirá daqui a pouco todos os líderes do governo e de partidos aliados, a fim de fazer um checagem nos votos e ter uma ideia mais exata de quantos pretendem comparecer. A ideia é ainda sentir o pulso dos partidos e das insatisfações, que não são poucas. Mais tarde, teremos o termômetro desses últimos dias de “feira” entre o Planalto e a base.