Tempo que não passa

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Print da página da Câmara dos Deputados

 

          O caráter imperial e monárquico que permeia, em pleno século 21, muitos aspectos da Presidência da República no Brasil é um ranço antigo, herdado ainda da metrópole portuguesa e reforçado com a vinda D. João VI para estas bandas. A carruagem que conduzia a família real, confeccionada em prata – o povo a chamava de “monte de prata”, foi substituída por transportes e hospedagens caríssimos, nos quais a liderança do país usa para viagens com o séquito mundo afora.

         Essa feição de realeza e imponência do chefe do Executivo nem o advento da República, nem as limitações impostas pela Constituição, ou mesmo o próprio tempo conseguiram atenuar. Vivemos ainda sob uma espécie de presidencialismo monárquico conveniente, com mandatários voluntariosos e autocratas. Refastelados no poder, agem e distribuem suas prebendas de acordo com a vassalagem prestada. Senhores de seus atos, não devem explicações à turba.

          À hereditariedade, impuseram o conceito do patrimonialismo sem parcimônia ou culpa. Diante de tanto fausto, até mesmo o Congresso se verga aceitando títulos nobiliárquicos – agora denominados ministérios, pelos bons serviços prestados. Sua alteza, nobilíssima, não se esqueceu de ninguém. Atenta aos dissabores do reino, reforça a Corte de Justiça com impolutas figuras fidedignas.

         Num País assim não é de estranhar que uma vendedora de acarajé, no centro de Salvador, vendo a comitiva presidencial se deslocando pelo Pelourinho, perguntou ao vizinho: “Que chafurdo é esse, meu rei?”.

         Registrava Camões sua opinião em cenários similares: “Leis em favor dos reis se estabelecem / As em favor do povo só perecem”.  Mal sabia ele que a “sede cobiçosa de querer dominar e mandar tudo“ só aumentaria com o passar dos tempos e chegaria ao seu clímax na própria colônia que viu surgir no Novo Mundo.

         Seria nestas mesmas terras de Santa Cruz, muitos séculos à frente, que o Estado, agora denominado sorvedor mundial de impostos, colocaria-se de “boca aberta por se encher de tesouros de hora em hora… que quanto mais alcança mais queria”. Com uma carga tributária campeã beirando os 40% do PIB, o estado arrecadador brasileiro aparenta estar com as burras cheias. Não cumpre o papel que lhe é reservado pela Constituição de promover o bem-estar da população. Saúde, educação e segurança, que seriam suas atribuições básicas, estão aí a olhos vistos e não carecem de adjetivações maiores.

         Tão grave como descumprir a Carta Maior em seus preceitos básicos é também conduzir o Estado a uma situação de insolvência, onde as maiores empresas estatais receberam, noutros tempos, quase meio bilhão em multas por anos, por má qualidade nos serviços prestados, má conservação de equipamentos e problemas de segurança.

         Por enquanto, não é possível acessar, na página da Câmara dos Deputados, a discussão sobre os direitos autorais dos textos gerados pelo ChatGPT e todo o material criado a partir de outros autores captados na Internet. A reunião da Comissão já aconteceu, mas por enquanto está indisponível.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O reino morto ainda vive.”

Pablo Neruda

Pablo Neruda. Foto: Arquivo / Agência O Globo

 

Estante virtual

Portal prático e amigável para quem gosta de ler em papel. Com um acervo gigantesco, Estante Virtual é a grande saída para os leitores que querem livros mais baratos sem se importar se são de segunda mão. Há livros novos também, com o conforto de receber em casa.

Foto: Fernando Souza / Reprodução / Facebook

 

População agradece

Natação de volta na Escola de Esporte, que fica no Complexo Aquático Cláudio Coutinho.

Foto: sistemas.df.gov

 

Olhar e visão

Prêmio Social Media Gov de comunicação pública nas mãos da Comunicação Social do Senado. O reconhecimento pela atuação nas redes sociais levou à premiação pela categoria “Comunicação como Serviço” sobre a redução da jornada de trabalho para mães e pais de filhos com até 6 anos ou com algum tipo de deficiência.

 

Crescente

De Alto Paraíso até Cavalcanti, no Nordeste de Goiás, o plantio de transgênico e os campos de pastagens vão se impondo contra as árvores tortas do cerrado, queimando matas, envenenando os rios, esgotando as terras.

Foto: Carlos Fabal/AFP – 25/08/19

 

Colégio caro

Aluno do 3º ano do fundamental, 8 anos de idade, recebeu a tarefa de fazer os exercícios até a página 26. Empolgado, continuou até a página 48. Como desobedeceu ao comando, a professora cogitou em voz alta apagar as páginas feitas a mais. Até que pressentiu o absurdo e foi consultar a diretoria. Quase foi demitida.

 

 

História de Brasília

Quem disse até agora sobre o dr. Jânio, foi o professor Carvalho Pinto: “Está encerrado o assunto renúncia. Vamos trabalhar, porque os problemas são muitos…” (Publicada em 18.03.1962)

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