Toffoli quer rever o teto do funcionalismo: “O teto virou piso”

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, defendeu, na noite de segunda-feira (26/11), a revisão do teto do funcionalismo, discutindo ponto a ponto as regras que hoje terminam por inflar salários de magistrados pelo país afora. “O teto virou piso”, disse ele, em jantar promovido pelo site Poder 360. “Tem algum juiz no Brasil que ganha menos que ministro do Supremo?”, pergunta, e ele mesmo responde: “Há muitas coisas extrateto, sobre as quais não incide o pagamento de imposto. A lei sancionada pelo presidente Temer vale para a magistratura federal e não estadual. Enquanto não tivermos uma lei que discipline o que está fora do teto, será assim”, diz ele.

Toffoli pretende tratar das questões do teto da mesma forma franca e transparente com que tratou o reajuste dos salários dos ministros do STF. “As duas únicas carreiras que não tiveram reajuste relativo à perda de anos anteriores em 2016 foram a magistratura e o Ministério Público”, disse ele, referindo-se ao reajuste como o “resgate da dignidade” da magistratura. “Vamos falar francamente, não adianta querer enfrentar a realidade: se cai o auxílio-moradia e não tem subsídio (reajuste), a magistratura para”, afirmou, lembrando que o subsídio será tributado. O auxílio-moradia era livre de impostos.

O extrateto é algo que Toffoli terá que conversar com os outros Poderes para levar avante, mas a pauta no STF, não. Se a ex-presidente, ministra Cármen Lúcia, passou a divulgar a pauta mensal da Casa com um mês de antecedência, a ideia de Toffoli é divulgar essa pauta com seis meses. Em 19 de dezembro deste ano, por exemplo, ele pretende anunciar todos os temas que o STF irá tratar de fevereiro a julho do próximo ano. No meio dessa pauta, estará a prisão em segunda instância.

“A prisão em segunda instância é tema de quaresma”

O ministro informou que pretende colocar a prisão em segunda instância em pauta entre o carnaval e a Semana Santa. Foi justamente a possibilidade de prisão em segunda instância que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a cadeia em abril deste ano. Toffoli considera que a análise desse tema não tem nada a ver com o governo de Jair Bolsonaro e que o fato de o presidente eleito, Jair Bolsonaro, já ter dito que Lula deve fica na cadeia não vai influir nesse julgamento. “O Judiciário analisa dentro dos aspectos legais. “Se Fernando Haddad fosse eleito, não significaria que Lula seria solto. Da mesma fora, a eleição de Bolsonaro não quer dizer que Lula ficará preso a vida toda.”

Renan Calheiros articula retorno de senadores ao MDB para não perder a presidência

Renan Calheiros
Publicado em coluna Brasília-DF

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem dito que, se o MDB assim quiser, ela será candidata a presidente do Senado. Renan Calheiros, que sabe da importância de ser escolhido dentro da bancada, já está em campo para levar de volta alguns senadores para o partido e trabalha em duas frentes: o retorno de senadores ao MDB e, de quebra, o estímulo a potenciais adversários que hoje não têm condições de agregar uma maioria na Casa. Quando perguntado, por exemplo, sobre a candidatura do senador David Alcolumbre, do DEM do Amapá, Renan não titubeia: “Um excelente candidato”.

Os emedebistas que conhecem a fundo a expertise política dos Calheiros respondem com um sorriso maroto. A ordem é insuflar Alcolumbre para tentar inviabilizar as chances de Tasso Jereissati, do PSDB do Ceará, considerado um adversário perigoso.

Quem avisa amigo é

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, já foi aconselhado a ficar fora da briga pelo comando da Câmara e do Senado. Ao não consultar partidos para a composição de seu governo, há quem diga que, onde ele decidir influir, o recado das duas Casas poderá ser uma derrota.E, sabe como é: melhor abraçar um vencedor alheio do que ser obrigado a conviver com um eleito ressentido, de uma campanha contra por parte do governo.

Dos males, o menor

No caso do Senado, houve quem dissesse a Bolsonaro que o melhor mesmo é torcer por Renan Calheiros. É que, com Renan Filho governador de Alagoas, o senador será o último a ficar contra o governo federal.

Ciro & Tasso, 20 anos

O jantar que reuniu o PDT do senador eleito Cid Gomes, e a Rede, do senador Randolfe Rodrigues, para trabalhar uma candidatura de Tasso Jereissati (PSDB-CE) ao comando do Senado tem uma sementinha de longo prazo. Cid sonha repetir, em 2022, o que houve em 2002, quando Tasso Jereissati terminou apoiando Ciro Gomes para presidente da República.

O que incomoda o PSL

O que mais irrita os deputados do PSL é saber que os ministérios ocupados por deputados do DEM são justamente aqueles que dialogam direto com as bases. Afinal, foi na Saúde que o tucano José Serra montou sua campanha em 2002. O PT, no início, não abriu a vaga a ninguém. Da Agricultura, sai a conversa com o setor que movimenta o país. Farão tudo para evitar que a Educação e programas sociais caiam nas mãos de outros partidos.

Guedes, o poderoso/ Além de presidentes dos bancos públicos anunciados ontem, Paulo Guedes é quem dará a palavra final sobre os vice-presidentes das instituições. Há tempos ninguém concentrou tanto poder num governo.

Começaram as maldades/ Nos corredores do Parlamento, há quem diga que o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, passou a dar uma força à candidatura de David Alcolumbre (DEM-AP) para presidente do Senado por motivos familiares. A esposa de Onyx, Denise Veberling, assumiu, em 2016, um cargo comissionado no gabinete do senador. Salário bruto de R$ 8 mil.

Corpo são, mente sã/ Quando Onyx conheceu a esposa, já estava separado havia tempo. Ela tinha sido indicada para personal trainer do então deputado.

Citado para a Educação, nome de Guilherme Schelb gera polêmica

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Se Mozart Neves, do Instituto Ayrton Senna, provocou reação dos evangélicos, a simples citação do procurador Guilherme Schelb causou um alvoroço entre os tradicionais adversários do PT, ou seja o PSDB. É que Schelb foi acusado de fazer parceria com o procurador Luiz Francisco, na década de 1990, em prol do PT, contra o governo de Fernando Henrique Cardoso. Ambos perderam todas as ações contra integrantes do então governo.

No MP, muitos antigos colegas de Schelb e Luiz Francisco reclamam da ausência de elementos de prova nos processos que eles apresentaram à época contra os tucanos. Em 2009, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) admitiu que Schelb e Luiz Francisco haviam “perseguido” o ex-ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira.

Dois anos antes, o mesmo Conselho havia imposto uma censura a Schelb. O procurador foi acusado de ter cometido irregularidades ao tentar captar recursos para um projeto que ele havia idealizado. Schelb buscou empresas e entidades que teriam sido beneficiadas em investigações da qual ele participou. Ele havia pedido, por exemplo, patrocínio a fabricante de cigarros que se beneficiou com apurações sobre quadrilhas de falsificadores do produto. O caso é antigo, já se passaram mais de dez anos dessa censura, mas os tucanos não esquecem.

Bolsonaro ainda não bateu o martelo para o comando da Infraestrutura, área crucial

Infraestrutura
Publicado em coluna Brasília-DF

Com mais da metade dos ministros definida, Jair Bolsonaro está com dificuldades de fechar uma área crucial para alavancar a economia: a Infraestrutura. Ao que tudo indica, ele vai deixar para anunciar mais ao final. Assim, quando o futuro ministro chegar, o desenho de estatais a serem preservadas e as que serão extintas rapidamente estará pronto. Nesse sentido, é bom muitos dos alinhados ao atual governo ficarem espertos, porque, quem for se mexer para determinadas estatais, pode terminar sem nada. A EPL, por exemplo, como aliás já foi dito aqui na coluna, está com os dias contados.

O jeitão de Rodrigo Maia

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, colocou a necessidade de equilíbrio dentro do Poder Legislativo como principal bandeira de campanha. Assim, pretende atrair todos os partidos, em especial, os da oposição. Até aqui, as legendas que se reuniram ontem, PSB, PV, PPS, PDT e PCdoB, que não abandonou o bloco, admitem esse desenho.

Faltam os “russos”

O PT ainda não definiu. Seus líderes consideram que ainda é cedo para fechar qualquer apoio a candidaturas. Por enquanto, os petistas caminham sozinhos.

PSL resiste a Maia

A reunião do PSL, ontem, deixou transparecer a dificuldade do partido em apoiar a reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Significa que o deputado do DEM será, a cada dia, mais empurrado para o jogo com os partidos fora do governo Bolsonaro. Só tem um probleminha: Bolsonaro quer o DEM no chamado “núcleo duro” do seu governo. Logo, precisará fazer algum agrado à legenda, uma vez que a escolha de ministros não é considerada um gesto partidário. Gesto partidário se faz no Parlamento.

Turismo pressiona

A demora do presidente eleito, Jair Bolsonaro, em definir os setores de Infraestrutura e de Indústria e Comércio fez aumentarem pressões para manutenção de alguns ministérios. Na área de Turismo, por exemplo, o Conselho Nacional do setor enviou uma carta ao futuro chefe de Estado com uma moção de apoio à permanência da atual estrutura com status de ministério. O documento diz ser um “retrocesso” extinguir ou fundi-lo com outra pasta uma área responsável pela criação de um a cada cinco empregos no mundo e que representa ainda 10,4% do PIB global.

Palacianos da “primeira fase”

Quem conhece bem o funcionamento da política aponta que dos ministros palacianos pelo menos um tem prazo de validade: Onyx Lorenzoni. Nos últimos 25 anos, nenhum ministro da Casa Civil permaneceu todo o período de governo no cargo. A exceção é nesse pequeno período de dois anos, Eliseu Padilha. Quanto ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e secretaria-geral da Presidência da República, a longevidade parece maior.

Noiva ilustre I/ Advogados e médicos com escritório no complexo Brasil XXI, no coração de Brasília, ficaram intrigados, dia desses, com a presença de uma noiva no heliponto do Hotel Meliá. Era Denise Veberling, que se casa, hoje, com o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, no Clube do Congresso.

Noiva ilustre II/ Denise não chegou de helicóptero. Advogados que foram pesquisar, descobriram que a noiva de Lorenzoni pediu e obteve autorização para usar o heliponto como cenário para as fotos com o vestido que usará no casamento. No local, ficaram apenas ela, o fotógrafo e um segurança. As fotos, aliás, dizem na transição do governo, estão guardadas a sete chaves. Afinal, o noivo não pode ver o vestido antes da hora.

Palácios do poder I/ A primeira-dama, Marcela Temer (foto), apresentou o Alvorada inteiro a Michelle Bolsonaro, porém, não mencionou por que preferiu morar na Granja do Torto, residência do vice-presidente. É que tanto Marcela quanto o presidente não gostaram da energia do local.

Palácios do poder II/ A alguns amigos, Temer contou que ele e Marcela ouviam barulhos estranhos na madrugada, como se o local fosse mal-assombrado. Eu, hein.

Hoje tem!/ A festa de premiação do prêmio Engenho de Comunicação, o dia em que o jornalista vira notícia. O Correio é finalista em várias categorias: melhor veículo impresso, melhor cobertura de Brasília, melhor coluna (com dois finalistas, Brasília-DF, assinada por mim, e Entrelinhas, assinada por Luiz Carlos Azedo). Esta 15ª edição do prêmio terá, ainda, uma homenagem especial à jornalista Liana Sabo, que comanda a coluna Favas Contadas e completa 50 anos de bom jornalismo nas mais diversas áreas. Aos jurados, nossos agradecimentos.

Para evitar uma nova Lava-Jato, presidente da Petrobras responderá diretamente a Paulo Guedes

Petrobras
Publicado em coluna Brasília-DF

Pelo andar da carruagem, vem por aí um esvaziamento do futuro ministro de Infraestrutura. A escolha do presidente da Petrobras antes do ministro de Minas e Energia, ou do de Infraestrutura, por exemplo, mostra que o setor de petróleo responderá diretamente a Paulo Guedes. Na primeira fase do governo Lula, para desgosto da então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, o presidente da Petrobras respondia direto ao Palácio do Planalto. Quando ela ocupou a Presidência, também deixou a Petrobras sob o comando palaciano. O resultado foi a Lava-Jato. Bolsonaro quer evitar isso. Além da Petrobras, empresas importantes devem responder direto à área econômica.

Núcleo duro

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, pretende fazer o comando estratégico político de seu governo com PSL, DEM e PRB. Só tem um probleminha: ainda não avisou aos presidentes
dos partidos.

Pior para Rodrigo

A escolha de Luiz Henrique Mandetta, do DEM, para ministro da Saúde representará mais um motivo para que os partidos de centro resistam à reeleição
de Rodrigo Maia para a Presidência da Câmara. O PP encabeça esse movimento.

Leitura geral

Deputados estão convencidos de que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, não quer Rodrigo no comando da Câmara. Porém, se trabalhar contra, pode animar muitos a apoiar o democrata.

Falta convencer o PT

Rodrigo Maia é visto como um nome capaz de agregar os partidos de esquerda, parte do centro e buscar uma Câmara mais equilibrada.
Se os partidos de esquerda forem inteligentes, podem ter aí a primeira derrota do presidente eleito.

 

Ô, vício!/ Um dos locais onde o futuro ministro da Saúde pode ser encontrado sempre na Câmara é o… fumódromo. Do lado de fora do Salão Negro.

Se chamar, ele vai/ Sondado por líderes religiosos se aceitaria ser indicado para assumir o Ministério da Educação, o senador eleito e atual deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF) está bem ciente dos desafios que teria pela frente. No evento Diálogo entre Poderes, promovido pela Associação Brasileira de Relações Institucionais (Abrig), nessa terça-feira, sentenciou: “Economia é fichinha. O desafio maior do país é mudar a educação”.

O governo quer o PSDB/ Ainda no evento da Abrig, a deputada eleita Joice Hasselmann (foto), do PSL-SP, revelou que uma das condições para apoiar João Doria no segundo turno ao governo de São Paulo foi o compromisso de ele tomar o PSDB. “Bolsonaro precisa de uma base forte. A eleição acabou, a hora é de construir pontes”, afirmou a deputada eleita.

E ainda dá pitaco no comando tucano/ Joice foi além e declarou ser favorável à eleição do ex-ministro Bruno Araújo para a presidência da legenda, como Doria estaria defendendo nos bastidores.

Depois de Mandetta, PP jogará contra Rodrigo Maia

Publicado em Política

 

O anúncio de Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) para ministro da Saúde e a entrevista ao lado do governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado, foram sinais de que o DEM está sim fechado com o governo de Jair Bolsonaro. Por isso, para contrabalançar, o PP deseja agora apoio para comandar a Câmara e pretende contar com o suporte do PSL nesse projeto. Nesse sentido que o partido de Arthur Lyra (PP-AL) agirá nos próximos dias.

 

Mandetta foi o terceiro ministro do DEM anunciado desde a eleição. O primeiro, Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, estava com Bolsonaro desde a pré-campanha. Tereza Cristina, da Agricultura, e Mandetta, da Saúde, apoiaram ainda no primeiro turno. Essa sucessão de ministros do DEM tira força de Rodrigo Maia entre os partidos de centro que almejam um espaço de Poder privilegiado para negociar com o governo de Bolsonaro.  Esses partidos agora vão tentar se reunir para tirar a chance de reeleição de Rodrigo, que hoje janta com os deputados eleitos para a próxima Legislatura. Agora, cada movimento terá influência direta na campanha para presidente da Câmara, a próxima do mundo da politica. A eleição é em fevereiro do ano que vem, mas a campanha já está em plena efervescência nos bastidores.

Senadores articulam voto aberto para impedir Renan na presidência da Casa

Publicado em Governo Bolsonaro, Política

Senadores deflagram uma cruzada para que o futuro presidente da Casa seja eleito pelo voto aberto. O objetivo dos parlamentares envolvidos na estratégia é dificultar a eleição de Renan Calheiros (MDB-AL) para o cargo. Eles acreditam que, ao ter o voto exposto, muitos que hoje poderiam apoiar Renan não o desejam fazer publicamente.

O primeiro disparo será hoje à tarde, quando o senador Lasier Martins (PSD-RS) irá à tribuna para pedir o voto aberto. “Temos que atender o grito das urnas que pediu renovação”, afirmou o senador ao blog.

Lasier apresentará como precedente o caso da prisão do então senador Delcídio do Amaral, que se deu com o voto aberto. “Se ali foi possível, por que não para eleição do presidente da Casa? O regimento fala em voto secreto, mas a Constituição, não”, argumenta Lasier, que pretende ir até ao STF, se preciso for, para tentar garantir o voto aberto para eleição do presidente do Senado, em 2019.

Congresso à deriva

Publicado em coluna Brasília-DF

Com o presidente Michel Temer enfraquecido e um número expressivo de deputados e senadores limpando gavetas, a influência do Poder Executivo sobre o Legislativo caiu ao ponto de ninguém mais ter o comando fechado das bancadas nas votações deste fim de ano. Nessa batida, a pauta-bomba não saiu de cena, apesar da conversa entre o economista Paulo Guedes e o presidente do Senado, Eunício Oliveira. Só na Câmara, são quase R$ 14 bilhões incluídos em vários projetos, em benefícios fiscais que ainda podem ser votados nas próximas semanas. E, subsídio, sabe como é, depois que aprova, para tirar é uma novela.

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Enquanto isso, medidas provisórias vão caducando. A MP que facilita a privatização de empresas de saneamento, por exemplo, vence nesta segunda-feira e não há acordo para votação. A oposição comemora, e os governos, o de hoje e o do ano que vem, se mostram preocupados. Será mais um tema para retomar em 2019.

Lula arrependido

Aliados do ex-presidente Lula dizem que, só agora, depois da eleição, é que ele passou a avaliar que, talvez, teria sido melhor aceitar a linha do ex-presidente e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence, de buscar a prisão domiciliar. Porém, ainda não autorizou seus advogados a seguirem nessa direção. Já tem gente pensando em dizer que essa seria a única saída no momento.

Setor problema

Em todos os governos, desde a redemocratização, a área de infraestrutura dá dor de cabeça aos governantes. E com Jair Bolsonaro não será diferente. Está uma queda de braço na equipe de transição pela indicação do futuro ministro, depois que o general Oswaldo Ferreira recusou o cargo. Será mais uma disputa para Bolsonaro arbitrar, como o fez na Agricultura.

Economia em alta

A reação do mercado em relação ao nome de Roberto Campos Neto para a presidência da Banco Central compensou o susto com o novo chanceler, Ernesto Araújo, visto com reservas dentro do Itamaraty. Porém, nem só de críticos vive Araújo: “Quem o critica é porque não compra um novo livro há, pelo menos, 15 anos”, diz o ex-deputado Paulo Delgado, sociólogo, que é só elogios ao estudioso e aplicado Ernesto Araújo.

Siga o sogro

Ernesto Araújo é genro do embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa, com uma vasta experiência na carreira diplomática, um dos mais respeitados da velha guarda do Itamaraty. Ou seja, escola para caminhar ao centro e fazer uma gestão equilibrada não falta ao futuro chanceler.

CURTIDAS

Mourão é pop/ O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, fez o maior sucesso no feriadão, ao ser reconhecido na academia de um condomínio de Brasília. Foi cumprimentado, tratou todo mundo com a maior simpatia e não se recusou a posar para fotos ao lado dos moradores.

Renan, o jeitoso/ Logo depois da eleição, o senador Renan Calheiros enviou os parabéns aos novos senadores com quem conseguiu algum contato. Ele, da parte dos senadores, e Fábio Ramalho (MDB-MG), da parte da Câmara, saíram na frente no corpo a corpo com os novatos.

Recondução garantida/ O MDB já acertou a permanência do deputado Baleia Rossi (foto), de São Paulo, no cargo de líder da bancada no ano que vem.

Futuro duvidoso/ Agora, quando chegar a hora de escolher o novo presidente do partido, a bancada vai se pintar para a guerra. Tem muita gente incomodada com a prorrogação do mandato de Romero Jucá até setembro.

Bessa sobre senadores do MDB: ‘Esses caras precisam ir para a cadeia’

MDB
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Coluna Brasília-DF/ Por Denise Rothenburg

Os políticos não têm mais dúvidas de que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, terá dois pontos nevrálgicos na relação com o Congresso: os partidos do chamado Centrão (PP, PR, PTB e outros) e o Senado. Nessa terça-feira (13/11), por exemplo, o futuro chefe do Gabinete de Segurança Institucional do DF, Laerte Bessa, aliado de Bolsonaro, atacou diretamente os senadores do MDB, que compõem a maior bancada da Casa: “Eles roubaram demais o país, e a condição de eles irem para a cadeia é a Operação Lava-Jato”, citando nominalmente Renan Calheiros; Jader Barbalho, que Bessa chama de “Jarbas”; e Romero Jucá, este último não se reelegeu.

Declarações e Senado à parte, o Centrão já fez chegar ao governo de transição que, se houver mais um ministro do DEM, adeus reeleição de Rodrigo Maia (RJ). Disse isso ao próprio Maia, na semana passada, e, nessa terça-feira, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) já era chamado de ministro pelos colegas e até por integrantes do governo de transição.

Temer é de cumprir acordos

E por isso mesmo as apostas no Palácio do Planalto são de que o presidente Michel Temer vai sancionar o reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

No Congresso, Analógico versus digital

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, aproveitará a conversa, hoje, com Rodrigo Maia (DEM-RJ) para reforçar que não haverá toma lá dá cá com o Congresso. Significa que, se alguém do PSL quiser concorrer à Presidência da Câmara, algo que Bolsonaro não estimula, estará por sua própria conta e risco. Aliados do presidente eleito garantem que ele quer o Congresso na “era digital”, ou seja, do que for melhor para o país e não no “analógico sistema”, de troca de cargos por votos no Congresso.

Lula na política

A expectativa é de que o ex-presidente Lula aproveitará o depoimento de hoje à juíza Gabriela Hardt para falar tudo o que não pôde dizer durante o período eleitoral. Mais uma vez, será mais político do que técnico em sua defesa.

Mando de campo ajuda Maia

Com Bolsonaro fora do jogo de favores e relações pessoais que, invariavelmente, envolvem a disputa para presidente da Câmara, Rodrigo Maia tem mais chances de emplacar uma reeleição. Afinal, tem os cargos da Mesa Diretora para oferecer a quem quiser apoiar sua reeleição.

É pra já

A autonomia do Banco Central é um dos primeiros projetos que o presidente eleito pretende levar adiante. Se der, ainda neste ano. Técnicos da transição informam que esse é o jeito de sinalizar ao mercado que acabaram os tempos de intervenção política no BC promovida especialmente no governo de Dilma Rousseff.

A primeira missão do general

Antes de assumir a Defesa, o general Fernando Azevedo cuidará de pôr um fim no mal-estar
com a Marinha e a Aeronáutica, que chegaram a ser cogitadas para o status de ministro, entregue ao Exército.

Constrangimento/ O embaixador Luiz Fernando Serra circulou, dia desses, pelo Itamaraty citando os diplomatas Manuel Inocêncio e Miguel Griesbach, respectivamente, como seu secretário-geral e futuro chefe de gabinete.

Sutis diferenças/ Enquanto o presidente da UDR, Nabhan Garcia, foi para casa triste depois do anúncio da deputada Tereza Cristina para ministra da Agricultura, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) faz propaganda elogiando a indicação. Na tevê, um comercial da CNA apresenta a deputada como a voz do agro e ainda faz um agradecimento a Bolsonaro.

#ficamarun/ Com tanto ministro de Mato Grosso do Sul, tem gente fazendo périplo ao Planalto para pedir que Carlos Marun fique em Brasília. Certamente, não será no governo, mas tem muita conversa entre Marun e Romero Jucá, o presidente do MDB, que não foi reeleito.

Por falar em Planalto…/ Parlamentares cravam que o general Augusto Heleno, tão influente na indicação dos ministros, vai terminar com funções além da parte de Segurança Institucional. É no GSI que deputados sem muita relação com Onyx Lorenzoni pensam em aportar.

“Não vamos resolver a reforma da Previdência quebrando o trabalhador”, diz Bolsonaro em transmissão ao vivo

Publicado em Governo Bolsonaro

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, fez um balanço da semana, durante um pronunciamento transmitido, ao vivo, nas redes sociais. Ele aproveitou para tranquilizar o funcionalismo sobre as notícias a respeito da Reforma da Previdência. Em pouco mais de 30 minutos de transmissão, disse, também, que considera um absurdo aumentar a alíquota de contribuição dos servidores públicos. “Não vamos resolver a reforma (da Previdência) quebrando o trabalhador”, disse. O futuro presidente reclamou, ainda, que “tentam colocar na conta dele” a responsabilidade pelo aumento do Judiciário. “Não sou o presidente. Não tenho nada com isso. Quem aprovou foi o Senado. E agora quem vai decidir é o atual presidente”.

Bolsonaro mencionou a entrevista do futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, e comentou a escolha de Teresa Cristina (DEM-MS) para o Ministério da Agricultura. “Ele quer carta branca para combater o crime organizado e a corrupção. Ele terá toda a liberdade. Combater como? Seguindo o dinheiro. Teremos um braço da Coaf – Conselho de Controle de Atividades Financeiras – dentro do Ministério da Justiça”. Sobre um tema espinhoso, que seria a diminuição da maioridade penal, Bolsonaro disse que cabe conversa. “Se eu quiser 16 e ele 18, vamos conversar. Ninguém quer impor nada”, detalhou.

O futuro chefe do executivo federal falou também sobre a embaixada brasileira em Israel: “Vamos parar com essa frescura. Estive com vários embaixadores, conversas ótimas, queremos reduzir pressão de conflito no mundo”.

Quanto à agricultura, Jair aproveitou para dar um chega para lá no presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabham Garcia: “O nome dela (Teresa) foi colocado na mesa, numa reunião com mais de 50 pessoas. Lamento um colega aí, que achou que devia ser ele por estar há mais tempo comigo. Agradeço, me acompanhou, mas, se fosse assim, tinha que colocar a minha mãe, que é quem está há mais tempo comigo”.

Turismo

“Vocês estão de brincadeira. Não é demarcar como parque nacional. Queremos fazer o turismo nessa região (Baía de Angra) que traz divisa para a gente. Ilha do Sandri está tudo abandonado. Quem quiser fazer barbaridade, faz, porque não tem fiscalização. Se tivesse um hotel explorando turismo, estaria preservada a área. O turismo preserva, e não da forma xiita que o Ibama vem fazendo até hoje”.

Bolsonaro disse , também, que pretende anunciar na semana que vem os ministros do Meio Ambiente, Saúde, Relações Exteriores e, na Educação, quer alguém alinhado: “Não vai ter essas questões que teve no Enem, porque vamos ver a prova antes”, diz ele, considerando um absurdo qualquer questão sobre ideologia de gênero no ensino.