Governo libera R$ 7,5 bilhões para encerrar o ano de 2017

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O governo anunciou hoje à tarde mais uma parcela de descontingenciamento de recursos para os Ministérios. Além das despesas correntes, vem aí mais um dim-dim para pagamento das emendas dos parlamentares ao Orçamento da União. O que não for pago agora, avisam técnicos em Orçamento, provavelmente ficará para os chamados “Restos a Pagar”, aquela conta que o governo considera algo do tipo, “devo, não nego, pago quando puder”.

A ideia é aproveitar os valores descontingenciados para ajudar a lubrificar o motor da base para a aprovação da reforma da Previdência. Afinal, o governo já foi comunicado pelos partidos que a reforma ministerial por si só não será suficiente para fazer com que os parlamentares votem favoravelmente às mudanças.

Para conseguir aprovar, dizem alguns, o governo terá que trabalhar ainda com o discurso e na politica, ou seja, no chamamento aos deputados, um a um, para explicar a necessidade da reforma. A próxima semana será dedicada a esse trabalho.

O capitão das reformas

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Se tem um personagem com o qual o presidente Michel Temer não pretende brigar enquanto procede a reforma ministerial é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No papel de comandante da Casa e da pauta de votações, ele capitaneará a reforma previdenciária e, por tabela, a ministerial. A ideia no Planalto é que passe por Rodrigo inclusive a nomeação do futuro ministro das Cidades e as demais mudanças na equipe.

Até aqui, a reforma está no seguinte pé: a) Os partidos fizeram chegar a Temer que as mudanças pedidas de forma intensa nos últimos meses se referiam apenas aos espaços do PSDB no governo e não dos outros partidos; b) A parte tucana nas Cidades está feita, falta Antonio Imbassahy (secretaria de governo), que Temer manterá na equipe, em outro ministério; c) O partido que arrematar Cidades terá de ceder algum outro espaço na Esplanada para manter o equilíbrio na base; d) Se houver consenso entre os partidos para indicar um nome em comum para essa pasta, melhor. É nessa batida que termina hoje a semana de “decantação” da saída de Bruno Araújo do Ministério das Cidades.

Seguro eleitoral I
A pré-candidatura de Manuela D’Ávila, a ser apresentada oficialmente na convenção do PCdoB neste fim de semana, tem a missão de estancar as pressões para que os comunistas fechem logo apoio a um candidato. A ordem é ficar numa posição mais confortável para aguardar a evolução da conjuntura. A política está de um jeito que nem o PCdoB, que sempre apoiou o PT, se mostra disposto a fechar logo com o antigo aliado.

Seguro eleitoral II
Hoje, o PCdoB está sob forte pressão tanto do PT de Lula quanto do PDT, que pretende lançar o ex-ministro Ciro Gomes. Marina Silva, da Rede, (ainda) não entrou na roda de buscar o PCdoB. Se nenhum deles decolar, ou lá na frente o partido considerar melhor seguir sozinho no primeiro turno, sempre poderá dizer que essa era a sua primeira opção.

Cravo & ferradura
Políticos do Rio de Janeiro tratam como pule de dez a Alerj tirar Jorge Picciani da cadeia na sessão de hoje, da mesma forma que o Senado deu fim ao recolhimento noturno de Aécio Neves. Há dúvidas, entretanto, sobre a devolução do mandato. Assim, mandariam o deputado para casa, para não deixar o desgaste tão grande para o colegiado. Afinal, no ano que vem, tem eleição, e alguns da base de Picciani resistem a arcar com essa decisão.

Se arrependimento matasse…
… Jorge Picciani, talvez, não estivesse na cadeia. Em 2014, o todo-poderoso presidente da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro pensou em não concorrer a mais um mandato eletivo. Terminou candidato. Agora sãos os filhos, seus herdeiros políticos, que vão pensar duas vezes antes de bater o martelo diante da incerteza do voto.

CURTIDAS

Temer lá fora…/ Em janeiro, antes de o país ingressar de vez na campanha eleitoral, o peemedebista aproveitará para exercitar a diplomacia presidencial. Vai a Cingapura, Malásia, Vietnã, Indonésia e Timor. Na volta, passa uma semana em Brasília e, em seguida, embarca para o Fórum Econômico Mundial do Ocidente, em Davos, na Suíça.

… num discurso para dentro/ Em Davos, o Brasil será homenageado. É que há uma confiança muito grande de que o país é uma grande potência, ainda que tenha “variações conjunturais”, conforme avaliação de diplomatas de outras nações que observam a economia nacional. A ordem é aproveitar para, mais uma vez, mostrar o que o governo tem feito de positivo.

O professor Sarney I/ O ex-presidente José Sarney (foto) embarca, na semana que vem, para Guadalajara, no México, onde vai ministrar a Conferência Magistral (aula magna) do dia de abertura da FIL 2017, a Feira Internacional do Livro, considerada a maior do mundo em língua espanhola.

O professor Sarney II/ O ex-presidente brasileiro falará 50 minutos sobre o livro e a internet. Há tempos, seus aliados não o veem tão animado com um evento em que pretende responder se a internet matará o livro. Sarney falará sobre a história da literatura e fará reflexões sobre a escrita. Do alto de seus 87 anos, com vários livros publicados, realmente tem muito a dizer.

Michel Temer desenha aposta tripla para Imbassahy na reforma ministerial

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O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, já sabe que será substituído. Porém, não ficará ao relento. O leque de possibilidades transformaram o ministro num curinga. O presidente avalia três lugares para acomodá-lo, nesta ordem: Turismo, Cultura ou Transparência. O turismo é visto como o lugar ideal, porque seria uma troca de posições entre o PMDB, partido do atual ministro da área, Max Beltrão, e o PSDB. Isso porque o desenho em formação no Planalto inclui a presença de um peemedebista na vaga a ser desocupada por Imbassahy. O nome citado ´pe o do ex-ministro dos Transportes João Henrique, do Piauí.

O deslocamento de Imbassahy para o Ministério da Transparência, antiga Controladoria Geral da União, é complicado, porque se trata de um posto em que o presidente Michel Temer evitou até agora colocar detentores de mandatos eletivos e, segundo informações obtidas pelo blog, Temer gostaria que ficasse assim.

A Cultura entrou no bolo, porque é um Ministério que os políticos gostam e que hoje é ocupado pelo jornalista e escritor Sérgio Sá Leitão. Se Leitão sair, será por pura acomodação política, porque o presidente não deseja substituí-lo. Até porque criaria problemas com a combalida bancada do Rio de Janeiro. E se tem algo que Michel Temer não deseja no momento é criar qualquer atrito com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um dos primeiros a quem Temer consultou antes de qualquer movimento mais incisivo de mudança na equipe. As reformas passam por Maia. Afinal, hoje o comandante da Câmara é quem segura o leme da reforma previdenciária, tanto no quesito aceleração, quanto no rumo que o texto final irá tomar. Logo, dizem alguns, tem que ser ouvido na reforma ministerial.

A confusão está armada

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Está aberta a mais nova temporada de estica-e-puxa na base governista. Os partidos já fizeram chegar ao presidente Michel Temer que a tal reforma ampla com a troca de 17 ministros anunciada pelo líder do governo, Romero Jucá, não é do desejo de todos e arrisca trazer mais problemas do que solução para votar a reforma previdenciária. E já tem gente na Esplanada com o seguinte discurso: Se for para sair todos aqueles que pretendem concorrer no ano que vem, seria bom tirar também o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o único da equipe a se apresentar como “presidenciável”. Por causa desses quesitos, muitos se referem à ampla reforma como um “ajuste”.

Curva perigosa I
As operações da Lava-Jato nos últimos meses desgastaram a imagem do PMDB em vários estados onde o partido tinha seus caciques e boas bancadas. Ontem, em duas operações distintas, a Polícia Federal abalroou o que restava do PMDB do Rio de Janeiro e atingiu o de Mato Grosso.

Curva perigosa II
Somados aos revezes anteriores, há quem esteja preocupado com a eleição de deputados. O PMDB está desgastado no Rio Grande do Norte, onde o ex-deputado Henrique Eduardo Alves está preso, na Bahia, terra de Geddel Vieira Lima; e em Roraima, onde o senador Romero Jucá teve os filhos envolvidos em outra operação da PF.

Até aqui, tudo bem
Alagoas, ao que tudo indica, ainda surfa longe dessa onda negativa. Lá, o governador Renan Filho continua bem posicionado. E é justamente para tentar escapar da curva descendente é que abrem os braços para o PT de Lula.

Pensando bem…
Na base tem muita gente desconfiada de que o presidente Michel Temer jogou essa história de mudar 17 ministros apenas para repactuar alguns e colocá-los em contato direto com o Parlamento, a fim de garantir a aprovação das medidas importantes para o governo. Muitos estavam desconectados dos respectivos partidos, cuidando da própria vida.

… faz sentido
O presidente Michel Temer, entretanto, tem dito a alguns que quer aproveitar esse último ano para impor uma marca na administração e isso não será possível com quase metade da equipe pensando apenas na própria reeleição.

Escapou de boa/ O ex-ministro das Cidades Bruno Araújo volta para o Congresso a tempo de se livrar de uma convocação para prestar esclarecimentos na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. Os peemedebistas queriam que ele explicasse por que os estados governados pelo PSDB estavam mais bem aquinhoados com a construção de casas populares.

Nem tanto/ Bruno, porém, terá dificuldades no partido. A ala adversária ao governo está meio atravessada com o ex-ministro. Reclama que não era atendida.

Fica comigo/ Uma das prioridades do presidente Michel Temer, além de, óbvio, reestruturar a equipe, é segurar os partidos. Inclusive a ala do PSDB que o apoia.

Cachimbo da paz/ O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Carlos Eduardo Sobral, se reuniu hoje com o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia. A visita serviu para enterrar de vez as especulações de que o novo comandante da PF não contava com o apoio da entidade que representa os delegados de todo o Brasil. Prometem trabalhar juntos. Na foto, o Delegado Federal Edvandir Felix de Paiva (Futuro Presidente da ADPF); Sobral, Segóvia e o diretor-regional da ADPF, Luciano Leiro.

Coreia do Norte/ Assista hoje, no CB.Poder, uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília, a reprise da entrevista com o repórter Renato Alves sobre a Coreia do Norte.

Três operações, duas envolvem políticos do PMDB

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Enquanto o presidente Michel Temer prepara a reforma ministerial e busca mais eficiência em termos de votos no Congresso, seu partido sofre baixas nos estados. Das três operações deflagradas pela Polícia Federal nesta manhã, duas envolvem caciques peemedebistas. No Rio de Janeiro, a condução coercitiva do president da Alerj, Jorge Picciani, na Operação Cadeia Velha. No Mato Grosso do Sul, outra operação, batizada de “Lama asfálica” envolve o ex-governador André Puccinelli.

Ambos são do PMDB, o torna o partido mais vulnerável nos estados. Com a derrocada de Sérgio Cabral e Eduardo Cunha no Rio, Jorge Picciani era considerado o grande comandante do PMDB estadual. Puccinelli passou os últimos dias preparando a convenção do PMDB sul-matogrossense, marcada para o próximo sábado (18). Seria eleito presidente do partido.

O envolvimento de caciques do partido em operações da PF nessa reta final de 2017 é considerado mais um indicativo das dificuldades que o PMDB enfrentará no ano eleitoral. Afinal, o partido sempre viveu do conglomerado de poder que esses comandantes detêm em seus respectivos estados. É por intermédio deles que o PMDB constrói grandes bancadas e se transforma num partido forte, capaz de influenciar o destino de qualquer governo. Agora, com os caciques abatidos e a política cada vez mais pulveriada, repetir essa performance no ano que vem vai ser difícil.

Ministro cancela agenda

As dificuldades do PMDB do Rio só aumentam. Hoje à tarde, por exemplo, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, assinaria um Termo de Ajustamento de Conduta com o Comitê Olímpico Brasileiro para dar mais transparência nas ações e aplicações de recursos da instituição. Especialmente, depois da prisão de Carlos Nuzman, acusado de compra de voto para a Olimpíada do Rio de Janeiro e desvio de recursos. Com o pai e o irmão, Felipe, levados à Policia Federal, o ministro cancelou o evento.

Vem aí uma reforma ampla

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Logo depois que o ministro das Cidades, Bruno Araújo, entregou a carta de demissão, começou o movimento no gabinete do presidente Michel Temer. Eram presidentes de partidos e líderes em busca do novo desenho da equipe de governo. A primeira dúvida estava sanada por volta das 20hs. A reforma será ampla e não se restringirá à simples troca do ministro das Cidades. O presidente quer aproveitar a troca do deputado tucano por um nome do PP para substituir peças na Esplanada, em especial os candidatos. Temer querque permaneça o grupo que ficará até o final do mandato, em dezembro de 2018. Porém, isso não está definido e nem vale para todos no momento.

Na hipótese de fechar uma equipe para concluir o mandato, e não apenas garantir os votos para aprovar a reforma previdenciária, o presidente optará por um ministério sem aqueles que planejam concorrer a um mandato eletivo em 2018. Afinal, se incluir na equipe nomes interessados em um mandato eleivo, virá nova reforma em abril de 2018, prazo final para que candidatos deixem cargos executivos para concorrer às eleições.

O presidente não substituirá todos os ministros do PSDB, mas aproveitará a brecha para trocar quem não representa votos no plenário da Câmara. Um dos poucos que não deve ter mudança é o ministério dos Transportes, onde o PR tem o deputado Maurício Quintela,. Embora Quintela seja candidato em 2018, o PR está satisfeito com seu espaço no governo e faz parte daqueles que “não geram instabilidade”, conforme avaliação do Planalto.

A permanência de, pelo menos, um ministro com mandato deixará claro que o presidente não jogará todas as cartas agora. Afinal, ele precisará de algum espaço para acomodar senadores, quando chegar a hora de a reforma previdenciária ser votada no Senado. A reforma previdenciária é vista como prioridade máxima do governo e tudo será feito no sentido de levá-la adiante, seja troca de ministros, seja liberação de emendas. Até que essa reforma esteja aprovada, todo o poder pertencerá ao Parlamento.

Tchau, querido

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A cúpula do DEM desistiu de buscar aliança com o PSDB para as eleições de 2018. Pelo menos, nesse momento, vai cuidar da própria vida. O partido faz uma convenção em 28 de novembro para selar a mudança do nome. Na mesma data está prevista a filiação de deputados do PSB que já receberam carta branca para deixar a legenda. O DEM espera mais. E é justamente do PSDB. A ideia é somar algo entre 45 e 50 deputados. Espaço político não fica vazio. Enquanto os tucanos se bicam, outros se juntam.

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Aliás, nos bastidores do DEM, o que se diz a respeito da crise do PSDB é que, se os tucanos tivessem juízo, se uniriam em torno de Geraldo Alckmin e iriam para cima dos demais partidos, tentando aglutinar apoios e apresentar o pré-candidato. Mas a fogueira das vaidades tucanas impede esse movimento. Pior para o PSDB que, se não sair desse redemoinho interno, tende a ficar isolado no ano que vem. De Luciano Huck a alianças, o DEM tem discutido um pouco de tudo. Só tem um probleminha: desunião no Centro amplia as chances dos extremos.

O poder é deles
A decisão do governo em transferir a área de publicidade para a esfera do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, vai na mesma linha que mantém hoje as nomeações na esfera da Casa Civil: deixar todo o poder no núcleo político do PMDB, hoje restrito ao próprio Michel Temer, Moreira e Eliseu Padilha.

Noviço
O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, gravita nesse núcleo. Mas só será alçado à condição de núcleo duro se terminar ingressando no PMDB da Bahia. Falta combinar com os Vieira Lima.

É por aí
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deu sinal verde para a reforma tributária capitaneada pelo relator, deputado Luís Carlos Hauly (PSDB-PR). A ordem é equilibrar a cobrança entre consumo e renda, reduzindo os valores dos impostos sobre consumo e ampliando o da renda para não haver queda de arrecadação.

Então, ficamos assim
A carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicada no Facebook deixou nos tucanos a sensação de que ou Geraldo Alckmin assume a presidência do partido a fim de coordenar a própria campanha ou, então, o melhor é escolher Tasso Jereissati.

Todos querem ser Huck/ É bom Luciano Huck (foto) se proteger contra mau-olhado. Em conversas reservadas, os políticos não negam a inveja que sentem da vida que o apresentador leva. Tem dinheiro, família linda e ainda faz um excelente trabalho social com seus programas na telinha. “A gente aqui pensando em ter uma vida como a dele e ele querendo a nossa… Vai entender!”

Huck quer ser Huck/ As conversas do apresentador ontem no Rio deixaram nos políticos a sensação de que o dilema entre participar e concorrer ainda não está resolvido. Huck, entretanto, tem conversado com todos os partidos. Além do PPS, teve encontros com integrantes do DEM, do Novo e do PSB.

A história se repete/ No meio político, há quem diga que Luciano Huck está para a eleição de 2018 como Sílvio Santos esteve para a corrida de 1989. A diferença é que Sílvio Santos se mexeu tarde para construir um caminho. Huck começou cedo. Embora seja mais sensato, aumenta o tempo de exposição a desgastes. Nas redes sociais têm aparecido fotos dele num barco com Joesley Batista e em eventos com Aécio Neves.

Só a polícia não acha/ Um HB-20 preto, placa JJA-8110, ano 2013, foi flagrado pelas câmeras do Detran na Epia Sul, a 130km/h em 9/11. O carro foi roubado em 21 de outubro, por volta das 2h30, na 206 Sul, e as multas não param de chegar.

Manobra de Aécio trava reforma (ministerial)

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O movimento do senador Aécio Neves de voltar à presidência do PSDB para tirar Tasso Jereissati do comando evitará que Michel Temer troque seus ministros antes da convenção tucana, em 9 de dezembro. A intenção de Temer é atropelada por um problema: o calendário da votação da reforma previdenciária. A intenção do governo é levar o tema ao plenário da Câmara na última semana de novembro. Portanto, antes da convenção que decidirá o comando partidário do PSDB. Nesse cenário, dizem alguns, resta ao presidente pactuar a troca de ministros para colocar em prática depois da escolha do futuro presidente do PSDB. O “Centrão” vai pressionar para que ocorra tudo antes da votação da Previdência. Essa será a maior queda de braço dos próximos 20 dias. E se depender da vontade exclusiva de Temer, não haverá troca de ministro nesse período.

Em tempo: o secretário de governo, Antônio Imbassahy, já é tido no Planalto como alguém da cota pessoal de Temer e não um ministro do PSDB. Falta combinar como PP, do deputado Arthur Lyra, que não vê a hora de ter outro político ocupando a cadeira de Imbassahy. E com o PMDB da Bahia, que resiste a entregar a filiação acolplada à vaga para o quase ex-tucano concorrer ao Senado no ano que vem.

Ultimato a Bolsonaro I

Azedou o clima entre o deputado Jair Bolsonaro e o Patriota, partido ao qual ele pretende se filiar para para ser candidato a presidente. A reunião ontem do conselho político do Patriota definiu um prazo até 11 de dezembro para manifestação dos filiados interessados em disputar a Presidência da República. E mais: o pessoal de Bolsonaro foi expulso da sala, sob a alegação de que não pertenciam ao conselho e nem eram filiados.

Ultimato a Bolsonaro II

Agora, ou Bolsonaro se filia e sai candidato ou vai buscar outro partido. Aliás, num áudio divulgado no WhatsApp da bancada, Bolsonaro acusa integrantes do partido de fazer um verdadeiro “leilão” da legenda: “Ou corta a cabeça desses caras ou eu estou fora. Vou para outro partido sozinho”, diz Bolsonaro na gravação.

Ultimato a Bolsonaro III

As mágoas dos deputados do Patriota em relação ao presidenciável são muitas. No Espírito Santo, o deputado estadual Rafael Favatto convidou Bolsonaro para uma visita ao estado. O candidato disse que não tinha agenda. Dias depois, lá estava Bolsonaro no estado na companhia de Manatto, do Solidariedade. Na visita ao Pará, o deputado que sonha com a Presidência fez cara de paisagem para o partido. Nesse clima, há quem diga que a porta da rua é a serventia da casa.

““Vou votar em Tasso Jereissati. Se eu tinha alguma dúvida, não tenho mais”

Wanderlei Macris (PSDB-SP), deputado, depois de saber da destituição do senador do cargo de presidente do partido. Macris é do grupo ligado a Geraldo Alckmin. Não dá um ponto sem combinar com o governador de São Paulo.

A reforma dos prepostos/ Na saída da Câmara, um deputado dizia torcer pela reforma ministerial agora, a fim de encontrar “um lugar melhor” para o ministro de Comunicações, Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab. “Ué, mas ele não sai daqui a quatro meses para ser vice na chapa de José Serra?”, perguntou a coluna. “Ih, é…Ah, mas ele põe um secretário executivo dele, sai e continua mandando.”

E aí, não vai encarar?/ Na reunião de deputados com Michel Temer para tratar da reforma da Previdência, eis que aparece uma mensagem de WhatsApp na tela de Rodrigo Maia, do tipo, “a reunião vai ficar por isso mesmo, ninguém vai cobrar nada.” Coincidência ou não, Maia pediu a palavra e foi direto: “Antes da reforma da Previdência, é preciso resolver a política”. Leia-se, troca de ministro e atendimento ao baixo clero.

Queixa/ O que mais se ouve no plenário da Câmara é: “Os líderes estão ganhando tudo do governo. Os liderados, nem tanto”.

Todo o prestígio ao PSB/ Enquanto o comando nacional do PSB despreza o governo, os ministros tratam de mostrar que, se depender deles, não haverá retaliação. Ontem mesmo, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (foto), foi a Planaltina de Goiás ao lado da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) ouvir a comunidade e autoridades do município e acenar com projetos desportivos para a região, como o programa Segundo Tempo.

Crise no PSDB trava articulação de Geraldo

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Os caciques do PSDB tanto se desrespeitaram uns aos outros que conseguiram o que ninguém queria: Emfraquecer totalmente a legenda e qualquer candidato a presidente que saia dali nesse momento. Hoje, o nome mais forte é Geraldo Alckmin, que promete sair de São Paulo muito bem posicionado, se conseguir contornar as pretensões daqueles que hoje o cercam, a fim de evitar uma rachadura tã grande quanto a que hoje assola o PSDB.

O resultado da disputa de poder interno no PSDB é que nenhum partido vai querer se acoplar a esse saco de gatos que virou o ninho tucano. Os primeiros reflexos da decisão de hoje são uma guerra sem precedentes daqui até a convenção. A não ser, óbvio, que surja um terceiro nome como salvador da lavoura. Porém, ainda que esse nome surja, em vez de focalizar a energia futura para atrair aliados e construir alianças capazes se alavancar o candidato a presidente da República nos estados, o vitorioso na convenção de 9 de dezembro terá que se dedicar a apaziguar o partido internamente.

O alento dos tucanos é que os nomes mais visíveis em campo no momento não estão com a vida ganha. Lula tem problemas a resolver na Justiça e Jair Bolsonaro entrou em rota de colisão com seu partido e começa a se aproximar do PR de Valdemar Costa Neto, que não tem um currículo lá muito recomendado para para desfilar ao lado de um pré-candidato que se diz praticar a tolerância zero no quesito corrupção, seja passiva ou ativa. O cenário de 2018, em vez de clarear, mostra-se cada vez nubladom tal e qual o céu de Brasília. Oxalá nos proteja.

PMDB convoca ministro das Cidades

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O ministro das Cidades, Bruno Araújo, do PSDB, acaba de ser convocado à Comisao de Fiscalização e Controle da Câmara para explicar por que a portaria do Ministério sobre construção de casas populares beneficiou mais os estados governados pelo Seu partido. O pedido foi apresentado pelo deputado Hugo Motta (PMDB-PB). O governo e o PSDB fizeram apelos para que o pedido não fosse aprovado, mas os partidos não aceitaram. A briga foi feia. E tende a piorar. A audiência será marcada para ainda este mês.

Os deputados de outros partidos da base estão revoltados, porque estados pobres foram agraciados com poucas unidades. No Maranhão, por exemplo, onde o déficit habitacional é de 500 mil moradias, a portaria prevê a construção de 400 unidades. Em São Paulo, estão previstas 15 mil. É mais um assunto para azedar a relação entre PSDB e PMDB.