DEM articula para comandar a Câmara e o Senado

DEM
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Rodrigo Maia (RJ) no comando da Câmara, e Davi Alcolumbre (AP), do Senado. Se colar, colou. É nesse sentido que o DEM jogará suas fichas a partir desta semana. Presidente da Câmara, Rodrigo Maia já está com a campanha pela reeleição em pleno movimento nos bastidores. O senador Davi Alcolumbre vai percorrer o pais a partir da semana que vem e pretende manter um forte ritmo de contatos até 20 de janeiro. Se houver espaço, vai se lançar. As candidaturas de Alcolumbre e de Maia foram lançadas em alto e bom som na festa de fim de ano do partido, que varou a madrugada de hoje.

A candidatura de Rodrigo já era esperada. A de Alcolumbre foi lançada há três semanas, quase como uma brincadeira. O partido, porém, ao perceber as dificuldades do senador Tasso Jereissati de juntar um grupo expressivo à sua volta, passou a apostar “no gordinho”, conforme comentaram os próprios parlamentares do DEM em conversas reservadas durante o jantar. E Alcolumbre se empolgou. É querido entre os colegas e está disposto a colocar, de fato, o bloco na rua. É no gabinete dele que trabalha Denise, a esposa do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

 

Aposta do DEM pode desequilibrar base de Bolsonaro

O comando das duas Casas é visto pelo DEM hoje como uma possibilidade concreta. Para o partido, nada melhor do que o poder de comando sobre todo o Congresso. Para o presidente Jair Bolsonaro, entretanto, pode representar um desequilíbrio na base do governo e “muito lastro” para o ministro Onyx Lorenzoni.

O DEM tende hoje a fechar o apoio a Bolsonaro, uma vez que o projeto do futuro governo caminha na direção do liberalismo econômico pregado pelo partido. Ocorre que os demais partidos não ficarão muito felizes em dar todo esse poder ao DEM, muto menos o MDB, que tem hoje 12 senadores e pretende caminhar para, no mínimo, 14.

O DEM, todavia, vai jogar. Tem seis senadores, número nada desprezível numa Casa pulverizada, onde o maior partido, o MDB, tem 12. Os demistas não perdem nada no momento tendo candidatos para o comando das duas casas. No mínimo, dizem alguns, Alcolumbre pode servir de uma peça importante para, se for o caso, ter a candidatura retirada mais à frente, a fim de facilitar a vida de Rodrigo em fevereiro. E segue o baile.

Cid Gomes articula frente independente no Senado

Cid Gomes
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O senador eleito Cid Gomes (PDT-CE) discute os termos de um manifesto do grupo que, informalmente, vem sendo chamado de “Senado Independente”. A expectativa é divulgar o documento no início do próximo ano. O manifesto servirá de base para o bloco com vistas a cargos da Mesa Diretora, comissões técnicas, além de nomes e perfis para a Presidência da Casa.

A linha mestra do documento já está praticamente definida: “Nem alinhamento automático, nem oposição sistemática ao novo governo”. Diz Cid: “Em respeito às urnas, e à democracia vinculada ao voto, é necessário que se dê um crédito de confiança ao novo governo”.

Embora evite críticas ácidas ao futuro governo, Cid vislumbra um risco de conflito entre a ala militar do governo, mais nacionalista, e o grupo econômico defensor intransigente das privatizações: “Tem um grupo que quer vender tudo. E, pela ausência de poupança privada no Brasil, vender significará entregar ao capital estrangeiro. Lá na frente, talvez isso gere um conflito”, aposta o pedetista.

Potenciais aliados de Bolsonaro na Câmara esperam por novas rodadas de negociações após a posse

Publicado em coluna Brasília-DF

Tarimbados por mais de 20 anos de experiência em negociação com governos eleitos e/ou reeleitos, os potenciais aliados do futuro presidente, Jair Bolsonaro, classificam as rodadas de reuniões entre ele e as bancadas na Câmara como aquele diálogo em que todos saem conscientes de que, na prática, a conversa será outra. Isso significa que, nos bastidores, os deputados não estão convencidos de que a relação mudará. Logo, tudo o que Bolsonaro afirma às bancadas nessa fase da transição terá de ser renegociado depois da posse. Especialmente, se fracassarem os movimentos dos filhos do presidente eleito contra o MDB, de Renan Calheiros, no Senado e o DEM, de Rodrigo Maia.

Otávio Rodrigues Júnior

A indicação do professor Otávio Rodrigues Júnior para o Conselho Nacional do Ministério Público ontem no plenário da Câmara, por 195 votos, foi construída nos bastidores, num trabalho que uniu a nova e a velha política. Cearense, como Eunício Oliveira, Júnior tem o conterrâneo trabalhando por ele. De quebra, o PSL, que muitos diziam que apoiaria Erick Vidigal, ficou com o currículo do professor da Faculdade de Direito de São Paulo. Erick obteve 39 votos. Agora, o nome vai ao Senado.

Indústria em debate

A indústria conta com o governo de Jair Bolsonaro para tentar recuperar terreno depois de uma década em que o crescimento da renda per capita ficou abaixo do 0,5%. Na próxima segunda-feira, o Correio Braziliense discutirá o que pode ser feito para sair desse triste cenário no debate A importância da indústria para o desenvolvimento do Brasil, no auditório do jornal.

Curtidas

Mágoa latente/ Ao se reunir com a bancada do PP, seu antigo partido, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, não deixou de, no mínimo, refrescar a memória dos presentes. “Viu? Vocês não quiseram que eu fosse candidato a presidente pelo partido, agora estou aqui”, disse em tom de brincadeira e sorrindo.

Não seja por isso/ Na hora, o líder da bancada, deputado Arthur Lyra (PP-AL), respondeu: “Nunca é tarde, presidente, a ficha está aqui. É só assinar. Ninguém se perde no caminho de volta”.

Agência Senado/Divulgação – 29/4/16

Ela fica/ O MDB contava com o retorno da senadora Rose de Freitas (foto) ao partido. Ela, porém, já fez chegar ao “Senado Independente” que não pretende deixar o Podemos.

A volta de Rosso/ O deputado Rogério Rosso (PSD-DF) voltou ontem ao trabalho, depois da licença não remunerada que havia tirado para fazer sua campanha ao governo do Distrito Federal. Faltam apenas 50 dias para o fim do mandato, a maior tarefa agora será encerrar o gabinete e votar o Orçamento da União para o ano que vem.

Embora tenha dito que não será ‘decorativo’, Mourão ainda está sem função no novo governo

General Mourão
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Nos escaninhos da equipe de transição começa a crescer entre os técnicos a necessidade de deixar alguma função nas mãos do vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão. Disciplinado e preparado, o militar precisará ter alguma atribuição específica para que Bolsonaro possa coordenar o governo sem “bater cabeça”. Embora o vice tenha dito que não será “decorativo”, até o momento, ninguém se mostra disposto a deixar um “pedaço” da sua área para Mourão.

Se não correr…

O nome indicado pelo ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações Gilberto Kassab para a Anatel foi aprovado no Congresso, mas, até hoje, a nomeação não saiu. O receio é de que essa demora em nomear Moisés Moreira seja proposital para dar ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, a possibilidade de trocar logo um diretor da agência.

…vai ficar para trás

Aliás, a equipe de transição ainda não decidiu o que fazer das agências reguladoras. Só sabe que estão “aparelhadas” e, nesse sentido, se sobrepõem aos ministérios. Do jeito que está não vai ficar.

PSDB em litígio

A operação da Polícia Federal, ontem, enfraqueceu ainda mais as posições de Aécio Neves dentro do partido. Há quem diga que, do jeito que vai, João Doria ganha, a cada dia, mais força para
passar a ter um protagonismo maior entre os tucanos.

O fim do Conselhão

Em jantar do site Poder 360, na última segunda-feira, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, foi direto: se depender dele, o Conselhão criado por Lula para ajudar as políticas governamentais está com os dias contados.

Por falar em dias contados…

Quem não consegue ficar uma semana longe das notícias do poder não sofrerá de abstinência neste fim de ano. A equipe de transição promete anunciar os últimos ajustes no organograma do governo justamente no período entre Natal e ano-novo.

Maia na lida/ O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não perde tempo. Mal terminou a cerimônia no TCU, foi para um cantinho conversar ao pé do ouvido do deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), que tem influência na bancada do partido. É a campanha de Maia pela reeleição em pleno movimento.

Dupla dinâmica/ Os futuros ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Justiça, Sérgio Moro, têm andado muito juntos. Ontem, estavam lado a lado na posse do presidente do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro.

Tem para todos/ José Múcio, aliás, reuniu representantes de todos os governos desde a redemocratização. As citações a Lula, que o indicou, e a José Sarney, um democrata, e o cumprimento ao ex-juiz Sérgio Moro foram momentos bastante aplaudidos no discurso.

A volta dos petistas/ A ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior chegou à posse de José Múcio com o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão. Miriam disse à coluna que tirou uma “sabática”

Guedes definirá até semana que vem quais empresas criadas pelo PT serão fechados

Guedes
Publicado em coluna Brasília-DF

Funcionários de empresas públicas estão em pânico com a perspectiva de extinção de seus locais de trabalho. Porém, aqueles ligados ao setor do agronegócio, caso da Embrapa, por exemplo, não precisam se preocupar. Ali, tudo será mantido. Agora, aquelas criadas nos governos petistas — caso da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que a coluna informou da extinção em 29 de outubro — podem se preparar. A avaliação do governo é de que, apesar da saída de Dilma Rousseff em 2016, grande parte dessas empresas continua aparelhada. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende fechar essa listagem antes do Natal, ou seja, até a semana que vem. Os futuros ministros serão avisados.

O sexto homem de Temer

Governador eleito de São Paulo, João Doria quer anunciar, ainda hoje, o nome de Henrique Meirelles como seu secretário de Fazenda. Até aqui, o governo Doria será formado por, pelo menos, cinco ministros de Michel Temer.

O jogo é outro

Uma das intenções do futuro governador é preparar o terreno para, em caso de não conseguir dominar o PSDB, pular para outro partido e, assim, tentar viabilizar uma campanha presidencial.

O recado dele e o dela

Jair Bolsonaro hasteou a bandeira branca, ontem, porém, a presidente do TSE, Rosa Weber, foi incisiva ao frisar, várias vezes, a necessidade de lembrar a Declaração Universal de Direitos Humanos.

Mau exemplo I

Luciano Bivar, que comanda o PSL, brincava quando alguém lhe perguntava sobre a briga de Eduardo Bolsonaro com a deputada eleita Joice Hasselmann no grupo de WhatsApp do partido. “É normal. O Alckmin já não chamou o Doria de traidor?”, comentou Bivar com a coluna.

Mau exemplo II

Outros parlamentares, quando souberam da frase de Bivar, logo alertaram que o PSDB brigou tanto que não conseguiu se unir em torno de um candidato a presidente da República depois de Fernando Henrique Cardoso. Se o PSL não tomar cuidado, pode ter a mesma sina.

Fé em Deus/ Antes de entrar no plenário do Tribunal Superior Eleitoral para a diplomação, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, fez uma roda de oração, comandada pelo pastor levado pela futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O dono do cofre/ O governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado (foto), aproveitou a diplomação de Jair Bolsonaro para conversar com Paulo Guedes. Aliás, formou-se atrás dele quase uma fila de autoridades tentando dar uma palavrinha com o futuro ministro da Economia.

O porta-voz…/ Enquanto o governador buscava Paulo Guedes, deputados só faltaram se acotovelar para cumprimentar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o mais votado do estado. Ele não será líder do partido, porém, já é tratado como principal interlocutor do pai na Câmara.

… da família/ Perguntado sobre as ameaças de amigo de Renan Calheiros, de levar o senador eleito Flávio Bolsonaro ao Conselho de Ética por causa das denúncias sobre a movimentação atípica do ex-assessor Fabrício Queiroz, Eduardo foi direto: “Estranho, né? Flávio estar no Conselho de Ética, e o Renan, não”. Sinal de que os Bolsonaros vão jogar unidos. Na linha de mexeu com um, mexeu com todos. Leia mais detalhes no blog da Denise, no site www.correiobra

Onyx: “Há um terceiro turno no ar”

Publicado em Governo Bolsonaro

O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, dá um aviso aos parlamentares ávidos pelo retorno do toma-lá-dá-cá: Os segundo e terceiro escalões do governo serão montados no mesmo conceito que norteou a composição dos ministérios: sem indicações partidárias e sim com critérios técnicos. A ordem,, em todas as reformas, será uma só: “A estratégia do diálogo e do convencimento. Esse governo vai funcionar assim. Não teremos essa história de fechamento de questão nas bancas. Queremos dialogar com os parlamentares”, diz ele, em jantar promovido pelo site Poder 360, que reuniu jornalistas, empresários e representantes do governo de transição na noite desta segunda-feira Bistrô Piantas.

Onyx respondeu sobre vários assuntos. Perguntado, falou inclusive sobre o episódio envolvendo a movimentação financeira de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. “Que (Fabrício) tem que explicar, não há dúvida”, diz o futuro ministro. Ele considera esse episódio mais um da série de “ataques que Bolsonaro vem sofrendo no último ano”. Onyx considera que o caso da movimentação de Queiroz nada tem a ver com o presidente eleito: “Quanto à parte que cabia a ele, ele já explicou. Agora, o caso ocorreu na Assembleia do Rio e ele não tem nada a ver com isso. Há um terceiro turno no ar”, afirmou o ministro, acrescentando que a movimentação, na verdade foi menor, uma vez que entraram R$ 600 mil na conta de Queiroz e esses R$ 600 mil saíram.

O ministro considera que o caso não vai afetar a credibilidade do presidente eleito nem diante do eleitorado, nem tampouco junto ao Congresso. E é direto, ao dizer que as reformas também não serão contaminadas por esse episódio: Tampouco os deputados, na visão do ministro, deixarão de votar as propostas do governo porque acabou o toma-lá-dá-cá: “Quem está no Congresso vota as reformas que. sociedade quer que vote. A urna deu um recado: Ou se afina com a sociedade ou a banda definha na próxima”.

Onyx Lorenzoni avisa ainda que o governo não definiu que modelo adotará na reforma da Previdência. Nem mesmo.o fatiamento, que muitos consideravam líquido e certo, não está totalmente fechado. “Temos vários modelos em estudo pelo ministro Paulo Guedes e quem vai decidir é o presidente Jair Bolsonaro”, diz. O ministro reforça entretanto que a ideia é resolver o problema do déficit de uma vez por todas, inclusive separando o que é assistência social e o que é Previdência, de forma a dar mais transparência a cada serviço prestado pelo governo e o que é contribuir de patrões e empregados.

Parte da estrutura de governo será anunciada entre Natal e Ano Novo. A equipe de transição está mapeando, por exemplo, ações que hoje estão sobrepostas em vários ministérios. A ordem é simplificar, desburocratizar e permitir que o setor privado faça seu papel para gerar empregos. Vem por aí, ainda, em 2019, além da reforma da Previdência, um aprofundamento da reforma trabalhista, de forma a facilitar a geração de empregos. O governo de transição, disse o ministro, identificou 80 mil cargos em comissão. Foi quando Abraham Weintraub, que trabalha na transição falou: “Ministro, permita-me corrigir: São mais de 100 mil”. disse Weintraub, citando 128 mil. O governo vai mexe aí também e vai olhar com cuidado a estrutura das agências reguladoras e também os conselhos. Aliás, se depender de Onyx, o Conselhão está com os dias contados. Ele prefere conselhos setoriais.

Para aliados de Bolsonaro, Coaf vazou relatório para barrar mudanças

coaf
Publicado em coluna Brasília-DF

Entre os aliados do presidente eleito, Jair Bolsonaro, tem muita gente certa de que o relatório do Conselho de Administração Financeira (Coaf) vazou justamente para evitar que o futuro governo cumpra a promessa de mudar tudo por ali. Vale lembrar que, nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, todas as vezes em que se cogitava trocar o diretor-geral da Polícia Federal, logo a oposição reclamava que a intenção era estancar a Lava-Jato. O Coaf tem essas informações há tempos e, na transição, pergunta-se por que surgiu só agora.

A resposta de aliados de Bolsonaro é de que o Coaf se prepara para repetir o mesmo discurso usado na PF no passado, o de que qualquer mudança será para acobertar a movimentação de pessoas próximas ao governo eleito. Só tem um probleminha: o ex-juiz Sérgio Moro não chegou ali para acobertar ninguém. Doa em quem doer, ele fará o trabalho dele.

O prazo das redes sociais I

A equipe de transição já foi avisada de que o futuro governo terá um prazo de 90 dias para a população sentir alguma mudança mais efetiva no trato da política e no ambiente econômico.

O prazo das redes sociais II

Três meses é, segundo especialistas, o máximo de trégua que o pessoal das redes sociais, em que Bolsonaro lastrou a sua campanha, se permite, antes de perder a paciência. No mundo analógico, esse prazo vai de seis meses a um ano.

Barrados no baile

Quem circula pelo Congresso sai com a sensação de que o ambiente ali não está bom. E nem é por causa da deprê de muitos que não foram reeleitos. É de que prevalece o sentimento de exclusão do novo governo.

Número errado

A conversa da deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afastou o senador eleito Major Olímpio (PSL-SP). Olímpio não quer nada que seja articulado por Joice. Em conversas reservadas, há quem diga que ela foi prometer a Tasso um voto que não pode garantir.

CURTIDAS

Parcerias/ A escolha do governador eleito como interventor em Roraima foi considerado um gol de placa do presidente Michel Temer. Há quem sugira mudar logo o decreto de intervenção no Rio de Janeiro, para garantir logo a posse do futuro governador, Wilson Witzel.

Final feliz para a Funai/ Quem conversa com a futura ministra de Direitos Humanos, Damares Alves, se impressiona com o conhecimento dela a respeito da questão… indígena. Sim. Ela adorou ter recebido a Funai em seu ministério. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, conseguiu resolver o imbróglio, sem melindrar nenhum ministro.

#Ficaadica/ Quem for trabalhar com o ministro Sérgio Moro é bom aproveitar esses dias natalinos para descansar. O expediente ali começa cedo e vara a noite.

Presença/ A posse do ministro José Múcio na Presidência do Tribunal de Contas da União (TCU) promete reunir a nata da política nacional nesta terça-feira e de todos os partidos. Aliás, ele é visto como o único que conseguiu passar pelo Ministério de Relações Institucionais sem gerar atrito com nenhuma legenda.

Senado deve ser a “Casa da resistência” a Jair Bolsonaro

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Publicado em coluna Brasília-DF

Senadores já fizeram as contas e concluíram que a Casa será um ponto de preocupação para o futuro governo. Ali, Jair Bolsonaro não terá maioria. As contas indicam, pelo menos, 39 independentes, 24 de tendência mais oposicionista e apenas 18 mais afinados com o governo. No quesito “pau para toda obra” só mesmo os quatro do PSL.

As dificuldades do governo no Senado, ao que tudo indica, não serão resolvidas pelo esquema tático em gestação na Casa Civil, onde só há ex-deputados. A esperança, comentam alguns muito atentos à formação da área política do governo, está na Secretaria de Governo, onde o general Santos Cruz deverá construir a ponte com o Senado.

Até aqui, entretanto, nada foi feito. E, sem essa interlocução, os adversários e independentes vão organizando o jogo longe do Poder Executivo. Vale lembrar que foi ali, entre os senadores, que o governo Lula, em 13 de dezembro de 2007, perdeu a CPMF, o imposto do cheque.

A novela Coaf está só começando

A movimentação financeira de Fabrício de Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro, é vista na transição como o maior ponto de desgaste que o presidente eleito enfrenta antes da posse. Se vai estancar ou não, depende das explicações do ex-assessor, que, até agora, não deu entrevistas.

Fio da meada

Uma das linhas de investigação sobre a movimentação de depósitos na conta de Fabrício Queiroz se refere a descontos nos salários dos servidores. Até aqui, entretanto, nada está provado. A única explicação, aliás, quem deu foi o presidente eleito, que mencionou um empréstimo a Queiroz, no valor de R$ 40 mil, que o ex-assessor do filho pagou em parcelas.

Visões dos fatos

O vazamento do relatório, aliás, foi lido por alguns mais próximos do presidente eleito como uma retaliação pelo fato de Bolsonaro ter dito que mudaria tudo por ali.

Chá de camomila nele

A irritação de Onyx Lorenzoni ontem, em São Paulo, durante entrevista que encerrou depois de discutir com um repórter, causou certa preocupação a alguns integrantes da transição. Já tem gente dizendo que, ou Onyx desliga o modo bélico, ou vai
ficar difícil.

CURTIDAS

Pregação no deserto/ O fato de o PSL ter nomeado um porta-voz não vai apaziguar a bancada. Há quem diga que, depois do “barraco” no WhatsApp, o partido vai ficar “pequeno demais” para Joice Hasselmann e Eduardo Bolsonaro. Já tem gente apostando que Joice seguirá para o PSDB, se o governador eleito de São Paulo, João Dória, conseguir dominar o partido.

WhatsApp e Tancredo Neves/ Depois do “barraco” no grupo do PSL entre Joice e Eduardo Bolsonaro, os mais experientes recorrem a Tancredo Neves para aconselhar mais parcimônia no uso das palavras na rede social. Dizia Tancredo: “Telefone serve no máximo para marcar encontro. De preferência no lugar errado”.

O jovem Alckmin/ O presidente do PSDB, Geraldo Alckmin (foto), gasta a maior parte do tempo, hoje, preparando-se para voltar a dar aulas na área de anestesiologia. Também pretende se dedicar à acupuntura. Dizem que parece um adolescente entrando para a faculdade.

O velho Alckmin/ Aficcionado pelo cafezinho na padaria, ele tem repetido o ritual diariamente em São Paulo, até mesmo nos postos de gasolina. Não são poucas as pessoas que param para falar com ele. Já tem gente apostando que o ex-governador não vai largar a política.

Grupo de oposição a Renan Calheiros na presidência do Senado fica dividido

Renan Calheiros
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O grupo de 12 senadores que se reuniu, há duas semanas, para traçar uma candidatura alternativa ao MDB do senador Renan Calheiros começa a minguar. No jantar mais recente, foram apenas sete. Nem todos fechados com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Alguns consideram que não será surpresa, por exemplo, se a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), como já disse a coluna há alguns dias, manifestar preferência por Renan. Ex-ministra de Dilma Rousseff, Kátia não esquece que Renan trabalhou e votou para que a ex-presidente mantivesse os direitos políticos, quando da votação do processo de impeachment.

Meio Ambiente vira isca tucana

O presidente eleito começa a olhar com mais atenção para o PSDB. Para atrair tucanos, fez chegar aos ouvidos de alguns deles que planeja nomear
o ex-secretário do Meio Ambiente de São Paulo Ricardo Salles para o último ministério a
ser anunciado.

PSL queima a largada

O governo nem começou, e o PSL, partido do presidente eleito, Jair Bolsonaro, larga rachado e sob o signo da desconfiança interna e externa. Tudo por causa do vazamento do “barraco”, no grupo de WhatsApp do partido, entre os dois deputados mais votados da legenda, Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann, divulgado, ontem à tarde, no site do jornal O Globo.

Ninguém ficou bem I

O teor dos diálogos esfarela o discurso de que Bolsonaro não pretendia influir na escolha do futuro presidente da Câmara. A turma do DEM, ligada ao atual comandante da Casa, Rodrigo Maia, está uma arara. Tudo porque, em resposta a Joice, Eduardo diz que, por ordem do pai, trabalha nos bastidores para interferir na escolha do futuro presidente da Câmara e afirma que faz tudo na surdina para não irritar Rodrigo.

Ninguém ficou bem II

A conversa deixou o PSL em pé de guerra, num clima de desconfiança interna. Estão todos se perguntando quem vazou o “barraco”. E as apostas são as de que, se Joice continuar nessa queda de braço com Eduardo, terminará isolada na bancada e no parlamento.

Incertezas na economia

Economistas do mercado estão cada vez mais sem entender exatamente qual será a verdadeira política econômica do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, devido aos sinais trocados dele e do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Além da reforma da Previdência, que Guedes pretendia mandar de uma vez, e Bolsonaro menciona o fatiamento, fala-se ainda no resgate da CPMF. O imposto do cheque cresce na mesa de apostas dos especialistas após a confirmação de Marcos Cintra na equipe econômica. Bolsonaro, entretanto, repete diuturnamente que não terá novo imposto.

O que une Moro e Lula/ O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, divide uma paixão com o ex-presidente Lula. Ambos são loucos por fettuccine a carbonara. Lula costumava preparar essa delícia da culinária italiana para os petistas. Moro, idem.

O que une Moro a Lula/ Em Brasília, o ex-juiz costuma frequentar os restaurantes italianos e não perde a oportunidade de degustar um bom carbonara.

A força da esposa/ Há quem diga que a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, tem tido peso na escolha de alguns ministros, como a pastora Damares para ministra da Família e Direitos Humanos.

Por falar em Direitos Humanos…/ Em tempos de questionamento dos valores humanitários, a Esplanada foi tomada por enormes painéis afixados no alto de seus prédios, com cada um dos 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completa 70 anos em 10 de dezembro. De todos os pontos da larga avenida, pode-se avistar os princípios que reafirmam as condições da dignidade humana.

Colaboraram Leonardo Cavalcanti, Liana Sabo e Rosana Hessel